Mostrar código-fonte de Álbum conceptual

Um '''álbum''' {{PEPB|conceptual|conceitual}} é um álbum cujas faixas possuem um propósito ou significado maior coletivamente do que individualmente.{{sfn|Cullen|2001|p=98}}{{sfn|Elicker|2001|pp=227–229}} Isso normalmente é alcançado por meio de uma única [[Modo narrativo|narrativa]] ou tema central, que pode ser instrumental, composicional ou lírico.{{sfn|Shuker|2012|p=5}} Às vezes, o termo é aplicado a álbuns considerados de "excelência uniforme" em vez de um [[Disco de vinil|LP]] com um motivo lírico ou musical explícito.{{sfn|Jones|2008|p=49}} Não há consenso entre os críticos de música quanto aos critérios específicos para o que é um "álbum conceitual".{{sfn|Elicker|2001|pp=227–229}}<ref name="independent">{{citar web|último=Sturges|primeiro=Fiona|url=https://www.independent.co.uk/arts-entertainment/music/features/the-return-of-concept-album-1796064.html|título=The return of concept album|data=1 de Outubro de 2009|obra=[[The Independent]]|acessodata=}}</ref>

O formato se origina com o álbum do cantor [[Folk contemporâneo|folk]] [[Woody Guthrie]], ''[[Dust Bowl Ballads]],'' e foi posteriormente popularizado pela série de álbuns dos anos 1940 até 1950 do cantor de [[jazz]] e [[Música pop tradicional|pop tradicional]] [[Frank Sinatra]], embora o termo seja mais frequentemente associado ao [[rock]]. Na década de 1960, vários álbuns bem conceituados foram lançados por várias bandas de rock, o que acabou levando à invenção do [[rock progressivo]] e da [[ópera rock]]. Desde então, muitos álbuns conceituais foram lançados em vários gêneros musicais.

== Definições ==
Não há uma definição clara do que constitui um "álbum conceitual".<ref name="independent" />{{sfn|Elicker|2001|p=227}} Fiona Sturges, do ''[[The Independent]]'', afirmou que o álbum conceitual "foi originalmente definido como um [[Longplayer|long-player]] onde as músicas eram baseadas em uma ideia dramática - mas o termo é subjetivo".<ref name="independent" /> Um precursor desse tipo de álbum pode ser encontrado no ciclo de canções do século XIX<ref name="PMperf">{{citar web|url=https://www.popmatters.com/feature/186925-the-concept-album-as-a-performative-genre/|título=The Concept Album As a Performative Genre|data=10 de Novembro de 2014|website=[[PopMatters]]|último1=Cucchiara|primeiro1=Romina}}</ref> que enfrentou dificuldades semelhantes na classificação.{{sfn|Elicker|2001|p=228}} As definições extremamente amplas de um "álbum conceitual" poderiam potencialmente abranger todas as [[Banda sonora|trilhas sonoras]], [[Coletânea musical|compilações]], gravações de elenco, [[Álbum de grandes êxitos|álbuns de grandes sucessos]], álbuns de tributo, álbuns de Natal e [[Álbum ao vivo|álbuns ao vivo]].{{sfn|Elicker|2001|p=228}}

As definições mais comuns referem-se a uma abordagem expandida de um álbum de rock (como uma história, peça ou obra), ou um projeto que gira em torno de um tema específico ou uma coleção de materiais relacionados.{{sfn|Elicker|2001|p=228}} ''[[AllMusic]]'' escreve: "Um álbum conceitual pode ser uma coleção de músicas de um compositor individual ou um tema específico - esses são os LPs conceituais que reinaram nos anos 50 ... a frase 'álbum conceitual' está inextricavelmente ligada ao final dos anos 1960, quando os '<nowiki/>''[[Rock and roll|rock & rollers]]''' começou a esticar os limites de sua forma de arte."<ref name="AllMusic/Concept albums2">{{citar web|url=https://www.allmusic.com/blog/post/allmusic-loves-concept-albums|título=AllMusic Loves Concept Albums|data=10 de Fevereiro de 2014|website=[[AllMusic]]|autor=AllMusic staff}}</ref> O autor Jim Cullen descreve-o como "uma coleção de músicas discretas, mas tematicamente unificadas, cujo todo é maior que a soma de suas partes ... às vezes [erroneamente] assumida ser um produto da era do rock."{{sfn|Cullen|2001|p=98}} O autor Roy Shuker define álbuns conceituais e [[Ópera rock|óperas rock]] como álbuns que são "unificados por um tema, que pode ser instrumental, composicional, narrativo ou lírico. [...] Nesta forma , o álbum mudou de uma coleção de músicas heterogêneas para um trabalho narrativo com um único tema, em que músicas individuais se sucedem."{{sfn|Shuker|2012|p=5}}

Falando de conceitos em álbuns durante a década de 1970, [[Robert Christgau]] escreveu em ''Christgau's Record Guide: Rock Albums of the Seventies'', porque a "impressão geral" de um álbum é importante, "o conceito intensifica o impacto" de certos álbuns "em mais ou menos do jeito que ''[[Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band|Sgt. Pepper]]'' pretendia", bem como "uma espécie de conceito que leva um álbum ritmicamente implacável como ''The Wild Magnolias'' ou um vocalmente irresistível como ''Woman to Woman'' de Shirley Brown, a um nível mais profundo de significado".<ref name="CG">{{citar livro|título=Christgau's Record Guide: Rock Albums of the Seventies|último=Christgau|primeiro=Robert|publicado=Ticknor & Fields|capítulo=The Criteria|isbn=0899190251|autorlink=Robert Christgau|ano=1981|capítulourl=https://www.robertchristgau.com/xg/bk-cg70/criteria.php|via=robertchristgau.com}}</ref>

== História ==

=== 1940–1959: Origens ===
No documentário ''When Pop Went Epic: The Crazy World of the Concept Album'', narrado por [[Rick Wakeman]], sugere-se que o primeiro álbum conceitual seja o álbum ''[[Dust Bowl Ballads]]'', de [[Woody Guthrie]], de 1940.<ref>{{citar vídeo|url=|título=When Pop Went Epic: The Crazy World of the Concept Album|data=6 de Maio de 2016|medium=BBC documentary|pessoas=Rick Wakeman}}</ref> ''The Independent'' considera-o como "talvez" um dos primeiros álbuns conceituais, consistindo exclusivamente em canções semi-autobiográficas sobre as dificuldades dos trabalhadores migrantes americanos durante a década de 1930.<ref>{{citar jornal|url=https://www.independent.co.uk/arts-entertainment/music/features/the-return-of-concept-album-1796064.html|título=The return of concept album|data=2 de Outubro de 2009|jornal=The Independent}}</ref> No final da década de 1940, o disco LP foi introduzido, com compositores de [[space age pop]] produzindo álbuns conceituais logo depois. Os temas incluíam explorar a vida selvagem e lidar com emoções, com alguns álbuns destinados a serem tocados enquanto jantavam ou relaxavam. Isso foi acompanhado em meados da década de 1950 com a invenção do gatefold, que permitiu espaço para notas explicativas para explicar o conceito.{{sfn|McKnight-Trontz|1999|p=10}}

O cantor [[Frank Sinatra]] gravou vários álbuns conceituais antes da era do rock dos anos 1960, incluindo ''[[In the Wee Small Hours]]'',<ref name=":0">{{citar periódico|título=A-may-zing |data=5 de Março de 1991 |último=Black |primeiro=Johnny |páginas=33 |volume=55 |periódico=Q Magazine}}</ref> e ''[[Frank Sinatra Sings for Only the Lonely]]''.{{sfn|Cullen|2001|p=98}} Sinatra é ocasionalmente creditado como o inventor do álbum conceitual,{{sfn|Rojek|2004}} começando com ''The Voice of Frank Sinatra'', que levou a um trabalho semelhante de [[Bing Crosby]]. De acordo com o biógrafo Will Friedwald, Sinatra "sequenciou as músicas de modo que as letras criassem um fluxo de faixa para faixa, dando a impressão de uma narrativa, como na comédia musical ou na ópera. ... [Ele foi] o primeiro cantor pop a trazer uma atitude conscientemente artística para gravar."{{sfn|Friedwald|1995|}}

O cantor e pianista [[Nat King Cole]] (que, junto com Sinatra, muitas vezes colaborou com o arranjador [[Nelson Riddle]] durante esta época) também foi um dos pioneiros de álbuns conceituais,<ref>"Cole developed the art of the concept album, a song collection consciously built on a single theme..." John Swenson (1999). The Rolling Stone Jazz & Blues Album Guide, University of California Press, {{ISBN|9780679768739}}, p. 1957</ref> como com seu ''Wild Is Love'', um conjunto de canções originais sobre a busca de um homem pelo amor.<ref>Will Friedwald (2020). Straighten Up and Fly Right: The Life and Music of Nat King Cole, Oxford University Press, {{ISBN|9780190882051}}, p 305</ref>

=== 1960: Rock e música country ===
No início da década de 1960, os álbuns conceituais começaram a apresentar grande destaque na [[Música country|música country americana]], no entanto, o fato foi amplamente ignorado pelos fãs e críticos de rock e pop que só começaram a notar "álbuns conceituais" como um fenômeno no final da década,{{sfn|Elicker|2001|p=234}} quando os álbuns tornaram-se estreitamente alinhado com a [[Contracultura da década de 1960|ideologia contracultural]], resultando em uma reconhecida "era do álbum" e na introdução do álbum conceitual de rock.{{sfn|Danesi|2017|p=15}} O autor Carys Wyn Jones escreve que ''[[Pet Sounds]]'' dos [[The Beach Boys|Beach Boys]], ''[[Revolver (álbum)|Revolver]]'' e ''[[Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band]]'' dos [[The Beatles|Beatles]] e ''[[Tommy (álbum)|Tommy]]'' do [[The Who]] são citados como "os primeiros álbuns conceituais", geralmente por sua "excelência uniforme em vez de algum tema lírico ou motivo musical subjacente".{{sfn|Jones|2008|p=44}}

Outros discos foram reivindicados como os "primeiros" ou os "iniciais" álbuns conceituais. ''The 100 Greatest Bands of All Time'' afirma que os [[The Ventures|Ventures]] "foram pioneiros na ideia do álbum conceitual de rock anos antes que o gênero seja geralmente reconhecido como tendo nascido"{{sfn|Moskowitz|2015|p=689}} com seu álbum ''The Ventures in Space''. Outro é ''[[Little Deuce Coupe]]'' dos Beach Boys.{{sfn|Smith|2009|p=xix}}<ref>{{citar web|url=http://ultimateclassicrock.com/beach-boys-little-deuce-coupe/|título=52 Years Ago: The Beach Boys Release a Concept Album About Cars, 'Little Deuce Coupe'|data=7 de Outubro de 2015|website=Ultimate Guitar|último1=Springer|primeiro1=Matt}}</ref> Escrevendo em ''101 Albums That Changed Popular Music'', Chris Smith comentou: "Embora álbuns como ''In the Wee Small Hours'' de Frank Sinatra e Gunfighter Ballads and Trail Songs de ''Marty'' Robbins já tivessem introduzido álbuns conceituais, ''Little Deuce Coupe'' foi o primeiro a incluir quase todo o material original em vez de [[Versão cover|covers]] padrões."{{sfn|Smith|2009|p=xix}} Escrevendo em seu ''Concise Dictionary of Popular Culture'', Marcel Danesi identifica ''[[Rubber Soul]]'' dos Beatles e o ''[[The Who Sell Out]]'' do The Who como outros exemplos de álbuns conceituais iniciais.{{sfn|Danesi|2017|p=72}} Brian Boyd do ''[[The Irish Times]]'' nomeia o ''Face to Face'' do [[The Kinks]] como o primeiro álbum conceitual: "Escrito inteiramente por [[Ray Davies]], as músicas deveriam ser ligadas por pedaços de música, para que o álbum tocasse sem intervalos, mas a gravadora recusou tal radicalismo. Não é um dos melhores trabalhos da banda, mas teve um impacto."<ref name="Boyd2016">{{citar jornal|url=https://www.irishtimes.com/culture/music/the-beatles-bob-dylan-and-the-beach-boys-12-months-that-changed-music-1.2671482|título=The Beatles, Bob Dylan and The Beach Boys: 12 months that changed music|data=4 de Junho de 2016|obra=[[The Irish Times]]|último1=Boyd|primeiro1=Brian}}</ref>

"Consenso popular" para o primeiro álbum conceitual de rock, de acordo com o ''AllMusic'', favorece o ''Sgt. Pepper''.<ref name="AllMusic/Concept albums3">{{citar web|url=https://www.allmusic.com/blog/post/allmusic-loves-concept-albums|título=AllMusic Loves Concept Albums|data=10 de Fevereiro de 2014|website=AllMusic|autor=AllMusic staff}}</ref><ref name=":02">{{citar periódico|título=A-may-zing |data=5 de Março de 1991 |último=Black |primeiro=Johnny |páginas=33 |volume=55 |periódico=Q Magazine}}</ref> De acordo com o [[crítico de música]] Tim Riley, "estritamente falando, ''[[Freak Out!]]'' do [[The Mothers of Invention|Mothers of Invention]] tem reivindicações como o primeiro 'álbum conceitual', mas ''Sgt. Pepper'' foi o disco que tornou essa ideia convincente para a maioria dos ouvidos."{{sfn|Riley|1988|p=11}} O musicólogo Allan Moore diz que "Mesmo que os álbuns anteriores tenham definido um clima unificado (principalmente ''Songs for Swinging Lovers'' de Sinatra), foi com base na influência do ''Sgt. Pepper'' que a propensão para o álbum conceitual nasceu ."{{sfn|Moore|2016}}

Adicionando ao ''Sgt. Pepper'', a obra de arte reforçou seu tema central ao retratar os quatro Beatles de uniforme como membros da banda do "Sargento Pimenta", enquanto o disco omitiu as lacunas que normalmente separavam as faixas do álbum.<ref>{{citar revista|último=Black|primeiro=Johnny|título=Concept Albums: A-may-zing!|revista=Q magazine|data=Abril de 1991}}</ref> O crítico de música e jornalista Neil Slaven afirmou que ''Absolutely Free'' de [[Frank Zappa]], lançado no mesmo dia que ''Sgt. Pepper'', foi "muito mais um álbum conceitual, mas os Beatles roubaram seu trovão sem esforço", e posteriormente o ''Sgt. Pepper'' foi aclamado como "talvez o primeiro 'álbum conceitual', embora as músicas não fossem relacionadas"<ref>{{citar livro|título=Electric Don Quixote: The Definitive Story Of Frank Zappa|último=Slaven|primeiro=Neil|publicado=Omnibus Press|isbn=978-0-85712-043-4|ano=2009}}</ref>

=== 1968–1979: Óperas rock e rock progressivo ===
{{Main|Rock opera|Progressive rock}}{{see also|Soul progressivo}}O autor Bill Martin relaciona os supostos álbuns conceituais da década de 1960 ao [[rock progressivo]]:<blockquote>Nas discussões sobre rock progressivo, a ideia do "álbum conceitual" é mencionada com frequência. Se este termo se refere a álbuns que têm unidade temática e desenvolvimento por toda parte, então, na realidade, provavelmente há menos álbuns conceituais do que se poderia pensar a princípio. ''Pet Sounds'' e ''Sgt. Pepper'' não se qualificam de acordo com este critério... No entanto, se em vez disso esticarmos um pouco a definição, para onde o álbum é o conceito, então fica claro que o rock progressivo é inteiramente uma música de álbuns conceituais - e isso flui diretamente de ''Rubber Soul'' e depois no ''Revolver'', ''Pet Sounds'' e ''Sgt. Pepper''. [...] Na esteira desses álbuns, muitos músicos de rock adotaram "a abordagem de álbum completo."<ref>{{citar periódico |url=https://en.wikipedia.org/wiki/Concept_album#CITEREFMartin2015 |titulo=Martin, 2015 |pagina=41}}</ref></blockquote>Sarah Zupko, do [[PopMatters|''Popmatters'']], observa que, embora ''Tommy'' do The Who seja "popularmente considerado a primeira ópera rock, um álbum conceitual extra-longo com personagens, um enredo consistente e um pouco de pompa", é precedido pelos álbuns conceituais mais curtos como [[Ogdens' Nut Gone Flake|''Ogden's Nut Gone Flake'']] de [[Small Faces]] e ''[[S.F. Sorrow]]'' de [[The Pretty Things]].<ref>{{citar revista|último=Zupko|primeiro=Sarah|data=|título=The Pretty Things: S.F. Sorrow|url=https://www.popmatters.com/pm/reviews/article/24787/prettythings-sf|revista=PopMatters|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080623190644/http://www.popmatters.com/pm/reviews/article/24787/prettythings-sf|acessodata=18 de Janeiro de 2009|arquivodata=23 de Junho de 2008}}</ref> O autor Jim Cullen afirma: "O álbum conceitual atingiu seu apogeu na década de 1970 em discos ambiciosos como ''[[The Dark Side of the Moon]]'' de [[Pink Floyd]] e o ''[[Hotel California (álbum)|Hotel California]]'' de [[Eagles]]."{{sfn|Cullen|2001|p=98}} Em 2015, a [[Rolling Stone]] classificou ''[[The Dark Side of the Moon]]'' no número um entre os 50 maiores álbuns de rock progressivo de todos os tempos, também observando a estatura do LP como o segundo álbum mais vendido de todos os tempos.<ref>{{citar revista|título=50 Greatest Prog Rock Albums of All Time|url=https://www.rollingstone.com/music/lists/50-greatest-prog-rock-albums-of-all-time-20150617/pink-floyd-the-dark-side-of-the-moon-1973-20150617|revista=Rolling Stone|data=17 de Junho de 2015}}</ref> ''[[The Wall]]'' de Pink Floyd, uma história semi-autobiográfica modelada após [[Roger Waters]] e [[Syd Barrett]] da banda, é um dos álbuns conceituais mais famosos de qualquer artista.<ref name="barker2015">{{citar web|url=https://www.nme.com/photos/23-of-the-maddest-and-most-memorable-concept-albums-1425767|título=23 of the Maddest And Most Memorable Concept Albums|data=8 de Julho de 2015|acessodata=23 de Janeiro de 2017|website=[[NME]]|último1=Barker|primeiro1=Emily}}</ref> Além de ''The Wall'', Danesi destaca ''The Lamb Lies Down on Broadway'' de [[Genesis]] e ''Joe's Garage'' de Frank Zappa como outros álbuns conceituais culturalmente significativos.{{sfn|Danesi|2017|p=72}}

Segundo o autor Edward Macan, os álbuns conceituais como tema recorrente no rock progressivo foram diretamente inspirados na contracultura associada "às bandas protoprogressivas dos anos 1960", observando: "o uso consistente de formas longas, como o ciclo de canções programáticas de o álbum conceitual e a suíte multimovimentos ressaltam a nova concepção do tempo dos [[hippie]]s, induzida por drogas."{{sfn|Macan|1997|p=13}} Músicos de [[soul progressivo]]s inspirados por essa abordagem conceberam álbuns conceituais durante essa época refletindo temas e preocupações da experiência [[Afro-americanos|afro-americana]], incluindo [[Marvin Gaye]] (''[[What's Going On]]'', de 1971) e [[George Clinton]] (o álbum de [[Parliament]], ''Mothership Connection'', de 1975).<ref>{{citar periódico|url=https://www.colorado.edu/amrc/sites/default/files/attached-files/109701_cu_amrcjournal_cover_prf.pdf |título=Black Prog: Soul, Funk, Intellect and the Progressive Side of Black Music of the 1970s |acessodata=29 de Janeiro de 2021 |último=Keister |primeiro=Jay |ano=2019 |páginas=5–22 |volume=28 |via=colorado.edu |periódico=American Music Research Center Journal}}</ref>

Na cena [[glam rock]] setentista, alguns álbuns se destacam: ''[[The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars]]'' de [[David Bowie]], ''[[Electric Warrior]]'' de [[T. Rex (banda)|T. Rex]], [[A Night at the Opera (álbum de Queen)|''A Night At The Opera'']] de [[Queen]] e ''[[Transformer]]'' de [[Lou Reed]].

=== 1980–presente: Declínio e volta à popularidade ===
Com o surgimento da [[MTV]] como uma rede de videoclipes que valorizava os [[single]]s sobre os álbuns, os álbuns conceituais tornaram-se menos dominantes na década de 1980.{{sfn|Cullen|2001|p=98}}<ref name="independent" /> Alguns artistas, no entanto, ainda lançaram álbuns conceituais e tiveram sucesso nas décadas de 1990 e 2000.<ref name="independent" /><ref name=":03">{{citar periódico|título=A-may-zing |data=5 de Março de 1991 |último=Black |primeiro=Johnny |páginas=33 |volume=55 |periódico=Q Magazine}}</ref> Emily Barker da ''[[NME]]'' cita ''[[American Idiot]]'' do [[Green Day]] como um dos exemplos "mais notáveis",<ref name="barker20152">{{citar web|url=https://www.nme.com/photos/23-of-the-maddest-and-most-memorable-concept-albums-1425767|título=23 of the Maddest And Most Memorable Concept Albums|data=8 de Julho de 2015|website=[[NME]]|último1=Barker|primeiro1=Emily|acessodata=23 de Janeiro de 2017}}</ref> tendo trazido o álbum conceitual de volta a posições de destaque nas paradas.<ref>{{citar web|url=https://www.guitarworld.com/gw-archive-features-news-artist-lists/top-10-concept-albums-all-time/1995|título=The Top 10 Concept Albums of All Time|data=26 de Outubro de 2015|website=Guitar World|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170802113546/http://www.guitarworld.com/gw-archive-features-news-artist-lists/top-10-concept-albums-all-time/1995|arquivodata=2 de Agosto de 2017|urlmorta=|autor1=Guitar World Staff|acessodata=27 de Janeiro de 2017}}</ref> Dorian Lynskey, escrevendo para a ''[[GQ]]'', observou um ressurgimento de álbuns conceituais na década de 2010 devido ao streaming: "Isso está acontecendo não apesar do aumento do streaming e das listas de reprodução, mas por causa dele. Ameaçados com redundância na era digital, os álbuns reagiram ao se tornarem mais parecidos com álbuns."<ref>{{citar web|último=Lynskey|primeiro=Dorian|url=http://www.gq-magazine.co.uk/article/concept-album-muse-kendrick-lamar-beyonce-daft-punk|título=Why everyone from Beyoncé to Daft Punk is releasing a concept album|data=13 de Julho de 2015|obra=GQ|acessodata=25 de Abril de 2016}}</ref> Cucchiara argumenta que "álbuns conceituais" também devem descrever "esta nova geração de álbuns conceituais, por uma razão fundamental. foi expandido para um campo mais amplo de design visual e artístico e estratégias de marketing que atuam nos temas e histórias que formam o álbum."<ref name="PMperf2">{{citar web|url=https://www.popmatters.com/feature/186925-the-concept-album-as-a-performative-genre/|título=The Concept Album As a Performative Genre|data=10 de Novembro de 2014|website=PopMatters|último1=Cucchiara|primeiro1=Romina}}</ref>

Ainda na mesma década de 2000, a banda de rock americana [[My Chemical Romance]] se destaca como principal elemento a produção de álbuns conceituais como [[Three Cheers for Sweet Revenge]], [[Danger Days: The True Lives of the Fabulous Killjoys|The Black Parade]] e [[Danger Days: The True Lives of the Fabulous Killjoys]]. A repercussão de The Black Parade foi essencial para o sucesso da banda,<ref name="barker20152" /> que foi inspirado pelos mesmos elementos que Bowie e Pink Floyd utilizaram para os seus álbuns.

No século XXI o campo da música clássica adotou a ideia do "álbum conceitual", citando exemplos históricos como Die Winterreise de ''[[Franz Schubert|Schubert]]'' e ''Liederkreis'' de [[Robert Schumann|Schumann]] como protótipos para compositores e músicos contemporâneos.{{sfn|Shuker|2017|p=10}} Compositores e intérpretes clássicos adotam cada vez mais estratégias de produção e marketing que unificam obras díspares em álbuns conceituais ou concertos.<ref name="bennett">{{citar periódico|url=https://www.academia.edu/19068346 |título=Pinching (or taking back) ideas from popular music: Placing the concept album in contemporary classical music |website=academia.edu/ |último1=Bennett |primeiro1=Dawn and Diana Blom |acessodata=11 de Dezembro de 2019}}</ref> A revista de música clássica ''Gramophone'' inclui uma categoria especial para "álbum conceitual" em seus "Prêmios Gravações do Ano" anuais, para celebrar "álbuns onde uma mente criativa curou algo visionário, um programa cujo todo fala mais poderosamente do que suas partes. jornada pensada, que obriga a ser ouvido de uma só vez."<ref>{{citar web|url=https://www.gramophone.co.uk/awards/2019/concept-album|título=Concept Album|website=Gramophone|último1=Cullingford|primeiro1=Martin|acessodata=11 de Dezembro de 2019}}</ref>

Em uma dissertação de final de ano sobre álbuns em 2019, Ann Powers escreveu para ''[[Slate]]'' que o ano encontrou o meio em um estado de fluxo. Em sua observação, muitos artistas de gravação revitalizaram o álbum conceitual em torno de narrativas autobiográficas e temas pessoais, como intimidade, [[interseccionalidade]], vida afro-americana, fronteiras entre mulheres e luto associado à morte. Ela citou álbuns como ''Jaime'' de Brittany Howard, ''Jimmy Lee'' de Raphael Saadiq, ''LEGACY! LEGACY!'' de Jamila Woods, ''Eve'' de Rapsody, ''On the Line'' de Jenny Lewis, ''Crushing'' de Julia Jacklin, ''The Gospel Second Water'' de Joe Henry e ''Ghosteen'' de Nick Cave.<ref>{{citar revista|último=Powers|primeiro=Ann|título=The album is evolving.|url=https://slate.com/culture/2019/12/music-club-2019-concept-albums-not-dead.html|revista=Slate magazine|data=17 de Dezembro de 2019|acessodata=15 de Setembro de 2020}}</ref>

===Na música pop e alternativa===
Alguns outros exemplos de álbuns conceituais podem ser vistos na [[música pop]], como o disco ''[[Hounds of Love]]'' de [[Kate Bush]], de 1985. Outros exemplos são os álbuns ''[[Ray of Light]]'', de 1998, e ''[[American Life]]'', de 2003, da [[Madonna]] que são considerados conceituais por muitos críticos. [[Circus (álbum de Britney Spears)|''Circus'']], de 2008, da artista estadunidense [[Britney Spears]] e considerado bastante conceitual pois retrata o "circo" que sua vida havia se tornado. Mais recentemente, a cantora [[Lady Gaga]] com seus álbuns ''[[The Fame]]'' em 2008, ''[[The Fame Monster]]'' em 2009, ''[[Born This Way]]'' em 2011, [[Artpop|''ARTPOP'']] em 2013 e ''[[Chromatica]]'' em 2020. O cantor australiano [[Darren Hayes]] lançou dois trabalhos conceituais: ''[[The Tension and The Spark]]'' em 2004 e ''[[This Delicate Thing We've Made]]'' em 2007 . Em 2011, a cantora [[Kelly Clarkson]] lançou um álbum conceitual: ''[[Stronger (álbum de Kelly Clarkson)|Stronger]]''. Em 2012, a cantora de [[indie pop]], [[Marina and the Diamonds]], lançou seu álbum ''[[Electra Heart]]'', que tem como conceito retratar o "[[Sonho Americano|sonho americano]]" com elementos da&nbsp;tragédia grega através da personagem-titulo, Electra Heart. Em 2015, a cantora [[Melanie Martinez]], lançou seu álbum ''[[Cry Baby (álbum)|Cry Baby]]'', que tem como conceito retratar a terrível e conturbada história familiar e amorosa de seu [[alter ego]], Cry Baby, continuado por seu álbum e filme ''[[K-12 (álbum)|K-12]]'', lançado em 2019, tratando sobre a história de Cry Baby na escola.

== Álbuns conceituais brasileiros ==
O primeiro álbum conceitual brasileiro é o ''[[Searching for the Light]]'' da banda carioca de [[thrash metal]] [[Dorsal Atlântica]], lançado no Brasil e nos Estados Unidos em 1990. A crítica cunhou o disco, influenciado pelo livro ''[[1984 (livro)|1984]]'' de [[George Orwell]], de "a primeira Thrash Opera do mundo". Este trabalho fez parte de uma trilogia de 3 álbuns conceituais:''[[Searching for the Light]]'' (1990), ''Musical Guide from Stellium'' (1992) e ''Alea Jacta Est'' (1994). Outro dos primeiros álbuns conceituais brasileiros foi criado pela banda brasileira de [[power metal]] [[Angra (banda)|Angra]], intitulado ''[[Temple of Shadows]]'': conta a história de um cavaleiro convocado pelo [[papa]] para a [[Primeira Cruzada]], chamado Shadow Hunter. O álbum foi considerado excepcional pela crítica especializada, aumentando muito a popularidade do Angra.

A banda brasileira de [[thrash metal]] [[Sepultura (banda)|Sepultura]] também já lançou dois álbuns conceituais. O primeiro foi ''[[Dante XXI]]'', que girava em volta da obra "[[A Divina Comédia]]". O segundo foi ''[[A-Lex]]'' que girava em volta do livro "[[A Clockwork Orange (livro)|Laranja Mecânica]]".

No gospel a cantora [[Fernanda Brum]] já lançou vários álbuns conceituais em sua carreira sendo um deles [[Profetizando às Nações]], que se baseia na igreja perseguida e em [[evangelismo]], outro álbum da cantora é [[Do Éden ao Éden]], baseadas nas escrituras do [[Livro de Apocalipse|Apocalipse]].

{{notas e referências}}

<references group="nb"/>

== Ligações externas ==
*[http://www.musicweb-international.com/encyclopaedia/c/C211.HTM Artigo sobre álbum conceitual] na Musicweb {{en}}

{{DEFAULTSORT:Album Conceptual}}
[[Categoria:Tipos de álbuns]]
[[Categoria:Álbuns conceituais| ]]