Mostrar código-fonte de Hair (musical)

{{Ver desambig|prefixo=Se procura|o filme de 1979|Hair (filme)||Hair (desambiguação)}}
{{Info/Musical
| nome           = Hair
| imagem         = Hairposter.jpg
|imagem_tamanho  = 200px
| imagem_legenda = cartaz do musical na Broadway
| direção        = Tom O'Horgan
| coreografia    = Julie Arenal 
| música         = [[Galt MacDermot]]
| letra          = [[James Rado]] <br /> [[Gerome Ragni]]
| livro          = James Rado <br /> Gerome Ragni
| baseado        =
| produção       = 1967 [[Off-Broadway]] <br /> 1968 [[Broadway]] <br /> 1968 [[Londres]], [[West End]] <br />1968 [[Munique]]<br /> 1969 [[Paris]]<br />1969 [[São Paulo (estado)|São Paulo]]<br />1969 e 1977 ''diversas produções ao redor do mundo'' <br />1977 [[Broadway]] (remontagem) <br />2009 [[Broadway]]<br />(remontagem)
| prêmios        =
}}
'''''Hair: The American Tribal Love-Rock Musical ''''' é um [[rock]]-[[teatro musical|musical]] escrito por [[James Rado]] e [[Gerome Ragni]], também autores das letras das músicas criadas por [[Galt MacDermot]]. Produto da [[contracultura]] [[hippie]] e da [[revolução sexual]] dos [[década de 1960|anos 60]], muitas de suas canções tornaram-se [[Hino (canção)|hinos]] dos movimentos populares anti[[Guerra do Vietnã]] nos [[Estados Unidos]].

A [[profanação]] de valores embutida no musical, sua descrição do uso de drogas ilegais, tratamento da [[sexualidade]], irreverência pela [[Bandeira dos Estados Unidos|bandeira nacional]] e uma cena de nu explícito, causaram enorme controvérsia. Ele trouxe o mundo dos musicais a novos [[parâmetro]]s, criando o "rock-musical", usando a integração racial para compor o elenco e convidando a platéia a interagir com o espetáculo, subindo ao palco na cena final.

''Hair'' conta a história da "Tribo", um grupo de hippies cabeludos politicamente ativos da '[[Era de Aquário]]', que levam uma vida [[Boémia (estilo de vida)|boêmia]] em [[Nova York]] e lutam contra o [[Conscrição|alistamento militar]] para o [[Vietnã]]. "Claude", seu bom amigo "Berger", sua amiga "Sheila" e outros amigos hippies, tentam equilibrar suas jovens vidas, amores e sexo livre com a rebelião pessoal contra seus pais e a sociedade conservadora norte-americana. Em última análise, "Claude" precisa decidir entre rasgar seu cartão de alistamento como seus amigos fizeram ou sucumbir à pressão de seus parentes (e da [[Estados Unidos da América|América]] conservadora) e servir no Vietnã, comprometendo seus princípios pacifistas e arriscando sua vida.

Após estrear ''[[off-Broadway]]'' em outubro de 1967 no [[The Public Theater]] – onde ficou por 45 dias – e fazer algumas apresentações numa [[discoteca]] no centro de [[Manhattan]], a peça estreou na [[Broadway]] em 29 de abril de 1968 para uma carreira que duraria por 1750 apresentações. Produções subsequentes e simultâneas foram montadas em diversas cidades dos Estados Unidos e da [[Europa]] e a partir daí a peça foi apresentada por todo o mundo, incluindo a gravação de discos nas línguas locais, como a gravação original do elenco nova-iorquino, que vendeu cerca de três milhões de cópias nos Estados Unidos e ganhou o [[Grammy Awards]] de Melhor Álbum de Musical. Algumas das canções fizeram parte da lista de ''Top 10'' da ''[[Billboard]]'' e um [[Hair (filme)|filme]] foi feito em 1979, dirigido por [[Milos Forman]], baseado no musical.

== História ==
''Hair'' foi concebido pelos atores James Rado e Gerome Ragni, que se conheceram em 1964 durante uma peça fracassada encenada ''off-Brodway'' chamada ''Hang Down Your Head and Die'' e começaram a escrever juntos o musical no fim daquele ano.<ref name=prog2009>Haun, Harry. "Age of Aquarius", ''Playbill'' (Abril de 2009), from ''Hair'' at the Al Hirschfeld Theatre, p. 7</ref><ref name=Hairstory>{{citar web |autor=[[James Rado|Rado, James]] |obra= |url=http://www.hairthemusical.com/history.html |publicado=Hairthemusical.com |título=Hairstory – The Story Behind the Story |língua=inglês |data=14 de fevereiro de 2003 |acessodata=2020-02-06}}</ref> Os personagens principais, "Claude" e "Berger", são autobiográficos, com o "Claude" de Rado sendo um romântico pensativo e o "Berger" de Ragni um extrovertido. A relação próxima e volúvel dos dois autores foi refletida no musical. Rado diz: "Nós éramos grandes amigos. Tínhamos um tipo de relação passional que dirigíamos para a criatividade, para os textos e canalizamos para a criação da peça. Nós colocamos o [[drama]] existente entre nós em cima do palco."<ref name=StarLedger>{{citar web |url=http://www.nj.com/entertainment/arts/index.ssf/2008/07/40_years_of_hair.html |publicado=Nj.com |autor= |título=40 years of 'Hair' |língua= inglês |obra=Newark Star-Ledger |data=19 de julho de 2008 |acessodata=26 de julho de 2008}}</ref>

Rado descreve a inspiração para ''Hair'' como a combinação de alguns personagens que encontravam pelas ruas, pessoas que conheciam e sua própria imaginação: "Nós conhecemos esse grupo de garotos do [[East Village]] que estavam recusando e jogando fora os certificados de alistamento e havia vários artigos na [[imprensa]] sobre alunos que estavam sendo expulsos das escolas por usarem cabelos compridos. Havia uma grande excitação nos parques, nas ruas e nas áreas hippies e nós imaginamos que se pudéssemos transmitir isso para o palco seria magnífico. Nós saíamos com eles e íamos a seus "Be-Ins" {{ref|i|[i]}} e deixamos nossos cabelos crescer.<ref name="Taylor">{{citar web |autor=Taylor, Kate |data=14 de setembro de 2007 |url=http://www.nysun.com/arts/beat-goes/62643/ |publicado=Nysun.com |título=The Beat Goes On |língua= inglês |obra=The New York Sun |acessodata=27 de maio de 2008}}</ref> Vários integrantes do elenco original foram recrutados diretamente das ruas''.''" Rado continua: "Aquilo foi muito importante historicamente e se nós não o tivéssemos escrito, não teria havido nenhum registro daquele movimento. Você hoje pode ler ou ver filmes sobre aquilo, mas não pode vivenciar a experiência pessoalmente. Nós pensamos: Isto está acontecendo nas ruas e queremos levar para o palco."<ref name=prog2009/>

Rado e Ragni levaram seus rascunhos da peça até um produtor, Eric Blau, que os colocou em contato com o [[compositor]] canadense Galt MacDermot. MacDermot havia ganho o ''[[Grammy]]'' em 1961 e tinha um estilo de vida completamente diferente dos outros dois. Usava cabelo curto, tinha esposa, quatro filhos e nunca tinha entrado em contato com um hippie antes do encontro,<ref name=Taylor/> mas dividiu com eles o entusiasmo por criar um musical de ''[[rock & roll]]''. Os três trabalharam de maneira independente, com Rado e Ragni lhes levando as letras e ele transformando-as em música. MacDermot compôs a trilha musical completa em três meses.<ref>{{citar web |autor=Whittaker, Herbert |data=maio de 1968 |url=http://www.intrafi.com/hair/holding/articles/HairArticles/CanadianComposer5-68.html |publicado=Intrafi.com |título=''Hair'': The Musical That Spells Good-bye Dolly! |língua= inglês |obra=The Canadian Composer |acessodata=18 de abril de 2008}}</ref>

=== Off-Broadway ===
Os criadores de ''Hair'' apresentaram o musical para diversos produtores e receberam apenas negativas. Eventualmente, [[Joseph Papp]], que dirigia o [[New York Shakespeare Festival]], resolveu que queria ''Hair'' para abrir o novo [[The Public Theater]], ainda em construção no East Village de Nova York. ''Hair'' seria a primeira atração oferecida por Papp que não era relacionada a [[William Shakespeare]].<ref name=prog2009/> A montagem, porém, não ocorreu com tranquilidade. O diretor do Public, Geral Freedman, demitiu-se frustrado: "A seleção e os ensaios foram confusos, o material em si era incompreensível para vários de nós da equipe do teatro." Papp aceitou a renúncia de Freedman e contratou a [[coreógrafa]] Anna Solokow para o cargo, mas após um desastrado ensaio final com as roupas da peça, ele foi obrigado a chamar Freedman em [[Washington]], onde ele se encontrava, para que assumisse o trabalho novamente.<ref name=isherwooda>{{citar web |autor=Isherwood, Charles |data=16 de setembro de 2007 |url=http://www.nytimes.com/2007/09/16/theater/16ishe.html?_r=1&pagewanted=print&oref=slogin |publicado=Nytimes.com |título=The Aging of Aquarius |língua= inglês |obra=[[The New York Times]] |acessodata=25 de maio de 2008}}</ref>
[[Imagem:CheetahPoster12.jpg|thumb|left|200px|Cartaz de ''Hair'', na Cheetah, antes de estrear na Broadway (1967).]]
''Hair'' estreou em 17 de outubro de 1967 e foi encenado no Public por cerca de seis semanas. Apesar de receber críticas mornas da [[imprensa]], ele logo se tornou popular com as audiências <ref name=isherwooda/> e no mesmo ano um álbum com as músicas foi gravado pelo elenco ''off-Broadway''.

[[Michael Butler]], um [[empresário]] de [[Chicago]] que pretendia lançar sua candidatura ao [[Senado dos Estados Unidos]] tendo como plataforma política a oposição à [[Guerra do Vietnã]], viu um anúncio da peça no ''[[New York Times]]'' e, imaginando tratar-se de uma obra sobre índios americanos, sugestionado pelo cartaz do anúncio, foi ao teatro assistí-la. Acabou assistindo-a várias vezes e resolveu juntar esforços com Papp para levar o musical a outro teatro de Nova York quando acabasse o tempo acordado de exibição no Public. Sem um teatro disponível, os dois levaram ''Hair'' para uma [[discoteca]] na Broadway, onde ela estreou em 22 de dezembro de 1967 <ref>{{citar web |autor=Zolotow, Sam |data=23 de janeiro de 1968 |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/NYT1-23-68.html |publicado=Michaelbutler.com |título=Hair Closes Sunday |língua= inglês |obra=[[The New York Times]] |acessodata=23 de maio de 2009}}</ref> e foi encenada durante 45 dias. Tanto no Public Theater quanto na discoteca, ainda não havia [[nudez]] em ''Hair''.<ref name=Horn87>Horn, pp. 87–88</ref>

Entre o fim das apresentações na discoteca ''Cheetah'' e a estreia na Broadway três meses depois, ''Hair'' passou por várias modificações. Seu enredo original ''off-Broadway'', que já trazia a base do que o faria famoso mas tinha muitas divagações surreais, foi ainda mais depurado, tornando-o mais realista. Por exemplo, o personagem "Claude", que na concepção original era um [[extra-terrestre]] que pretendia ser um [[cineasta]], na montagem final da Broadway tornou-se um humano.<ref name="allmusic">{{citar web |autor=Lindsay Planer |url=http://www.allmusic.com/album/hair-original-1967-off-broadway-cast-r677160/review |título=''Hair'' (Original 1967 Off-Broadway Cast) |publicado=[[allmusic]] |data= |acessodata=3 de fevereiro de 2011 |língua=inglês}}</ref> Além disso, treze novas canções foram incluídas no roteiro e "''[[Aquarius/Let the Sunshine In|Let the Sunshine In]]''", um de seus futuros hinos pacifistas, foi adicionado ao fim do musical, para que ele se tornasse mais edificante e otimista em sua mensagem.<ref name=StarLedger/>
Antes da mudança para a Broadway, a equipe de criação contratou o diretor Tom O'Horgan, que havia feito sua reputação dirigindo teatro experimental  em Nova York. Ele tinha sido a primeira escolha dos autores para dirigir a peça no Public, mas na época encontrava-se na Europa.<ref name="horn">{{Citar livro |sobrenome=Horn |nome=Barbara Lee |editora= |título=The Age of Hair: Evolution and the Impact of Broadway's First Rock Musical |editor= Greenwood Press |edição= |local=Nova York |idioma=inglês |ano=1991 |página=29 |isbn=0-313-27564-5}}</ref> A revista ''[[Newsweek]]'' descreveu o estilo de direção de O'Horgan como "selvagem, sensual, e bem musical … [ele] desintegra a estrutura verbal e muitas vezes divide e distribui o caráter narrativo até mesmo entre diferentes atores.... O'Horgan gosta de um bombardeio sensorial."<ref>{{citar web |autor=Howard Junker |data=3 de junho de 1968 |url=http://www.orlok.com/hair/holding/articles/HairArticles/Newsweek6-3-68.html |título=Director of the Year |obra=Newsweek |publicado=Orlok.com |acessodata=11 de abril de 2008 |língua=inglês}}</ref> Nos ensaios, o diretor usou técnicas que envolviam jogos de improvisação e muitas delas acabaram incorporadas ao roteiro final. O'Horgan e a nova coreógrafa Julie Arenal encorajaram a liberdade de criação e a espontaneidade entre seus atores, introduzindo um estilo de interpretação expansiva e orgânica nunca vista antes na Broadway.<ref name=prog2009/> A inspiração para incluir a nudez no musical veio quando os autores assistiram a uma demonstração antiguerra no Central Park onde dois homens ficaram nus numa atitude de desafio e liberdade, e decidiram incorporar a ideia ao show.<ref name=prog2009/> O'Horgan já havia usado da nudez em várias de suas peças experimentais, e ajudou a integrar a ideia dentro da estrutura do musical.<ref name="LATimes">{{citar web |autor=Pacheco, Patrick |data=17 de junho de 2001 |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/LATimes6-7-01.html |publicado=Michaelbutler.com |título="Peace, Love and Freedom Party" |língua= inglês |obra=[[Los Angeles Times]] |página=1 |acessodata=10 de junho de 2008}}</ref>

Papp, o produtor original ''off-Broadway'' declinou de tentar uma carreira para ''Hair'' na Broadway, e assim Butler assumiu a produção e o desafio sozinho. Durante algum tempo parecia que ele não seria capaz de conseguir um teatro, já que os donos dos principais deles ficaram receosos de exibir material tão controverso. Butler, porém, puxou alguns cordões de ligações políticas e laços familiares e acabou convencendo David Cogan, dono do [[Biltmore Theater]], a lançar o espetáculo.<ref>Horn, p. 42</ref>

== Enredo ==
=== Prólogo ===
O ano é 1968 e o lugar é um [[parque]] em [[Greenwich Village]], Nova York. Claude está sentado sozinho no meio do palco. Um [[altar]] e uma [[chama]] estão dispostos à sua frente. Aos poucos, a Tribo se aproxima e se junta a ele. Berger e Sheila, dois amigos e integrantes da Tribo, cortam uma mecha de seu [[cabelo]] e a colocam no fogo. O grupo então abre o musical cantando '"''[[Aquarius/Let the Sunshine In|Aquarius]]''".<ref>{{citar web |url = http://www.broadway.com/shows/hair/story/ |obra = |título = Hair |data = |acessodata = |autor = |publicado = Broadway.com |língua = inglês}}</ref>

=== Ato I ===
Berger se apresenta ao público e canta ''"Donna"'', sobre seu amor perdido. A Tribo o segue cantando ''"Hashish"'', enquanto "Woof" homenageia a sexualidade cantando ''"Sodomy"''. "Hud" entra em cena, pendurado de cabeça para baixo pelas pernas numa vara e canta ''"Colored Spade"''. Finalmente é Claude quem se apresenta à platéia cantando ''"Manchester, England"'' e diz: 'Eu sou Aquarius, destinado à grandeza ou a loucura'. A Tribo o segue cantando ''"I'm Black" e "Ain't Got No"''.<ref name=":0">{{citar web |url = http://www.musicalheaven.com/h/hair/ |obra = |título = Hair |data = |acessodata = |autor = |publicado = Musicalheaven.com |língua = inglês}}</ref>

Sheila, a estudante burguesa da [[Universidade de Nova York]] e [[ativismo|ativista política]], é carregada numa [[fanfarra]] enquanto canta ''"I Believe in Love"''. Ela então lidera a Tribo numa manifestação pela paz (''"Ain't Got No Grass"'' e ''"Air"''). "Jeannie", membro da Tribo, que canta ''"Air"'' com as amigas "Crissy" e "Dionne", revela que está grávida mas que se apaixonou por Claude. A Tribo canta ''"Initials"'' e então Claude anuncia: "Esta, amigos, é a [[Idade da Pedra]] [[Psicodelismo|psicodélica]]".<ref name=":0" />

Claude é então confrontado por três conjuntos de "pais" e "parentes", interpretados por membros da Tribo, que o pressionam falando sobre [[ética]], trabalho, valores americanos e lhe dizem que uma carta com sua convocação para a [[Guerra do Vietnã]] chegou pelo [[correio]]. Um conflito então surge entre as épocas de 1948 e 1968 (''"I Got Life"'' e bis de ''"Ain't Got No"'').<ref name=":0" />

Mais tarde, Berger diz à Tribo que Claude teve que se apresentar na junta de alistamento. Berger também acabou de ser expulso do colégio e é atacado por três diretores de estilo "[[Nazismo|hitlerista]]" (''"Goin' Down"''). Claude retorna anunciando que passou nos exames físicos do exército. Berger, Woof e Hud tentam ter ideias para permitir a Claude se livrar da convocação e do serviço militar no Vietnã. Em seguida, Claude queima o que parece ser seu cartão de alistamento mas a Tribo descobre que era apenas um cartão de [[biblioteca]]. Um homem e uma mulher passam pelo local, [[turista]]s numa terra de hippies, e falam com o grupo. Claude, Berger e o resto da Tribo cantam ''"Hair"'' para eles. A mulher, impressionada, canta ''"My Conviction"'' em resposta e confessa que é um [[travesti]].<ref name=":0" />

Sheila se junta ao grupo. Ela conta como vive em conjunto com Berger e Claude e mostra uma [[camisa]] de [[cetim]] amarela que trouxe para Berger. Ele começa a brincar em volta deles, "estapeando-a", pisando na camisa e gritando. Claude e Sheila tentam fazê-lo ficar quieto cobrindo sua cabeça com a camisa, quando Berger a pega, leva para longe e a rasga. Sheila, irritada com a atitude, canta ''"Easy to Be Hard"''. Berger então pega a camisa de volta e a leva para costurar e Sheila confessa a Claude que está impaciente com o amigo. Então Berger e Woof fazem sua irônica saudação à bandeira americana cantando ''"Don't Put it Down"''.<ref name=":0" />

"É hora pra o ''Be-In''! Turistas…venham para a [[orgia]]!" Jeannie tentar ficar junto a Claude mas ele a rejeita. Ela está saindo para segui-lo ao "Be-In" quando vê Crissy num canto. Crissy lhe diz que está ali para esperar por ''"Frank Mills"'' (que ela canta), um amor que se foi. Participando do ''Be-In'', a Tribo canta ''"[[Hare Krishna]]"'' celebrando o amor e a vida, consumindo [[maconha]].<ref name=":0" />

Claude então prepara-se para queimar realmente seu cartão de alistamento, mas muda de ideia e canta ''"Where Do I Go"''. Depois, pergunta onde estão todos. A Tribo então emerge toda nua entoando palavras como 'liberdade', 'felicidade' e 'flores'.<ref name=":0" />

=== Ato II ===
Crissy tenta ouvir uma música numa [[vitrola]] mas é abafada pelo grupo cantando ''"Electric Blues"''. A Tribo emenda a canção com ''"Oh Great God of Power"'' mas tudo que conseguem é ver Claude aparecer vestido com uma roupa de [[gorila]]. Ele acaba de retornar do centro de alistamento e Berger e a Tribo descrevem sua versão do encontro. Três das mulheres da tribo cantam as virtudes dos negros em ''"Black Boys"'' e são respondidas por três loiras caracterizadas como integrantes  do trio ''[[The Supremes]]'' que cantam  ''"White Boys"''. Berger começa a distribuir cigarros de [[maconha]] entre todos e logo que a droga faz efeitos todos cantam ''"Walking in Space"''.<ref name=":0" />

A ação então é focada na viagem alucinógena de Claude. Nela, aparece [[George Washington]] na guerra, acompanhado de vários índios. A eles se juntam [[Abraham Lincoln]], [[John Wilkes Booth]], [[Ulysses Grant]], [[Calvin Coolidge]] e [[Scarlett O'Hara]]. Logo depois aparecem [[monge]]s [[budista]]s, [[freira]]s [[católica]]s e manifestações contra a guerra se seguem, como a feiúra da guerra contra os [[vietcong]]s. A Tribo invoca as palavras de [[Shakespeare]] cantando ''"What a Piece of Work is Man"'' para tentar entender e racionalizar os fatos. Enfim a "viagem" termina  (''"How Dare They Try"'') e todos tentam trazer Claude de volta à realidade. Entretanto, ele parece ter problemas em retornar aos dias presentes.<ref name=":0" />

A Tribo divide-se em grupos para dormir sob a luz do luar e Sheila canta  ''"Good Morning, Starshine"''. Um colchão aparece e a Tribo comemora, cantando ''"Never Can You Sin in Bed"''. Eles separam-se de Claude e reuném-se num grupo de "[[Flower power|Flower Power]]" batendo paus e panelas, entoando [[cântico]]s antiguerra. Depois chamam por Claude, mas ele desapareceu.<ref name=":0" />

Sem ser visto por seus amigos, pois só está ali em espírito, Claude reaparece de uniforme militar e diz:"Estou exatamente aqui. Gostem disso ou não, eles me pegaram." (''"The Flesh Failures"''). Ainda sem poder vê-lo, a Tribo canta  ''"Eyes, Look Your Last"'' em contraponto a Claude que canta novamente ''"Manchester, England"''. Sheila repete ''"The Flesh Failures"'' e lidera o grupo na canção final ''"Let the Sun Shine In"''.<ref name=":0" />

Ao final, a Tribo descobre a presença de Claude, que está deitado no chão, de uniforme sobre a [[bandeira]] americana, no centro do palco. Berger pega seus pedaços de pau, com eles faz uma [[cruz]] sobre o corpo deitado de Claude, e todos desaparecem, deixando o corpo estendido no chão. No encerramento, a Tribo volta a cantar ''"Let the Sunshine In"'' e chama a platéia para dividir o palco com eles.<ref name=":0" />

== Canções ==
A trilha musical tinha muito mais canções que os musicais típicos da época. A maioria dos espetáculos da Broadway tinha entre seis e dez canções por ato. O total de ''Hair'' era de mais de trinta.<ref>{{citar web |autor= |título=Hair - The Original Broadway Cast Recording |url=http://www.discogs.com/Various-Hair-The-Original-Broadway-Cast-Recording/release/902632 |publicado=[[Discogs]] |data= |acessodata= |língua=inglês}}</ref> A lista abaixo reflete a apresentação mais comum na Broadway:<ref>{{Citar livro |sobrenome=Miller |nome=Scott |título=Let the Sun Shine: The Genius of Hair |editora= |editor=Heinemann |ano=2003 |isbn=0-325-00556-7}}</ref>
{{col-begin}}
{{col-2}}
; Ato I
* "[[Aquarius/Let the Sunshine In|Aquarius]]"
* "Donna"
* "Hashish"
* "Sodomy"
* "I'm Black/Colored Spade"
* "Manchester England"
* "Ain't Got No"
* "I Believe in Love"
* "Air"
* "Initials (L.B.J.)"
* "I Got Life"
* "Going Down"
* "Hair"
* "Easy to Be Hard"
* "Don't Put It Down"
* "Frank Mills"
* "Be-In"
* "Where Do I Go"
{{col-break}}
; Ato II
* "Electric Blues"
* "Black Boys"
* "White Boys"
* "Walking in Space"
* "Yes, I's Finished/Abie Baby"
* "Three-Five-Zero-Zero"
* "What a Piece of Work Is Man"
* "Good Morning Starshine"
* "The Bed"
* "Aquarius" – (repetição)
* "Manchester England" (repetição)
* "Eyes Look Your Last"
* "The Flesh Failures"
* "[[Aquarius/Let the Sunshine In|Let the Sunshine In]]"
{{Fim}}

=== Gravações ===
[[Ficheiro:Aquarius.ogg|right|200px|thumb|"Aquarius", na gravação do elenco original da Broadway (1968)]]
A primeira gravação de ''Hair'' foi feita em 1967 com o elenco da produção ''off-Broadway''. A gravação com o elenco original da Broadway recebeu o [[Prêmio Grammy]] em 1968 para melhor trilha de musical e vendeu cerca de 3 milhões de cópias nos Estados Unidos até dezembro de 1969.<ref name=Hairzapoppin>{{citar web |url=http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,840493,00.html |publicado=Time.com |autor= |título=Hairzapoppin |obra=[[TIME (revista)|TIME]] |data=12 de dezembro de 1969 |acessodata=29 de maio de 2008 |língua=inglês}}</ref> Em 2007, o ''[[New York Times]]'' observou que "o álbum com o elenco de ''Hair'' tornou-se obrigatório para a [[classe média]]. Sua exótica arte da capa laranja e verde ficava imediatamente impressa na [[psiquê]] de quem a olhava.... ele tornou-se um clássico do pop-rock, que, como todo bom [[Música pop|pop]], tem um apelo que transcende gostos particulares por gêneros ou épocas''.''"<ref name=isherwooda/>

Canções da peça foram gravadas por diversos artistas, entre eles [[Diana Ross]], [[Shirley Bassey]] e [[Barbra Streisand]].<ref>{{citar web |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/Billboard3-22-69.html |publicado=Michaelbutler.com |autor= |título=''Hair'' Tunes Sprayed With Cuts |língua= inglês |obra=[[Billboard]] |data=22 de março de 1969 |acessodata=28 de maio de 2008}}</ref> ''"Good Morning Starshine"'' foi gravada por [[Sarah Brightman]], [[Diana Ross]] e [[Oliver (cantor)|Oliver]].<ref>{{citar web |autor= |título=Sarah Brightman |url=http://www.amazon.com/As-Came-Age-Sarah-Brightman/dp/B000006US5 |publicado=[[Amazon.com]] |data= |acessodata= |língua=inglês}}</ref> 
Com este último, o [[single|compacto]] da música chegou ao 3º posto da ''[[Billboard Hot 100]]'', vendeu mais de um milhão de cópias e recebeu o [[Disco de Ouro]] da [[R.I.A.A.]] em agosto de 1969.<ref name="The Book of Golden Discs">{{citar livro
| primeiro= Joseph
| ultimo= Murrells
| ano= 1978
| título= The Book of Golden Discs
| língua= inglês
| edição= 2ª
| editora= Barrie and Jenkins Ltd 
| local= Londres
| página= 264
| isbn= 0-214-20512-6}}</ref>
O grande sucesso de ''Hair'' porém, foi o ''[[medley (música)|medley]]'' "Aquarius / Let the Sunshine In", gravado pelo ''[[The 5th Dimension]]''. A ''[[single]]'' com as duas canções integradas chegou ao topo da ''Billboard'', passando seis semanas consecutivas em primeiro lugar das paradas,<ref>{{citar web |autor= |obra=[[Billboard]] |título=Hot 100 55th Anniversary: The All-Time Top 100 Songs |url=http://www.billboard.com/articles/list/2155531/the-hot-100-all-time-top-songs?list_page=3 |publicado=Billboard.com |data= |acessodata= |língua=inglês}}</ref> sendo o primeiro ''medley'' na história da fonografia americana a conseguir esse feito, e conquistou o [[Prêmio Grammy para Gravação do Ano]], em 1970.<ref>{{citar web |url=http://www.grammy.com/search/1968 |publicado=Grammys.com |autor= |título=Grammy Award Winners for 1968 |língua=inglês |obra= |data= |acessodata=28 de maio de 2008}}</ref> Na [[Grã-Bretanha]], [[Nina Simone]] fez sucesso com o ''medley'' ''"Ain't Got No / I Got Life"''.<ref>[{{Allmusic|class=artist|id=p3149|pure_url=yes}} "Nina Simone, Biography"]. ''allmusic.com''.  Consultado em 11 de abril de 2008</ref> Em  1970, a [[American Society of Composers, Authors and Publishers|ASCAP]] anunciou que ''"Aquarius"'' foi a música mais tocada nos rádios e televisões naquele ano.<ref>{{citar web |url=http://michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/Billboard12-11-71.html |autor= |título=CAPAC Member's Single Was Most Performed in 1970 |obra=Billboard |data=11 de dezembro de 1971 |publicado=Michaelbutler.com |acessodata=29 de maio de 2008 |língua=inglês}}</ref>

Produções da [[Inglaterra]], [[Alemanha]], [[Brasil]], [[Suécia]], [[Japão]], [[Israel]], [[Austrália]] e outros países também lançaram discos gravados por seus elencos e mais de mil gravações vocais e/ou instrumentais individuais de suas canções foram colocadas no mercado. O sucesso das músicas chamou tanto a atenção que a [[ABC Records]], depois de uma guerra de ofertas, contratou Galt MacDermot por uma soma recorde para compor as músicas do próximo musical a ser produzido pela empresa.<ref>{{citar web |url=http://michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/Variety9-22-71.html |autor= |título=ABC Gets Rights to ''Verona'' Album; New Royalty High |obra=Variety |data=22 de setembro de 1971 |publicado=Michaelbutler.com |acessodata=28 de maio de 2008 |língua=inglês}}</ref>

== Temática ==
=== Raça e tribo ===
''Hair'' explora muitos dos temas pacifistas do movimento hippie dos anos 60. Excluindo dois musicais precedentes dos anos 20 e 30, que tratam do preconceito racial, da vida dos negros americanos e tinham elencos eminentemente negros, ''Hair'' abriu a Broadway para a integração racial, com um terço do elenco sendo de negros.<ref name=Horn134>Horn, p. 134</ref> Exceto por [[esquete]]s satíricos, os papéis dos negros na Tribo os colocam como iguais aos brancos, quebrando a tradição dos papéis de [[escravo]]s e servos sempre reservados a eles no ramo do entretenimento. A revista ''[[Ebony]]'', dedicada ao mercado afro-americano, declarou que o musical era o maior mercado para atores negros da história do teatro nos Estados Unidos.<ref name=Horn134/>

Várias das cenas e canções da peça tratam de temas raciais. ''"Colored Spade"'', a música que introduz o personagem "Hud", um militante negro, tem na letra uma longa lista de insultos raciais, como "jungle bunny" (coelhinho da selva) e "little black sambo" (pequeno [[mestiço]] negro) com que os negros eram denominados.".<ref>[[Gerome Ragni|Ragni, Gerome]] e [[James Rado]] (Letristas), [[Galt MacDermot]] (Compositor), e Lamont Washington (Vocalista) (1968). ''Hair'' [Audio Recording].  [[RCA Victor]]. Evento falado na faixa 5, ''"Colored Spade"''.</ref> Ao fim dela, "Hud" diz à Tribo que o "bicho papão" vai pegá-los e o grupo finge estar assustado. ''"Dead End"'', cantada pelos integrantes negros, é uma coletânea de sinais de rua que simbolizam a frustração e a alienação da população negra ("keep out… mad dog… hands off"). Um dos cânticos de protesto diz: "O que nós achamos que é realmente legal? Bombardear, linchar e segregar!.<ref name=script>[[James Rado|Rado, James]]; [[Gerome Ragni]] [1966, 1969]. ''Hair'', Original Script, Tams Whitmark.</ref> Enquanto ''"Black Boys/White Boys"'' é um exuberante reconhecimento da [[miscigenação]].<ref>[[Gerome Ragni|Ragni, Gerome]] and [[James Rado]] (Letristas), [[Galt MacDermot]] (Compositor), [[Diane Keaton]], Suzannah Norstrand, Natalie Mosco, Melba Moore, Lorrie Davis, e Emmaretta Marks (Vocalistas).  (1968).  ''Hair'' [Audio Recording].  [[RCA Victor]]. Evento falado na faixa 25, ''"White Boys"''.</ref>

As inúmeras referências aos [[Povos ameríndios|nativos americanos]] na peça são parte do foco anti[[civilização]], anti[[consumismo]] e a favor do [[naturalismo]] do movimento hippie. Os personagens do grupo são denominados como "Tribo", emprestando o termo das comunidades indígenas. O elenco de cada produção deveria escolher um nome tribal. "A prática não é apenas cosmética… todo o elenco deve trabalhar junto, gostarem uns dos outros e muitas vezes dentro do espetáculo deve funcionar com um único organismo. Todo o sentido de família, de laços, de responsabilidade e de lealdade inerentes à palavra 'tribo', precisam ser sentidos por todo o elenco".<ref name=Applause/> Para reforçar este sentimento, o diretor O'Horgan fez o elenco praticar exercícios de sensibilidade baseados na confiança mútua, incluindo toques, audição e um extenso exame uns dos outros, que derrubou a barreira entre os membros do elenco e da equipe de produção e incentivou a união de todos. Estes exercícios foram baseados em técnicas do ''[[Esalen Institute]]'' e do teatro laboratório polonês.<ref name=horn53>Horn, p. 53</ref> A própria ideia de Claude, Berger e Sheila viverem juntos, é uma outra faceta do [[conceito]] de tribo dos anos 60, mostrado na capa do livro ''The Love Tribe'', de Joseph Mathewson, que descrevia a vida dos jovens do ''East Village'' de então.<ref name="HAIR1">{{citar livro |sobrenome=Mathewson |nome=Joseph |título=The Love Tribe |isbn= |ano=1968 |editora=Signet Books - New American Library of Canada}}</ref>

=== Nudez, liberdade sexual e drogas ===
A breve e famosa cena de nudez ao final do Primeiro Ato foi objeto de grande controvérsia e notoriedade.<ref>{{citar web |url=http://news.bbc.co.uk/onthisday/hi/dates/stories/september/27/newsid_3107000/3107815.stm |publicado=News.bbc.co.uk |autor= |título=Musical ''Hair'' opens as censors withdraw |língua= inglês |obra=On this Day bbc.co.uk |data=27 de novembro de 1968 |acessodata=11 de abril de 2008}}</ref> O crítico Gene Lees escreveu:"Muito se tem falado desta cena…a maioria um monte de bobagens".<ref name=highfidelity>{{citar web |autor=Lees, Gene |data=julho de 1969 |url=http://www.intrafi.com/hair/holding/articles/HairArticles/HighFidelity7-69.html |publicado=Intrafi.com |título=''hair'' in Europe |língua= inglês |obra=High Fidelity |acessodata=26 de maio de 2008}}</ref> A cena foi inspirada na nudez de dois homens, para provocar a polícia, presenciada por Rado e Ragni durante uma manifestação antiguerra. Durante a canção ''"Where Do I Go"'', o palco era forrado com uma grande peça de tecido, próprio para uso em cenários de teatro, principalmente [[cortina]]s, em cima do qual, aqueles que escolhessem ficar nus – a nudez era opcional para os atores – retiravam as roupas. Enquanto a canção se desenrolava, eles ficavam nus, imóveis e em pé, cantando sobre [[pérola]]s, flores, felicidade e liberdade. A cena demorava cerca de 20 segundos. Ela era tão rápida e iluminada de maneira tão difusa, que levou o [[comediante]] [[Jack Benny]] a fazer graça num intervalo de uma apresentação em Londres, perguntando: "Vocês repararam se algum deles era judeu?"<ref>{{citar web |autor=Brien, Alan |url=http://www.orlok.com/hair/holding/articles/HairArticles/LonSunTimes4_28_68.html |publicado=Orlok.com |título=Alan Brien Takes an Advance Look at a Frontal Attack on Broadway |língua= inglês |obra=The London Sunday Times |data=28 de abril de 1968 |acessodata=2 de julho de 2008}}</ref> Mesmo assim, a cena resultou em várias ameaças de censura e reações violentas em alguns lugares.<ref name=Taylor/>
[[Imagem:Hairbrasil7.jpg|thumb|240px|left| A polêmica cena de nudez em ''Hair'', na montagem brasileira de 1969.]]
O elenco francês - que contou por dois anos com a participação do ator e cantor português [[Sérgio Godinho]]<ref>{{citar web |autor= |obra=[[Diário de Notícias (Portugal)]] |título=Sérgio Godinho recebe prémio em Barcelona |acessodata= |url=http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=3118158&seccao=M%FAsica |publicado=DN Artes |data=19 de março de 2013 }}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref> - era o que mais ficava nu das produções estrangeiras, enquanto a Tribo de Londres achava a cena a mais difícil de fazer no musical.<ref name="lemon69">{{citar web |autor=Lemon, Richard |url=http://www.intrafi.com/hair/holding/articles/HairArticles/SanFranProg10-69.html |publicado=Intrafi.com |título=Here, There, Everywhere ''Hair'' |língua= |obra=Performing Arts Magazine |data=outubro de 1969 |acessodata=28 de julho de 2008}}</ref> O elenco sueco teve muita relutância com a cena enquanto o dinamarquês chegava a andar nu pelos corredores do auditório durante o [[prelúdio]] da peça.<ref name=Horn103/> Em algumas apresentações iniciais, os alemães realizavam a cena atrás de uma grande faixa cobrindo a parte de baixo de seus corpos, escrita "censurado".<ref name="lemon69"/> [[Donna Summer]], que fez parte da tribo alemã, resumiu o fato: "A cena não tinha nenhuma pretensão de ser sexual e não era. Nós ficávamos nus, em pé, simbolizando o fato de que a sociedade se preocupa mais com a nudez do que com mortes. Nós nos preocupamos mais com alguém andando quase nu pelas ruas do que com alguém andando por aí atirando nas pessoas".<ref name=StarLedger/> No Brasil, o problema foi de outra maneira, com a cena sendo realizada normalmente mas com duração limitada, exigida pela censura militar da época e só permitida após longa negociação entre os produtores e os censores do governo.<ref name="vidanews"/>

Natalie Mosco, integrante do elenco original da Broadway, explicou seus sentimentos:'"Eu era totalmente contra fazer a cena de nu em princípio, mas me lembrei de minha professora de arte dramática me dizendo que parte do trabalho de representar é ser privado em público. Então eu a fiz."<ref>{{citar web |url=http://michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/Esquire9-68.html |publicado=Michaelbutler.com |autor= |título=Optional Nudity in ''Hair'' |língua= |obra=Esquire |data=setembro de 1968 |acessodata=2 de julho de 2008}}</ref> Outra atriz da montagem original, Melba Moore, disse:"A cena não significa nada mais do que você quer que signifique. Nós damos muito valor em cobrir nossos corpos, mas isso não significa nada. É como muitas pessoas ficarem tensas sobre nada. Sim, no começo eu estava apavorada. Pensei, 'estou aqui nua, sem proteção e todo mundo olhando pra mim'. Agora, eu fico surpresa de estar ali, nua, completamente à vontade, sem ficar embaraçada. Quem fica assim é a audiência." <ref>{{citar web |autor=Berkvist, Robert |data=14 de setembro de 1969 |url=http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=F10816FA395D11738FDDAD0994D1405B898AF1D3&scp=1&sq=Melba+Changes+Color+of+Hair&st=p |publicado=Nytimes.com |título=Changes Color of ''Hair'' |língua= inglês |obra=[[The New York Times]] |página=D3 |acessodata=2 de julho de 2008}}</ref> James Rado disse:"'' ''Ficar nu na frente de uma plateia significa que vocês está desnudando sua alma. Não apenas sua alma mas todo seu corpo. A cena é muita apta para o musical, muito honesta e quase necessária".<ref name=StarLedger/>

''Hair'' glorifica a liberdade sexual de várias maneiras. "O'' ''elemento amor era palpável no movimento pacifista", diz Rado.<ref name=prog2009/> Durante a canção ''"Sodomy"'', Woof exorta a todos "participarem da completa orgia do [[Kama Sutra]].".<ref>[[Gerome Ragni|Ragni, Gerome]] and [[James Rado]] (Lyricists), [[Galt MacDermot]] (Composer), and Steve Curry (Vocalist). (1968) ''Hair'' [Audio Recording]</ref> Perto do fim do Segunto Ato, os membros da tribo revelam suas tendências ao [[amor livre]] quando brincam sobre quem vai dormir com quem naquela noite. Woof tem uma grande atração por [[Mick Jagger]] e um abraço a três entre Claude, Berger e Sheila, acaba com os dois homens se beijando.<ref name=script/>

Várias drogas ilegais são usadas pelos personagens durante o musical, especialmente um [[alucinógeno]] durante a sequência da [[ácido lisérgico|viagem lisérgica]] de Claude.<ref name=Applause/> A canção ''"Walking in Space"'' começa durante a sequência e a letra homenageia a experiência declarando "como eles ousam interromper esta beleza…neste mergulho nós redescobrimos as sensações…nossos olhos estão abertos, muito, muito, muito…" Em outra fala, Sheila fuma um cigarro de maconha e diz que quem pensa que maconha é ruim, tem a cabeça cheia de merda".<ref name=script/> De maneira geral, a Tribo tem preferência por alucinógenos e drogas de 'expansão da mente', em detrimento de depressivos e [[anfetaminas]]. A canção ''"Hashish"'' fala de um lista de drogas farmacêuticas, legais e ilegais, como [[álcool]], [[cocaína]], [[LSD]], [[ópio]] e [[clorpromazina]], usada como [[psicotrópico]].<ref name=miller116>Miller, p. 116</ref>

=== Pacifismo e ambientalismo ===
O tema do [[pacifismo]] que permeia o musical é unificado com o [[dilema moral]] de Claude, se ele queima ou não seu cartão de alistamento.<ref name=Applause/> O pacifismo é explorado em diversas canções e sequências da peça, uma delas a viagem lisérgica durante o Segunto Ato. A letra de ''"Three-Five-Zero-Zero"'' evoca os horrores da guerra.<ref>[[Gerome Ragni|Ragni, Gerome]] and [[James Rado]] (Letristas), [[Galt MacDermot]] (Compositor), and Original Broadway Cast (Vocalistas). (1968)  ''Hair'' [Audio Recording].  [[RCA Victor]]. Evento falado na faixa 28, ''"Three-Five-Zero-Zero"''.</ref> Ela foi baseada num [[poema]] de 1966 de [[Allen Ginsberg]]. Neste poema, um "general Maxwell Taylor" orgulhosamente informa o número de inimigos mortos em um mês, "Três-Cinco-Zero-Zero", repetindo-o dígito a dígito para causar mais efeito.<ref name=Applause/>

''"Don't Put It Down"'' satiriza o irrefletido [[patriotismo]] de pessoas que são absolutamente 'loucas' pela bandeira norte-americana.<ref>Miller, pp. 110–11</ref> ''"Be In (Hare Krishna)"'', evoca e elogia os movimentos pacifistas e eventos como os ''"Be-Ins"'' de São Francisco e do Central Park.<ref>{{citar web |autor=McNeill, Don |data=30 de março de 1967 |url=http://www.villagevoice.com/specials/0543,50thmcneill,69181,31.html |publicado=Villagevoice.com |título=Be-In, be-in, Being |língua= inglês |obra=The Village Voice, The Village Voice, LLC |acessodata=17 de abril de 2008}}</ref> Durante o desenrolar do musical, a Tribo entoa ''[[slogan]]s'' populares como "O que nós queremos? Paz – Quando queremos isso? Agora!". A otimista e final ''"Let The Sunshine In"'' é um chamado à ação para rejeitar a escuridão da guerra e mudar o mundo para melhor.<ref name=Applause/>

''Hair'' também satiriza a [[poluição]] causada pela [[civilização]]. Jeanie aparece através de um alçapão no palco usando uma [[máscara contra gases]] e canta ''"Air"''. Na letra, "Bem-vindo [[dióxido de enxofre]], alô [[monóxido de carbono]], o ar… está em todo lugar". Ela sugere que a [[poluição]] acabará matando-a em "[[vapor]] e [[fumaça]] na pedra do meu [[túmulo]], respirando como um [[perfume]] sombrio". Com uma veia cômica pró-verde, "Woof" apresenta-se ao público dizendo que faz "crescer coisas", como [[beterraba]], [[milho]] e [[ervilha]]s doces.<ref name=script/>

=== Religião e astrologia ===
A religião aparece tanto abertamente quanto simbolicamente durante a peça, muitas vezes tratada como piada.<ref name=Applause/> Berger canta sua procura por ''"My Donna"'', o que leva ao duplo significado entre a mulher que ele procura e a [[Maria (mãe de Jesus)|Madona]]. Em ''"Sodomy"'', um hino a tudo que seja "sujo" sobre sexo, o elenco evoca posições religiosas como a [[Pietá]] e [[Cristo]] na cruz.<ref name=liner>{{citar web |autor=Davis, Lorrie (1968). Notas do  álbum  ''Hair'' Original Cast Recording, pp.5–6 [CD booklet |obra=New York: [[RCA Victor]] (1150-2-RC) |url=http://musicbrainz.org/release/22b9abaa-1c35-41b9-82b7-e9e8c99d40c1.html |publicado=[[MusicBrainz]] |título=Hair |data= |acessodata= |língua= inglês}}</ref> Antes da canção, inclusive, Woof recita um [[Santo Rosário|rosário]] modificado.<ref name="Applause" />

{| class="toccolours" style="float: right; margin-left: 1em; margin-right: .0em; font-size: 90%; background:#c6dbf7; color:black; width:30en; max-width: 30%;"
| style="text-align: left; font-style:bold;" |
'''Excerto de "Aquarius"'''
<div style= "font-size: 90%">
Harmony and understanding<br />
Sympathy and trust abounding.<br />
No more falsehoods or derisions<br />
Golden living dreams of visions<br />
Mystic crystal revelation<br />
And the mind's true liberation.<br />
Aquarius

''Harmonia e entendimento''<br />
''Simpatia e confiança abundando''<br />
''Sem mais falsidades ou escárnios''<br />
''Sonhos dourados vivos de visões''<br />
''Revelação mística de cristal''<br />
''E a verdadeira libertação da mente''<br />
''Aquário''
</div>
|}
Claude torna-se uma clássica figura de Cristo em várias partes da peça. No Primeiro Ato, ele entra dizendo "Eu sou o Filho de Deus; eu desaparecei e serei esquecido" e então abençoa a tribo e a audiência. Há também alusões textuais a 'Claude' sendo crucificado e ao final ele é escolhido para dar sua vida pelos outros. Berger é visto como uma representação de [[João Batista]], preparando o caminho para 'Claude'.<ref name=Applause/>

Músicas como ''"Good Morning Starshine"'' e ''"Aquarius"'' mostram o interesse da  contracultura dos anos 60 na [[Astrologia]] e nos conceitos cósmicos. A segunda é o resultado da pesquisa de James Rado em seu próprio [[Signos zodiacais|signo astrológico]].<ref name=astrology>{{citar web |url=http://www.orlok.com/hair/holding/articles/HairArticles/AstrologyToday.html |publicado=Orlok.com |autor= |título=Rapping With Sally Eaton of ''Hair'' |língua= inglês |obra=Astrology Today ''michaelbutler.com |data= |acessodata=11 de abril de 2008}}</ref> A astróloga da companhia, Maria Crummere, era sempre consultada sobre o elenco. Sheila era normalmente interpretada por uma atriz de [[Libra (astrologia)|Libra]] ou [[Capricórnio (astrologia)|Capricórnio]] e Berger por um ator de [[Leão (astrologia)|Leão]],<ref name=astrology/> apesar de Gerome Ragni, o Berger original, ser de [[Virgem (astrologia)|Virgem]].

Crummere também era consultada com relação à data de estreia mais propícia para o musical.<ref name="Hairzapoppin"/> Foi ela que escolheu o dia 29 de abril de 1968 para a estreia na Broadway: "o dia 29 era auspicioso porque era noite de [[lua cheia]], indicando que o público viria em massa. A posição dos "fazedores da história" ([[Júpiter (planeta)|Júpiter]], [[Urano (planeta)|Urano]] e [[Plutão]]) na décima casa, fariam o ''show'' ser único, poderoso e sucesso de bilheteria. E o fato de que [[Netuno (planeta)|Netuno]] estava ascendente, predizia que ''Hair'' criaria uma reputação envolvendo sexo."<ref name=dowling>{{citar web |autor=Dowling, Colette |data=maio de 1971 |url=http://michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/Playbill5-71.html |publicado=Michaelbutler.com |título=''Hair'' – Trusting the Kids and the Stars |língua= inglês |obra=Playbill |acessodata=1 de junho de 2008}}</ref>

No [[México]], quando Crummere não escolheu a data da estreia, ''Hair'' foi encerrado após a primeira apresentação e o elenco preso e deportado. Ela também não ficou satisfeita com a data marcada para a estreia em [[Boston]], quando os produtores foram processados por conteúdo imoral.<ref>{{citar web |autor=Prideaux, Tom |data=17 de abril de 1970 |url=http://michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/Life4-17-70.html |publicado=Michaelbutler.com |título=That Play Is Sprouting Everywhere |língua= |obra=Life |acessodata=7 de junho de 2008}}</ref>

=== Literatura e simbolismo ===
''Hair'' faz muitas alusões às peças de [[William Shakespeare]], especialmente ''[[Romeu e Julieta]]'' e ''[[Hamlet]]'', e algumas vezes usa material lírico diretamente de Shakespeare.<ref name=Applause/> A letra de ''"What a Piece of Work Is Man"'' é retirada da segunda cena do Segunto Ato de Hamlet. Em ''"Flesh Failures/Let The Sun Shine In"'', os versos "Eyes, look your last!/ Arms, take your last embrace! And lips, O you/ The doors of breath, seal with a righteous kiss"  são de ''Romeu e Julieta''. Simbolicamente, a indecisão de Claude entre queimar ou não seu cartão de convocação, e que ao final causa seu desaparecimento, é visto como um paralelo a ''Hamlet''.<ref>Miller, p. 91</ref>

O simbolismo se faz presente na última cena, quando Claude aparece entre seus amigos como um espírito fantasmagórico em uniforme militar, num irônico eco de uma cena anterior, e diz:"Eu sei porque eu quero ser invisível". Oskar Eustis, diretor artístico do Public Theater, analisa a relação: "Ambos, 'Hair' e 'Hamlet', são centrados em dois brilhantes idealistas que lutam para achar seu lugar num mundo corrompido pela guerra, violência e políticos venais. Os dois veem as possibilidades luminosas e as mais duras realidades do ser humano. Ao final, incapazes de combater com eficiência o mal ao seu redor, ambos sucumbem."<ref>{{citar web |url=http://www.newyorktheatreguide.com/news/feb08/shakespeare07feb08.htm |publicado=Newyorktheatreguide.com |autor= |título=Shakespeare in the Park to present ''Hamlet'' and the musical ''Hair |língua= inglês |data=7 de fevereiro de 2008 |obra= |acessodata=18 de abril de 2008}}</ref>

Outras referências literárias são o retrato de [[Scarlett O'Hara]] de ''[[E o Vento Levou]]'' e do [[ativista]] e poeta negro [[Amiri Baraka|LeRoi Jones]] durante a 'viagem ' da Tribo; a canção ''"Three-Five-Zero-Zero"'' também é baseada no poema ''Wichita Vortex Sutra'', de Allen Ginsberg.<ref name="HAIR1" />

== Carreira ==
''Hair'' estreou na Broadway, no Biltmore Theatre, em 29 de abril de 1968,<ref>{{citar web |url=http://www.hairthemusical.com/en00591musical_content.html |publicado=Hairthemusical.com |autor= |obra= |titulo=HAIRtimeLINE |língua=inglês |data= |acessodata=29 de maio de 2011}}</ref> dirigido por Tom O'Hogan, com coreografia de Jule Arenal, [[cenografia]] de [[Robin Wagner]], [[figurino]]s de Nancy Potts e iluminação de Jules Fisher. O elenco original e os personagens que representaram era composto por James Rado (Claude), Gerome Ragni (Berger) (os dois autores nos papéis masculinos principais), Steve Curry (Woof), Lynn Kellogg (Sheila), Sally Eaton (Jeanie), Lamont Washington (Hud), Shelley Plimpton (Crissy), Melba Moore (Dionne), Jonathan Kramer (travesti) e [[Diane Keaton]] - anos depois vencedora do ''[[Óscar|Oscar]]'' - Donnie Burks, Lorrie Davis, Paul Jabara - que nos anos 70 e 80 comporia sucessos para [[Donna Summer]], [[Barbra Streisand]] e [[The Weather Girls]]<ref>{{citar web |url=http://www.artistswithaids.org/artforms/music/catalogue/jabara.html |autor= |obra= |titulo=Paul Jabara |língua=inglês |publicado=Music Archive catalogue |data= |acessodata=4 de junho de 2011 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20060824125055/http://www.artistswithaids.org/artforms/music/catalogue/jabara.html |arquivodata=24 de agosto de 2006 |urlmorta=yes }}</ref> - Ronnie Dyson, Leata Galloway, Emmaretta Marks (integrantes da Tribo), entre outros.<ref>{{citar web |autor= |obra= |título=Hair Cast |url=http://www.broadwayworld.com/shows/cast.php?showid=4971 |publicado=Broadway World |data= |acessodata= |língua=inglês}}</ref>
[[Imagem:OBClife.jpg|thumb|right|240px|[[James Rado]] (centro), Steve Curry, Lynn Kellog, Melba Moore, Emmeretta Marks, Ronnie Dyson e outros. O elenco original de ''Hair'' na Broadway, 1968. Foto: © Dagmar.]]
Além do elenco original, durante a carreira do musical outros nomes famosos no ''show business'' americano fizeram parte do elenco, como [[Ben Vereen]], [[Keith Carradine]], [[Meat Loaf]] e [[Joe Butler]], [[baterista]] e [[vocalista]] do [[The Lovin' Spoonful|Lovin' Spoonful]].<ref name=IBDB>{{citar web |url=http://www.ibdb.com/production.asp?id=3393 |publicado=Ibdb.com |autor= |título=Hair |língua=inglês |obra=Internet Broadway Database |data= |acessodata=11 de abril de 2008}}</ref>

A produção do musical logo se viu envolvida num processo judicial com os organizadores do [[Prêmio Tony]]. Depois de assegurar a Michael Butler que todos os espetáculos que tiveram pré-estreias até 3 de abril estariam elegíveis para concorrer aos prêmios, a direção da ''New York Theatre League'', que administra os Tony, voltou atrás e estipulou a data de 19 de março de 1968 como o prazo máximo para que os concorrentes do ano pudessem participar, o que deixava ''Hair'' de fora. Os produtores então processaram a entidade,<ref>{{citar web |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/Variety3-10-68.html |publicado=Michaelbutler.com |autor= |título=Producer Sues N.Y. Theatre League On ''Hair'' Exclusion as Tony Entry |língua= inglês |obra=[[Variety]] |data=10 de março de 1968 |acessodata=11 de abril de 2008}}</ref> mas não conseguiram ganhar a causa nem forçar os administradores do ''Tony'' a reconsiderarem.<ref>{{citar web |autor=Zoltrow, Sam |data=22 de março de 1968 |url=http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=F60613FF355D147493C0AB1788D85F4C8685F9&scp=1&sq=March+22%2C+1968+tony&st=p |publicado=Nytimes.com |título=''Happy Time'' Gets 10 Mentions Among Tony Award Candidates |língua= inglês |obra=[[The New York Times]] |página=59 |acessodata=11 de abril de 2008}}</ref>

''Hair'' participou dos ''Tony'' apenas no ano seguinte, 1969, indicado para Melhor Musical e Melhor Diretor mas perdeu nas duas categorias.<ref>{{citar web |url=http://www.tonyawards.com/p/tonys_search?start=0&year=1969&award=&lname=&fname=&show= |publicado=Tonyawards.com |autor= |título=Past Winners, 1969 |língua=inglês |obra= |data= |acessodata=11 de abril de 2008}}</ref>  O musical entretanto, continuou seu sucesso de público por 1750 apresentações na Broadway, encerrando apenas em 1 de julho de 1972.<ref name=IBDB/>

Da Broadway, várias montagens da peça foram feitas pelos Estados Unidos, iniciando por [[Los Angeles]] para onde foram alguns dos integrantes do elenco original, incluindo os dois autores, e depois [[São Francisco (Califórnia)|São Francisco]] e [[Chicago]], chegando a haver nove produções simultâneas e fixas em cidades diferentes, além de um grupo que saiu em turnê nacional pelo país. As produções regionais tinham em seu elenco atores locais, mas em algumas delas os atores originais também participavam fazendo seus personagens da Broadway. O'Horgan, Rado e Ragni muitas vezes aproveitavam improvisações feitas nestes espetáculos para os incorporarem ao musical em Nova York, como quando galinhas vivas foram jogadas no palco em Los Angeles.<ref name=Horn100>Horn, pp. 100–01</ref>

Na época, era extremamente raro que tantas montagens secundárias fossem espalhadas pelo país enquanto uma peça ainda estivesse sendo apresentada na Broadway. O produtor Michael Butler, que tinha declarado que ''Hair'' era o "mais poderoso libelo anti-guerra jamais escrito", disse que a razão para isso é que ele queria que mais pessoas tivessem contato imediato com as mensagens do musical, para influenciar a [[opinião pública]] contra a Guerra do Vietnã e terminá-la o mais rápido possível.<ref>{{citar web |autor=Butler, Michael |url=http://www.michaelbutler.com/cyberbil/hair/jfk.html |publicado=Michaelbutler.com |título=How and Why I Got Into ''Hair'' |língua= inglês |obra=Pages from Michael Butler's Journal |data= |acessodata=11 de abril de 2008}}</ref>

=== Montagens internacionais ===
A primeira estreia de ''Hair'' fora dos Estados Unidos foi no [[West End]] de [[Londres]], em 27 de setembro de 1968, com o mesmo time criativo da Broadway. A estreia foi adiada até a abolição da censura nos teatros ingleses feito pelo ''Theatres Act 1968''.<ref name=":2">{{citar web |autor=Lewis, Anthony |url=http://michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/NYT9-29-68.html |publicado=Michaelbutler.com |título=Londoners Cool To Hair's Nudity: Four Letter Words Shock Few at Musical's Debut |acessodata= |língua=inglês |obra=[[The New York Times]] |data=29 de setembro de 1968}}</ref> Tal como aconteceria em outras produções iniciais estrangeiras, a primeira montagem inglesa adicionou pitadas de alusões locais junto às originais vindas da Broadway. Entre os atores do elenco original britânico estavam [[Elaine Paige]] e [[Tim Curry]], em sua primeira peça completa antes de tornar-se um astro internacional com o musical e o filme ''[[The Rocky Horror Picture Show]]''. A carreira do musical em Londres foi ainda mais longa que na Broadway, durando 1997 apresentações, até ser interrompida em julho de 1973 depois do desabamento do teto do teatro onde era encenado.<ref>{{citar web |url=http://www.thisistheatre.com/londontheatre/shaftesburytheatre.html |publicado=Thisistheatre.com |autor= |título=Shaftesbury Theatre, London |língua=inglês |obra= |data= |acessodata=17 de abril de 2008}}</ref>
[[Imagem:Hair 1969.jpg|thumb|200px|Bilhete de ingresso de ''Hair'' em [[Hamburgo]], [[Alemanha]] (19 de novembro de 1969)]]
O trabalho de cuidar das produções em língua não-inglesa foi entregue a Bertrand Castelli, sócio de Butler e co-produtor executivo do musical original. Castelli tormou a decisão de encenar a peça na [[linguagem]] local de cada país, numa época em que quase todos os shows oriundos da Broadway encenados pelo mundo eram encenados em inglês. As traduções seguiam o [[roteiro]] original e os mesmos cenários da Broadway eram usados. Cada roteiro continha referências da cultura local, como o nome de ruas e de autoridades ou celebridades de cada país. Ele produziu pessoalmente versões no México, [[França]] e [[Alemanha]], algumas vezes dirigindo o próprio espetáculo.<ref name=Horn103>Horn, pp. 103–10</ref>

A versão alemã estreou em 25 de outubro de 1968 em [[Munique]]<ref>{{citar web |autor=Blumenthal, Ralph |data=26 de outubro de 1968 |url=http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=FB0913FB39581B7493C4AB178BD95F4C8685F9&scp=1&sq=October+26%2C+1968+munich&st=p |publicado=Nytimes.com |título=Munich Audience Welcomes ''Hair''; Applause and Foot Stamping Follow Musical Numbers |língua=inglês |obra=[[The New York Times]] |página=27 |acessodata=11 de abril de 2008}}</ref> e trazia a cantora [[Donna Summer]] entre as integrantes da Tribo.<ref>{{citar web |url=http://www.superseventies.com/ssdonnasummer.html |publicado=Superseventies.com |autor= |obra= |titulo=Donna Summer - In Her Own Words |língua=inglês |data= |acessodata=27 de maio de 2011}}</ref> Em [[Paris]], ele estreou em 1 de junho de 1969.<ref>{{citar web |url=http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=F20E1EF63D5C137A93C0A9178DD85F4D8685F9&scp=1&sq=Translated+Hair+Cheered+In+Paris&st=p |publicado=Nytimes.com |autor= |título=Translated ''Hair'' Cheered in Paris; Title Lends Itself to Jest at Candidate's Expense |língua=inglês |obra=[[The New York Times]] |página= 53 |data=2 de junho de 1969 |acessodata=7 de junho de 2008}}</ref> e a ansiedade do público francês em vê-lo fez com que US$ 60 mil em ingressos fossem vendidos antes da estreia.<ref>{{citar web |url=http://www.orlok.com/hair/holding/articles/HairArticles/NewYorker6-14-69.html |publicado=Orlok.com |autor= |obra= |titulo=The New Yorker |data=14 de junho de 1969 |acessodata=27 de maio de 2011 |língua=inglês}}</ref>

Outra notável montagem de ''Hair'' aconteceu em [[Belgrado]], na antiga [[Iugoslávia]], a primeira versão do musical num país [[comunista]].<ref>{{citar web |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/Newsweek7-7-69.html |publicado=Michaelbutler.com |autor= |título=''Hair'' Around the World |língua= inglês |obra=[[Newsweek]] |data=7 de julho de 1969 |acessodata=11 de abril de 2008}}</ref>  Dirigido por uma produtora-diretora local, o musical teve a presença do presidente [[Josip Broz Tito|Tito]] e foi uma das versões favoritas da dupla Rado e Ragni, com o segundo dizendo para o público que ali não haviam "preconceitos da classe media". O roteiro do ''Hair'' iugoslavo incluía farpas atiradas à [[Mao Zedong]] e à [[Albânia]], rival tradicional do país.<ref name=Horn103/>

Em 1970, ''Hair'' havia se tornado um grande sucesso financeiro mundial, com montagens em dezenove países fora dos Estados Unidos, incluindo [[Argentina]], [[Austrália]], [[Áustria]], [[Brasil]], [[Canadá]], [[Dinamarca]], [[Finlândia]], [[Itália]], [[Japão]], [[Noruega]] e [[Suécia]]. As várias produções simultâneas do musical estavam faturando cerca de US$ 1 milhão a cada dez dias e ''[[royalties]]'' estavam sendo recebidos de 300 gravações diferentes das músicas, fazendo de ''Hair'' a "mais bem sucedida trilha sonora escrita especialmente para um musical da Broadway em todos os tempos."<ref name=billboard670>{{Citar web |primeiro=Mike |último=Gross |título=Hair Is Doing Runaway Business as Score & Play |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/Billboard6-27-70.html |obra=Billboard |publicado=Michaelbutler.com |data=27 de junho de 1970 |acessodata=18 de abril de 2008 |língua=inglês}}</ref>

== Recepção ==
A recepção da crítica após a estreia na Broadway, foi, com algumas exceções, esmagadoramente positiva. Clive Barnes, no ''New York Times'', escreveu:"O que é tão agradável em ''Hair''? Acho que é simplesmente porque ele é agradável. Tão novo, tão fresco e tão despretensioso, mesmo em suas pretensões."<ref name=barnes>{{citar web |autor=Barnes, Clive |data=30 de abril de 1968 |url=http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=FA0C14F7345D147493C2AA178FD85F4C8685F9&scp=1&sq=hair&st=p |publicado=Nytimes.com |título=Theater: ''Hair'' – It's Fresh and Frank; Likable Rock Musical Moves to Broadway |língua= inglês |obra=[[The New York Times]] |página=40 |acessodata=11 de abril de 2008}}</ref> O ''[[Wall Street Journal]]'' resenhou: "… o show é exuberante, desafiador e a produção explode por todos os cantos do Biltmore Theater".<ref>{{citar web |autor=O'Connor, John |data=1 de maio de 1968 |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/WallStJournal5-1-68.html |publicado=Michaelbutler.com |título=The Theater: ''Hair'' |língua=inglês |obra=[[Wall Street Journal]] |acessodata=16 de abril de 2008}}</ref> No ''[[New York Post]]'', "''Hair'' tem uma surpresa, ou talvez seja um charme intencional, seu bom humor é contagiante e seu sabor juvenil o torna difícil de resistir".<ref>{{citar web |autor=Watts Jr., Richard |data=30 de abril de 1968 |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/NYPost4-30-68.html |publicado=Michaelbutler.com |título=Two On The Aisle – Broadway Theater Review – Music of the American Tribe |língua= inglês |obra=New York Post |acessodata=16 de abril de 2008}}</ref>

As críticas na [[televisão]] foram ainda mais entusiásticas. A [[American Broadcasting Company|ABC]] disse que "Os atores são os hippies mais talentosos que você jamais viu, dirigidos de uma maneira lindamente selvagem por Tom O'Horgan."<ref>{{citar web |autor=Jeffries, Allan (Critic). |data=29 de abril de 1968 |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/abctv4-29-68.html |publicado=Michaelbutler.com |título=Review of ''Hair'' |língua=inglês |obra=(Transcription) [Television production] New York City: WABC-TV |acessodata=16 de abril de 2008}}</ref> Para Leonard Probst da [[NBC]], "''Hair'' é o único novo conceito em musicais da Broadway em anos e é o mais divertido deste ano."<ref>{{citar web |autor=Probst, Leonard (Crítico) |data=29 de abril de 1968 |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/nbctv4-29-68.html |publicado=Michaelbutler.com |título=Review of ''Hair'' |língua= inglês |obra=New York City: WNBC-TV |acessodata=18 de abril de 2008}}</ref> John Wingate da [[WWOR-TV]] elogiou a dinâmica trilha sonora de MacDermot que "explode e se eleva"<ref>{{citar web |autor=Wingate, John (Crítico) |data=30 de abril de 1968 |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/wortv4-30-68.html |publicado=Michaelbutler.com |título=Review of ''Hair'' |língua= inglês |obra=New York: WOR-TV |acessodata=18 de abril de 2008}}</ref> e Len Harris da [[Columbia Broadcasting System|CBS]] decretou: "eu finalmente encontrei o melhor musical da temporada. É aquele desleixado, vulgar e fantástico rock musical de amor tribal chamado Hair".<ref>{{citar web |autor=Harris, Len |data=29 de abril de 2008 |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/cbstv4_29_68.html |publicado=Michaelbutler.com |título=Review of ''Hair'' |língua= inglês |obra=New York: WCBS-TV |acessodata=18 de abril de 2008}}</ref>

Já as revistas trouxeram altos e baixos em suas resenhas. Para a ''[[Variety]]'', a mais pessimista delas, ''Hair'' era "... um musical estúpido, sem história, forma, música, dança, beleza ou arte… é impossível dizer inclusive se o elenco tem talento. Mas talvez talento seja irrelevante neste novo tipo de ''show business''."<ref>{{citar web |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/Variety5-1-68.html |autor= |título=Broadway Review |obra= Variety |publicado=Michaelbutler.com |data=1 de maio de 1968 |acessodata=18 de abril de 2008 |língua=inglês}}</ref> Para um crítico da ''[[Time (revista)|Time]]'', "... apesar de mostrar vitalidade, ele é prejudicado por ser um musical sem estrutura e, como um peixe sem osso, oscila quando deveria nadar."<ref>{{citar web |url=http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,902205,00.html |publicado=Time.com |autor= |título=Hair |obra=[[TIME (revista)|TIME]] |data=10 de maio de 1968 |acessodata=18 de abril de 2008 |língua=inglês}}</ref> Jack Kroll, da ''[[Newsweek]]'', entendeu diferente e bem humoradamente que "não há como negar a unidade cinética pura deste novo ''Hair''. Existe algo difícil, contagiante, ligeiramente corrupto na virtuosidade de O'Hogan, como se ele fosse um [[Busby Berkeley]] mal intencionado."<ref>{{citar web |autor=Jack Kroll |data=13 de maio de 1968 |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/Newsweek5-13-68.html |título=Hairpiece |obra=Newsweek |publicado=Michaelbutler.com |acessodata=18 de abril de 2008 |língua=inglês}}</ref>

Conhecendo as críticas ao musical em sua época de lançamento, em 2001 o dramaturgo e escritor Scott Miller escreveu, em seu livro ''Rebels with Applause: Broadway's Ground-Breaking Musicals'': "... algumas pessoas não conseguem ver sob  a aparência de caos e aleatoriedade a brilhante construção e as sofisticadas imagens escondidas em ''Hair''. Não apenas as letras das músicas geralmente não rimam, mas muitas das canções não tem exatamente um fim, apenas diminuindo e parando de repente, assim a audiência fica sem saber quando deve aplaudir… ele rejeitou todas as convenções anteriores da Broadway, do teatro tradicional em geral e especificamente dos musicais americanos. E era brilhante."<ref name=Applause>{{citar livro |páginas= |língua=inglês |edição= |local= |autor=Miller, Scott |ano=2001 |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/scottmiller.html |editora=Portsmouth, NH: Heinemann |título=HAIR&nbsp;– An analysis by Scott Miller |obra=Rebels with applause: Broadway's groundbreaking musicals |isbn=0325003572}}</ref>

== Controvérsias ==
''Hair'' desafiou muitas das normas da sociedade ocidental vigentes em 1968. O nome do musical, que deriva de uma [[pintura]] do artista da ''[[pop art]]'' Jim Dine, que mostra um pente e alguns fios de cabelo,<ref name=Hairstory/><ref name=Courant>{{citar web |autor=Rizzo, Frank |data=31 de agosto de 2008 |url=http://pqasb.pqarchiver.com/courant/access/1515698371.html?dids=1515698371:1515698371&FMT=ABS&FMTS=ABS:FT&type=current&date=Jul+20%2C+2008&author=FRANK+RIZZO&pub=Hartford+Courant&edition=&startpage=G.1&desc=REVIVING+THE+REVOLUTION |publicado=Pqasb.pqarchiver.com |título=''Hair'': Reviving the Revolution |obra=Hartford Courant, courant.com |acessodata=25 de julho de 2008 |língua=inglês |arquivourl=https://web.archive.org/web/20121102105622/http://pqasb.pqarchiver.com/courant/access/1515698371.html?dids=1515698371:1515698371&FMT=ABS&FMTS=ABS:FT&type=current&date=Jul+20,+2008&author=FRANK+RIZZO&pub=Hartford+Courant&edition=&startpage=G.1&desc=REVIVING+THE+REVOLUTION |arquivodata=2 de novembro de 2012 |urlmorta=yes }}</ref> era uma reação às restrições da civilização e seu consumismo e uma opção pelo naturalismo. James Rado relembra que cabelos compridos era "uma forma visível de consciência na expansão de seu consciente. Quanto maior era o cabelo, mais expansiva era a mente. Cabelos longos eram algo chocante e era um ato revolucionário deixá-los crescer. Era, realmente, como se fosse uma bandeira."<ref name=Courant/>

O musical levantou controvérsias desde que surgiu nos palcos. O final do Primeiro Ato, onde os atores ficam nus, foi a primeira vez que a Broadway viu atores e atrizes inteiramente nus em cena. Ele também foi acusado de profanação à bandeira nacional e linguagem obscena. Estas polêmicas, junto com a postura e o tema anti-Guerra do Vietnã, ocasionou algumas ameaças e atos de violência nas primeiras apresentações de ''Hair'' e se tornaram a base de ações legais contra os produtores, tanto nas montagens fixas em outras cidades, quanto nas apresentações em turnês pelo país. Dois casos de tentativa de censura foram parar na [[Suprema Corte dos Estados Unidos]].<ref name=":2" />

A companhia de ''Hair'' que excursionou pelo interior dos Estados Unidos foi a que mais enfrentou resistências morais. Em [[Indiana]], a produção sofreu piquetes de diversos grupos religiosos.<ref>{{citar web |url=http://michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/Variety8-5-70a.html |publicado=Michaelbutler.com |autor= |título=Baptists Hit Use Of County Aud For Hair Two Nighter |língua= inglês |obra=Variety (michaelbutler.com) |data=5 de agosto de 1970 |acessodata=6 de junho de 2008}}</ref> No [[Texas]], a montagem era constantemente ameaçada de ser fechada pelas autoridades. Em [[Chattanooga]], no [[Tennessee]], as autoridades se negaram a ceder o auditório público da cidade para a montagem, o que depois foi contestado pela Suprema Corte como censura e inconstitucional.<ref>{{citar web |autor=Warren, William (05 de Abril de 1972). " |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/ChatanoogaTimes4-5-72.html |publicado=Michaelbutler.com |título=Attorney for "Hair" Irks Judge With Comments on Scopes Trial |língua= inglês |obra=Chattanooga Times |data= |acessodata=11 de abril de 2008}}</ref>

Em [[Boston]], as medidas legais tomadas pela autoridades locais contra ''Hair'' por causa, em princípio, da cena com a bandeira americana, foram também levadas à Suprema Corte pelos produtores. Mesmo com a cena removida antes da abertura, a procuradoria-geral da cidade continuou tentando impedir a exibição depois da temporada iniciada sob o argumento de que cenas lascivas e libidinosas aconteciam no palco. Depois de uma batalha legal que passou pela Suprema Corte de Massachusetts, a apelação à Suprema Corte federal decidiu em favor dos produtores citando a liberdade de expressão e as autoridades foram obrigadas a permitir a reabertura do espetáculo em 22 de maio de 1970, preliminarmente censurado após já ter estreado.<ref name=Bostonlegal>{{citar web |url=http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=F60A16FE3B5A157493C1AB178ED85F448785F9&scp=1&sq=hair&st=p |publicado=Nytimes.com |autor= |título=Supreme Court Clears ''Hair'' for Boston Run |língua=inglês |obra=[[The New York Times]] |página=26 |data=23 de maio de 1970 |acessodata=11 de abril de 2008}}</ref>

Em abril de 1971, uma bomba foi jogada na frente do teatro que o exibia em [[Cleveland]], destruindo vidros e abalando e causando danos na [[Alpendre|marquise]] no edifício. No mesmo mês, familiares do integrante do elenco local Jonathan Johnson e do diretor de palco Rusty Carlson morreram num incêndio num hotel que alojava 33 membros do elenco. Em [[Saint Paul (Minnesota)|St. Paul]], [[Minnesota]], um [[clérigo]] [[protestante]] soltou dezoito ratos brancos dentro do teatro.<ref name=Horn100/>

Mesmo em [[Nova York]], um protesto silencioso feito na Broadway foi muito noticiado pela imprensa. Os [[astronauta]]s [[James Lovell]] e [[John Swigert]], recém-retornados da dramática missão da [[Apollo 13]] (que, por ironia, tinha o módulo lunar que os salvou a vida batizado como 'Aquarius') retiraram-se no meio do espetáculo por considerarem que o musical pregava o antiamericanismo por causa da cena com a bandeira americana.<ref>{{citar web |autor=Abel Green |data=18 de junho de 1970 |url=http://michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/Variety6-18-70.html |publicado=Michaelbutler.com |título=L'Affaire Hair And The Astronauts Who Walked Out; Slur To The Flag |obra=[[Variety]] |acessodata=3 de junho de 2008 |língua=inglês}}</ref>

Por outro lado, em São Francisco a população hippie considerava ''Hair'' como uma extensão deles mesmos e de suas vidas nas ruas. Frequentemente ultrapassavam a barreira entre arte e realidade meditando em conjunto com os integrantes do elenco ou subindo ao palco durante o espetáculo. [[Henry Kissinger]] foi visto na platéia de uma das apresentações em [[Washington D.C.]] e a [[Princesa Anne]], então com 18 anos, foi flagrada dançando no palco durante uma das apresentações em Londres.<ref>{{citar web |url=http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=F20A16F93E5E1B7493C4A8178FD85F4D8685F9&scp=1&sq=Princess+Anne+Dances+On+Stage+During+Hair+&st=p |publicado=Nytimes.com |autor= |título=Princess Anne Dances On Stage During ''Hair |língua=inglês |obra=[[The New York Times]] |página=16 |data=16 de abril de 1968 |acessodata=3 de junho de 2008}}</ref>

=== Reações pelo mundo ===
No exterior, as montagens da peça também tiveram problemas e conviveram com protestos conservadores. Em 1969, a noite de estreia do musical em [[Sydney]], [[Austrália]], teve que ser interrompida devido a uma ameaça de bomba.<ref>{{citar web |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/articles/HairArticles/SydneyDailyTelegraph2669.html |publicado=Michaelbutler.com |autor= |título=Bomb Scare at "Hair" |língua=inglês |obra=Sydney Daily Telegraph |data=6 de junho de 1969 |acessodata=11 de abril de 2008}}</ref> No mesmo ano, em [[Acapulco]], [[México]], ele foi exibido por apenas uma noite.<ref name="hairmexico">{{citar web |url=http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=F60B13F7395F127A93C4A9178AD85F4D8685F9&scp=1&sq=hair&st=p |autor= |obra=[[The New York Times]] |titulo=Mexico Shuts 'Hair' And Expels Its Cast After One Showing |publicado=The New York Times |data= |acessodata=28 de maio de 2011 |língua=inglês}}</ref> Após o encerramento, a polícia interditou o teatro, que se localizava na mesma rua de um famoso [[bordel]] da cidade, dizendo que a produção era "prejudicial à moral da juventude mexicana"<ref name="dowling"/> e prendeu o elenco americano que lá se apresentou, entregando-os ao Departamento de Imigração. A equipe concordou em deixar o país mas complicações legais fizeram com que fossem obrigados a se esconder. Dias depois, foram todos expulsos do México.<ref name="hairmexico"/>

Até em Paris, onde a nudez não era incomum nos palcos<ref>{{citar web |autor=Curtis, Thomas Quinn |url=http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=F20E1EF63D5C137A93C0A9178DD85F4D8685F9&scp=1&sq=Translated+Hair+Cheered+In+Paris+&st=p |publicado=Nytimes.com |título=Translated ''Hair'' Cheered in Paris; Title Lends Itself to Jest at Candidate's Expense |língua=inglês |obra=[[The New York Times]] |página=53 |data= |acessodata=5 de junho de 2008}}</ref> e o elenco se desnudou quase religiosamente, a peça encontrou alguma oposição, como quando um membro do [[Exército da Salvação]] local, usando um [[megafone]], começou a exortar os espectadores para que interrompessem o espetáculo.<ref>{{citar web |autor=John L. Hess |data=2 de fevereiro de 1970 |url=http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=F00D13FF3A5C117A93C0A91789D85F448785F9&scp=1&sq=Salvation+Army+Jousts+With+Hair+in+Paris+&st=p |publicado=Nytimes.com |título= Salvation Army Jousts With ''Hair'' in Paris; A Counterattack by Religious Troops Draws Crowds |obra=[[The New York Times]] |página=14 |acessodata=5 de junho de 2008 |língua=inglês}}</ref> Em [[Bergen]], na [[Noruega]], cidadãos fizeram uma barreira humana na porta do teatro para impedir a entrada do público.
<ref name=Horn103/> Na montagem de Munique, as autoridades ameaçaram cancelar o musical se a cena de nudez não fosse suprimida; porém, depois que um relações-públicas local declarou de público que seus parentes haviam marchado assim, nus, para [[Auschwitz]], as autoridades cederam.<ref name=Horn103/>

''Hair'' efetivamente marcou o fim da censura nos palcos britânicos. O censor de teatros de Londres, [[Lord Chamberlain]], inicialmente recusou-se a conceder a licença para a exibição do musical, e a estreia foi adiada até que o Parlamento passou uma [[lei]] retirando dele o poder de licenciamento de obras teatrais.<ref name=london>{{citar web |autor=Anthony Lewis |data=29 de setembro de 1968 |url=http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=F50E15FB3B541B7B93CBAB1782D85F4C8685F9&scp=1&sq=hair&st=p |publicado=Nytimes.com |título=Londoners Cool to ''Hair'''s Nudity; Four-Letter Words Shock Few at Musical's Debut |obra=[[The New York Times]] |página=76 |acessodata=11 de abril de 2008 |língua=inglês}}</ref>

== Legado ==
''Hair'' foi o primeiro musical conceitual, uma forma de expressão que dominou o teatro musical norte-americano nos anos 70.<ref name=horn127>Horn, pp. 127–29</ref> Musicais como ''[[Follies]]'', ''[[Company (musical)|Company]]'' e ''[[Pacific Overtures]]'' refinaram o gênero enquanto ''[[A Chorus Line]]'', de [[Michael Bennett]], o popularizou. Assim como ''Hair'', ''A Chorus Line'' foi construído durante um período de experiência no [[The Public Theater]] de [[Joseph Papp]].<ref name=horn127/>

Apesar do aparecimento de musicais conceituais terem sido uma consequência inesperada da tomada da Broadway por ''Hair'' no fim dos anos 60, a esperada revolução do rock nos musicais não se completou. Depois dele, MacDermot compôs três peças musicais roqueiras sucessivas, ''Two Gentlemen of Verona'' (1971); ''Dude'' (1972), um segunda colaboração com Ragni e ''Via Galactica'' (1972). Apesar do sucesso do primeiro, que conquistou público e ganhou um Tony de Melhor Musical,<ref>{{citar web |url=http://broadwayworld.com/tonyawardsshowinfo.cfm?showname=Two%20Gentlemen%20of%20Verona |autor= |obra= |titulo=Two Gentlemen of Verona Tony Award Info - Browse by Show |língua=inglês |publicado=Broadway.com |data= |acessodata=4 de junho de 2011}}</ref> ''Dude'' fracassou depois de apenas dezesseis apresentações e ''Via Galactica'' após um mês.<ref name=horn131>Horn, pp. 131–32</ref> ''[[Jesus Cristo Superstar]]'' (1970) e ''[[Godspell]]'' (1971), foram dois sucessos do gênero, de temática religiosa. ''[[Grease]]'' (1975) reverteu o rock aos anos 50 e musicais de temática negra como ''The Wiz'' foram fortemente influenciados pelo [[blues]], [[gospel]] e [[soul music]]. Ao fim da década de 70, entretanto, o gênero tinha se esgotado.<ref name=horn131/>

Exceto por alguns postos avançados do rock como ''[[Dreamgirls]]'' e ''[[A Pequena Loja dos Horrores]]'' no começo da década, o gosto do público nos anos 80 migrou para os megamusicais com trilhas pop como ''[[O Fantasma da Ópera]]'' e ''[[Os Miseráveis]]''. Nos [[década de 1990|anos 90]], poucos musicais, como ''[[Rent (musical)|Rent]]'', conseguiram sucesso com a temática rock.<ref>Wollman, pp. 121–123</ref>

Por outro lado, ''Hair'' teve um profundo efeito não apenas no que passou a ser aceito na Broadway, mas como parte do movimento social que ele celebrava. Em 1970, por exemplo, Michael Butler, Castelli e vários elencos de ''Hair'' contribuíram para o levantamento de fundos para a ''World Youth Assembly'', uma organização patrocinada pelas Nações Unidas criada em conexão com a celebração do 25º aniversário da [[ONU]].<ref name=Teltsch1>{{citar web |autor=Teltsch, Kathleen |url=http://www.orlok.com/hair/holding/articles/HairArticles/NYT5-19-70.html |publicado=Orlok.com |título=U.N. "Youth Assembly Finds An Angel on Broadway" |língua=inglês |obra=The New York Times |data=19 de maio de 1970 |acessodata=19 de abril de 2011}}</ref> A Assembleia escolheu 750 jovens de todo o mundo para encontraram-se em Nova York em julho de 1970 para discutirem temas sociais.<ref name=UNrelease>{{citar web |url=http://www.orlok.com/hair/holding/photographs/hair/wyainsert.html |publicado=Orlok.com |autor= |título=World Youth Assembly Fund |língua= |obra=Press release |data=junho de 1970 |acessodata=19 de abril de 2011}}</ref> Durante uma semana, membros dos elencos de todas as partes do mundo onde ele era encenado recolheram donativos a cada show para este fundo. No total, conseguiram US$ 250 mil e acabaram sendo os principais financiadores da assembleia. Atores integrantes das Tribos contribuíram com um dia de salário e Butler com um dia de seus lucros de cada uma das montagens existentes ao redor do mundo.<ref name=Teltsch1/>

Graças a seu tema universal, ''Hair'' continua, até hoje, a ser uma das principais escolhas de produção de elencos amadores de escolas, cursos de arte dramática e universidades de todo mundo.<ref>{{Citar web |url=http://www.michaelbutler.com/hair/holding/CurrentProductions.html |autor= |título=Current Productions of HAIR |data= |acessodata=11 de abril de 2008 |obra= |publicado=Michaelbutler.com |língua=inglês}}</ref> Sua influência foi sentida não apenas nas artes, mas também nos costumes da sociedade. Como observou [[Ellen Stewart]], fundadora do [[La MaMa Experimental Theatre Club|La MaMa]]:{{Quote| "''Hair'' chegou de jeans, roupas confortáveis e coloridas, sons, movimentos… e você pode ir a um escritório e ver uma secretária hoje em dia e ela está de jeans…você pode ir a qualquer lugar que quiser assim e é o que ''Hair'' fez, e continua fazendo, décadas depois....uma espécie de emancipação, uma emancipação espiritual que veio da montagem de O'Horgan. Até os dias de hoje, ''Hair'' tem influenciado cada pequena coisa que você vê na Broadway, ''off-Broadway'', ''off-off-Broadway''. Em qualquer lugar do mundo você vê elementos das técnicas experimentais que ''Hair'' trouxe não apenas para a Broadway mas para o mundo todo.".<ref>Horn, pp. 137–38</ref>}}

== No cinema ==
{{AP|Hair (filme)}}
''Hair'' foi levado ao cinema em 1979 pelo diretor [[Tchecoslováquia|tcheco]] [[Milos Forman]], com roteiro de Michael Weller e coreografado por [[Twyla Tharp]]. No elenco, nomes como [[John Savage]], [[Treat Williams]], [[Beverly D'Angelo]] e dois integrantes do musical original da Broadway, Melba Moore e Rony Dyson. Filmado em grande parte no [[Central Park]] e no [[Washington Square Park]] em  Nova York, o filme difere em muitos pontos do musical original, a começar pela eliminação de diversas músicas constantes na peça.<ref name="IMDB">{{citar web |url=http://www.imdb.com/title/tt0079261/ |título = Hair (1979) |língua=inglês |data = |acessodata = 25 de novembro de 2014 |autor = |publicado = [[IMDb]]}}</ref>

Personagens também tiveram seus perfis mudados. Nele, "Claude" é um inocente recruta de [[Oklahoma]] que chega a Nova York para integrar-se ao exército, convocado para o Vietnã, e "Sheila" é uma [[socialite]] nova-iorquina que lhe chama a atenção. Na que talvez seja a maior liberdade com a história original, um engano acaba mandando Berger, ao invés de Claude, ao Vietnã, onde ele morre na guerra.<ref name="IMDB"/>

Estreando mundialmente como ''[[hors concours]]'' no [[Festival de Cinema de Cannes]],<ref name="festival-cannes.com">{{citar web |url=http://www.festival-cannes.com/en/archives/ficheFilm/id/1888/year/1979.html |autor= |título=Festival de Cannes: Hair |língua= |data= |acessodata=25 de maio de 2011 |obra= |publicado=Festival-cannes.com}}</ref> o filme, apesar das mudanças, teve sucesso de público e recebeu críticas positivas importantes como a de [[Vincent Canby]], do ''[[New York Times]]'', que escreveu " …as invenções de Weller (o roteirista) fizeram este ''Hair'' ser mais divertido que o original. Ele também deu tempo e espaço para o desenvolvimento dos personagens que, no palco, tinham que expressar a si mesmos quase que inteiramente por música. O elenco é soberbo e o filme, de maneira geral, é delicioso."<ref>{{citar web |autor=Vincent Canby |url=http://movies.nytimes.com/movie/review?res=EE05E7DF173BBE2CA7494CC3B679958C6896 |publicado=Movies.nytimes.com |título=Hair |obra=[[The New York Times]] |data=14 de março de 1979 |acessodata= |língua=inglês}}</ref> A ''Time'' afirmou que "''Hair'' é bem sucedido em todos os níveis - como um divertimento vulgar, um drama emocional, um espetáculo estimulante e uma observação social provocadora."<ref>{{citar web |url=http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,947038,00.html |autor= |obra=[[Time (revista)|TIME]] |titulo=Cinema: A Mid-'60s Night's Dream |publicado=TIME |data= |acessodata=28 de maio de 2011 |língua=inglês}}</ref>

Em 2004, "Aquarius", cantada no filme por Ren Woods, recebeu a 33ª posição entre as 100 maiores músicas do cinema pelo [[American Film Institute]].<ref>{{citar web |url=http://connect.afi.com/site/DocServer/songs100.pdf?docID=244 |autor= |obra= |formato=PDF |titulo= America's Greatest Music in the Movie |publicado=American Film Institute |data= |acessodata=29 de maio de 2011 |língua=inglês}}</ref>

James Rado e Gerome Ragni, porém, ficaram insatisfeitos com o resultado, achando que Forman retratou os hippies como "algum tipo de aberração" sem qualquer ligação com o movimento pacifista, falhando em transportar para a tela a essência original da obra.<ref name=Horn117>Horn, pp. 117–18</ref> Eles declararam que qualquer semelhança entre o filme e o musical se limita a algumas canções, o título em comum e o nome dos personagens. Na opinião dos autores, a verdadeira versão cinematográfica de ''Hair'' ainda não foi feita.<ref name=Horn117/>

== Remontagem ==
Depois de seu encerramento na Broadway em 1972, Hair teve diversas remontagens nos Estados Unidos e no exterior. A primeira delas, mal sucedida, foi no mesmo Biltmore Theater cinco anos depois, em 1977, onde ele ficou apenas 43 dias em cartaz. Apesar de produzido pela mesma equipe, o musical teve críticas de maneira geral negativas, com o ''New York Times'' dizendo que ".... nada envelhece pior do que grafite" e que a "... produção mostrava apenas suas cinzas."<ref>{{citar web |autor=Eder, Richard |url=http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=F40D10F93E59157493C4A9178BD95F438785F9&scp=3&sq=hair+revival&st=p |publicado=Nytimes.com |título=Stage: Revived ''Hair'' Shows Its Gray |língua=inglês |obra=[[The New York Times]] |página=90 |data=6 de outubro de 1977 |acessodata=11 de abril de 2008}}</ref>

Na década seguinte, algumas outras montagens se seguiram em Chicago e em [[Montreal]]. Em maio de 1988, o 20º aniversário da estreia na Broadway foi comemorado com uma apresentação na [[Assembleia Geral das Nações Unidas]] em benefício de crianças com [[AIDS]], que contou com a presença da primeira-dama dos Estados Unidos [[Nancy Reagan]].<ref>{{citar web |autor=Brozan, Nadine |data=28 de maio de 1988 |url=http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=940DE5D61E3EF934A15756C0A96E948260&scp=1&sq=hair+concert&st=nyt |publicado=Nytimes.com |título=Nostalgia in the Air as ''Hair'' Comes to UN to Fight AIDS |língua= inglês |obra=[[The New York Times]] |acessodata=16 de abril de 2008}}</ref> Rado, Ragni e MacDermot reuniram-se para criar nove novas canções e 168 atores que participaram de ''Hair'' em todo mundo se apresentaram na montagem. A renda de espetáculo, que teve ingressos vendidos a até 5 mil dólares, foi integralmente entregue ao Comitê dos Estados Unidos para a [[UNICEF]] e para o Fundo de Crianças com AIDS da ''Creo Society''.<ref name=Horn118>Horn, pp. 118–20</ref>

Após a morte de Gerome Ragni em 1991, Rado e MacDermot continuaram a escrever canções para os ''revivals'' do musical que ocorreram nos [[década de 1990|anos 90]] pelos Estados Unidos e no exterior. Em 1992, uma montagem especial, ''Hair Sarajevo AD 1992'', foi apresentada durante o [[Cerco de Sarajevo]] - e na própria cidade sitiada - como um apelo à paz na [[Bósnia e Herzegovina|Bósnia]].<ref name=CanEncy>{{citar web |autor= |obra=[[The Independent]] |título=Age of Aquarius dawns in Sarajevo: Despite mortar fire near the theatre, 'Hair' is still the hottest ticket in town. Marcus Tanner reports |url=http://www.independent.co.uk/news/age-of-aquarius-dawns-in-sarajevo-despite-mortar-fire-near-the-theatre-hair-is-still-the-hottest-ticket-in-town-marcus-tanner-reports-1454766.html |publicado=Independent.Uk |data= |acessodata= |língua=inglês}}</ref>

=== Broadway 2009 ===
O relançamento de maior sucesso de ''Hair'', porém, aconteceu em 2009 na Broadway, quando ganharia o [[Tony Award]] que não conseguiu receber em seu lançamento original em 1968. Dirigido por [[Diane Paulus]] – que já havia dirigido uma remontagem especial em 2007, em comemoração aos 40 anos da peça, apresentada em forma de concerto de rock por três dias no Delacorte Theater, um teatro aberto no Central Park – o musical estreou oficialmente no [[Al Hirschfeld Theatre]] em 31 de março.<ref name="close">{{citar web |url=http://www.playbill.com/news/article/140757-PHOTO-CALL-Hair-Closes-on-Broadway |obra= |titulo=PHOTO CALL: Hair Closes on Broadway |língua=inglês |último=Fullerton |primeiro=Krissie |publicado=Playbill.com |data= |acessodata=29 de maio de 2011 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100803170544/http://www.playbill.com/news/article/140757-PHOTO-CALL-Hair-Closes-on-Broadway |arquivodata=3 de agosto de 2010 |urlmorta=yes }}</ref> Coreografada por Karole Armitage, trouxe no elenco jovens atores como Gavin Creel, Will Swenson, Caissie Levy, Allison Case, Darius Nichols, Bryce Ryness, Kacie Sheik e Sasha Allen.<ref>{{citar web |url=http://www.hairbroadway.com/tribe |publicado=Hairbroadway.com |autor= |título=Cast bios |língua=inglês |ano=2009 |obra=Hair website |acessodata=5 de março de 2009 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090311005433/http://www.hairbroadway.com/tribe |arquivodata=2009-03-11 |urlmorta=yes }}</ref>
[[Imagem:Hair2009r.jpg|thumb|left|200px|Cartaz da remontagem de ''Hair'' na Broadway (2009).]]
A resposta da crítica foi quase unanimemente positiva.<ref>{{citar web |url=http://criticometer.blogspot.com/2009/04/hair.html |publicado=Criticometer.blogspot.com |autor= |título=Survey of NY theatre reviews of ''Hair |acessodata= |língua= inglês |obra=Critic-o-meter |data=1 de abril de 2009}}</ref> A ''[[Variety]]'', que em 1968 tinha feito uma crítica bastante negativa da peça, resenhou: "A diretora Diana Paulus e seu elenco extremamente talentoso conectam-se com a história de maneira a ir direto ao coração do rock-musical de 1967, gerando uma enorme energia que se irradia pelas vigas do teatro. O que poderia ter sido apenas nostalgia, ao invés disso se torna uma imersão completa numa grande festa. Se esta produção explosiva não mexer alguma coisa em você, então está na hora de você checar seu pulso."<ref>{{citar web |autor= |título=Rooney, David |url=http://www.variety.com/review/VE1117939983.html?categoryid=33&cs=1 |publicado=Variety.com |língua= inglês |obra=[[Variety]] | data=31 de março de 2009 |acessodata=29 de fevereiro de 2004}}</ref> Elizabeth Vincentelli do ''[[New York Post]]'' escreveu: "''Hair'' emerge em triunfo. Eu tenho zero nostalgia pelos anos 60 mas adoro ESTE ''Hair''".<ref>{{citar web |autor=Vincentelli, Elisabeth |url=http://www.nypost.com/seven/04012009/entertainment/theater/an_amazing_hair_day_162328.htm |publicado=Nypost.com |título=An Amazing Hair Day |língua=inglês |obra=[[New York Post]] |data=1 de abril de 2009 |acessodata=2 de setembro de 2009}}</ref> A manchete do ''[[New York Daily News]]'' trazia: ''"Hair Revival's High Fun!" (A grande diversão do relançamento de Hair!)"''<ref>{{citar web |autor=Dziemianowicz, Joe. |url=http://www.nydailynews.com/entertainment/arts/2009/04/01/2009-04-01_hair_revivals_high_fun.html |publicado=Nydailynews.com |título=''Hair'' Revival's High Fun |língua= inglês |obra=[[Daily News]] |data=1 de abril de 2009 |acessodata=2 de abril de 2009}}</ref>

Remontada inicialmente pela direção do [[The Public Theater]] em 2008, o novo musical teve problemas na sua transferência para a Broadway. Os produtores encontraram dificuldades em levantar os 5,5 milhões de dólares do orçamento necessário por causa da [[crise econômica de 2008-2009]], mas conseguiram o financiamento depois de algum tempo graças a novos parceiros comerciais conquistados. A diretora Paulus colaborou criando um novo cenário mais econômico. O sucesso popular fez com que o musical arrecadasse mais de 800 mil dólares em apenas duas semanas.<ref>{{citar web |autor=Healy, Patrick |url=http://www.nytimes.com/2009/04/14/theater/14hair.html?_r=2&ref=theater |publicado=Nytimes.com |título=Producers Relieved Over Future of ''Hair |língua=inglês |obra=[[The New York Times]] |data= |acessodata=13 de abril de 2009}}</ref> Em 30 de abril de 2009, no programa de televisão ''[[The Late Show with David Letterman]]'', da CBS, o novo elenco recriou exatamente o mesmo número apresentado no palco do Teatro [[Ed Sullivan]] - onde o ''[[talk-show]]'' é apresentado - quarenta anos antes pelo elenco original, cantando ''"Aquarius"'', ''"Let The Sunshine In"'' e interagindo com o auditório. Ao final da apresentação, Letterman descreveu o número como "fantástico".<ref>{{citar web |url=http://theater.legitbeat.com/2011/04/cast-of-hair-on-david-letterman/ |autor= |obra= |titulo=Cast of HAIR on David Letterman |língua=inglês |publicado=Platinum Broadway |data= |acessodata=29 de maio de 2011 }}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref>

A remontagem conquistou o Prêmio Tony de Melhor Revival de Musical<ref>{{citar web |url=http://www.nytimes.com/2009/05/05/theater/theaterspecial/05tonyslist.html |publicado=Nytimes.com |autor= |título=2009 Tony Award Winners |acessodata= |língua=inglês |obra=[[The New York Times]] |data=4 de maio de 2009}}</ref> e o ''[[Drama Desk Award|Drama Desk Award for Outstanding Revival]]'' de 2009.<ref>{{citar web |url=http://www.broadway.com/Billy-Elliot-Wins-10-Drama-Desk-Awards-Ruined-Named-Best-Play/broadway_news/5027528 |publicado=Broadway.com |autor= |título=''Billy Elliot'' Wins 10 Drama Desk Awards; ''Ruined'' Named Best Play |acessodata= |língua=inglês |obra= | data=18 de maio de 2009}}</ref> Em agosto de 2009, cinco meses após a estreia, ''Hair'' tinha recuperado todo seu investimento financeiro inicial, tornando-se um dos musicais de mais rápida recuperação financeira da história da Broadway. A nova carreira do musical encerrou-se em 27 de junho de 2010,<ref name="close"/> depois que o elenco original transferiu-se para Londres, para um relançamento no West End, com o próprio elenco da Broadway. Ao terminar a carreira da mais bem sucedida remontagem de sua história, ''Hair'' havia sido apresentado 519 vezes, entre março de 2009 e junho de 2010.<ref name="close"/>

O álbum gravado pelo novo elenco recebeu o Prêmio Grammy de Melhor Álbum de Musical.<ref name=TourMarch>{{citar web |url=http://nationaltours.broadwayworld.com/article/Review_Roundup_HAIR_National_Tour_20110310 |publicado=Nationaltours.broadwayworld.com |autor= |título=Review Roundup: HAIR National Tour |acessodata= |língua= |obra= | data=10 de março de 2011}}</ref> Lançado em 23 de junho, estreou nas paradas no nº1 da ''Billboard Top Cast Album'' e atingiu a 63ª posição da ''[[Billboard 200]]'', trazendo nele novas músicas nunca gravadas antes.<ref>{{citar web |url=http://www.broadway.com/shows/hair/buzz/132132/new-cast-recording-of-tony-winning-hair-tops-billboard-charts/ |autor= |obra= |titulo=New Cast Recording of Tony-Winning Hair Tops Billboard Charts |língua=inglês |publicado=Broadway.com |data= |acessodata=29 de maio de 2011}}</ref>

== Produção brasileira ==
[[Imagem:Hairbrasil2.jpg|thumb|240px|Imagem da versão brasileira de ''Hair'' no início dos anos 70. À frente, [[Ney Latorraca]].]]
[[Ficheiro:18 Deixe o Sol Entrar2(1).ogg|thumb|right|200px|Versão em português de'' "Let the Sunshine In" (Deixe o Sol Entrar)'', gravado pelo elenco original brasileiro (1969) de ''Hair''.]]
''Hair'' estreou no [[Brasil]] em outubro de 1969, pouco depois da edição do [[AI-5]], durante o período mais duro da [[ditadura militar no Brasil|ditadura militar]] no país, quando a cassação de direitos políticos, censura aos meios de comunicação e a prisão e tortura dos adversários do regime ocorriam constantemente. O musical estreou no Teatro Bela Vista em [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] após longa negociação de seus produtores com a censura. A montagem original tinha várias cenas de nudez, e foi necessário chegar a um acordo em que os atores apareceriam nus uma única vez na peça e imóveis, durante um minuto apenas.<ref name="vidanews"/>

A ''Altair Lima Produções'' encenou o musical com produção de [[Maria Célia Camargo]] e direção de [[Ademar Guerra]], versão de [[Renata Pallottini]], direção musical de [[Claudio Petraglia]] na versão paulista e de Geny Marcondes na montagem carioca posterior. O pianista João Carlos Pegoraro foi o pianista e ensaísta da peça e quem acompanhou o musical, mais tarde incluindo no seu trabalho ''[[Jesus Cristo Superstar]]'' e ''[[Godspell]]'' (este trabalhando como maestro/arranjador).<ref>{{citar web |url=http://hairomusical.blogspot.com.br/2010/08/joao-carlos-pegoraro-fala-sobre-versao.html |publicado=Hairomusical.blogspot.com.br |autor= |obra= |titulo=João Carlos Pegoraro fala sobre a versão de Hair em 1969 |data= |acessodata=14 de junho de 2012}}</ref>

''Hair'' contou em seu elenco, entre 1969 e 1972, com vários atores jovens, muitos deles ainda desconhecidos, que mais tarde se tornariam astros do cinema e da televisão. O elenco original era encabeçado por [[Altair Lima]], [[Aracy Balabanian]], [[Armando Bogus]], [[Bibi Vogel]], [[Sonia Braga]], [[Laerte Morrone]], [[Helena Ignez]], [[Fernando Reski]], [[Ricardo Petraglia]], [[Maria Regina Caldas|Maria Regina]], [[Ariclê Perez]], [[Maria Helena Dias]], [[Neuza Borges]], [[Zezé Motta]], [[Rosa Marya Colin]], [[José Luiz de França Penna]] (depois [[deputado]] do [[Partido Verde (Brasil)|Partido Verde]]),<ref>{{citar web |url=http://www.camara.gov.br/internet/deputado/Dep_Detalhe.asp?id=530204 |autor= |obra= |titulo=Deputado Penna |publicado=Câmara dos Deputados |data= |acessodata=14 de junho de 2012}}</ref> [[Buza Ferraz]], [[Ivone Hoffman]], entre outros. Mas o rodízio de atores foi grande devido à extensa temporada de dois anos em cartaz, e assim, passaram por lá também, [[Luiz Fernando Guimarães]], [[Célia Olga]], [[Antonio Pitanga]], [[Cléo Ventura]], [[Esther Góes]] e [[Edyr de Castro]] (mais tarde uma das [[Frenéticas]]); posteriormente [[Antonio Fagundes]], [[Francarlos Reis]], [[Nuno Leal Maia]], [[Ney Latorraca]], [[Denis Carvalho]], [[Tamara Taxman]], [[Maria Aparecida Baxter]], [[José Wilker]], [[Betina Viany]], [[Tânia Scher]] e [[Wolf Maia]], entre outros.<ref name="buteco"/>

A grande estrela do musical, porém, foi [[Sonia Braga]], então com 18 anos. A princípio recusada pelo diretor Ademar Guerra, só entrou no elenco por insistência de Altair Lima, também ator do musical e um dos produtores, que comprou os direitos da peça para ser encenada no Brasil e investiu todas as suas economias nela. Também houve, em 1969, o lançamento do disco LP da peça ''Hair'' pela Produções Fermata.<ref name="buteco">{{citar web |url=http://butecodolufe.blogspot.com/2010/09/hair.html |publicado=Butecodolufe.blogspot.com |autor= |obra= |titulo=Hair |língua= |data= |acessodata=26 de maio de 2011}}</ref>  Mais tarde, Sonia foi consagrada por [[Caetano Veloso]] em seus versos "uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel, ela me conta que era atriz e trabalhou no ''Hair''", da música "Tigresa", de 1977.<ref name="vidanews">{{citar web |url=http://www.vidanews.no.comunidades.net/index.php?pagina=1567564131_04 |autor= |obra= |titulo=Um pouco sobre Hair |língua= |publicado=VidaNews |data= |acessodata=26 de maio de 2011}}</ref>

Seguindo-se ao relançamento do musical na Broadway em 2009, os diretores e produtores [[Charles Möeller]] e Cláudio Botelho produziram uma nova montagem brasileira, quarenta anos depois da original, que estreou no [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]] em novembro de 2010 e em São Paulo, no [[Teatro Frei Caneca]], em janeiro de 2012,<ref>{{citar web|url=http://cenapaulistana.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1621%3Amusical-hair-estreia-em-sao-paulo&catid=108%3Anovidades&Itemid=291&lang=|autor=|obra=|titulo=Fenômeno teatral, ‘Hair’ ganha nova montagem brasileira assinada por Charles Möeller e Claudio Botelho|publicado=Cena Paulistana|data=|acessodata=14 de junho de 2012|arquivourl=https://web.archive.org/web/20120110035136/http://www.cenapaulistana.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1621%3Amusical-hair-estreia-em-sao-paulo&catid=108%3Anovidades&Itemid=291&lang=|arquivodata=2012-01-10|urlmorta=yes}}</ref> com  trinta jovens atores e cantores também pouco conhecidos do grande público como [[Hugo Bonemer]], [[Igor Rickli]], [[Letícia Colin]], Jana Amorim, e [[Karin Hils]] entre outros, escolhidos entre mais de 5 mil inscritos para a seleção do elenco.<ref>{{citar web|autor=|obra=|título=A História de Hair|data=|acessodata=|url=http://www.cenamusical.com.br/acervo/a-historia-de-hair/|publicado=Cena Musical|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141211001243/http://www.cenamusical.com.br/acervo/a-historia-de-hair/|arquivodata=2014-12-11|urlmorta=yes}}</ref>

== Outras produções internacionais ==
''Hair'' já foi encenado na maioria dos países do mundo. Após a [[Queda do Muro de Berlim]], ele foi apresentado pela primeira vez na [[Polônia]], [[Líbano]], [[República Tcheca]] e em [[Sarajevo]], durante a guerra.<ref name=INTL>{{citar web |autor= |obra= |título=Hair |url=http://web.archive.org/web/20080527030059/http://www.hairthemusical.com/en00121content.html |publicado=Hairmusical.com |data= |acessodata= |língua=inglês}}</ref> Em 1999, Michael Butler e o diretor Bo Crowell ajudaram a produzir uma montagem em [[Moscou]], no Parque Gorki. O musical causou a mesma reação na [[Rússia]] que o original havia causado trinta anos antes nos Estados Unidos, porque soldados russos lutavam na [[Chechênia]] na mesma época.<ref>{{citar web |url=http://stasnamin.com/bio.html |autor= |obra= |titulo=Biography |língua=inglês |publicado=Stas Namin |data= |acessodata=29 de maio de 2011}}</ref>

Em 2003, James Rado escreveu que os únicos lugares onde ''Hair'' ainda não tinha sido apresentado eram a [[China]], [[Vietnã]], [[Cuba]], [[Índia]], alguns países da [[África]], o [[Ártico]] e a [[Antártida]].<ref name = INTL/> Desde então, ''Hair'' já foi encenado na Índia.<ref>{{citar web |autor=Dixit, Pranav |url=http://www.hindustantimes.com/StoryPage/Print/664352.aspx |publicado=Hindustantimes.com |título=The Age of Aquarius |língua=inglês |obra=Hindustan Times |data=19 de fevereiro de 2011 |acessodata=12 de maio de 2011 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110224024204/http://www.hindustantimes.com/StoryPage/Print/664352.aspx |arquivodata=24 de fevereiro de 2011 |urlmorta=yes }}</ref>

== Ver também ==
* ''[[Jesus Cristo Superstar]]''
* ''[[Pippin]]''
* ''[[Mamma Mia!]]''
* ''[[A Chorus Line]]''
* ''[[Rock in Rio - O Musical]]''

== Notas ==
{{refbegin}}
* {{Note|i|i}} "Be-In" refere-se a uma grande aglomeração de pessoas de tendências liberais da época da [[contracultura]] nos Estados Unidos, que se reuniam para protestar contra o sistema político, a [[segregação racial]], a moralidade vigente, e a favor de valores pacifistas, dos [[direitos civis]], direitos das mulheres e liberalização do consumo de drogas. O primeiro deles, que ganhou o nome pelo qual todas essas reuniões humanas ficaram conhecidas, aconteceu em [[São Francisco (Califórnia)|São Francisco]], na [[Califórnia]], em [[14 de janeiro]] de [[1967]].<ref>{{citar web |url=http://www.pbs.org/wgbh/amex/love/program/love_02_trans.html |autor= |obra= |titulo=Transcript: Chapter 2 |língua=inglês |publicado=Summer of Love |data= |acessodata=14 de junho de 2012}}</ref>
{{refend}}

{{referências|col=2}}

== Bibliografia ==
*Davis, Lorrie e Rachel Gallagher. ''Letting Down My Hair: Two Years with the Love Rock Tribe'' (1973) A. Fields Books ISBN 0-525-63005-8
*Horn, Barbara Lee. ''The Age of Hair: Evolution and the Impact of Broadway's First Rock Musical'' (New York, 1991) ISBN 0-313-27564-5
*Johnson, Jonathon.  ''Good Hair Days: A Personal Journey with the American Tribal Love-Rock Musical Hair'' (iUniverse, 2004) ISBN 0-595-31297-7
*Miller, Scott.  ''Let the Sun Shine In: The Genius of Hair'' (Heinemann, 2003) ISBN 0-325-00556-7
*Wollman, Elizabeth Lara, ''The Theatre Will Rock: A History of the Rock Musical from Hair to Hedwig'' (University of Michigan Press, 2006) ISBN 0-472-11576-6

== Ligações externas ==
* {{Link|en|2=http://www.hairthemusical.com|3=Site oficial}}
{{reflist}}

{{Portal3|Teatro|Música}}

{{artigo destacado}}

{{DEFAULTSORT:Hair, musical}}
[[Categoria:Musicais da Broadway]]
[[Categoria:Contracultura da década de 1960]]