Mostrar código-fonte de Venezuela

{{Ver desambig|a estação do metrô de Buenos Aires|Estação Venezuela|não_confundir=[[Valenzuela]] ou [[Vuvuzela]]}}
{{Info/País/Venezuela}}
'''Venezuela''' ({{IPA-es|be.neˈswe.la}}), oficialmente '''República Bolivariana da Venezuela''' ({{lang-es|''República Bolivariana de Venezuela''}}), é um [[país]] da [[América]] localizado na parte norte da [[América do Sul]], constituído por uma parte continental e inúmeras pequenas ilhas no [[Mar do Caribe]], cuja capital e maior aglomeração urbana é a cidade de [[Caracas]]. Possui uma área de {{fmtn|916445|[[quilômetros quadrados|km²]]}}, sendo o [[Lista de países e territórios por área|32.º maior país no mundo em território]]. Suas fronteiras são delimitadas a norte com o Mar do Caribe, a oeste com a [[Colômbia]], ao sul com o [[Brasil]] e ao leste com a [[Guiana]], com quem mantém [[Guaiana Essequiba|disputas territoriais]]. Através das suas zonas marítimas, tem soberania sobre 71&nbsp;295&nbsp;km² de [[mar territorial]], 22&nbsp;224&nbsp;km² na zona contígua, 471&nbsp;507&nbsp;km² do Mar do Caribe e o [[Oceano Atlântico]] sob o conceito de [[zona econômica exclusiva]], e 99&nbsp;889&nbsp;km² de [[plataforma continental]]. Esta área marinha faz fronteira com treze estados soberanos, sendo [[Trinidad e Tobago]], [[Granada (país)|Granada]], [[São Vicente e Granadinas]], [[Santa Lúcia]] e [[Barbados]] alguns deles. Sua população é estimada em {{fmtn|28067000|habitantes}}<ref name="População">{{citar web|url=https://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2019/01/weodata/weorept.aspx?pr.x=37&pr.y=8&sy=2013&ey=2019&scsm=1&ssd=1&sort=country&ds=.&br=1&c=299&s=LP&grp=0&a=|titulo=Report for Selected Countries and Subjects|website=www.imf.org|acessodata=25 de maio de 2019}}</ref> e a capital nacional é [[Caracas]].

O país é amplamente conhecido por suas [[Lista de países por reservas de petróleo|vastas reservas de petróleo]], pela diversidade ambiental do seu território e por seus diversos [[recursos naturais]]. É considerado um [[país megadiverso]],<ref>{{citar jornal|título=South America Banks on Regional Strategy to Safeguard Quarter of Earth's Biodiversity |url=http://www.conservation.org/xp/news/press_releases/2003/091603_andean_eng.xml |obra=Conservation International |acessodata=29 de junho de 2007 }}</ref> com uma [[fauna]] diversificada e uma grande variedade de ''[[habitat]]s'' protegidos. O território venezuelano foi [[Colonização espanhola da América|colonizado]] pelo [[Império Espanhol]] em 1522, apesar da resistência dos povos nativos. Em 1811, tornou-se uma das primeiras colônias [[América hispânica|hispano-americana]] a [[Primeira República da Venezuela|declarar a independência]], mas que apenas foi consolidada em 1830, quando a Venezuela deixou de ser um departamento da [[Grã-Colômbia]]. Durante o século XIX, o país sofreu com instabilidade política e [[autocracia]], dominado por [[caudilho]]s regionais até meados do século XX. Desde 1958, houve uma série de governos [[Democracia|democráticos]].

No entanto, crises econômicas nos anos 1980 e 1990 levaram a grandes crises políticas e agitação social generalizada, como os tumultos mortais do [[Caracaço|''Caracazo'']] em 1989, [[Primeira tentativa de golpe de Estado na Venezuela em 1992|duas tentativas de golpe em 1992]] e o [[Carlos Andrés Pérez|impeachment de um presidente]] por acusações de desvio de fundos públicos em 1993. O colapso da confiança nos partidos existentes culminou na [[Eleição presidencial na Venezuela em 1998|eleição presidencial de 1998]], o catalisador da [[Revolução Bolivariana]], que começou com uma [[Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela de 1999|Assembleia Constituinte de 1999]], quando uma nova [[Constituição venezuelana de 1999|Constituição da Venezuela]] foi imposta. Nos primeiros anos do regime, as políticas [[Populismo|populistas]] de [[Previdência social|bem-estar social]] do governo foram reforçadas pelo aumento dos preços do petróleo,<ref>{{Citar web|url=https://publicpolicy.wharton.upenn.edu/live/news/1696-the-legacy-of-hugo-chavez-and-a-failing-venezuela|titulo=The Legacy of Hugo Chavez and a Failing Venezuela|acessodata=16 de maio de 2020|website=publicpolicy.wharton.upenn.edu|publicado=[[Wharton School|Wharton Public Policy Initiative]], [[University of Pennsylvania]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190424152619/https://publicpolicy.wharton.upenn.edu/live/news/1696-the-legacy-of-hugo-chavez-and-a-failing-venezuela|arquivodata=24 de abril de 2019|urlmorta=dead}}</ref> da despesa social<ref>{{Citar periódico |título=Crime and Revolution in Venezuela |data=14 de setembro de 2017 |periódico=[[NACLA Report on the Americas]] |número=3 |ultimo=Smilde |primeiro=David |paginas=303–308 |doi=10.1080/10714839.2017.1373956 |issn=1071-4839 |volume=49}}</ref> e pela redução da [[desigualdade econômica]] e da [[pobreza]]. No entanto, os níveis de pobreza voltaram a aumentar rapidamente na década de 2010<ref name="UN">Charlie Devereux & Raymond Colitt. </ref><ref>{{Citar web|ultimo=Nagel|primeiro=Juan Cristóbal|url=https://foreignpolicy.com/2014/06/04/poverty-shoots-up-in-venezuela/|titulo=Poverty Shoots Up in Venezuela|data=4 de junho de 2014|acessodata=10 de julho de 2023|website=Foreign Policy|lingua=en-US|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180320211345/http://foreignpolicy.com/2014/06/04/poverty-shoots-up-in-venezuela/|arquivodata=20 de março de 2018|urlmorta=live}}</ref> e as [[Eleição presidencial na Venezuela em 2013|eleições presidenciais de 2013]] foram amplamente contestadas, o que levou a protestos generalizados e desencadeou outra [[Crise na Venezuela|crise nacional]] que continua até hoje.<ref>{{Citar jornal|ultimo=남민우|primeiro=기|url=http://news.chosun.com/site/data/html_dir/2018/05/02/2018050201490.html|data=2 de maio de 2018|acessodata=22 de maio de 2018|website=朝鮮日報 ([[The Chosun Ilbo]])|lingua=ko|titulotrad=The monetary economy collapsed... Venezuela clamors for minimum wage hike|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190912123524/http://news.chosun.com/site/data/html_dir/2018/05/02/2018050201490.html|arquivodata=12 de setembro de 2019|urlmorta=live|via=chosun.com|script-title=ko:화폐경제 무너졌는데…최저임금 인상에 목매는 베네수엘라}}</ref> Desde então, a Venezuela sofreu um [[colapso democrático]], transformando-se num [[Autoritarismo|Estado autoritário]],<ref name="Isidoro LosadaBitar Deeb2022">{{Citar periódico |url=https://refubium.fu-berlin.de/handle/fub188/33969 |título=Introduction: Authoritarianism and Violence in Venezuela |data=Janeiro de 2022 |acessodata=11 de maio de 2023 |periódico=Bulletin of Latin American Research |número=1 |ultimo=Isidoro Losada |primeiro=Ana María |ultimo2=Bitar Deeb |primeiro2=Rita |paginas=102–104 |doi=10.1111/blar.13316 |issn=0261-3050 |pmid= |arquivourl=https://web.archive.org/web/20230618004417/https://refubium.fu-berlin.de/handle/fub188/33969 |arquivodata=18 de junho de 2023 |volume=41}}</ref> com posições baixas em classificações internacionais de [[liberdade de imprensa]], [[Direitos humanos na Venezuela|liberdades civis]] e [[corrupção]].<ref name="Human Rights Watch 2021">{{Citar web|url=https://www.hrw.org/world-report/2022/country-chapters/venezuela|titulo=World Report 2022: Rights Trends in Venezuela|data=10 de dezembro de 2021|acessodata=19 de janeiro de 2023|website=Human Rights Watch|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230119134226/https://www.hrw.org/world-report/2022/country-chapters/venezuela|arquivodata=19 de janeiro de 2023|urlmorta=live}}</ref> 

Apesar de ter as [[Lista de países por reservas de petróleo|maiores reservas de petróleo conhecidas]] do mundo, os excessos e as políticas deficientes do governo em exercício levaram ao colapso de toda a economia nacional.<ref>{{Citar web|url=https://www.chinadialogue.net/article/show/single/en/8768-Fuel-subsidies-have-contributed-to-Venezuela-s-economic-crisis-|titulo=Fuel subsidies have contributed to Venezuela's economic crisis|data=29 de março de 2016|acessodata=12 de julho de 2017|website=chinadialogue.net|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160415011243/https://www.chinadialogue.net/article/show/single/en/8768-Fuel-subsidies-have-contributed-to-Venezuela-s-economic-crisis-|arquivodata=15 de abril de 2016|urlmorta=live}}</ref><ref name="ELPAISfeb2015">{{Citar jornal|ultimo=Scharfenberg|primeiro=Ewald|url=http://internacional.elpais.com/internacional/2015/01/30/actualidad/1422646346_475356.html|titulo=Volver a ser pobre en Venezuela|data=1 de fevereiro de 2015|acessodata=3 de fevereiro de 2015|website=[[El Pais]]|publicado=|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170627184315/http://internacional.elpais.com/internacional/2015/01/30/actualidad/1422646346_475356.html|arquivodata=27 de junho de 2017|urlmorta=live}}</ref> O país luta contra uma [[hiperinflação]] recorde,<ref>{{Citar jornal|ultimo=Rosati|primeiro=Andrew|url=https://www.bloomberg.com/news/articles/2018-10-09/venezuela-s-2018-inflation-to-hit-1-37-million-percent-imf-says|titulo=Venezuela's 2018 Inflation to Hit 1.37 Million Percent, IMF Says|data=9 de outubro de 2018|acessodata=9 de outubro de 2018|website=[[Bloomberg]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20181009132240/https://www.bloomberg.com/news/articles/2018-10-09/venezuela-s-2018-inflation-to-hit-1-37-million-percent-imf-says|arquivodata=9 de outubro de 2018|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar jornal|url=https://in.reuters.com/article/venezuela-economy-idINKCN1MJ1YX|titulo=IMF sees Venezuela inflation at 10 million percent in 2019|data=9 de outubro de 2018|acessodata=3 de junho de 2019|website=Reuters|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190126135443/https://in.reuters.com/article/venezuela-economy-idINKCN1MJ1YX|arquivodata=26 de janeiro de 2019|urlmorta=live|via=in.reuters.com}}</ref> [[Escassez na Venezuela|escassez de bens básicos]],<ref>{{•}}{{Citar jornal|ultimo=Gillespie|primeiro=Patrick|url=https://money.cnn.com/2016/04/12/news/economy/venezuela-imf-economy/|titulo=Venezuela: the land of 500% inflation|data=12 de abril de 2016|acessodata=17 de janeiro de 2017|website=[[CNNMoney]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170119094705/http://money.cnn.com/2016/04/12/news/economy/venezuela-imf-economy/|arquivodata=19 de janeiro de 2017|urlmorta=live}}</ref> desemprego,<ref>{{Citar jornal|url=http://www.eluniversal.com/noticias/daily-news/chamber-commerce-venezuelans-are-poverty_247647|titulo=Chamber of Commerce: 80% of Venezuelans are in poverty|data=1 de abril de 2016|acessodata=4 de abril de 2016|website=[[El Universal (Caracas)|El Universal]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160404181203/http://www.eluniversal.com/noticias/daily-news/chamber-commerce-venezuelans-are-poverty_247647|arquivodata=4 de abril de 2016|urlmorta=dead}}</ref> pobreza,<ref>{{Citar jornal|ultimo=Herrero|primeiro=Ana Vanessa|ultimo2=Malkin|primeiro2=Elisabeth|url=https://www.nytimes.com/2017/01/16/world/americas/nuevos-billetes-venezuela-new-banknotes.html|titulo=Venezuela Issues New Bank Notes Because of Hyperinflation|data=16 de janeiro de 2017|acessodata=17 de janeiro de 2017|website=[[The New York Times]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20191220063111/https://www.nytimes.com/2017/01/16/world/americas/nuevos-billetes-venezuela-new-banknotes.html?_r=0|arquivodata=20 de dezembro de 2019|urlmorta=live}}</ref> doenças, elevada [[mortalidade infantil]], [[Desnutrição|subnutrição]], problemas ambientais, [[criminalidade]] grave e corrupção. Estes fatores precipitaram a [[Crise migratória venezuelana|crise dos refugiados venezuelanos,]] quando cerca de 8 milhões de pessoas fugiram do país.<ref>{{Citar web|url=https://www.unhcr.org/emergencies/venezuela-situation|titulo=Venezuela situation|acessodata=2024-07-26|website=UNHCR|lingua=en|arquivourl=https://web.archive.org/web/20240721054243/https://www.unhcr.org/emergencies/venezuela-situation|arquivodata=21 de julho de 2024|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.r4v.info/en/refugeeandmigrants|titulo=Refugees and Migrants from Venezuela|acessodata=2024-07-26|website=Regional Inter-Agency Coordination Platform for Refugees and Migrants from Venezuela (R4V)|arquivourl=https://archive.today/20240726145913/https://www.r4v.info/en/refugeeandmigrants|arquivodata=2024-07-26}}</ref> Em 2017, a Venezuela deu [[Default (finanças)|''calote'']] no pagamento da dívida.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Gillespie|primeiro=Patrick|url=https://money.cnn.com/2017/11/14/news/economy/venezuela-debt-default-sp/index.html|titulo=Venezuela just defaulted, moving deeper into crisis|data=14 de novembro de 2017|acessodata=15 de novembro de 2017|website=[[CNNMoney]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200112090238/https://money.cnn.com/2017/11/14/news/economy/venezuela-debt-default-sp/index.html|arquivodata=12 de janeiro de 2020|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar jornal|url=https://www.bbc.com/news/world-latin-america-41982069|titulo=Venezuela in 'selective default'|data=14 de novembro de 2017|acessodata=15 de novembro de 2017|publicado=[[BBC News]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190330185012/https://www.bbc.com/news/world-latin-america-41982069|arquivodata=30 de março de 2019|urlmorta=live}}</ref> A crise contribuiu para uma rápida deterioração da situação dos [[Direitos humanos na Venezuela|direitos humanos]] no país. As [[Eleição presidencial na Venezuela em 2024|eleições presidenciais de 2024]] não foram reconhecidas pelo [[Carter Center]] e pela [[Organização dos Estados Americanos]] devido à falta de transparência sobre os resultados e foram contestadas pela oposição, levando a [[Protestos na Venezuela em 2024|protestos em todo o país]].<ref>{{Citar web|ultimo=John|primeiro=Tara|ultimo2=Pozzbon|primeiro2=Stefano|url=https://www.cnn.com/2024/07/29/americas/venezuela-election-results-maduro-opposition-intl-latam/index.html|titulo=Protests erupt in Venezuela as questions grow over strongman Maduro's victory|data=2024-07-29|acessodata=2024-08-08|website=CNN|lingua=en|ultimo3=Alberti|primeiro3=Mia|ultimo4=Hansler|primeiro4=Jennifer|ultimo5=Schmitz|primeiro5=Avery}}</ref>

== Etimologia ==
Segundo a versão mais popular e aceita, em 1499, uma expedição liderada por [[Alonso de Ojeda]] visitou a costa venezuelana. As [[Palafita|casas sobre palafitas]] na área do [[Lago de Maracaibo|Lago Maracaibo]] lembraram ao navegador italiano, [[Américo Vespúcio]], a cidade de [[Veneza]], na [[Itália]], por isso ele deu à região o nome ''de Veneziola'', ou "Pequena Veneza".{{Sfn|Massabié|2008|p=153}} A versão espanhola de ''Veneziola'' é ''{{Lang|es|Venezuela}}''.{{Sfn|Thomas|2005|p=189}}

[[Martín Fernández de Enciso]], membro da tripulação de Vespucci e Ojeda, fez um relato diferente. Em sua obra ''{{Lang|es|Suma de Geographia}}'', ele afirma que a tripulação encontrou [[Povos ameríndios|povos indígenas]] que se autodenominavam ''veneciuela.'' Assim, o nome “Venezuela” pode ter evoluído da palavra nativa.<ref name="ICH_1958_386">{{Citar livro|título=Cuadernos Hispanoamericanos|editora=Instituto de Cultura Hispánica (Agencia Española de Cooperación Internacional)|ano=1958|língua=es}}</ref>

== História ==
{{Artigo principal|História da Venezuela}}

=== Período pré-colombiano ===
{{AP|Era pré-colombiana}}
[[Imagem:Petroglifos_en_Vigirima.jpg|thumb|[[Petroglifo]] no Parque Nacional San Esteban]]

Existem evidências de habitação [[humana]] na área hoje conhecida como Venezuela há cerca de 15 mil anos. Ferramentas foram encontradas nos altos terraços fluviais do rio Pedregal, no oeste da Venezuela.{{Sfn|Kipfer|2000|p=91}} Artefatos de caça do [[Tarentiano|Pleistoceno tardio]], incluindo pontas de lanças, foram encontrados em uma série semelhante de locais no noroeste da Venezuela; segundo a [[datação por radiocarbono]], eles datam de 13.000 a 7.000 a.C.{{Sfn|Kipfer|2000|p=172}}

Não se sabe quantas pessoas viviam na Venezuela antes da conquista espanhola; estima-se que fosse um milhão de habitantes.{{Sfn|Wunder|2003|p=130}} Além dos povos indígenas conhecidos hoje, a população incluía grupos como os [[galibis]], auaké, caquetio, mariche e timoto–cuicas, esta última a sociedade mais complexa da Venezuela pré-colombiana, com aldeias permanentes pré-planejadas, cercadas por campos [[Irrigação|irrigados]] e em [[Terraceamento|socalcos]].{{Sfn|Mahoney|p=89}} Suas casas eram feitas de pedra e madeira com telhados de palha. Eles eram pacíficos e dependiam do cultivo de plantações. As culturas regionais incluíam batatas e [[Ullucus tuberosus|ullucos]].<ref name="art">[http://en.amigosprecolombino.es/cultures/central-america-and-intermedia/venezuela "Venezuela".] </ref> Eles deixaram arte, particularmente cerâmica antropomórfica, mas nenhum monumento importante. Eles fiavam fibras vegetais para tecer tecidos e esteiras para moradias. Eles são creditados por inventarem a [[arepa]], um alimento básico na [[Culinária da Venezuela|culinária venezuelana]].{{Sfn|Salas|2004|p=[https://books.google.com/books?id=6-1QnKS6xG4C&pg=PA142 142]}}

Após a conquista, a população diminuiu acentuadamente, principalmente devido à propagação de doenças infecciosas vindas da [[Europa]].{{Sfn|Wunder|2003|p=130}} Estavam presentes dois eixos principais norte-sul de população pré-colombiana, que cultivava milho no oeste e [[mandioca]] no leste.{{Sfn|Wunder|2003|p=130}} Grandes partes dos ''[[llanos]]'' eram cultivadas por meio de uma combinação de [[Queimada|corte e queima]] e agricultura permanente.{{Sfn|Wunder|2003|p=130}}

=== Colonização espanhola ===
{{AP|Colonização espanhola da América|Nova Espanha|Capitania-Geral da Venezuela|Vice-Reino de Nova Granada|Capitania-Geral da Venezuela}}
[[Imagem:Capitanía_General_de_Venezuela_proyección_ortográfica.svg|esquerda|thumb|Mapa da [[Capitania-Geral da Venezuela]] em 1777]]

[[Cristóvão Colombo]] chegou ao litoral venezuelano em 1498, durante sua terceira viagem à América. Batizou a região de Venezuela (“pequena Veneza”), em razão das palafitas sobre o Lago de Maracaibo, que se assemelhavam à cidade italiana.<ref name=":3">{{Citar web|url=https://www.britannica.com/place/Venezuela|titulo=Venezuela|data=|acessodata=2023-06-17|website=Encyclopædia Britannica|lingua=en}}</ref> No início, a Espanha não teve grandes interesses nessa área, limitando-se à caça de escravos e pesca de pérolas. O primeiro assentamento espanhol permanente, [[Cumaná]], foi fundado em 1523. Logo depois, a família banqueira [[Welser]], da cidade alemã de [[Augsburgo]], comprou os direitos de exploração e colonização da costa noroeste da Venezuela. No entanto, os colonizadores alemães não conseguiram se fixar nem encontrar metais preciosos e, com isso, os espanhóis retomaram o comando das terras dos Welser em 1546.<ref name=":3" />

Na segunda metade do século XVI, os espanhóis começaram a colonizar a Venezuela, por meio do estabelecimento de fazendas com o uso da mão-de-obra indígena, por meio do sistema de ''[[encomienda]]''. [[Caracas]] foi fundada em 1567 e décadas depois, mais de 20 assentamentos espanhóis existiam no litoral e na região andina.<ref name=":3" /> A economia venezuelana colonial era baseada na agricultura, sobretudo de [[cana-de-açúcar]], [[tabaco]] e [[cacau]], e na [[pecuária]]. Usava-se a mão-de-obra indígena e [[Comércio de escravos no Atlântico|escrava africana]]. No século XVIII, para eliminar a forte presença britânica, francesa e neerlandesa no comércio venezuelano, os espanhóis estabeleceram um monopólio comercial dentro do [[pacto colonial]]. No entanto, os interesses régios foram contra o dos latifundiários venezuelanos, forçando à dissolução da empresa monopolista nos anos 1780.<ref name=":3" /> O território que é hoje a Venezuela esteve dividido entre o [[Vice-Reino do Peru]] e audiência de Santo Domingo até ao estabelecimento do [[Vice-Reino de Nova Granada]] em 1717. Em 1776, a Venezuela tornou-se uma [[Capitania-Geral da Venezuela|capitania-Geral]] do Império Espanhol.

=== Grã-Colômbia e independência ===
{{Artigo principal|Grã-Colômbia}}
[[Ficheiro:AGHRC_(1890)_-_Carta_XI_-_División_política_de_Colombia,_1824.jpg|thumb|Mapa da [[Grã-Colômbia]] em 1824]]

A primeira rebelião contra o domínio espanhol ocorreu em 1749.<ref name=":4">{{Citar periódico |url=https://www.bbc.com/news/world-latin-america-19652436 |título=Venezuela profile - Timeline |data=2019-02-25 |acessodata=2023-06-17 |periódico=BBC News |lingua=en}}</ref> No entanto, os primeiros movimentos separatistas na Venezuela surgiram apenas nas últimas décadas daquele século.<ref name=":3" /> Em 1797, um grupo de membros da elite venezuelana proclamou a independência, mas falhou.<ref name=":3" /> Em 1806, o militar caraquenho [[Francisco de Miranda]], profundamente influenciado pelas ideias [[Iluminismo|iluministas]] e veterano nas lutas das Revoluções [[Revolução Americana|Americana]] e [[Revolução Francesa|Francesa]], tentou desembarcar no litoral venezuelano com mercenários contratados em [[Nova Iorque|Nova York]], para por em prática sua ideia de criar um país [[Pan-hispanismo|pan-hispânico]] na América, mas tal ação não deu certo, devido à falta de apoio da elite, temerosa de que a metrópole fosse alterada da Espanha para o [[Reino Unido]].<ref name=":3" /><ref name=":5">{{Citar web|ultimo=Turci|primeiro=Érica|url=https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/independencia-da-venezuela-primeiro-pais-a-libertar-se-do-dominio-espanhol.htm|titulo=Independência da Venezuela - Primeiro país a libertar-se do domínio espanhol|acessodata=2023-06-17|website=UOL Educação|lingua=}}</ref>
[[Ficheiro:Simón Bolívar 2.jpg|thumb|''El Libertador'', [[Simón Bolívar]]]]
[[Ficheiro:Firma del acta de independencia de Venezuela.jpg|thumb|A assinatura da Independência da Venezuela, por [[Martín Tovar y Tovar]]]]

Em 1808, [[Napoleão Bonaparte]] invadiu a Espanha, prendeu e depôs o rei [[Fernando VII de Espanha|Fernando VII]] e colocou em seu lugar o irmão [[José Bonaparte]]. Esse foi o estopim para a independência das colônias espanholas na América, pois muitas elites não aceitaram ter um rei estrangeiro no trono espanhol. Nessa época, entrou, no processo de independência da Venezuela, o militar [[Simón Bolívar]], que havia estudado na Europa e recebeu influências da Revolução Americana.<ref name=":5" /><ref>{{Citar web|ultimo=Turci|primeiro=Érica|url=https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/independencia-na-america-espanhola-lutas-europeias-disseminaram-ideal-de-liberdade.htm|titulo=Independência na América Espanhola - Lutas europeias disseminaram ideal de liberdade|acessodata=2023-06-17|website=UOL Educação|lingua=}}</ref>

Em 19 de abril de 1810, a elite caraquenha decretou a formação de uma junta governativa, expulsando os espanhóis dos cargos administrativos. Em um primeiro momento, a junta declarou lealdade a Fernando VII, mas as tropas espanholas mandaram bloquear os portos venezuelanos, levando os integrantes a declararem a independência.<ref name=":5" /> Em julho de 1811, a junta governativa, liderada por [[Cristóbal Mendoza]], assinou a [[Ata da Declaração de Independência da Venezuela]]. Francisco de Miranda se tornou o primeiro chefe do exército do novo país.<ref name=":5" /> Nas lutas contra as forças realistas, em julho de 1812, Miranda assinou a rendição ante estas, para evitar que mais sangue fosse derramado, o que foi visto como uma traição, levando-o a ser entregue aos espanhóis e exilado.<ref name=":3" /><ref name=":5" /> Em 1813, a junta governantiva indicou Bolívar para o cargo de comandante das forças revolucionárias. Depois de derrotas nas lutas contra os espanhóis, ele contou com o apoio de elites que abandonaram a defesa do colonialismo e llaneros e negros que desertaram da causa monarquista e muitos mercenários britânicos e irlandeses e com a ajuda do [[Haiti]].<ref name=":3" /><ref name=":5" />

Em 17 de dezembro de 1819, foi proclamada a [[República da Grã-Colômbia]], com capital em [[Bogotá]] e tendo Bolívar como presidente. Em junho de 1821, suas tropas, reforçadas pela cavalaria liderada por [[José Antonio Páez]], derrotaram o principal exército espanhol na [[Batalha de Carabobo (1821)|Batalha de Carabobo]]. A última força da Coroa Espanhola se rendeu em outubro de 1823 na cidade de [[Puerto Cabello]].<ref name=":3" /> Em seguida, Bolívar, acompanhado de tropas venezuelanas, ajudou a libertar o [[Peru]] e a [[Bolívia]], esta última tendo recebido o seu nome. Enquanto isso, as rivalidades regionais eclodiram na Grã-Colômbia e ele não foi capaz de contê-las.<ref name=":3" /> ) Então, entre 1829 e 1830, a Grã-Colômbia se fragmentou, com a independência do [[Equador]] e da Venezuela.<ref name=":4" />

=== Século XIX ===
{{AP|Caudilhismo|Guerra Federal}}
[[Imagem:Jose_Antonio_Páez_restored.jpg|thumb|[[José Antonio Páez]], Presidente da Venezuela em três ocasiões. Em 1826, liderou o movimento separatista conhecido como ''La Cosiata'', o que se separou da Venezuela da [[Grã-Colômbia]], convertendo-se novamente em uma república independente.]]

Com a independência de fato da Venezuela, o novo país passou a ser governado pelos [[caudilhos]], que permanecem no cargo por um século. Em 1830, foi promulgada a primeira constituição do país, de caráter centralista, escravagista e conservador.<ref name=":3" /> Entre 1830 e 1848, a política venezuelana esteve nas mãos dos conservadores, cuja principal figura foi José Antonio Páez, presidente duas vezes (1831–35 e 1839–43) e importante figura política. Nesse período, houve uma estabilidade política e progresso econômico, a Igreja perdeu a isenção tributária e o monopólio educacional e o Exército, sua autoridade e a economia, devastada por anos de guerra, foi reconstruída.<ref name=":3" /> Em 1840, [[Antonio Leocadio Guzmán]] fundou o Partido Liberal, antiescravagista e pena de morte e favorável à extensão do direito ao voto, a primeira grande oposição aos conservadores. Na década de 1840, houve uma queda no preço das ''commodities'' venezuelanas e isso fortaleceu a oposição liberal.<ref name=":3" />

Em 1848, os conservadores são tirados do cargo pelo General [[José Tadeo Monagas]]. Nos dez anos seguintes, o poder alternou-se entre Monagas e seu irmão [[José Gregorio Monagas]], quando foram aprovadas, mas não implementadas, a abolição da escravidão e da pena de morte e a ampliação do sufrágio. A situação econômica estava piorando e a tentativa de criar, em 1857, uma constituição que permitia aos presidentes permanecerem mais tempo no cargo, levou a uma revolta de dissidentes liberais e conservadores, que depuseram os Monagas em 1858. Isso desencadeou uma guerra civil entre os liberais, de tendência federal e democrática, e os conservadores, centralistas, a chamada [[Guerra Federal]] (1858–63).<ref name=":3" /> Páez retornou do exílio em 1861 e restaurou a hegemonia do seu grupo até 1863, com a vitória liberal, cujos líderes eram [[Juan Crisóstomo Falcón]] e [[Antonio Guzmán Blanco]]. Uma nova constituição, de caráter liberal e federalista, foi promulgada no ano seguinte. Devido à má gestão governamental, os conservadores, agora liderados por José Tadeo Monagas, retornaram ao poder em 1868. Outra [[Revolução Azul|guerra civil]] seguiu, resultando em uma nova vitória liberal em 1870.<ref name=":3" />
[[Ficheiro:Boundary lines of British Guiana 1896.jpg|thumb|Mapa da região da [[Guiana Essequiba]] durante a [[Crise da Venezuela de 1895]]]]

Guzmán Blanco assumiu o poder em 1870 e adotou um programa de reformas econômicas, retirando o país da situação econômica que vivia há anos. Uma nova constituição foi promulgada em 1872, estabelecendo eleições diretas para a presidência, sufrágio para todos os homens e um sistema nacional de educação. Em 1878, Guzmán deixou a presidência, para a qual retornaria em 1886, após deixar a Venezuela ser governada por aliados. Em 1888, após a saída de Guzmán, inicia-se um período de instabilidade política, que continuou durante o governo de [[Joaquín Crespo]] (1892–98). Durante essa gestão, as relações com o [[Reino Unido]] se conflituaram, por causa da intensificação da disputa pela [[Guiana Essequiba]], região rica em ouro reivindicada por ambos os países.<ref name=":3" /> Em 1899, o general [[Cipriano Castro]], natural do estado de [[Táchira]], chega a Caracas e dá um golpe de estado, assumindo a presidência como um ditador. O governo Castro (1899–1909) foi o primeiro de cinco governos de presidentes militares tachirenses, conhecidos como Andinos, os quais ficaram no poder até 1958, exceto por um breve intervalo entre 1945 e 1948.<ref name=":3" />

=== Século XX ===
[[Ficheiro:Juan Vicente Gómez and López Contreras in Maracay, 1934.jpg|thumb|[[Juan Vicente Gómez]] e [[Eleazar López Contreras]] em [[Maracay]], 1934.]]

Em 1908, Cipriano, cujo governo foi caracterizado por uma política externa agressiva, foi forçado a deixar a presidência devido a sua saúde e foi substituído por [[Juan Vicente Gómez]], que governou a Venezuela até sua morte, em 1935. Seus 27 anos no cargo foram caracterizados pelo autoritarismo, corrupção, cerceamento às liberdades individuais e de imprensa e eleições fraudulentas. Por outro lado, foi no governo de Gómez, pouco antes da [[Primeira Guerra Mundial]], que as gigantescas reservas de [[petróleo]] venezuelanas foram descobertas e o início da sua exploração trouxe grandes lucros, permitindo ao Estado fazer obras de infraestrutura, subsidiar a agricultura e pagar a dívida. No entanto, a riqueza era desigual, a maioria da população vivia na pobreza e houve pouquíssimos investimentos estatais na saúde ou educação.<ref name=":3" />

[[Eleazar López Contreras]] assumiu a presidência com a morte de Gómez, de quem fora ministro, em 1935. Seu governo (1935–41) começou com a retomada das liberdades e a permissão do sindicalismo, mas a ameaça da oposição o fez retomar a ditadura, em 1937. Economicamente, essa gestão continuou seguindo a orientação [[Desenvolvimentismo|desenvolvimentista]], com investimentos estatais na agricultura, educação, saúde e indústria.<ref name=":3" /> [[Isaías Medina Angarita]] (1941–45) manteve o desenvolvimentismo e restaurou as liberdades individuais. Com a queda nos preços do petróleo devido à [[Segunda Guerra Mundial]], o governo ampliou sua participação nos lucros do petróleo e, com a retomada das redes de transporte globais, houve novas concessões e um ''boom'' do petróleo.<ref name=":3" />
[[Ficheiro:Rómulo_Betancourt,_1961.jpg|esquerda|thumb|[[Rómulo Betancourt]] (presidente 1945–1948 / 1959–1964), um dos principais líderes democráticos da Venezuela]]

Em 1945, um [[Golpe de Estado na Venezuela em 1945|golpe civil-militar]] depôs Medina, marcando a primeira vez que um partido político, o [[Social-democracia|social-democrata]] [[Ação Democrática]] (AD), toma o poder, com o apoio popular. Seu líder, [[Rómulo Betancourt]], liderou uma junta composta por civis e militares que elaborou uma constituição seguindo a orientação do partido, adotada em julho de 1947.<ref name=":3" /> Em dezembro do mesmo ano, o escritor [[Rómulo Gallegos]] tomou posse, sendo o primeiro presidente democraticamente eleito da história da Venezuela. Gallegos adotou medidas trabalhistas, desenvolvimentistas e assistencialistas, o que levou à sua deposição por um [[Golpe de Estado na Venezuela em 1948|golpe militar em novembro de 1948]], resultado da forte oposição conservadora ao seu governo.<ref name=":3" />

Com o golpe de 1948, assumiu o poder a junta militar do Major [[Marcos Pérez Jiménez]] e Tenente-Coronel [[Carlos Delgado Chalbaud]], este assassinado em 1951, o que levou aquele a se tornar o líder único do país, governando-o autoritariamente até sua deposição 1958, período no qual todas as conquistas sociais, trabalhistas e democráticas foram suprimidas.<ref name=":3" /> Sucedeu a Jiménez uma junta civil-militar, que durou até 1959, quando Betancourt foi eleito, por meio de uma aliança entre o AD e o [[Democracia cristã|democrata-cristão]] [[Comitê de Organização Política Eleitoral Independente|Partido Social-Cristão]] (Copei), e tomou posse.<ref name=":3" /><ref name=":6">{{citar livro|título=Almanaque Abril 2015|editora=Abril|ano=2014|local=São Paulo|páginas=622-623}}</ref>

O segundo mandato de Betancourt (1959–64) também foi caracterizado pelos investimentos em saúde, educação, agricultura e indústria, mas foi mais moderado em relação ao primeiro. Na política externa, a Venezuela rompeu relações com a [[República Dominicana]] em 1960, após um atentado contra Betancourt feito por agentes dominicanos, e com [[Cuba]] em 1961, devido ao seu financiamento a grupos guerrilheiros marxistas venezuelanos, e se tornou um dos membros-fundadores da [[Organização dos Países Exportadores de Petróleo|OPEP]] em 1960.<ref name=":3" />

As eleições presidenciais de 1963 foram vencidas por [[Raúl Leoni]] (AD). Os democrata-cristãos retiraram-se passaram para a oposição. Durante a presidência de Leoni (1964–69), houve crescimento na indústria petroquímica e mineradora. Apesar da prosperidade, o governo teve pouca popularidade, o que fortaleceu a Copei, cujo candidato, [[Rafael Caldera]], venceu as eleições presidenciais de 1968. Sua posse, no ano seguinte, foi um marco histórico para a Venezuela, pois, pela primeira vez, o governo incumbente entregou pacificamente a presidência a um partido oposicionista.<ref name=":3" />
[[Ficheiro:Carlos_Andrés_Pérez.jpg|thumb|O presidente [[Carlos Andrés Pérez]] sofreu um [[impeachment]] e foi acusado de corrupção em 1993.]]

O governo Caldera (1969–74) manteve políticas similares às gestões anteriores, ampliou as relações diplomáticas com Cuba, [[União Soviética]] e as ditaduras latino-americanas e nacionalizou o gás natural. Seu sucessor, [[Carlos Andrés Pérez]] (1974–79), da Ação Democrática, nacionalizou a indústria de ferro em 1975 e a de petróleo em 1976.<ref name=":3" /> Após a [[Guerra do Yom Kippur]] (1973), o preço do barril de petróleo venezuelano aumentou mais de 300%, o que trouxe grandes lucros ao país sul-americano. Houve a imigração vinda de países próximos e um aumento nas importações, mas, por outro lado, a corrupção crescia cada vez mais e os lucros se concentravam nas elites, gerando pouco benefícios à classe popular. Além disso, o boom econômico ocasionado pelo aumento na cotação do barril durou pouco,<ref name=":3" /> pois houve aumentos maciços nos gastos públicos<ref name="Schuyler_2001_10">{{citar periódico |título=Health and Neoliberalism: Venezuela and Cuba |obra=The Policy Studies Organization |último=Schuyler |primeiro=George W. |ano=2001 |página=10}}</ref> e no final dos anos 1970 iniciou-se uma crise econômica causada pela queda nos preços do petróleo, devido à superoferta da ''comodity'' e o [[segundo choque do petróleo]].<ref name=":3" />

Os governos de [[Luis Herrera Campins]] (Copei, 1979–84) e [[Jaime Lusinchi]] (AD, 1984–89) foram caracterizados pela crise e consequente desemprego e fuga de capitais estrangeiros, aumento constante da inflação, corrupção, diminuição das exportações e moratória da dívida externa.<ref name=":3" /><ref name=":6" /> Para tentar solucionar a crise, foram adotadas medidas de desvalorização da moeda e austeridade.<ref name=":3" /> [[Ficheiro:Caracazo fire.png|thumb|Rua de [[Caracas]] durante o ''[[Caracazo]]'', em 1989.]]Carlos Andrés Pérez foi eleito para um segundo mandato em 1988, sob a promessa de pagamento da dívida. No início de seu mandato, em 1989, foram adotadas medidas de austeridade e esse fator gerou o levante popular conhecido como [[Caracaço]], cujo estopim foi o aumento da tarifa de ônibus da capital. Os dois anos seguintes foram marcados por greves trabalhistas e mais manifestações. Em 1992, Pérez sofreu duas tentativas de golpe militar: uma, de oficiais de baixa patente no exército, cujo líder era o tenente-coronel [[Hugo Chávez]]; outra, por membros da Força Aérea. Os militares rebeldes foram presos e o presidente continuou no cargo até meados do ano seguinte, quando sofreu impeachment por corrupção.<ref name=":3" /><ref name=":6" />

Em 1994, o ex-presidente Rafael Caldera tomou posse para um segundo mandato, dessa vez como político independente,<ref name=":3" /> e logo em seguida anistia Hugo Chávez, restaurando seus direitos políticos.<ref name="BBCprofile">{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/1925236.stm|título=Profile: Hugo Chavez|data=5 de dezembro de 2002|acessodata=5 de junho de 2007|obra=BBC News}}</ref> Durante a gestão Caldera (1994–99), inicialmente foram aplicadas medidas econômicas [[Populismo|populistas]] até depois adotar um plano econômico neoliberal orientado pelo [[Fundo Monetário Internacional|FMI]].<ref name=":3" /><ref name=":6" />

=== Revolução Bolivariana ===
{{Artigo principal|Revolução Bolivariana}}

==== Hugo Chávez ====
{{AP|Hugo Chávez}}
[[Ficheiro:Hugo_Chávez_salute.jpg|thumb|[[Hugo Chávez]], presidente do país entre 1999 e 2013]]

Nas eleições de 1998, no contexto da desconfiança aos partidos políticos tradicionais, Chávez foi eleito presidente, prometendo combater os grandes problemas que o país vivia na época, como a corrupção e altas taxas de pobreza, tomando posse no início do ano seguinte.<ref name=":3" /> Meses depois, uma Assembleia Constituinte, com predominância chavista, foi eleita e redigiu uma nova [[Constituição venezuelana de 1999|constituição]], por meio da qual o nome do país foi alterado para República Bolivariana da Venezuela, o mandato presidencial foi ampliado de cinco para seis anos e o Legislativo se tornou unicameral.<ref name=":6" /> Esse foi o início da chamada "[[Revolução Bolivariana]]".<ref name=":4" />

Em abril de 2002, um [[Golpe de Estado na Venezuela de 2002|golpe de Estado]] derruba Chávez, após manifestações populares de seus opositores,<ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/1927678.stm|título=Profile: Pedro Carmona|data=27 de maio de 2002|publicado=BBC|acessodata=6 de fevereiro de 2009}}</ref> mas ele voltou ao poder depois de dois dias, com a ajuda de apoiadores militares e populares.<ref>López Maya, Margarita (2005) "Venezuela 2002–2003: Polarisation, Confrontation, and Violence", p. 16 in Olivia Burlimgame Goumbri (ed.), ''The Venezuela Reader'', Epica Task Force, Washington, D.C., ISBN 0918346355.</ref> Chávez também se manteve no poder depois de uma greve geral nacional, que durou mais de dois meses (de dezembro de 2002 a fevereiro de 2003), além de uma greve na companhia estatal de petróleo [[Petróleos de Venezuela]] (PDVSA). Os movimentos grevistas produziram um problema econômico grave, sendo que o [[PIB]] do país caiu 27 por cento durante os primeiros quatro meses de 2003 e custou à indústria petrolífera 13,3 bilhões de dólares.<ref name="J386">Jones, Bart (2008), ''Hugo! The Hugo Chavez Story From Mud Hut to Perpetual Revolution'', London: The Bodley Head, p386</ref> A fuga de capitais, antes e durante a greve, levou à reinstituição de controles cambiais (que tinha sido abolida em 1989), gerido pela agência CADIVI.

Chávez seguiu uma orientação populista, centralizadora e [[Socialismo|socialista]], a qual ele chamou de [[Socialismo do século XXI]]. Durante os 14 anos que governou a Venezuela, foram adotadas políticas sociais com o dinheiro vindo do petróleo e estatizados setores estratégicos da economia, como a siderurgia, petróleo, telecomunicações, indústria de cimento e eletricidade e houve uma redução na pobreza. Ao mesmo tempo, houve uma concentração de poder nas mãos do presidente. Além disso, surgiu uma forte polarização política; apesar do grande apoio popular, a rejeição entre as classes média e alta ao presidente era alta e isso gerou uma forte tensão.<ref name=":3" /><ref name=":6" /> Nas eleições de 2000, 2006 e 2012, nas quais Chávez foi reeleito, o seu partido [[Movimento V República|MVR]] (Movimento Quinta República) e aliados — muitos dos quais, em 2007, foram unidos no [[Partido Socialista Unido da Venezuela]] (PSUV) — obtiveram ampla maioria no Legislativo. Em 2009, foi aprovada, pela Assembleia Nacional e por consulta popular, a emenda constitucional que institui a reeleição ilimitada para cargos públicos.<ref name=":6" />

No início da década de 2010, o governo adotou as primeiras medidas de desvalorização da moeda.<ref>[http://www.aljazeera.com/news/americas/2013/02/2013296490217208.html "Venezuela devalues currency against US dollar"]. Aljazeera.com (9 de fevereiro de 2013). Retrieved on 20 April 2013.</ref><ref>Cardenas, Jose R. (26 de fevereiro de 2013) [http://www.washingtontimes.com/news/2013/feb/26/hugo-chavezs-legacy-of-economic-chaos/ "CARDENAS: Hugo Chavez's legacy of economic chaos"]. Washingtontimes.com. Retrieved on 20 April 2013.</ref><ref>[http://www.ft.com/intl/cms/s/0/399ce5c6-751f-11e2-a9f3-00144feabdc0.html "The bill for years of mismanagement is coming due"]. Ft.com (12 de fevereiro de 2013). Acessado em 20 de abril de 2013.</ref><ref>[http://www.economist.com/news/americas/21572202-return-hugo-ch%C3%A1vez-his-country-suggests-one-way-or-another-end-venezuelas "Venezuela The homecoming"]. Economist.com (23 de fevereiro de 2013). Acessado em 20 de abril de 2013.</ref><ref>Farzad, Roben. (15 de fevereiro de 2013) [http://www.businessweek.com/articles/2013-02-15/venezuelas-double-edged-bolivar-devaluation "Venezuela's Double-Edged Devaluation"]. Businessweek.com. Acessado em 20 de abril de 2013.</ref> Estas desvalorizações têm feito pouco para melhorar a situação do povo venezuelano, que conta com produtos importados ou produtos produzidos localmente, mas que dependem de insumos importados, enquanto as vendas de petróleo representam a grande maioria das exportações da Venezuela.<ref>Mander, Benedict. (10 February 2013) [http://www.ft.com/intl/cms/s/0/12e9f32e-739e-11e2-9e92-00144feabdc0.html "Venezuelan devaluation sparks panic"]. Ft.com. Acessado em 20 de abril de 2013.</ref> Em 2012, Chávez foi reeleito para um quarto mandato, mas ele nunca chegou a tomar posse, devido ao tratamento contra o [[câncer]], doença para a qual morreu em 5 de março de 2013, depois de dois anos de luta, o que gerou forte comoção popular.<ref name=":6" /><ref>Neuman, William (5 de março de 2013) [http://www.nytimes.com/2013/03/06/world/americas/as-chavez-worsens-venezuela-expels-two-us-diplomats.html?hp&_r=0 "Chávez Dies, Leaving Sharp Divisions in Venezuela"]. New York Times.</ref>

==== Nicolás Maduro ====
{{AP|Nicolás Maduro|Crise na Venezuela|Escassez na Venezuela}}
{{Mais informações|Crise presidencial na Venezuela em 2019|Protestos na Venezuela (2014–presente)|Protestos na Venezuela em 2024}}
[[Ficheiro:Nicolás_Maduro_2016_crop.jpg|thumb|[[Nicolás Maduro]], o atual [[Lista de presidentes da Venezuela|presidente do país]].]]

Com a morte de Chávez, o vice-presidente, [[Nicolás Maduro]], assumiu interinamente a presidência.<ref name=":6" /> A eleição presidencial de 14 de abril de 2013, a primeira em que o nome de Chávez não aparecia na cédula de votação desde que assumiu o poder em 1999,<ref>[http://venezuelablog.tumblr.com/ Venezuelan Politics and Human Rights]. Venezuelablog.tumblr.com. Acessado em 20 de abril de 2013.</ref> foi vencida por Maduro, com 50,61% dos votos, contra o candidato da oposição [[Henrique Capriles Radonski]], que teve 49,12% dos votos.<ref>{{citar jornal|título=Venezuelan opposition challenges Nicolás Maduro's legitimacy|url=http://www.guardian.co.uk/world/2013/mar/09/venezuela-maduro-challenge |local=London |obra=The Guardian|primeiro1 =Rory|último1 =Carroll|primeiro2 =Virginia|último2 =Lopez|data=9 de março de 2013}}</ref> A federação [[Mesa da Unidade Democrática]] contestou a sua nomeação como uma violação da constituição. No entanto, o [[Tribunal Supremo de Justiça (Venezuela)|Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela]] decidiu que, segundo a constituição nacional, Nicolás Maduro é o presidente legítimo e foi investido como tal pelo congresso venezuelano.<ref>[http://www.vtv.gob.ve/articulos/2013/03/08/tsj-sobre-art.233-nicolas-maduro-es-presidente-encargado-con-todas-las-atribuciones-1991.html TSJ sobre Art.233: Nicolás Maduro es presidente encargado con todas las atribuciones] {{Wayback|url=http://www.vtv.gob.ve/articulos/2013/03/08/tsj-sobre-art.233-nicolas-maduro-es-presidente-encargado-con-todas-las-atribuciones-1991.html |date=20160101201851 }}. vtv.gob.ve (8 de março de 2013).</ref><ref>[http://www.vtv.gob.ve/articulos/2013/03/08/asamblea-nacional-inicia-acto-de-juramentacion-de-nicolas-maduro-como-presidente-encargado-2780.html Asamblea Nacional tomó Juramento a Nicolás Maduro como Presidente Encargado (+Video)] {{Wayback|url=http://www.vtv.gob.ve/articulos/2013/03/08/asamblea-nacional-inicia-acto-de-juramentacion-de-nicolas-maduro-como-presidente-encargado-2780.html |date=20141030070322 }}. vtv.gob.ve (9 de março de 2013)</ref>

Maduro assumiu o poder em meio a uma [[Crise na Venezuela|situação econômica frágil]], com a [[Escassez na Venezuela|escassez de produtos básicos]] e inflação em alta.<ref name=":3" /> Em fevereiro de 2014, milhares de venezuelanos protestaram contra os níveis crescentes de violência criminal, inflação e pela [[Escassez na Venezuela|escassez crônica de produtos básicos]] devido às políticas do governo federal.<ref>{{citar jornal|último =Lopez|primeiro =Linette|título=Why The United States Has Done Nothing About Venezuela|url=http://www.businessinsider.com/why-the-us-wont-touch-venezuela-2014-4|acessodata=12 de abril de 2014|jornal=Business Insider|data=11 de abril de 2014}}</ref><ref>{{citar jornal|título=Protesters in Venezuela Press Government|url=http://online.wsj.com/news/articles/SB10001424052702304834704579401612202743396|acessodata=12 de abril de 2014|jornal=The Wall Street Journal|data=23 de fevereiro de 2014}}</ref><ref>{{citar jornal|título=Venezuelans protest en masse in rival rallies|url=http://www.theborneopost.com/2014/02/24/venezuelans-protest-en-masse-in-rival-rallies/|acessodata=12 de abril de 2014|jornal=Borneo Post|data=24 de fevereiro de 2014}}</ref><ref>{{citar jornal|título= Venezuela's Maduro says 2013 annual inflation was 56.2 pct|url= http://www.reuters.com/article/2013/12/30/venezuela-inflation-annual-idUSL2N0K90V020131230 |acessodata=19 de janeiro de 2014|jornal= Reuters|data= 30 de dezembro de 2013}}</ref><ref>{{citar jornal|título= Venezuela Inflation Hits 16-Year High as Shortages Rise|url= http://www.bloomberg.com/news/2013-11-07/venezuela-inflation-hits-16-year-high-as-shortages-rise.html |acessodata=16 de fevereiro de 2014|jornal= Bloomberg|data= 7 de novembro de 2013}}</ref> Manifestações e tumultos deixaram mais de 40 mortes nos distúrbios entre os dois chavistas e manifestantes da oposição,<ref name=2014protests>{{citar jornal|url=http://www.reuters.com/article/2014/02/17/us-venezuela-protests-idUSBREA1F0SQ20140217 |título=Venezuela's Lopez says ready for arrest at Tuesday march |último1 =Wallis |primeiro1 =Daniel |último2 =Chinea |primeiro2 =Eyanir |data=16 de fevereiro de 2014 |website=reuters.com |publicado=Thomson Reuters |acessodata=16 de fevereiro de 2014}}</ref> além de terem levado à prisão de líderes da oposição, como [[Leopoldo López]].<ref name=2014protests/><ref>{{citar web|título=Venezuela HRF Declares Leopoldo Lopez a Prisoner of Conscience and Calls for his Immediate Release|obra=Human Rights Foundation|url=http://humanrightsfoundation.org/news/venezuela-hrf-declares-leopoldo-López-a-prisoner-of-conscience-and-calls-for-his-immediate-release-00355}}{{ligação inativa|data=outubro de 2023|1=2021-07-14}}</ref> Atualmente, o país enfrenta uma grave crise socioeconômica e política, com [[hiperinflação]], escassez de produtos básicos, alta criminalidade e [[Censura na Venezuela|censura da imprensa]].<ref name="culanth.org">{{citar web|título= Battles over Press Freedom in Venezuela — Cultural Anthropology|url= http://www.culanth.org/fieldsights/645-battles-over-press-freedom-in-venezuela|website= www.culanth.org|acessodata= 2015-11-09|datali=agosto de 2024}}</ref><ref name="dw.com">{{citar web|título= Press freedom is dying in Venezuela {{!}} World {{!}} DW.COM {{!}} 05.02.2015|url = http://www.dw.com/en/press-freedom-is-dying-in-venezuela/a-18236992|website = DW.COM|acessodata= 2015-11-09}}</ref>

Em janeiro de 2016, Maduro decretou o estado de “emergência econômica”, revelando a extensão da crise e ampliando os seus poderes.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Cawthorne|primeiro=Andrew|ultimo2=Ulmer|primeiro2=Alexandra|url=https://www.reuters.com/article/us-venezuela-economy-idUSKCN0UT2ER|titulo=Venezuela decrees 'economic emergency,' reveals depth of crisis|data=15 de janeiro de 2016|acessodata=16 de outubro de 2018|website=Reuters|arquivourl=https://web.archive.org/web/20181016203315/https://www.reuters.com/article/us-venezuela-economy-idUSKCN0UT2ER|arquivodata=16 de outubro de 2018|urlmorta=live}}</ref> Em julho, as passagens de fronteira com a [[Colômbia]] foram temporariamente abertas para permitir que os venezuelanos comprassem alimentos e artigos básicos de saúde.<ref name="Venezuelans Cross Into Colombia In Search Of Food">{{Citar jornal|url=http://www.huffingtonpost.com/entry/venezuela-colombia-bridge-photo_us_578be683e4b0867123e1ab77|titulo=Thousands Of Venezuelans Cross Into Colombia In Search Of Food And Medicine|data=17 de julho de 2016|acessodata=29 de julho de 2016|website=[[The Huffington Post]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160721110554/http://www.huffingtonpost.com/entry/venezuela-colombia-bridge-photo_us_578be683e4b0867123e1ab77|arquivodata=21 de julho de 2016|urlmorta=live}}</ref> Em setembro, um estudo <ref name="Hambre en Venezuela: El 15.7% de los venezolanos se ha alimentado de residuos">{{Citar jornal|url=http://www.diariolasamericas.com/america-latina/hambre-venezuela-el-157-de-los-venezolanos-se-ha-alimentado-residuos-n4102524|titulo=Hambre en Venezuela: El 15,7% de los venezolanos se ha alimentado de residuos|data=9 de setembro de 2016|acessodata=9 de setembro de 2016|website=[[Diario Las Américas]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160911185504/http://www.diariolasamericas.com/america-latina/hambre-venezuela-el-157-de-los-venezolanos-se-ha-alimentado-residuos-n4102524|arquivodata=11 de setembro de 2016|urlmorta=live}}</ref> indicou que 15% dos venezuelanos consumiam “[[Desperdício de alimentos|resíduos alimentares]] descartados por estabelecimentos comerciais”. Até outubro, ocorreram 200 motins em prisões no país.<ref name="Man claims son was eaten by fellow inmates during riot in Venezuelan prison">{{Citar jornal|url=http://latino.foxnews.com/latino/news/2016/10/14/man-claims-son-was-eaten-by-fellow-inmates-during-riot-in-venezuelan-prison/|titulo=Man claims son was eaten by fellow inmates during riot in Venezuelan prison|data=14 de outubro de 2016|acessodata=15 de outubro de 2016|publicado=[[Fox News]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161014192725/http://latino.foxnews.com/latino/news/2016/10/14/man-claims-son-was-eaten-by-fellow-inmates-during-riot-in-venezuelan-prison/|arquivodata=14 de outubro de 2016|urlmorta=live}}</ref>
[[Ficheiro:The_TSJ_chamber_at_Maduro_2019_inauguration.jpg|esquerda|miniaturadaimagem| Maduro foi empossado para um segundo mandato [[Crise presidencial na Venezuela em 2019|contestado]] e controverso em 10 de janeiro de 2019.]]

O [[Tribunal Supremo de Justiça (Venezuela)|Tribunal Supremo]], alinhado com Maduro, que vinha anulando decisões da [[Assembleia Nacional da Venezuela|Assembleia Nacional]] desde que a oposição assumiu o controle, assumiu as funções da assembleia, criando a [[Remoção dos poderes da Assembleia Nacional da Venezuela em 2017|crise constitucional venezuelana de 2017.]]<ref name="reuters-maduro">{{Citar jornal|url=https://www.reuters.com/article/us-venezuela-politics-idUSKBN17122M|titulo=Venezuela's Maduro decried as 'dictator' after Congress annulled|data=31 de março de 2017|acessodata=26 de abril de 2017|website=[[Reuters]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170427195005/http://www.reuters.com/article/us-venezuela-politics-idUSKBN17122M/|arquivodata=27 de abril de 2017|urlmorta=live}}</ref> Em agosto, a [[Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela de 2017|Assembleia Nacional Constituinte de 2017]] foi eleita e retirou os poderes da Assembleia Nacional. A eleição levantou preocupações sobre uma ditadura emergente.<ref name="NYTjail">{{Citar jornal|ultimo=Casey|primeiro=Nicholas|ultimo2=Herrero|primeiro2=Ana Vanessa|url=https://www.nytimes.com/2017/08/01/world/americas/venezuela-opposition-nicolas-maduro.html|titulo=Jailings Raise Fears of Dictatorship in Venezuela|data=1 de agosto de 2017|acessodata=2 de agosto de 2017|website=[[The New York Times]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170801233703/https://www.nytimes.com/2017/08/01/world/americas/venezuela-opposition-nicolas-maduro.html|arquivodata=1 de agosto de 2017|urlmorta=live}}</ref> Em dezembro de 2017, Maduro declarou que os partidos da oposição estavam impedidos de participar nas eleições presidenciais do ano seguinte, após terem boicotado as eleições autárquicas.<ref>{{Citar jornal|url=https://www.telegraph.co.uk/news/2017/12/11/venezuelas-nicolas-maduro-bans-opposition-parties-election/|titulo=Venezuela's Nicolas Maduro bans opposition parties from election|data=11 de dezembro de 2017|website=The Telegraph|arquivourl=https://ghostarchive.org/archive/20220110/https://www.telegraph.co.uk/news/2017/12/11/venezuelas-nicolas-maduro-bans-opposition-parties-election/|arquivodata=10 de janeiro de 2022|urlmorta=live|via=www.telegraph.co.uk|agência=Agence France-Presse}}</ref>

Maduro venceu as [[Eleição presidencial na Venezuela em 2018|eleições de 2018]] com 68% dos votos. O resultado foi contestado pela [[Argentina]], [[Chile]], [[Colômbia]], [[Brasil]], [[Canadá]], [[Alemanha]], [[França]] e [[Estados Unidos]], que o consideraram fraudulento e reconheceram [[Juan Guaidó]] como presidente.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Charner|primeiro=Flora|ultimo2=Newton|primeiro2=Paula|url=https://edition.cnn.com/2018/05/20/americas/venezuela-elections/index.html|titulo=Opponents slam Venezuelan President Nicolas Maduro's election victory as a sham|data=21 de maio de 2018|acessodata=13 de novembro de 2018|website=CNN|arquivourl=https://web.archive.org/web/20181113210747/https://edition.cnn.com/2018/05/20/americas/venezuela-elections/index.html|arquivodata=13 de novembro de 2018|urlmorta=live|ultimo3=Gallón|primeiro3=Natalie}}</ref><ref>{{Citar jornal|ultimo=Jones|primeiro=Sam|ultimo2=Wintour|primeiro2=Patrick|url=https://www.theguardian.com/world/2019/feb/04/juan-guaido-interim-venezuela-leader-europe|titulo=EU countries recognise Juan Guaidó as interim Venezuelan leader|data=4 de fevereiro de 2019|acessodata=4 de fevereiro de 2019|website=The Guardian|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210113154658/https://www.theguardian.com/world/2019/feb/04/juan-guaido-interim-venezuela-leader-europe|arquivodata=13 de janeiro de 2021|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar jornal|ultimo=Rapalo|primeiro=Manuel|url=https://www.aljazeera.com/news/2019/01/mexico-stays-neutral-venezuela-political-crisis-190126152842450.html|titulo=Mexico stays neutral in Venezuela political crisis|data=26 de janeiro de 2019|acessodata=4 de fevereiro de 2019|website=Al Jazeera|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190203204038/https://www.aljazeera.com/news/2019/01/mexico-stays-neutral-venezuela-political-crisis-190126152842450.html|arquivodata=3 de fevereiro de 2019|urlmorta=live}}</ref> Outros países continuaram a reconhecer Maduro,<ref>{{Citar jornal|ultimo=Roth|primeiro=Andrew|ultimo2=Kuo|primeiro2=Lily|url=https://www.theguardian.com/world/2019/jan/24/juan-guaido-venezuelas-opposition-leader-declares-himself-interim-president|titulo=Russia and key allies vow to stand by Maduro in Venezuela crisis|data=24 de janeiro de 2019|acessodata=25 de janeiro de 2019|website=The Guardian|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190124200603/https://www.theguardian.com/world/2019/jan/24/juan-guaido-venezuelas-opposition-leader-declares-himself-interim-president|arquivodata=24 de janeiro de 2019|urlmorta=live|ultimo3=Agren|primeiro3=David|ultimo4=Augustin|primeiro4=Ed|ultimo5=Walker|primeiro5=Peter}}</ref><ref>{{Citar jornal|url=https://www.aljazeera.com/news/2019/01/world-powers-denounce-interference-venezuela-190124102403407.html|titulo=Russia, Turkey, China denounce US interference in Venezuela|data=25 de janeiro de 2019|acessodata=25 de janeiro de 2019|website=Al Jazeera|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190124211450/https://www.aljazeera.com/news/2019/01/world-powers-denounce-interference-venezuela-190124102403407.html|arquivodata=24 de janeiro de 2019|urlmorta=live}}</ref> embora a [[China]], enfrentando pressão financeira sobre a sua posição, tenha começado a proteger-se, diminuindo empréstimos, cancelando ''[[Empreendimento conjunto|joint ventures]]'' e sinalizando a sua vontade de trabalhar com todas as partes.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Lau|primeiro=Stuart|url=https://www.scmp.com/news/china/diplomacy/article/2184773/exclusive-self-declared-leader-venezuela-juan-guaido-extends|titulo=Self-declared leader of Venezuela Juan Guaido extends olive branch to China, wants 'productive and mutually beneficial relationship'|data=2 de fevereiro de 2019|acessodata=5 de fevereiro de 2019|website=The South China Morning Post|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190204090126/https://www.scmp.com/news/china/diplomacy/article/2184773/exclusive-self-declared-leader-venezuela-juan-guaido-extends|arquivodata=4 de fevereiro de 2019|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar comunicado de imprensa|url=http://www.oas.org/en/media_center/press_release.asp?sCodigo=E-001/19|titulo=OAS Permanent Council Agrees "to not recognize the legitimacy of Nicolas Maduro's new term"|data=10 de janeiro de 2019|acessodata=24 de janeiro de 2019|website=www.oas.org|publicado=OAS – Organization of American States|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190124053630/http://www.oas.org/en/media_center/press_release.asp?sCodigo=E-001%2F19|arquivodata=24 de janeiro de 2019|urlmorta=live}}</ref> 

Em agosto de 2019, o presidente americano [[Donald Trump]] impôs um embargo econômico à Venezuela.<ref>{{Citar web|ultimo=Paul LeBlanc|url=https://www.cnn.com/2019/08/05/politics/trump-economic-embargo-venezuela/index.html|titulo=Trump announces total economic embargo against Venezuela|data=6 de agosto de 2019|acessodata=6 de agosto de 2019|website=CNN|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190806020614/https://www.cnn.com/2019/08/05/politics/trump-economic-embargo-venezuela/index.html|arquivodata=6 de agosto de 2019|urlmorta=live}}</ref>Em março de 2020, Trump indiciou Maduro e autoridades venezuelanas, sob acusações de tráfico de droga, [[narcoterrorismo]] e corrupção.<ref>{{Citar web|url=https://www.justice.gov/opa/pr/nicol-s-maduro-moros-and-14-current-and-former-venezuelan-officials-charged-narco-terrorism|titulo=Nicolás Maduro Moros and 14 Current and Former Venezuelan Officials Charged with Narco-Terrorism, Corruption, Drug Trafficking and Other Criminal Charges|data=26 de março de 2020|acessodata=26 de março de 2020|website=www.justice.gov|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200326173311/https://www.justice.gov/opa/pr/nicol-s-maduro-moros-and-14-current-and-former-venezuelan-officials-charged-narco-terrorism|arquivodata=26 de março de 2020|urlmorta=live}}</ref> Em junho de 2020, um relatório documentou [[Desaparecimento forçado|desaparecimentos forçados]] ocorridos em 2018-19. Foram relatados 724 desaparecimentos forçados de [[Preso político|presos políticos]]. O relatório afirmou que as forças de segurança submeteram as vítimas à [[tortura]]. O relatório afirmou que o governo utilizou desaparecimentos forçados para silenciar os opositores e outras vozes críticas.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Turkewitz|primeiro=Julie|ultimo2=Kurmanaev|primeiro2=Anatoly|url=https://www.nytimes.com/2020/06/19/world/americas/venezuela-forced-disappearances-Maduro.html|titulo=A Knock, Then Gone: Venezuela Secretly Detains Hundreds to Silence Critics|data=19 de junho de 2020|acessodata=1 de outubro de 2020|website=The New York Times|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200619092846/https://www.nytimes.com/2020/06/19/world/americas/venezuela-forced-disappearances-Maduro.html|arquivodata=19 de junho de 2020|urlmorta=live}}</ref>
[[Ficheiro:Protestas_en_Caracas_contra_la_reelección_de_Nicolás_Maduro,_2024.jpg|miniaturadaimagem| Manifestantes em Caracas lutam contra as forças públicas durante os [[Protestos na Venezuela em 2024|protestos venezuelanos de 2024]]]]

[[Nicolás Maduro|Maduro]] concorreu ao terceiro mandato consecutivo nas [[Eleição presidencial na Venezuela em 2024|eleições presidenciais de 2024]], enquanto o ex-diplomata [[Edmundo González Urrutia]] representou a [[Plataforma Unitária Democrática|Plataforma Unitária]] (PUD), a principal aliança política da oposição.<ref name="MCM">{{Citar jornal|url=https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/06/lider-da-oposicao-nas-pesquisas-maria-corina-machado-e-inabilitada-por-15-anos-na-venezuela.ghtml|titulo=Líder da oposição nas pesquisas, María Corina Machado é inabilitada por 15 anos na Venezuela|data=30 de junho de 2023|acessodata=31 de julho de 2024|website=O Globo|lingua=pt-br|arquivourl=https://web.archive.org/web/20240823215933/https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/06/lider-da-oposicao-nas-pesquisas-maria-corina-machado-e-inabilitada-por-15-anos-na-venezuela.ghtml|arquivodata=23 de agosto de 2024|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar jornal|url=https://www.lemonde.fr/en/international/article/2024/01/27/venezuela-s-supreme-court-disqualifies-opposition-leader-from-running-for-president_6469941_4.html|titulo=Venezuela's Supreme Court disqualifies opposition leader from running for president|data=27 de janeiro de 2024|acessodata=31 de julho de 2024|lingua=en|arquivourl=https://web.archive.org/web/20240823215931/https://www.lemonde.fr/en/international/article/2024/01/27/venezuela-s-supreme-court-disqualifies-opposition-leader-from-running-for-president_6469941_4.html|arquivodata=23 de agosto de 2024|urlmorta=live}}</ref> Pesquisas realizadas antes da eleição indicaram que González venceria por uma ampla margem. Depois de o [[Conselho Nacional Eleitoral (Venezuela)|Conselho Eleitoral Nacional]] (CNE), controlado pelo governo, ter anunciado resultados parciais que mostravam uma vitória estreita de Maduro aem 29 de julho, os líderes mundiais expressaram predominantemente ceticismo em relação aos resultados alegados e não reconheceram o anúncio do CNE.<ref name="HardtoBelieve">{{Citar jornal|ultimo=Jones|primeiro=Sam|url=https://www.theguardian.com/world/article/2024/jul/29/venezuela-election-result-suspicion-abroad-nicolas-maduro|titulo='Hard to believe': Venezuela election result met with suspicion abroad|data=29 de julho de 2024|acessodata=29 de julho de 2024|website=The Guardian|arquivourl=https://web.archive.org/web/20240823215932/https://www.theguardian.com/world/article/2024/jul/29/venezuela-election-result-suspicion-abroad-nicolas-maduro|arquivodata=23 de agosto de 2024|urlmorta=live}}</ref><ref name="reuters29jul">{{Citar web|url=https://www.reuters.com/world/americas/latin-american-leaders-react-venezuela-election-results-2024-07-29/|titulo=Leaders across Americas react to Venezuela election results|acessodata=29 de julho de 2024|website=Reuters}}</ref> com apenas algumas exceções.<ref name="WorldLeadersCast">{{Citar jornal|ultimo=Schmidt|primeiro=Samantha|ultimo2=Sands|primeiro2=Leo|url=https://www.washingtonpost.com/world/2024/07/29/venezuela-presidential-election-result-maduro/|titulo=World leaders cast doubt on Maduro's claim of victory in Venezuelan election|data=29 de julho de 2024|acessodata=29 de julho de 2024|website=The Washington Post|arquivourl=https://web.archive.org/web/20240729215316/https://www.washingtonpost.com/world/2024/07/29/venezuela-presidential-election-result-maduro/|arquivodata=29 de julho de 2024|urlmorta=live|ultimo3=Herrero|primeiro3=Vanessa}}</ref> Tanto González quanto Maduro se proclamaram vencedores da eleição. Os resultados da eleição não foram reconhecidos pelo [[Carter Center]] e pela [[Organização dos Estados Americanos]] devido à falta de resultados granulares e contestados pela oposição, que reivindicou uma vitória esmagadora e liberou o acesso às contagens de votos coletadas pelos observadores eleitorais da maioria dos eleitores nos centros de votação como prova. Após o anúncio dos resultados pelas autoridades eleitorais, [[Protestos na Venezuela em 2024|protestos eclodiram em todo o país]].<ref name="OAS_report_VE_pres_elec_DECO">
{{Citar web|url=https://www.oas.org/fpdb/press/Informe-al-SG-sobre-Elecciones-Venezuela-2024-30-de-julio-para-distribuir-(1).pdf|titulo=Informe del Departamento para la Cooperación y Observación Electoral (DECO) de la Secretaría para el Fortalecimiento de la Democracia de la OEA sobre la elección presidencial de Venezuela para el Secretario General Luis Almagro|data=30 de julho de 2024|acessodata=10 de agosto de 2024|publicado=Organization of American States|lingua=es|titulotrad=Report of the Department for Electoral Cooperation and Observation (DECO) of the Secretariat for the Strengthening of Democracy of the OAS on the presidential election of Venezuela for the Secretary General Luis Almagro|id=Wikidata [[:d:Q128129159]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20240730170718/https://www.oas.org/fpdb/press/Informe-al-SG-sobre-Elecciones-Venezuela-2024-30-de-julio-para-distribuir-(1).pdf|arquivodata=30 de julho de 2024}}</ref><ref name="opposition_results_website">{{Citar web|url=https://resultadospresidencialesvenezuela2024.com/|titulo=Informacion de Centros y mesas de votacion|acessodata=11 de agosto de 2024|website=resultadospresidencialesvenezuela2024.com|arquivourl=https://web.archive.org/web/20240807014959/https://resultadospresidencialesvenezuela2024.com/|arquivodata=7 de agosto de 2024|urlmorta=live}}</ref><ref name="LaPatilla_how2access_electoral_records">{{Citar web|url=https://www.lapatilla.com/2024/07/30/como-acceder-a-la-pagina-web-para-verificar-las-actas-electorales-que-maduro-bloqueo-en-venezuela/|titulo=Cómo acceder a la página web para verificar las actas electorales que Maduro bloqueó en Venezuela|data=30 de julho de 2024|acessodata=11 de agosto de 2024|website=[[La Patilla]]|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20240816211936/https://www.lapatilla.com/2024/07/30/como-acceder-a-la-pagina-web-para-verificar-las-actas-electorales-que-maduro-bloqueo-en-venezuela/|arquivodata=16 de agosto de 2024|urlmorta=live}}</ref><ref name="WSJElectionDatabase">{{Citar jornal|ultimo=Vyas|primeiro=Kejal|ultimo2=Dubé|primeiro2=Ryan|url=https://www.wsj.com/world/americas/venezuelas-opposition-releases-election-database-claims-big-victory-over-strongman-maduro-fee5bc0c|titulo=Venezuela's Opposition Releases Election Database; Claims Big Victory Over Strongman Maduro|data=30 de julho de 2024|acessodata=30 de julho de 2024|website=The Wall Street Journal|arquivourl=https://web.archive.org/web/20240730205829/https://www.wsj.com/world/americas/venezuelas-opposition-releases-election-database-claims-big-victory-over-strongman-maduro-fee5bc0c|arquivodata=30 de julho de 2024|urlmorta=live}}</ref>

== Geografia ==
{{Artigo principal|Geografia da Venezuela}}
[[Imagem:Flores para la Nieve.JPG|thumb|O [[Pico Bolívar]], a {{fmtn|4981}} de altitude, é o ponto mais alto do país<ref>{{Citar web |url=https://www.peakbagger.com/peak.aspx?pid=8344 |titulo=Pico Bolívar - Peakbagger.com |acessodata=2020-12-12 |website=www.peakbagger.com}}</ref>]]
[[Imagem:Angel Falls Venezuela.jpg|thumb|[[Salto Ángel]], a mais alta [[queda de água]] do planeta]]

Com cerca de {{fmtn|2800|[[quilômetro|km]]}} de [[litoral]], a Venezuela é um país localizado no norte da [[América do Sul]], na fronteira com o [[mar do Caribe]]. É delimitada ao sul pelo [[Brasil]], a oeste pela [[Colômbia]] e a leste pela [[Guiana]]. O país tem uma área total de {{fmtn|916445|km²}}, dos quais {{fmtn|882050|km²}} são de terra, cerca do dobro do tamanho do [[Estados dos Estados Unidos|estado]] da [[Califórnia]], nos [[Estados Unidos]]. A forma de seu território se assemelha aproximadamente à de um triângulo invertido. 

O país possui uma variedade de paisagens. As extensões da [[cordilheira]] dos [[Andes]] vão do extremo nordeste até o noroeste da Venezuela e continuam ao longo da costa norte do [[Caribe]]. O [[Pico Bolívar]], o ponto mais alto da nação com {{fmtn|4981|[[metro|m]]}} de altura, encontra-se nesta região. O centro do país é caracterizado pelos ''[[llanos]]'', que são extensas planícies que se estendem desde a fronteira [[Colômbia|colombiana]] ao extremo oeste do [[delta]] do [[rio Orinoco]], no leste. No sul, a [[Região Guayana da Venezuela|região Guayana]] contém a região norte da [[Bacia Amazônica]] e o [[Salto Ángel]], a maior [[Queda de água|cachoeira]] (cascata, em Portugal). O Orinoco, com seus ricos [[Aluvião|solos aluviais]], se liga ao maior e mais importantes sistema de rios, que se origina em uma das maiores bacias hidrográficas da [[América Latina]]. O [[Rio Caroni|Caroni]] e o [[Rio Apure|Apure]] são outros grandes rios. Do sistema deltaico, que forma um triângulo cobrindo o [[Delta Amacuro]], projeta-se para o nordeste em direção ao [[Oceano Atlântico]].

O país pode ainda ser dividido em dez zonas geográficas, correspondentes a algumas regiões climáticas e biogeográficas. No norte são os Andes venezuelanos e a região Coro, uma área montanhosa no noroeste, tem vários [[vale]]s e [[serra]]s. No leste estão as planícies adjacentes ao [[lago de Maracaibo]] e ao [[golfo da Venezuela]]. A Cordilheira Central é paralela à costa e inclui as colinas que rodeiam Caracas, a Cordilheira Oriental, separada da Cordilheira Central pelo golfo de Cariaco, abrange o [[Sucre (estado)|Sucre]] e o norte de [[Monagas]]. A Região Insular inclui todas as [[ilha]]s da Venezuela: [[Nueva Esparta]] e as várias [[Dependências Federais da Venezuela|dependências federais]].

=== Clima ===
[[Ficheiro:Venezuela Köppen.png|thumb|esquerda|Venezuela de acordo com a [[classificação climática de Köppen]]]]

Embora a Venezuela esteja inteiramente situada nos [[trópicos]], o clima varia de planícies úmidas de baixa altitude, onde as [[temperatura]]s médias anuais variam de tão elevadas como {{fmtn|28|[[°C]]}}, às [[geleira]]s e regiões montanhosas com uma temperatura média anual de {{fmtn|8|°C}}. A precipitação anual varia entre {{fmtn|430|[[milímetro|mm]]}} na porção semiárida do noroeste até {{fmtn|1000|mm}} no [[delta]] do [[rio Orinoco]] do extremo oriente do país. A maioria das quedas de precipitação entre junho e outubro (época das chuvas ou "[[inverno]]"); o restante mais seco e mais quente do ano é conhecido como "[[verão]]", embora a variação da temperatura ao longo do ano não seja tão pronunciada como em [[latitude]]s [[Clima temperado|temperadas]].<ref name="Clima da Venezuela 1">{{citar web |url= http://lcweb2.loc.gov/frd/cs/profiles/Venezuela.pdf |publicado= Library of Congress (Federal Research Division) |titulo= Country Profile: Venezuela |data= 2005 |acessodata= 10 de março de 2007 }}</ref>

O país divide-se em quatro zonas de temperatura horizontais baseadas principalmente na elevação, tendo os climas [[tropical]], seco, [[Clima temperado|temperado]] com invernos secos e [[Clima polar|polar]] ([[tundra alpina]]), entre outros.<ref name="Clima da Venezuela 2">{{Citar livro |autor = WARHOL, Tom  |ano= 2006 |título= Tundra |publicado= Marshall Cavendish |isbn= 9780761421931 |url= http://books.google.com/?id=oYUc7o43cuAC&dq=tom+warhol+tundra |acessodata= 27 de janeiro de 2010 |pontofinal=<!--None-->}}. p. 65.</ref><ref name="Geografía - Clima">{{citar web |data = 2009 |url = http://www.gobiernoenlinea.ve/venezuela/perfil_geografia4.html |titulo = Gobierno en Línea: Geografía, Clima |publicado = gobiernoenlinea.ve |acessodata = 27 de janeiro de 2009 |arquivourl = https://web.archive.org/web/20060303153257/http://www.gobiernoenlinea.ve/venezuela/perfil_geografia4.html |arquivodata = 3 de março de 2006 |urlmorta = yes }}</ref><ref name="Clima da Venezuela 3">{{citar web|url= http://www.marietta.edu/~biol/biomes/alpine.htm |titulo= The Alpine Biome |publicado=Maritta |acessodata= 19 de dezembro de 2009}}</ref> Na zona tropical as temperaturas são quentes, com médias anuais variando entre 26 e {{fmtn|28|°C}}. A zona temperada, onde se localizam muitas das cidades da Venezuela, incluindo a capital, varia entre 800 e {{fmtn|2000|m}} de altura, com médias de 12–{{fmtn|25|°C}}. As condições mais frias com temperaturas de 9–{{fmtn|11|°C}} são encontrados na zona fria entre {{fmtn|2000}} e {{fmtn|3000|m}} de altura, especialmente nos Andes venezuelanos, onde há pastagem e campo de neve permanente com médias anuais abaixo de {{fmtn|8|°C}}.

=== Biodiversidade ===
[[Ficheiro:Mapa de regiones naturales (Venezuela).png|thumb|Mapa das regiões naturais do país]]

A Venezuela se encontra dentro da [[região neotropical]], e grandes porções do país são originalmente cobertas por florestas húmidas de folhagem larga. Isso classifica a Venezuela como um dos [[Países megadiversos|dezessete países megadiversos]].<ref name="Biodiversidade da Venezuela 1">{{citar web |url= http://www.unet.edu.ve/noticias/1851-venezuela-entre-los-17-paises-megadiversos-del-mundo.html |titulo= Venezuela entre los 17 países megadiversos del mundo |publicado= Unet |lingua= espanhol |acessodata= 5 de maio de 2014 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20140505105526/http://www.unet.edu.ve/noticias/1851-venezuela-entre-los-17-paises-megadiversos-del-mundo.html |arquivodata= 2014-05-05 |urlmorta= yes }}</ref><ref name="Biodiversidade da Venezuela 2">{{citar web |url= http://www.codigovenezuela.com/2012/05/ciencia/conservacion/venezuela-pais-megadiverso-celebra-biodiversidad |titulo= Venezuela, país Megadiverso, celebra la biodiversidad |publicado= Código Venezuela |lingua= espanhol |acessodata= 5 de maio de 2014 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20140505104651/http://www.codigovenezuela.com/2012/05/ciencia/conservacion/venezuela-pais-megadiverso-celebra-biodiversidad |arquivodata= 2014-05-05 |urlmorta= yes }}</ref><ref name="Biodiversidade da Venezuela 3">{{citar web|url= http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2012/08/paises-megabiodiversos-concentram-maior-parte-da-fauna-e-flora-da-terra.html |titulo= Países megadiversos concentram a maior parte da fauna e flora da Terra |publicado= Globo Ecologia |data= 4 de agosto de 2012 |acessodata= 5 de maio de 2014}}</ref> No país, os ''habitats'' vão desde as montanhas dos Andes até o oeste da [[Bacia Amazônica]], através de extensas planícies e a costa do Caribe, no centro e no delta do [[rio Orinoco]], no leste. Estes incluem cerrados no extremo noroeste e litoral e florestas de mangue no nordeste.<ref name="Biodiversidade da Venezuela 4">{{citar web|url= http://lcweb2.loc.gov/frd/cs/profiles/Venezuela.pdf |titulo= Country Profile: Venezuela |publicado= Library of Congress – Federal Research Division |lingua= inglês |data= março de 2005 |acessodata= 5 de maio de 2014}}</ref> Suas florestas de baixa altitude e tropicais são particularmente ricas.<ref name="Biodiversidade da Venezuela 5">Faia, C. e Dydynski, K. (2004) Venezuela , Lonely Planet, p. 42, ISBN 174104197X.</ref>

[[Imagem:Deltaorinoco.jpg|thumb|Vista aérea do [[delta]] do [[rio Orinoco]]]]

A [[fauna]] da Venezuela é diversa e inclui espécies pouco conhecidas como o [[peixe-boi]], [[Bradypus|preguiça de três dedos]], [[Choloepus|preguiça-de-coleira]], [[boto-cor-de-rosa]] e [[crocodilo-do-orinoco]], que podem atingir até 6,6 m de comprimento. A Venezuela abriga um total de 1 417 espécies de aves, 48 das quais são endémicas.<ref name="Biodiversidade da Venezuela 6">{{citar web|url= http://avibase.bsc-eoc.org/checklist.jsp?lang=EN&region=ve&list=clements |titulo= Avibase - Bird Checklists of the World: Venezuela |publicado= Avibase |autor= Lepage, Denis |lingua= inglês |data= 2007 |acessodata= 5 de maio de 2014}}</ref> Aves importantes incluem o [[íbis]], [[Pandion haliaetus|diversos tipos de águias]], [[Guarda-rios|maçaricos]] e o [[turpial]], a ave nacional da Venezuela.<ref name="Biodiversidade da Venezuela 5" /> Os mamíferos mais notáveis são o [[Myrmecophaga tridactyla|tamanduá-bandeira]], [[onça-pintada]] e a [[capivara]], o maior roedor do mundo.<ref name="Biodiversidade da Venezuela 11" /> Mais de metade das espécies de aves e mamíferos venezuelanos são encontradas nas florestas da Amazônia e ao sul do rio Orinoco.<ref name="Biodiversidade da Venezuela 7">{{citar web|url= https://web.archive.org/web/20090215051848/http://archive.wri.org/page.cfm?id=1607&z=? |titulo= State of Venezuela's forests: A case study of the Guayana Region |publicado= World Resources Institute |autor= Bevilacqua, M; Cardenas, L; Flores |lingua= inglês |data= 2002 |acessodata= 5 de maio de 2014}}</ref>

Sobre a [[flora]] presente na Venezuela, mais de 25 mil espécies de [[orquídea]]s são encontradas nas florestas do país e nos ecossistemas da floresta de várzea.<ref name="Biodiversidade da Venezuela 5" /> Estas incluem a ''flor de mayo'' (Cattleya mossiae), tida como a flor nacional venezuelana. A árvore nacional da Venezuela é o [[Tabebuia|Ipê amarelo]] (ou araguaney, conforme chamado no país) cuja característica exuberante após o período chuvoso levou o romancista [[Rómulo Gallegos]] a nomeá-la de "a primavera de oro de los araguaneyes" (a primavera de ouro dos araguaneyes).<ref name="Biodiversidade da Venezuela 11">{{citar web |url= http://www.latintrails.com/aboutvenezuela |titulo= About Venezuela rainforest basin, nature travel ideas |publicado= Latintrails |lingua= inglês |acessodata= 6 de maio de 2014 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20140429155416/http://www.latintrails.com/aboutvenezuela |arquivodata= 2014-04-29 |urlmorta= yes }}</ref>

Em se tratando de [[Fungi|fungos]], uma conta foi fornecida por R.W.G. Dennis, sendo digitalizada e os registros disponibilizados ''online'' como parte do banco de dados do ''Cybertruffle Robigalia''.<ref name="Biodiversidade da Venezuela 8">Dennis, R.W.G. "Fungus Flora of Venezuela and Adjacent Countries". Her Majesty's Stationary Office, London, 1970</ref><ref name="Biodiversidade da Venezuela 9">{{citar web|url= http://www.cybertruffle.org.uk/robigalia/eng/index.htm |titulo= CYBERTRUFFLE'S ROBIGALIA - Observations of fungi and their associated organisms |publicado= Cybertruffle |lingua= inglês |acessodata= 6 de maio de 2014}}</ref> Este banco de dados inclui cerca de 3,9 mil espécies de fungos registrados na Venezuela, mas está longe de ser completa, e é provável que o número total de espécies de fungos já conhecidos no país seja maior, dada a estimativa geralmente aceita de que apenas 7% de todos os fungos em todo o mundo foram descobertos, catalogados e estudados até o momento.<ref name="Biodiversidade da Venezuela 10">Kirk, P.M., Cannon, P.F., Minter, D.W. and Stalpers, J. (2008 ) "Dictionary of the Fungi". 10th ed., CABI, ISBN 0-85199-826-7</ref>
[[Imagem:Balneario Playa Parguito DSC5579.jpg|thumb|esquerda|Visa panorâmica da [[ilha de Margarita]], no mar do [[Caribe]]]]

O país está entre os vinte melhores em termos de [[endemismo]].<ref name="Biodiversidade da Venezuela 11" /> Entre os seus animais, 23% dos [[répteis]] e 50% das espécies de [[anfíbios]] são endémicas.<ref name="Biodiversidade da Venezuela 11" /> Embora a quantidade de informação disponível ainda seja muito pequena, um primeiro esforço foi feito para estimar o número de espécies de fungos endêmicos para a Venezuela: Aproximadamente 1 334 espécies de fungos foram identificados como possíveis endemias do país. Cerca de 38% dos mais de 21 mil espécies de plantas conhecidas da Venezuela são exclusivas do país.<ref name="Biodiversidade da Venezuela 11" />

A Venezuela é atualmente o lar de uma reserva da biosfera, o Alto Orinoco-Casiquiare, que faz parte da [[Rede Mundial de Reservas da Biosfera]], além de cinco zonas úmidas que estão registradas nos termos da Convenção de Ramsar. Em 2003, 70% das terras do país estavam sob a gestão da conservação em mais de 200 áreas protegidas, incluindo 43 parques nacionais. Nas últimas décadas, a exploração madeireira, mineração, agricultura itinerante e outras atividades humanas têm servido como ameaça para a biodiversidade venezuelana. Entre 1990 e 2000, 0,40% da cobertura florestal foi desmatada anualmente. No mesmo período, foram implementadas medidas de proteções federais, como a proteção de 20% a 33% da área florestal venezuelana.<ref name="Biodiversidade da Venezuela 11" />
{{panorama|Kukenan Roraima GS.jpg|800px|Panorama dos [[tepui]]s [[Tepui Kukenán|Kukenán]] e [[Monte Roraima|Roraima]] vistos a partir do acampamento do rio Tëk (rio visível na imagem), em [[Gran Sabana]]. O tepui Roraima é, na verdade, 100 metros maior que o Kukenan, mas, devido à perspectiva da fotografia, ele parece menor.}}

== Demografia ==
{{Artigo principal|Demografia da Venezuela}}
A Venezuela está entre os países mais [[Urbanização|urbanizados]] da América Latina;<ref name="encartaSA">{{Citar enciclopédia|url=http://encarta.msn.com/encyclopedia_761574914_3/South_America.html|titulo=South America|acessodata=13 de março de 2007|enciclopédia=[[Encarta]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070421194631/http://encarta.msn.com/encyclopedia_761574914_3/South_America.html|arquivodata=21 de abril de 2007}}</ref><ref name="UNpopstats">{{Citar web|url=https://www.un.org/esa/population/publications/wup1999/WUP99ANNEXTABLES.pdf|titulo=Annex tables|acessodata=13 de março de 2007|website=World Urbanization Prospects: The 1999 Revision|publicado=United Nations|arquivourl=https://web.archive.org/web/20030828135807/https://www.un.org/esa/population/publications/wup1999/WUP99ANNEXTABLES.pdf|arquivodata=28 de agosto de 2003|urlmorta=live}}</ref> a grande maioria dos venezuelanos vive nas cidades do norte, especialmente na capital [[Caracas]], que também é a maior cidade do país. Cerca de 93% da população vive em áreas urbanas no norte da Venezuela; 73% vivem a menos de 100 quilômetros da costa <ref>{{Citar web|url=http://earthtrends.wri.org/pdf_library/country_profiles/coa_cou_862.pdf|titulo=Coastal and Marine Ecosystems—Venezuela|acessodata=10 de março de 2007|website=EarthTrends Country Profiles|publicado=World Resources Institute|ano=2003|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070318000929/http://earthtrends.wri.org/pdf_library/country_profiles/coa_cou_862.pdf|arquivodata=18 de março de 2007}}</ref> Embora quase metade da área terrestre do país esteja ao sul do [[Orinoco]], apenas 5% dos venezuelanos vivem lá. A maior e mais importante cidade ao sul do Orinoco é [[Ciudad Guayana]], que é a sexta [[conurbação]] mais populosa.<ref>{{Citar web|url=http://www.ine.gob.ve/demografica/salidadistribucion.asp?Tt=Cuadro229&cuadro=cuadro229|titulo=Cuadro Magnitud y Estructura Demográfica|acessodata=25 de abril de 2010|publicado=Ine.gob.ve|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110929230946/http://www.ine.gob.ve/demografica/salidadistribucion.asp?Tt=Cuadro229&cuadro=cuadro229|arquivodata=29 de setembro de 2011}}</ref>

=== Cidades mais populosas ===
{{Cidades mais populosas da Venezuela}}

=== Idiomas ===
[[Ficheiro:Palacio_de_las_Academias.JPG|miniaturadaimagem|A [[Academia Venezuelana da Língua]] estuda o desenvolvimento do espanhol no país.]]
Embora a maioria dos moradores fale apenas [[Espanhol venezuelano|espanhol]], a [[língua oficial]] do país, muitas línguas são faladas na Venezuela. Além do espanhol, a Constituição reconhece mais de trinta línguas indígenas, incluindo [[Língua wayuu|wayuu]], [[Língua warao|warao]], [[Língua taurepangue|pemón]] e muitas outras para o uso oficial dos povos indígenas, a maioria com poucos falantes – menos de 1% da população total. Wayuu é a língua indígena mais falada, com 170 mil falantes.<ref name="Ethnologue">{{Citar web|url=https://www.ethnologue.com/country/VE|titulo=Venezuela|acessodata=23 de janeiro de 2017|website=Ethnologue|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220404014153/https://www.ethnologue.com/country/VE|arquivodata=4 de abril de 2022|urlmorta=live}}</ref>

Os imigrantes, além do espanhol, falam suas próprias línguas. [[Língua chinesa|Chinês]] (400 mil), [[Língua portuguesa|português]] (254 mil)<ref name="Ethnologue"/> e [[Língua italiana|italiano]] (200 mil)<ref>{{Citar periódico |url=https://www.openaire.eu/search/publication?articleId=doajarticles::e2c6e2d8ae5915079007d321c21defb0 |título=L'Italiano in Venezuela |data=2012 |acessodata=22 de janeiro de 2017 |periódico=Italiano LinguaDue |número=2 |ultimo=Bernasconi |primeiro=Giulia |pagina=20 |lingua=it |doi=10.13130/2037-3597/1921 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20170202192545/https://www.openaire.eu/search/publication?articleId=doajarticles::e2c6e2d8ae5915079007d321c21defb0 |arquivodata=2 de fevereiro de 2017 |volume=3}}</ref> são as línguas mais faladas depois do espanhol. O [[Língua árabe|árabe]] é falado pelas colônias libanesas e sírias na [[Ilha de Margarita]], [[Maracaibo]], [[Punto Fijo]], [[Puerto la Cruz]], [[El Tigre]], [[Maracay]] e [[Caracas]]. O português é falado não apenas pela comunidade portuguesa de [[Santa Elena de Uairén]], mas também por grande parte da população devido à sua proximidade com o [[Brasil]].<ref>{{Citar jornal|url=https://www.worldatlas.com/articles/what-languages-are-spoken-in-venezuela.html|titulo=What Languages Are Spoken in Venezuela?|acessodata=17 de junho de 2018|website=WorldAtlas}}</ref> A comunidade alemã fala sua língua nativa, enquanto o povo de [[Colônia Tovar|Colonia Tovar]] fala principalmente um dialeto [[Alemânico|alemão]] chamado [[Alemão colonieiro|''alemán coloniero'']]. O [[Língua inglesa|inglês]] é a língua estrangeira mais amplamente utilizada e procurada, sendo falado por muitos profissionais, acadêmicos e membros das classes alta e média, como resultado da exploração de petróleo por empresas estrangeiras, além de sua aceitação como [[língua franca]]. Culturalmente, o inglês é comum em cidades do sul, como [[El Callao (município)|El Callao]], e a influência nativa da língua inglesa é evidente nas canções folclóricas e de calipso da região. O inglês foi trazido para a Venezuela por imigrantes de [[Trinidad e Tobago]] e de outras [[Índias Ocidentais Britânicas]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=3cU-AQAAQBAJ&pg=PT61|título=Venezuela – Culture Smart!: The Essential Guide to Customs & Culture|ultimo=Maddicks|primeiro=Russell|data=1 de outubro de 2012|editora=Kuperard|isbn=978-1-85733-661-0}}</ref> Uma variedade do [[Língua crioula antilhana|crioulo antilhano]] é falada por uma pequena comunidade em El Callao e Paria.<ref>{{Citar web|ultimo=Ferreira|primeiro=Jo-Anne S|url=https://www.academia.edu/7134415|titulo=Patuá in Paria: The Status of French-lexicon Creole in Venezuela (pre-published version)}}</ref> 

=== Religiões ===

{{Gráfico circular
|thumb = right
|título= Religiões na Venezuela (2011)<ref name="grumilla">{{citar jornal|último1=Aguire|primeiro1=Jesus Maria|língua=es|titulo=Informe Sociográfico sobre la religión en Venezuela|url=http://www.gumilla.org/biblioteca/bases/biblo/texto/SIC2012745_211-222.pdf|acessodata=5 de abril de 2015|publicado=El Centro Gumilla|data=Junho de 2012|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150924024236/http://www.gumilla.org/biblioteca/bases/biblo/texto/SIC2012745_211-222.pdf|arquivodata=24 de setembro de 2015}}</ref>

|rótulo1 = [[Católicos romanos]]
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|rótulo3 = [[Irreligiosos]]
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}}
De acordo com uma pesquisa de 2011 (GIS XXI), 88% da população é [[Cristianismo|cristã]], principalmente [[católica romana]] (71%), e os 17% restantes são [[protestantes]], principalmente [[evangélicos]] (na [[América Latina]], os protestantes são geralmente chamados de "evangélicos"). Cerca de 8% dos venezuelanos são [[irreligiosos]] (2% de [[ateus]] e 6% de [[agnósticos]] ou indiferentes). Quase 3% da população segue outra religião (1% dessas pessoas pratica a [[santería]]).<ref name="grumilla"/>

Existem pequenas, mas influentes comunidades [[Islã|muçulmanas]], [[Drusos|drusas]],<ref name="Khalifa 2013 loc=6-7">{{Harvnb|Khalifa|2013|loc=6-7}}.</ref><ref>[https://www.nbcnews.com/news/latino/more-venezuelans-immigrate-lebanon-crisis-escalates-n783106 More Venezuelans Immigrate to Lebanon As Crisis Escalates]</ref> [[budistas]] e [[Judeus|judaicas]]. A comunidade muçulmana de mais de 100 mil está concentrada entre pessoas de ascendência [[Libaneses|libanesa]] e [[Sírios|síria]] que vivem no estado de [[Nueva Esparta]], [[Punto Fijo]] e na área de [[Caracas]]. A comunidade drusa é estimada em cerca de 60 mil e concentrada entre pessoas de ascendência libanesa e síria (um ex-vice-presidente é druso, mostrando a influência do pequeno grupo).<ref>{{citar web|titulo=Tariq Alaiseme [reportedly to be] vice-president of Venezuela |url=http://www.al-amama.com/index.php?option=com_content&task=view&id=1110| data = 2013 | publicado=Aamama|língua=ar}}: Referring governor [[Tareck El Aissami]].</ref><ref name="Khalifa 2013 loc=6-7"/>

A comunidade judaica diminuiu nos últimos anos devido às crescentes pressões econômicas e [[antissemitismo]] na Venezuela,<ref name=Hurricane>{{citar periódico|autor=Thor Halvorssen Mendoza|url=http://www.weeklystandard.com/Content/Public/Articles/000/000/005/903jhsjt.asp?pg=1|titulo=Hurricane Hugo|periódico=[[The Weekly Standard]]|data=8 de agosto de 2005|volume=10|número=44|acessodata=20 de novembro de 2010|autorlink=link = Thor Halvorssen Mendoza|datali=agosto de 2024}}</ref><ref name="SRI">[http://www.tau.ac.il/Anti-Semitism/asw2004/venezuela.htm Annual Report 2004: Venezuela.] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20061023195546/http://www.tau.ac.il/Anti-Semitism/asw2004/venezuela.htm|data=23 de outubro de 2006}} [[Stephen Roth Institute]]. Acessado em 11 de agosto de 2006.</ref><ref>Berrios, Jerry. [http://pewforum.org/news/display.php?NewsID=11060 S. Fla. Venezuelans: Chavez incites anti-Semitism.] {{webarchive|url=https://web.archive.org/web/20080306053937/http://pewforum.org/news/display.php?NewsID=11060 |data=6 de março de 2008 }} ''Miami Herald'', 10 de agosto de 2006.</ref><ref>[http://www.adl.org/PresRele/ASInt_13/4925_13.htm Report: Anti-Semitism on Rise in Venezuela; Chavez Government 'Fosters Hate' Toward Jews and Israel.] Press release, [[Anti-Defamation League]], 6 de novembro de 2006. Acessado em 3 de abril de 2008.</ref><ref>[http://www.adl.org/main_International_Affairs/venezuela_anti_semitism_report.htm The Chavez Regime: Fostering Anti-Semitism and Supporting Radical Islam.] [[Anti-Defamation League]], 6 de novembro de 2006. Acessado em 3 de abril de 2008.</ref> com a população diminuindo de 22&nbsp;mil em 1999<ref name=TOERaid>{{citar jornal|último1=Rueda|primeiro1=Jorge|titulo=Jewish leaders condemn police raid on community center in Venezuela|url=http://legacy.utsandiego.com/news/world/20071204-1410-venezuela-raid.html|acessodata=8 de abril de 2015|agência=[[U-T San Diego]]|data=4 de dezembro de 2007|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150408072903/http://legacy.utsandiego.com/news/world/20071204-1410-venezuela-raid.html|arquivodata=8 de abril de 2015}}</ref> para menos de 7&nbsp;mil em 2015.<ref name=AJjan2015>{{citar jornal|titulo=ADL Denounces Anti-Semitic Graffiti Sprayed on Synagogue in Venezuela|url=http://www.algemeiner.com/2015/01/02/adl-denounces-anti-semitic-graffiti-sprayed-on-synagogue-in-venezuela/|acessodata=4 de janeiro de 2015|agência=[[Algemeiner Journal]]|data=2 de janeiro de 2015}}</ref>

=== Composição étnica ===
A Venezuela é um país bastante miscigenado e grande parte de sua população é multirracial, como resultado do contato entre espanhóis, indígenas e africanos no período colonial.<ref name=":3" /><ref>{{citar web|último =Pacievitch|primeiro =Thais|título=População da Venezuela|url=http://www.infoescola.com/demografia/populacao-da-venezuela/|publicado=InfoEscola|acessodata=1 de agosto de 2012|data=27 de maio de 2008}}</ref>
{{Multiple image
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 | image1 = Venezuela 2011 Moreno (Brown) population proportion map.png
 | caption1 = População mestiça na Venezuela em 2011
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 | caption2 = População branca na Venezuela em 2011
 | image3 = Venezuela 2011 Ameridian population proportion map.png
 | caption3 = População ameríndia na Venezuela em 2011
 | image4 = Venezuela 2011 Black and Afrodescendant population proportion map.png
 | caption4 = População negra na Venezuela em 2011
}}
Segundo o censo populacional de 2011, a composição étnico-racial da população venezuelana, segundo autoidentificação, é a seguinte: 49,9%: multirraciais (de qualquer tipo), 42,2% [[brancos]], 3,5% [[Diáspora africana|afrodescendentes]] e 2,7% [[Povos ameríndios|ameríndios]].<ref>[http://www.ine.gov.ve/documentos/Demografia/CensodePoblacionyVivienda/pdf/ResultadosBasicosCenso2011.pdf ine.gov.ve - pdf]{{ligação inativa|data=agosto de 2024}}</ref> Segundo a ''[[Encyclopædia Britannica]]'', a população venezuelana é assim dividida: 63,7% mestiços indígenas-europeus ou mestiços indígenas-africanos-europeus, 23,3% brancos, 10,0% negros, 1,3% indígenas e 1,7% outros.<ref name=":3" /> Já Francisco Lizcano estimou a composição étnica do país sul-americano dessa forma: 37,7% ''mestizos'' (mestiços indígenas-europeus), 37,7% mulatos (mestiços africanos-europeus), 16,9% brancos, 2,8% negros, 2,7% ameríndios e 2,2% asiáticos (na maioria, descendentes de [[árabes]]).<ref>{{citar periódico |título=Composición Étnica de las Tres Áreas Culturales del Continente Americano al Comienzo del Siglo XXI |data=2005 |acessodata=2023-06-17 |periódico=Convergencia |número=38 |ultimo=Lizcano Fernández |primeiro=Francisco |pagina=185-232 |volume=12}}</ref>

Na Venezuela, os afrodescendentes estão concentrados em regiões próximas à costa, enquanto os indígenas residem, na maioria, em regiões remotas do interior do país, como florestas próximas ao Lago de Maracaibo e a Floresta Amazônica.<ref name=":3" />

De acordo com um estudo genético de [[DNA]] autossômico, realizado em 2008, pela [[Universidade de Brasília]] (UnB) a composição da população da Venezuela é a seguinte: 60,60% de contribuição europeia, 23% de contribuição indígena e 16,30% de contribuição africana.<ref>{{citar web|último=Godinho|primeiro=Neide Maria de Oliveira|título=O impacto das migrações na constituição genética de populações latino-americanas|url=http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3873|publicado=Universidade de Brasília|acessodata=1 de agosto de 2012|ano=2008|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110706000000/http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3873|arquivodata=6 de julho de 2011|urlmorta=yes}}</ref>

Até a [[Segunda Guerra Mundial]], a entrada de europeus na Venezuela foi quase exclusivamente de [[espanhóis]]. Entre 1948 e 1958, o governo estimulou a entrada de [[portugueses]], espanhóis e [[italianos]]. Entre as décadas de 1950 e 1970, centenas de milhares de imigrantes oriundos de países hispanófonos da América do Sul se fixaram na Venezuela, especialmente [[colombianos]], mas também [[argentinos]], [[chilenos]] e [[uruguaios]]. Muitos desses europeus e sul-americanos não se fixaram em território venezuelano definitivamente, pois retornaram aos seus países de origem.<ref name=":3" />

=== Criminalidade ===
[[Ficheiro:El Paraíso tunnel main gate of Caracas.jpg|thumb|[[Favela]] em Caracas]]

Na Venezuela, uma pessoa é assassinada a cada 21 minutos.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Castillo|primeiro=Mariano|url=http://www.cnn.com/2014/01/09/world/americas/monica-spear-venezuela-beauty-queen-killed/|titulo=Beauty queen's killers nabbed, Venezuela says|data=9 de janeiro de 2014|acessodata=10 de janeiro de 2014|website=CNN|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140221100911/http://www.cnn.com/2014/01/09/world/americas/monica-spear-venezuela-beauty-queen-killed/|arquivodata=21 de fevereiro de 2014|urlmorta=live}}</ref> Os crimes violentos são tão frequentes na que o governo já não produz dados sobre a criminalidade.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Gallegos|primeiro=Raul|url=https://www.bloomberg.com/news/2014-01-10/miss-venezuela-s-murder-is-the-price-of-politics.html|titulo=Miss Venezuela's Murder Is the Price of Politics|data=10 de janeiro de 2014|acessodata=10 de janeiro de 2014|website=[[Bloomberg.com]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140127115104/http://www.bloomberg.com/news/2014-01-10/miss-venezuela-s-murder-is-the-price-of-politics.html|arquivodata=27 de janeiro de 2014|urlmorta=live}}</ref> Em 2013, a taxa de [[homicídios]] foi de aproximadamente 79 por 100 mil habitantes, uma das mais altas do mundo, tendo quadruplicado nos últimos 15 anos, com mais de 200 mil pessoas assassinadas.<ref>{{Citar web|ultimo=Rueda|primeiro=Manuel|url=http://fusion.net/leadership/story/venezuela-violent-iraq-365361|titulo=How Did Venezuela Become So Violent?|acessodata=10 de janeiro de 2014|publicado=Fusion|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140110235719/http://fusion.net/leadership/story/venezuela-violent-iraq-365361|arquivodata=10 de janeiro de 2014|urlmorta=dead}}</ref> Em 2015, tinha aumentado para 90 por 100 mil habitantes.<ref name="BBCVenezuela">{{Citar jornal|ultimo=Davies|primeiro=Wyre|url=https://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-35622188|titulo=Venezuela's decline fuelled by plunging oil prices|data=20 de fevereiro de 2016|acessodata=20 de fevereiro de 2016|publicado=BBC News, Latin America|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160221035418/http://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-35622188|arquivodata=21 de fevereiro de 2016|urlmorta=live}}</ref> A capital Caracas tem uma das maiores taxas de homicídios de qualquer grande cidade do mundo, com 122 homicídios por 100 mil habitantes.<ref>{{Citar web|url=https://travel.state.gov/travel/cis_pa_tw/cis/cis_1059.html|titulo=Venezuela Country Specific Information|acessodata=10 de janeiro de 2014|publicado=United States Department of State|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140111012601/http://travel.state.gov/travel/cis_pa_tw/cis/cis_1059.html|arquivodata=11 de janeiro de 2014|urlmorta=dead}}</ref> Em 2008, as sondagens indicaram que a criminalidade era a principal preocupação dos eleitores.<ref>{{Citar jornal|url=http://uk.reuters.com/article/idUKN14277528|titulo=Crime threatens Chavez vote in Venezuela slums &#124; Reuters|data=14 de novembro de 2008|acessodata=25 de abril de 2010|publicado=Uk.reuters.com|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100115215731/http://uk.reuters.com/article/idUKN14277528|arquivodata=15 de janeiro de 2010|urlmorta=live}}</ref> Tentativas de combate ao crime, como a Operação Libertação do Povo, foram implementadas para reprimir áreas controladas por gangues,<ref>{{Citar jornal|url=http://latino.foxnews.com/latino/politics/2015/07/13/14-killed-in-caracas-anti-crime-operation|titulo=14 Killed in Caracas anti-crime operation|data=13 de julho de 2015|acessodata=16 de julho de 2015|website=Fox News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150717025212/http://latino.foxnews.com/latino/politics/2015/07/13/14-killed-in-caracas-anti-crime-operation/|arquivodata=17 de julho de 2015|urlmorta=live}}</ref> mas, dos atos criminosos denunciados, menos de 2% são processados.<ref name="Finnegan">{{Citar revista|sobrenome=Finnegan|primeiro=William|data=1 de novembro de 2016|título=Venezuela, A Failing State|url=http://www.newyorker.com/magazine/2016/11/14/venezuela-a-failing-state|urlmorta=live|revista=The New Yorker|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190925104104/https://www.newyorker.com/magazine/2016/11/14/venezuela-a-failing-state|arquivodata=25 de setembro de 2019|acessodata=7 de janeiro de 2017}}</ref> Em 2017, o ''[[Financial Times]]'' observou que algumas das armas adquiridas pelo governo nas duas décadas anteriores foram desviadas para grupos civis paramilitares e sindicatos criminosos.<ref name="broken system">{{Citar jornal|ultimo=Lansberg-Rodriguez|primeiro=Daniel|url=https://www.ft.com/content/e619b1f6-2805-11e7-bc4b-5528796fe35c|titulo=Venezuela's broken system|data=2 de abril de 2017|acessodata=24 de abril de 2017|website=The Financial Times|pagina=11|arquivourl=https://ghostarchive.org/archive/20221210/https://www.ft.com/content/e619b1f6-2805-11e7-bc4b-5528796fe35c|arquivodata=10 de dezembro de 2022}}</ref>

A Venezuela é especialmente perigosa para viajantes e investidores estrangeiros que a visitam. O [[Departamento de Estado dos Estados Unidos]] e o [[Governo do Canadá]] alertaram os visitantes estrangeiros de que podem ser vítimas de roubo, sequestro<ref>{{Citar web|url=https://travel.state.gov/content/passports/english/country/venezuela.html|titulo=Venezuela|acessodata=30 de junho de 2015|publicado=United States Department of State|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150703175448/http://travel.state.gov/content/passports/english/country/venezuela.html|arquivodata=3 de julho de 2015|urlmorta=dead}}</ref> e assassinato, e que os seus próprios viajantes diplomáticos são obrigados a viajar em [[Veículo blindado|veículos blindados]].<ref>{{Citar web|url=https://travel.state.gov/content/passports/english/alertswarnings/venezuela-travel-warning.html|titulo=Venezuela Travel Warning|acessodata=9 de fevereiro de 2014|publicado=United States Department of State|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140130073159/http://travel.state.gov/content/passports/english/alertswarnings/venezuela-travel-warning.html|arquivodata=30 de janeiro de 2014|urlmorta=dead}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://travel.gc.ca/destinations/venezuela|titulo=Venezuela|data=16 de novembro de 2012|acessodata=9 de fevereiro de 2014|publicado=Government of Canada|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190501072806/https://travel.gc.ca/destinations/venezuela|arquivodata=1 de maio de 2019|urlmorta=live}}</ref> O [[Ministério das Relações Exteriores, Commonwealth e Desenvolvimento|Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Commonwealth]] do [[Reino Unido]] desaconselhou todas as viagens à Venezuela.<ref>{{Citar jornal|url=https://www.theguardian.com/news/datablog/2011/mar/23/fco-travel-advice-map|titulo=FCO travel advice mapped: the world according to Britain's diplomats|acessodata=13 de dezembro de 2016|website=The Guardian|arquivourl=https://web.archive.org/web/20130624012136/http://www.guardian.co.uk/news/datablog/2011/mar/23/fco-travel-advice-map|arquivodata=24 de junho de 2013|urlmorta=live}}</ref> 

Existem aproximadamente 33 prisões com cerca de 50 mil reclusos<ref>{{Citar jornal|url=http://www.cnn.com/2012/08/20/world/americas/venezuela-prison-violence/index.html|titulo=20 killed in Venezuelan prison violence|acessodata=25 de novembro de 2012|publicado=CNN.com|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180928044229/https://www.cnn.com/2012/08/20/world/americas/venezuela-prison-violence/index.html|arquivodata=28 de setembro de 2018|urlmorta=live}}</ref> em um sistema prisional fortemente superlotado; as suas instalações têm capacidade para apenas 14 mil prisioneiros.<ref>{{Citar jornal|ultimo=Silverstein|primeiro=Amy|url=http://www.globalpost.com/dispatch/news/regions/americas/venezuela/120820/venezuela-prison-riot-kills-20|titulo=Venezuela prison riot kills 20|data=20 de agosto de 2012|acessodata=21 de agosto de 2012|website=[[Global Post]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160101201851/http://www.globalpost.com/dispatch/news/regions/americas/venezuela/120820/venezuela-prison-riot-kills-20|arquivodata=1 de janeiro de 2016|urlmorta=live}}</ref>

== Governo e política ==
{{Artigo principal|Política da Venezuela}}
{{Vertambém|Plebiscito sobre Reforma Constitucional na Venezuela em 2007|Referendo constitucional na Venezuela em 2009}}
[[Ficheiro:Nicolás Maduro in meeting with Iranian President Hassan Rouhani in Saadabad Palace.jpg|thumb|[[Nicolás Maduro]], o atual [[presidente da Venezuela]], que assumiu o cargo após a morte de [[Hugo Chávez]] em 2013.]]

A Venezuela é uma [[república federal]] [[presidencialismo|presidencialista]] governada pela Constituição de 1999. Esta constituição consagrou a existência de cinco poderes: [[poder executivo|executivo]], [[poder legislativo|legislativo]], [[poder judiciário|judiciário]], cidadão e eleitoral. O poder executivo recai sobre o presidente da República, eleito por [[sufrágio universal]] para um mandato de seis anos, podendo ser reeleito infinitamente, após referendada a emenda constitucional, por voto popular. Ele é simultaneamente chefe de Estado e chefe de governo. É também o Comandante Supremo das Forças Armadas. Nomeia o vice-presidente da República (cargo ocupado desde janeiro de 2007 por [[Jorge Rodríguez Gómez]]) e os ministros.{{carece de fontes|data=outubro de 2023}}

O parlamento venezuelano [[Unicameralismo|unicameral]] é a [[Assembleia Nacional da Venezuela|Assembleia Nacional]]. O número de membros é variável – cada estado e o distrito da capital elegem três representantes mais o resultado da divisão da população do estado por 1,1% da população total do país.<ref>{{Citar web|url=http://www.cne.gov.ve/web/normativa_electoral/ley_organica_procesos_electorales/titulo2.php|titulo=Ley Orgánica de Procesos Electorales|acessodata=4 de abril de 2011|publicado=Consejo Nacional Electoral|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100929053531/http://www.cne.gov.ve/web/normativa_electoral/ley_organica_procesos_electorales/titulo2.php|arquivodata=29 de setembro de 2010}}</ref> Três assentos são reservados para representantes dos povos indígenas. Para o período de 2011-2016 o número de assentos é de 165.<ref>{{Citar web|url=http://www.vtv.gov.ve/noticias-nacionales/37227|titulo=Dos mil 719 candidatos se disputarán los curules de la Asamblea Nacional|data=10 de junho de 2010|acessodata=4 de abril de 2011|publicado=Venezolana de Televisión|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110510075036/http://www.vtv.gov.ve/noticias-nacionales/37227|arquivodata=10 de maio de 2011}}</ref> Todos os deputados cumprem mandatos de cinco anos. A idade para votar na Venezuela é 18 anos. O voto não é [[Voto compulsório|obrigatório]].<ref name="TG">{{Citar jornal|ultimo=Frankal|primeiro=Elliot|url=http://politics.guardian.co.uk/apathy/story/0,,1521096,00.html|titulo=Compulsory voting around the world|data=4 de julho de 2005|acessodata=10 de março de 2007|website=The Guardian|local=London|arquivourl=https://web.archive.org/web/20081010234313/http://politics.guardian.co.uk/apathy/story/0,,1521096,00.html|arquivodata=10 de outubro de 2008|urlmorta=live}}</ref>

O sistema jurídico  pertence à tradição do [[Família romano-germânica de direitos|direito continental]]. O órgão [[Poder judiciário|judicial]] máximo é o [[Tribunal Supremo de Justiça (Venezuela)|Tribunal Supremo de Justiça]], cujos magistrados são eleitos pelo parlamento para um mandato único de doze anos. O [[Conselho Nacional Eleitoral (Venezuela)|Conselho Nacional Eleitoral]] é responsável pelos processos eleitorais; é formado por cinco diretores principais eleitos pela Assembleia Nacional. A presidente da Suprema Corte, Luisa Estela Morales, disse em dezembro de 2009 que a Venezuela havia se afastado de "uma divisão rígida de poderes" para um sistema caracterizado por "coordenação intensa". Morales esclareceu que cada poder deve ser independente.<ref>{{Citar web|url=http://www.elinformador.com.ve/noticias/venezuela/poder-judicial/luisa-estela-morales-afirma-division-poderes-debilita-estado/8397|titulo=Luisa Estela Morales afirma que la división de poderes debilita al Estado|data=5 de dezembro de 2009|acessodata=16 de janeiro de 2010|publicado=El Informador|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100325094828/http://www.elinformador.com.ve/noticias/venezuela/poder-judicial/luisa-estela-morales-afirma-division-poderes-debilita-estado/8397|arquivodata=25 de março de 2010}}</ref>

Segundo a [[Organização das Nações Unidas|ONU]], o país se encontra em '[[estado de exceção]]', com o governo sendo acusado de ameaçar e torturar opositores. Em contrapartida, José Rangel Avalos, [[vice-ministro]] do Interior, afirma que: "A [[tortura]] não faz parte da realidade política da Venezuela" e que a população tem a garantia de seus [[Direitos humanos|direitos]].<ref>{{Citar web |url=https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,venezuela-atua-como-se-vivesse-em-estado-de-excecao-diz-onu,1588876 |titulo=Venezuela atua como se vivesse em 'estado de exceção', diz ONU - Internacional |acessodata=2021-05-13 |website=Estadão |lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,onu-acusara-governo-de-maduro-por-reprimir-manifestantes,1587790 |titulo=ONU acusará governo de Maduro por reprimir manifestantes - Internacional |acessodata=2021-05-13 |website=Estadão |lingua=pt-BR}}</ref>

=== Forças armadas ===
[[Ficheiro:Venezuelan Air Force Sukhoi SU-30MK2 AADPR.jpg|thumb|Caça [[Sukhoi Su-30]] da Força Aérea da Venezuela]]
A [[Força Armada Nacional da República Bolivariana da Venezuela]] (''Fuerza Armada Nacional'', FAN) são as [[forças armadas]] da Venezuela. Ela inclui mais de {{fmtn|129150|homens}} e mulheres, nos termos do artigo 328 da Constituição, em cinco componentes de terra, mar e ar. Os componentes das Forças Armadas Nacionais são: o [[Exército Nacional da Venezuela|Exército venezuelano]], a [[Armada Nacional da Venezuela|Marinha venezuelana]], a [[Força Aérea Venezuelana|Força Aérea venezuelana]], a [[Milicia Nacional Bolivariana da Venezuela]] e a [[Milícia Nacional da Venezuela]].

Em 2008, cerca de {{fmtn|600000|soldados}} foram incorporados em um novo ramo, conhecido como Reserva Armada. O presidente da Venezuela é o [[comandante em chefe]] das forças armadas do país. As principais funções das forças armadas são defender o território nacional soberano da Venezuela, o espaço aéreo, as ilhas, a luta contra o [[narcotráfico]], busca e salvamento e, no caso de um [[desastre natural]], a proteção civil. Todos os homens que são [[cidadão]]s da Venezuela têm o dever constitucional de se inscrever nas forças armadas na idade de 18 anos, a idade de [[maioridade]] na Venezuela.

=== Relações exteriores ===
{{Artigo principal|Relações internacionais da Venezuela|Missões diplomáticas da Venezuela}}

[[Ficheiro:XIV_cumbre_del_ALBA-TCP.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|esquerda|Presidente Maduro entre outros líderes latino-americanos participando de uma reunião [[Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América]] em 2017]]

Durante a maioria do século XX, a Venezuela manteve relações amistosas com a maioria das nações latino-americanas e ocidentais. As relações entre a Venezuela e o governo dos [[Estados Unidos]] pioraram em 2002, após a [[Golpe de Estado na Venezuela de 2002|tentativa de golpe de estado venezuelano de 2002]], durante a qual o governo dos EUA reconheceu a curta presidência interina de [[Pedro Carmona]]. Em 2015, a Venezuela foi declarada uma ameaça à segurança nacional pelo presidente dos EUA, [[Barack Obama]].<ref>{{Citar jornal|url=https://www.reuters.com/article/us-usa-venezuela-idUSKBN0M51NS20150309|titulo=U.S. declares Venezuela a national security threat, sanctions top officials|data=9 de março de 2015|acessodata=26 de abril de 2015|website=Reuters|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150415154549/http://www.reuters.com/article/2015/03/09/us-usa-venezuela-idUSKBN0M51NS20150309|arquivodata=15 de abril de 2015|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.laht.com/article.asp?ArticleId=2377482&CategoryId=10717|titulo=Latin American Herald Tribune – US Announces New Executive Order Sanctions on Venezuela – Declares "National Emergency"|acessodata=26 de abril de 2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150325144202/http://laht.com/article.asp?CategoryId=10717&ArticleId=2377482|arquivodata=25 de março de 2015|urlmorta=dead}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.miamiherald.com/news/nation-world/world/americas/article13087994.html|titulo=Amid deteriorating relations, Washington turns screws on Venezuela|acessodata=26 de abril de 2015|website=miamiherald|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150406211611/http://www.miamiherald.com/news/nation-world/world/americas/article13087994.html|arquivodata=6 de abril de 2015|urlmorta=live}}</ref> 

A Venezuela busca uma integração [[Hemisfério ocidental|hemisférica]] alternativa por meio de propostas como a [[Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América|Alternativa Bolivariana para as Américas]] e a recém-lançada rede de televisão latino-americana [[Telesur|teleSUR]]. É uma das cinco nações do mundo — com [[Rússia]], [[Nicarágua]], [[Nauru]] e [[Síria]] — que reconheceram a independência da [[Reconhecimento internacional da independência da Abecásia e Ossétia do Sul|Abecásia e Ossétia do Sul]] na [[Geórgia]]. A Venezuela foi um dos proponentes da decisão da [[Organização dos Estados Americanos]] (OEA) de adoptar a sua Convenção Anticorrupção.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=ascdAQAAMAAJ&q=%22championed%20the%20OAS%20decision%22|título=Political Risk Yearbook: South America|editora=Frost & Sullivan|ano=1999|isbn=978-1-931077-59-0}}</ref> Em 26 de abril de 2017, no entanto, a Venezuela anunciou a sua intenção de se retirar da OEA.<ref>{{Citar jornal|url=https://www.bbc.com/news/world-latin-america-39726605|titulo=Venezuela to withdraw from OAS as deadly protests continue|data=2 de abril de 2017|acessodata=27 de abril de 2017|website=BBC News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170427020244/http://www.bbc.com/news/world-latin-america-39726605|arquivodata=27 de abril de 2017|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar jornal|url=https://www.washingtonpost.com/world/the_americas/venezuela-protesters-hit-by-tear-gas-vow-to-keep-pressure-on-government/2017/04/26/c6fbdcaa-29ee-11e7-9081-f5405f56d3e4_story.html|titulo=Venezuela says it will quit Organization of American States|acessodata=27 de abril de 2017|website=Washington Post|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170427010200/https://www.washingtonpost.com/world/the_americas/venezuela-protesters-hit-by-tear-gas-vow-to-keep-pressure-on-government/2017/04/26/c6fbdcaa-29ee-11e7-9081-f5405f56d3e4_story.html|arquivodata=27 de abril de 2017|urlmorta=live}}</ref>

A Venezuela pode sofrer uma deterioração de seu poder nos assuntos internacionais se a [[Transição energética|transição global para energia renovável]] for concluída. Está classificado em 151.º lugar entre 156 países no índice de Ganhos e Perdas Geopolíticas após a Transição Energética (GeGaLo, sigla em inglês).<ref>{{Citar periódico |título=The GeGaLo index: Geopolitical gains and losses after energy transition |data=2019 |periódico=Energy Strategy Reviews |ultimo=Overland |primeiro=Indra |ultimo2=Bazilian |primeiro2=Morgan |paginas=100406 |bibcode=2019EneSR..2600406O |doi=10.1016/j.esr.2019.100406 |ultimo3=Ilimbek Uulu |primeiro3=Talgat |ultimo4=Vakulchuk |primeiro4=Roman |ultimo5=Westphal |primeiro5=Kirsten |volume=26 |doi-access=free}}</ref>
[[Imagem:Guayana_Esequiba_(zona_completa).png|thumb|[[Guiana Essequiba]], parte do território da [[Guiana]] que é reivindicado pela Venezuela.]]

Toda a região a oeste do [[rio Essequibo]] (quase 60% do território da [[Guiana]]) é reivindicada pela Venezuela como sendo parte de seu território subtraído no século XIX pela [[Inglaterra]], então potência colonial que administrava a antiga [[Guiana Britânica]]. A disputa está em moratória. A região é denominada pela Venezuela de [[Guiana Essequiba]]. Em 1895, após anos de tentativas diplomáticas para resolver a disputa fronteiriça na Venezuela, a disputa sobre a fronteira do [[rio Essequibo]] deflagrou-se e então foi submetida a uma comissão supostamente neutra (composta por representantes do [[Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda|Reino Unido]], [[Estados Unidos]] e da [[Império Russo|Rússia]] e sem representante direto da Venezuela) que, em 1899, decidiu-se contra a reivindicação territorial da Venezuela.<ref>{{citar web |url=http://www.globalsecurity.org/military/ops/venezuela1895.htm |titulo=Venezuela Boundary Dispute, 1895–1899}}</ref>

A história da Venezuela no [[Mercosul]] iniciou em 16 de dezembro de 2003, durante reunião de cúpula do Mercosul realizada em [[Montevidéu]], quando foi assinado o Acordo de Complementação Econômica Mercosul, Colômbia, Equador e Venezuela. Neste acordo foi estabelecido um cronograma para a criação de uma zona de livre comércio entre os Estados signatários e os membros plenos do Mercosul, com gradual redução de tarifas. Desta maneira, estes países obtiveram sucesso nas negociações para a formação de uma zona de livre comércio com o Mercosul, uma vez que, um acordo de complementação econômica, com o cumprimento integral de seu cronograma, é o item exigido para ascensão de um novo associado. No entanto, em 8 de julho de 2004, a Venezuela foi elevada ao status de membro associado, sem ao menos concluir o cronograma firmado com o [[Conselho do Mercado Comum]].&nbsp;No ano seguinte, o bloco a reconheceu como uma nação associada em processo de adesão, o que, na prática, significava que o Estado possuía voz, mas não voto.<ref>{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi0907200414.htm|titulo=Folha de S.Paulo - Bloco anuncia a Venezuela como novo associado - 09/07/2004|acessodata=2017-04-22|obra=www1.folha.uol.com.br}}</ref> A expulsão da Venezuela foi oficializada em 1.º de dezembro de 2016. A decisão foi unanime por parte de: [[Brasil]], [[Argentina]], [[Paraguai]] e [[Uruguai]]; Ainda que para o governo de [[Montevidéu]] seria prudente acionar a cláusula democrática do bloco, da mesma forma que foi feita com o Paraguai. Após a Venezuela não aderir o [[tratado de Assunção]] sobre a promoção e proteção dos [[direitos humanos]], o acordo sobre residência que permite que moradores de outros países do bloco tenham moradia no país e, também, o Acordo de complementação econômica 18, que é considerado um dos principais pilares do bloco.<ref>{{Citar web|url=http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2012/07/120731_mercosul_venezuela_jf.shtml|titulo=BBC Brasil - Notícias - Sem Paraguai, Mercosul oficializa entrada da Venezuela|acessodata=2017-04-23}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.mercosur.int/innovaportal/file/4677/1/declaracionddhh_pt.pdf|titulo=Protocolo de Assunção|data=2015-12-21|acessodata=2017-04-22|publicado=Mercosul|ultimo=Mercosul|primeiro=Assunção protocolo|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160914095950/http://www.mercosur.int/innovaportal/file/4677/1/declaracionddhh_pt.pdf|arquivodata=2016-09-14|urlmorta=yes}}</ref> O governo venezuelano aderiu apenas 80 por cento das 1&nbsp;224 técnicas exigidas, e 25 por cento do tratado necessário.<ref name=":1">{{Citar periódico|titulo=Países do Mercosul oficializam suspensão da Venezuela do bloco|jornal=Folha de S.Paulo|url=http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/12/1837650-paises-do-mercosul-assinam-suspensao-da-venezuela-do-bloco.shtml}}</ref><ref name=":2">{{Citar periódico|titulo=Mercosul suspende Venezuela por não cumprir normas do bloco, dizem agências|jornal=G1|url=http://g1.globo.com/mundo/noticia/mercosul-suspende-venezuela-por-nao-cumprir-normas-do-bloco-dizem-agencias.ghtml}}</ref>

=== Direitos humanos ===
{{AP|Direitos humanos na Venezuela}}
[[Ficheiro:Venezuela_protests_against_the_Nicolas_Maduro_government,_Altamira_Square_6.JPG|miniaturadaimagem|esquerda|Protestos em Altamira, Caracas (2014)]]

Organizações de [[direitos humanos]] como a [[Human Rights Watch]] e a [[Amnesty International|Anistia Internacional]] têm criticado cada vez mais a Venezuela, com a primeira organização a notar em 2017 que o governo de Chávez e, posteriormente, o governo de Maduro concentraram cada vez mais o poder no poder executivo, corroeram as proteções constitucionais dos direitos humanos e permitiram que o governo perseguisse e reprimisse os seus críticos e a oposição.<ref>{{Citar web|url=https://www.hrw.org/world-report/2017/country-chapters/venezuela|titulo=World Report 2017: Rights Trends in Venezuela|data=12 de janeiro de 2017|acessodata=4 de abril de 2021|website=Human Rights Watch|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220511173224/https://www.hrw.org/world-report/2017/country-chapters/venezuela|arquivodata=11 de maio de 2022|urlmorta=live}}</ref> Outras preocupações persistentes, conforme apontado pelo relatório, incluem as más condições das prisões, o assédio contínuo da mídia independente e dos defensores dos direitos humanos pelo governo. Em 2006, a [[Economist Intelligence Unit]] classificou a Venezuela como um “regime híbrido” e o terceiro regime menos democrático da [[América Latina]] no [[Índice de democracia|Índice de Democracia]],<ref>{{Citar web|url=https://www.eiu.com/public/topical_report.aspx?campaignid=DemocracyIndex12|titulo=Democracy Index 2012|acessodata=4 de abril de 2021|website=www.eiu.com|arquivourl=https://web.archive.org/web/20200519022602/https://www.eiu.com/public/topical_report.aspx?campaignid=DemocracyIndex12|arquivodata=19 de maio de 2020|urlmorta=live}}</ref> mas o país foi rebaixado para um regime autoritário em 2017 por conta dos comportamentos cada vez mais ditatoriais do governo Maduro.<ref>{{Citar web|url=http://pages.eiu.com/rs/753-RIQ-438/images/Democracy_Index_2017.pdf?mkt_tok=eyJpIjoiWkRKbU1HWmxNVEUwTW1FdyIsInQiOiJPdlltVFV0blFRQzZNVERCZHhVeitZRElmUGplOHh3NWs1d2wzVzdRS1JvNU1kVmUxQVRESU9LbEVSOVwvR1F4aG1PV1NlS0ZZcng4NzBcLzVNZ09JOUxiZU5TTEVPekVHayttOTRqQkQ5TkNzWGN08RlowQTZ0UzlUK0pDdm9PVGlcLyJ9|titulo=Democracy Index 2017|acessodata=5 de abril de 2021|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180819182057/http://pages.eiu.com/rs/753-RIQ-438/images/Democracy_Index_2017.pdf?mkt_tok=eyJpIjoiWkRKbU1HWmxNVEUwTW1FdyIsInQiOiJPdlltVFV0blFRQzZNVERCZHhVeitZRElmUGplOHh3NWs1d2wzVzdRS1JvNU1kVmUxQVRESU9LbEVSOVwvR1F4aG1PV1NlS0ZZcng4NzBcLzVNZ09JOUxiZU5TTEVPekVHayttOTRqQkQ5TkNzWGN08RlowQTZ0UzlUK0pDdm9PVGlcLyJ9|arquivodata=19 de agosto de 2018|urlmorta=live}}</ref>

Em 2014, uma série de protestos e manifestações começaram, atribuídos  à inflação, à violência e à escassez de produtos e alimentos.<ref name="SVCOprotestINFO">{{Citar jornal|url=http://www.lapatilla.com/site/2014/07/17/protestas-aumentan-278-en-primer-semestre-2014/|titulo=Protestas aumentan 278% en primer semestre 2014|data=17 de julho de 2014|acessodata=9 de abril de 2015|website=LaPatilla.com|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180612141120/http://www.lapatilla.com/site/2014/07/17/protestas-aumentan-278-en-primer-semestre-2014/|arquivodata=12 de junho de 2018|urlmorta=live}}</ref> O governo acusou o protesto de ser motivado por "[[Fascismo|fascistas]], líderes da oposição, [[capitalismo]] e influência estrangeira".<ref name="Milne">{{Citar jornal|ultimo=Milne|primeiro=Seumas|url=https://www.theguardian.com/world/2014/apr/08/venezuela-protests-sign-us-wants-oil-says-nicolas-maduro|titulo=Venezuela protests are sign that US wants our oil, says Nicolás Maduro|acessodata=9 de abril de 2015|website=The Guardian|arquivourl=https://web.archive.org/web/20210811062534/https://www.theguardian.com/world/2014/apr/08/venezuela-protests-sign-us-wants-oil-says-nicolas-maduro|arquivodata=11 de agosto de 2021|urlmorta=live}}</ref> Nas [[Eleição parlamentar na Venezuela em 2015|eleições parlamentares de 2015]], Maduro reconheceu a derrota do [[Partido Socialista Unido da Venezuela|PSUV]], mas atribuiu a vitória da oposição à intensificação de uma guerra econômica. Apesar disso, disse: “Irei impedir, custe o que custar, que a oposição chegue ao poder”.<ref>{{Citar web|url=http://www.prensa.com/mundo/Nicolas-Maduro-Impedire-oposicion-llegue_0_4408059274.html|titulo=Nicolás Maduro: 'Impediré por las buenas o por las malas que la oposición llegue al poder'|acessodata=14 de maio de 2016|website=La Prensa|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160321052435/http://www.prensa.com/mundo/Nicolas-Maduro-Impedire-oposicion-llegue_0_4408059274.html|arquivodata=21 de março de 2016|urlmorta=dead}}</ref> Nos meses seguintes, Maduro cumpriu sua promessa de impedir que a Assembleia Nacional eleita legislasse. As primeiras medidas tomadas pelo PSUV e pelo governo foram a substituição de todos os integrantes Tribunal Supremo um dia depois das eleições parlamentares,<ref name="prodavinci.com">{{Citar web|url=http://prodavinci.com/blogs/puede-la-asamblea-nacional-designar-magistrados-del-tsj-por-jose-ignacio-hernandez-g/|titulo=La designación de magistrados del TSJ por la AN. ¿Fraude Constitucional?|acessodata=14 de maio de 2016|website=ProDavinci.com|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160821221725/http://prodavinci.com/blogs/puede-la-asamblea-nacional-designar-magistrados-del-tsj-por-jose-ignacio-hernandez-g/|arquivodata=21 de agosto de 2016|urlmorta=live}}</ref> contrária à [[Constituição venezuelana de 1999|Constituição da Venezuela]], aclamada como uma fraude pela maioria da imprensa venezuelana e internacional.<ref name="larazon.net">{{Citar web|url=http://www.larazon.net/2015/12/22/alberto-arteaga-sanchez-designaciones-de-magistrados-son-un-fraude-a-la-constitucion/|titulo=Designaciones de magistrados son un fraude a la Constitución|data=22 de dezembro de 2015|acessodata=15 de maio de 2016|website=La razón|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160604021540/http://www.larazon.net/2015/12/22/alberto-arteaga-sanchez-designaciones-de-magistrados-son-un-fraude-a-la-constitucion/|arquivodata=4 de junho de 2016|urlmorta=live}}</ref><ref name="el-nacional.com">{{Citar web|url=http://www.el-nacional.com/politica/Designacion-magistrados-obvio-fasede-impugnacion_0_766123536.html|titulo=Designación de magistrados obvió fase de impugnación|acessodata=15 de maio de 2016|website=El Nacional|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160508161057/http://www.el-nacional.com/politica/Designacion-magistrados-obvio-fasede-impugnacion_0_766123536.html|arquivodata=8 de maio de 2016|urlmorta=dead}}</ref><ref name="bbc.com">{{Citar web|url=http://www.bbc.com/mundo/noticias/2015/12/151222_venezuela_tsj_magistrados_dp|titulo=Por qué importan tanto los magistrados que designó el chavismo en Venezuela|data=23 de dezembro de 2015|acessodata=15 de maio de 2016|website=BBC.com|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160318074402/http://www.bbc.com/mundo/noticias/2015/12/151222_venezuela_tsj_magistrados_dp|arquivodata=18 de março de 2016|urlmorta=live}}</ref><ref name="ntn24web.com">{{Citar web|url=http://ntn24web.com/video/paso-a-vzla-chavismo-designo-nuevos-magistrados-83200|titulo=Designación de magistrados del TSJ en Vzla es un "flagrante fraude" a la Constitución|acessodata=14 de maio de 2016|website=NTN24|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160616182412/http://ntn24web.com/video/paso-a-vzla-chavismo-designo-nuevos-magistrados-83200|arquivodata=16 de junho de 2016|urlmorta=dead}}</ref> O ''[[Financial Times]]'' descreveu a função do Tribunal Supremo como “aprovação automática dos caprichos do executivo e veto à legislação”.<ref name="broken system" /> O governo do PSUV aproveitou esta violação para suspender vários opositores eleitos.<ref>{{Citar web|url=http://www.elmundo.es/internacional/2015/12/31/5685209422601d9c788b4641.html|titulo=El Supremo suspende la proclamación de tres diputados opositores y uno chavista|data=31 de dezembro de 2015|acessodata=15 de maio de 2016|website=elmundo.es|publicado=Unidad Editorial|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160604131405/http://www.elmundo.es/internacional/2015/12/31/5685209422601d9c788b4641.html|arquivodata=4 de junho de 2016|urlmorta=live}}</ref> Maduro disse que “a lei de anistia (aprovada pelo Parlamento) não será executada” e pediu ao Tribunal Supremo que a declare inconstitucional.<ref>{{Citar web|url=http://elestimulo.com/blog/maduro-sobre-amnistia-tenemos-que-garantizar-que-esta-ley-sea-detenida/|titulo=Maduro pide al TSJ declarar 'inconstitucional' la Ley de Amnistía|acessodata=15 de maio de 2016|website=El Estímulo|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160409201537/http://elestimulo.com/blog/maduro-sobre-amnistia-tenemos-que-garantizar-que-esta-ley-sea-detenida/|arquivodata=9 de abril de 2016|urlmorta=dead}}</ref>

Em 16 de janeiro de 2016, Maduro aprovou um decreto inconstitucional de "emergência econômica",<ref>{{Citar web|url=http://www.el-nacional.com/politica/Decreto-emergencia-economica-puede-pasar_0_793720683.html|titulo=Decreto de emergencia económica no puede pasar del 12 de mayo|acessodata=14 de maio de 2016|website=El Nacional|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160610160317/http://www.el-nacional.com/politica/Decreto-emergencia-economica-puede-pasar_0_793720683.html|arquivodata=10 de junho de 2016|urlmorta=dead}}</ref> relegando para a sua própria figura os poderes legislativo e executivo, ao mesmo tempo que detinha o poder judicial através da designação fraudulenta de juízes.<ref name="prodavinci.com" /><ref name="larazon.net" /><ref name="el-nacional.com" /><ref name="ntn24web.com" /> A partir desses eventos, Maduro efetivamente passou a controlar todos os três poderes do Estado venezuelano. Em 14 de maio de 2016, as garantias constitucionais foram de fato suspensas quando Maduro decretou a prorrogação do decreto de emergência econômica por mais 60 dias e declarou o [[estado de emergência]],<ref>{{Citar web|url=http://www.bbc.com/mundo/noticias/2016/05/160513_venezuela_maduro_emergencia_economica_ps|titulo=Nicolás Maduro decreta un nuevo Estado de Excepción y de Emergencia Económica en Venezuela|data=14 de maio de 2016|acessodata=14 de maio de 2016|website=BBC.com|pagina=Spanish|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160515114211/http://www.bbc.com/mundo/noticias/2016/05/160513_venezuela_maduro_emergencia_economica_ps|arquivodata=15 de maio de 2016|urlmorta=live}}</ref> o que constitui uma clara violação do artigo 338 da [[Constituição da Venezuela]],<ref>{{Citar web|url=http://enpaiszeta.com/marquina-prorroga-del-decreto-emergencia-economica-es-inconstitucional/|titulo=Prorroga del Decreto Emergencia Económica es inconstitucional|acessodata=14 de maio de 2016|website=El Nuevo País|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160605124340/http://enpaiszeta.com/marquina-prorroga-del-decreto-emergencia-economica-es-inconstitucional/|arquivodata=5 de junho de 2016|urlmorta=dead}}</ref> que diz que a aprovação da prorrogação dos estados de emergência é responsabilidade da Assembleia Nacional. Assim, os direitos constitucionais na Venezuela são considerados suspensos de fato por muitas publicações<ref>{{Citar web|url=http://runrun.es/opinion/261798/la-ruptura-democratica-de-venezuela-por-asdrubal-aguiar.html|titulo=La ruptura democrática de Venezuela|data=14 de maio de 2016|acessodata=15 de maio de 2016|website=RunRunes.es|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160515102351/http://runrun.es/opinion/261798/la-ruptura-democratica-de-venezuela-por-asdrubal-aguiar.html|arquivodata=15 de maio de 2016|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://okdiario.com/espana/la-dictadura-venezolana-invito-al-podemita-que-ira-a-la-carcel-por-pegar-a-un-socialista-98237|titulo=La dictadura venezolana invitó al podemita que irá a la cárcel por pegar a un socialista|data=30 de março de 2016|acessodata=15 de maio de 2016|website=OK Diario|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160504115310/http://okdiario.com/espana/la-dictadura-venezolana-invito-al-podemita-que-ira-a-la-carcel-por-pegar-a-un-socialista-98237|arquivodata=4 de maio de 2016|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://eju.tv/2016/04/la-dictadura-venezolana-reafirma-naturaleza/|titulo=La dictadura venezolana reafirma su naturaleza|data=18 de abril de 2016|acessodata=15 de maio de 2016|website=Eju.tv|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160501233503/http://eju.tv/2016/04/la-dictadura-venezolana-reafirma-naturaleza/|arquivodata=1 de maio de 2016|urlmorta=live}}</ref> e figuras públicas.<ref>{{Citar web|url=http://www.venezuelaaldia.com/2016/05/expresidentes-denuncian-ruptura-del-orden-constitucional-y-democratico-en-venezuela/|titulo=Expresidentes denuncian ruptura del orden constitucional y democrático en Venezuela|acessodata=15 de maio de 2016|website=Venezuela al día|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160514115819/http://www.venezuelaaldia.com/2016/05/expresidentes-denuncian-ruptura-del-orden-constitucional-y-democratico-en-venezuela/|arquivodata=14 de maio de 2016|urlmorta=dead}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.elpais.cr/2016/05/10/opositores-denuncian-ruptura-del-orden-constitucional-en-venezuela/|titulo=Opositores denuncian 'ruptura del orden constitucional' en Venezuela|data=11 de maio de 2016|acessodata=15 de maio de 2016|website=El País|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160512104327/http://www.elpais.cr/2016/05/10/opositores-denuncian-ruptura-del-orden-constitucional-en-venezuela/|arquivodata=12 de maio de 2016|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.elsalvador.com/articulo/internacional/venezuela-una-dictadura-que-respeta-division-poderes-110967|titulo=Venezuela es una dictadura que no representa la división de poderes|acessodata=15 de maio de 2016|website=El Salvador|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160530153407/http://www.elsalvador.com/articulo/internacional/venezuela-una-dictadura-que-respeta-division-poderes-110967|arquivodata=30 de maio de 2016|urlmorta=dead}}</ref>

Em 14 de maio de 2016, a [[Organização dos Estados Americanos]] considerava a aplicação de sanções à [[Carta Democrática Interamericana]] por incumprimento da sua própria constituição.<ref>{{Citar web|url=http://www.laprensa.com.ni/2016/04/28/internacionales/2026877-jefe-de-la-oea-estudia-invocar-carta-democratica-por-venezuela|titulo=Jefe de la OEA estudia invocar Carta Democrática por Venezuela|data=29 de abril de 2016|acessodata=15 de maio de 2016|website=La Prensa|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160502095654/http://www.laprensa.com.ni/2016/04/28/internacionales/2026877-jefe-de-la-oea-estudia-invocar-carta-democratica-por-venezuela|arquivodata=2 de maio de 2016|urlmorta=live}}</ref> Em março de 2017, o Tribunal Supremo da Venezuela assumiu os poderes legislativos da Assembleia Nacional,<ref>{{Citar jornal|url=https://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-39449494|titulo=Venezuela 'coup': Alarm grows as court takes power|data=3 de março de 2017|acessodata=31 de março de 2017|website=BBC.co.uk|arquivourl=https://web.archive.org/web/20171213023216/http://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-39449494|arquivodata=13 de dezembro de 2017|urlmorta=live}}</ref> mas reverteu a sua decisão no dia seguinte.<ref>{{Citar jornal|url=https://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-39468045|titulo=Venezuela: Supreme court backtracks on powers bid|data=1 de abril de 2017|acessodata=1 de abril de 2017|website=BBC.co.uk|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170401134427/http://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-39468045|arquivodata=1 de abril de 2017|urlmorta=live}}</ref>

=== Corrupção ===
[[Ficheiro:Corrupt_Venezuelan_Regime.pdf|miniaturadaimagem| O ''regime corrupto venezuelano'', segundo o [[Departamento de Justiça dos Estados Unidos]]]]
A [[corrupção]] na Venezuela é alta para os padrões mundiais e foi assim durante grande parte do século XX. A descoberta de petróleo agravou o problema.<ref>{{Harvnb|McBeth|2002|p=17}}. </ref> No final da década de 1970, a descrição do petróleo como “excremento do Diabo” feita por Juan Pablo Pérez Alfonso tornou-se uma expressão comum na Venezuela.<ref>{{Harvnb|Coronil|1988|p=353}}. </ref> O [[Índice de Percepção de Corrupção|Índice de Percepção da Corrupção]] classificou o país como um dos mais corruptos desde que a pesquisa começou em 1995. O ranking de 2010 colocou a Venezuela na posição 164, entre 178 países classificados em transparência governamental.<ref>[http://english.eluniversal.com/2011/01/21/en_ing_esp_the-truth-of-pdval_21A5015053.shtml The truth of Pdval] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130514111928/http://english.eluniversal.com/2011/01/21/en_ing_esp_the-truth-of-pdval_21A5015053.shtml|date=14 de maio de 2013}}, ''[[El Universal]]'', 21 de janeiro de 2011.</ref> Em 2016, a classificação aumentou para 166 de 178.<ref>{{Citar web|ultimo=e.V.|primeiro=Transparency International|url=https://www.transparency.org/country/VEN|titulo=Transparency International – Venezuela|data=31 de janeiro de 2023|acessodata=3 de outubro de 2017|website=www.transparency.org|arquivourl=https://web.archive.org/web/20171010122451/https://www.transparency.org/country/VEN|arquivodata=10 de outubro de 2017|urlmorta=live}}</ref> O World Justice Project classificou a Venezuela em último lugar entre os 99 países inquiridos no seu Índice do Estado de Direito de 2014.<ref>{{Citar web|url=http://data.worldjusticeproject.org/#/index/VEN|titulo=WJP Rule of Law Index™ 2014|acessodata=26 de abril de 2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150429071718/http://data.worldjusticeproject.org/#/index/VEN|arquivodata=29 de abril de 2015|urlmorta=dead}}</ref>

Essa corrupção é demonstrada pelo envolvimento significativo da Venezuela no tráfico de drogas, sendo que a [[Narcotráfico na Colômbia|cocaína colombiana]] e outras drogas transitam pelo país em direção aos Estados Unidos e Europa. No período de 2003-2008, as autoridades venezuelanas apreenderam a quinta maior quantidade total de cocaína do mundo, atrás da Colômbia, dos [[Estados Unidos]], da Espanha e do [[Panamá]].<ref>United Nations, [http://www.unodc.org/documents/data-and-analysis/WDR2010/AllSeizures.pdf World Drug Report 2010 Statistical Annex: Drug seizures] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20171010120056/http://www.unodc.org/documents/data-and-analysis/WDR2010/AllSeizures.pdf|date=10 de outubro de 2017}}</ref> Em 2006, a agência governamental de combate ao tráfico ilícito de drogas na Venezuela, ''a ONA'', foi incorporada ao gabinete do vice-presidente. No entanto, muitos altos funcionários governamentais e militares são conhecidos pelo seu envolvimento com o tráfico de drogas.<ref>{{Citar jornal|url=http://latino.foxnews.com/latino/opinion/2014/02/07/venezuela-where-mafia-and-military-come-together/|titulo=Venezuela: Where The Mafia And The Military Come Together|data=7 de fevereiro de 2014|acessodata=9 de fevereiro de 2014|website=Fox News|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140208064520/http://latino.foxnews.com/latino/opinion/2014/02/07/venezuela-where-mafia-and-military-come-together/|arquivodata=8 de fevereiro de 2014|urlmorta=dead}}</ref>

== Divisão administrativa ==
{{Artigo principal|Subdivisões da Venezuela}}
A Venezuela é uma [[república federal]] dividida em 23 estados, um Distrito Capital (que compreende a cidade de [[Caracas]] e a sua [[área metropolitana]]), as [[Dependências Federais]] (formada por 72 ilhas e ilhotas na sua maioria sem população humana) e um território em reivindicação com a [[Guiana]] ([[Guayana Esequiba]]).

Os estados da Venezuela encontram-se agrupados em nove regiões administrativas, que foram criadas a partir de um decreto presidencial de 1980.
{{Mapa da Venezuela}}

== Economia ==
{{Artigo principal|Economia da Venezuela}}
[[Ficheiro:Venezuela Product Exports (2019).svg|thumb|Gráfico das principais exportações do país {{en}}]]
[[Ficheiro:Parque_Cristal,_Caracas.JPG|thumb|Edifício Parque Cristal em [[Caracas]]]]
[[Ficheiro:Edificios de Oficinas Conjunto Parque Central alt.jpg|thumb|Complexo [[Parque Central Torre]], na cidade de [[Caracas]].]]

Em 2020, o país foi o 76.º maior exportador do mundo (US$ 16,4 milhões em mercadorias, 0,1% do total mundial).<ref>[https://www.trademap.org/(X(1)S(wxymkd45vpinba45qduyc345))/Country_SelProduct.aspx?nvpm=1%7C%7C%7C%7C%7CTOTAL%7C%7C%7C2%7C1%7C1%7C2%7C1%7C1%7C2%7C1%7C1&AspxAutoDetectCookieSupport=1 Trade Map - List of exporters for the selected product in 2018 (All products)]</ref><ref>[https://en.abrams.wiki/products/market-intelligence Market Intelligence: Disclosing emerging opportunities and hidden risks]</ref> Já nas importações, em 2016, foi o 63.º maior importador do mundo: US$ 33,6 bilhões.<ref>{{citar web|url=https://www.trademap.org/tradestat/Country_SelProduct_TS.aspx?nvpm=1%7c%7c%7c%7c%7cTOTAL%7c%7c%7c2%7c1%7c1%7c1%7c2%7c1%7c2%7c1%7c1%7c1 |título=International Trade Statistics |website=International Trade Centre |acessodata=25-08-2020}}</ref>

Na agricultura, a Venezuela produziu, em 2019: 4,3 milhões de toneladas de [[cana-de-açúcar]]; 1,9 milhões de toneladas de [[milho]]; 1,4 milhão de toneladas de [[banana]]; 760 mil toneladas de [[arroz]]; 485 mil toneladas de [[abacaxi]]; 477 mil toneladas de [[batata]]; 435 mil toneladas de [[óleo de palma]]; 421 mil toneladas de [[mandioca]]; 382 mil toneladas de [[laranja]]; 225 mil toneladas de [[melancia]]; 199 mil toneladas de [[mamão]]; 194 mil toneladas de [[melão]]; 182 mil toneladas de [[tomate]]; 155 mil toneladas de [[tangerina]]; 153 mil toneladas de [[coco]]; 135 mil toneladas de [[abacate]]; 102 mil toneladas de [[Manga (fruta)|manga]] (incluindo [[mangostim]] e [[goiaba]]); 56 mil toneladas de [[café]]; além de produções menores de outros produtos agrícolas. Devido aos problemas econômicos e políticos internos, a produção de cana-de-açúcar caiu de 7,3 milhões de toneladas em 2012 para 3,6 milhões em 2016. A de milho caiu de 2,3 milhões de toneladas em 2014 para 1,2 milhão em 2017. A de arroz caiu de 1,15 milhão de toneladas em 2014 para 498 mil toneladas em 2016.<ref>[http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/ Venezuela production, by FAO]</ref> Na pecuária, a Venezuela produziu, em 2019: 470 mil toneladas de [[carne bovina]], 454 mil toneladas de [[carne de frango]], 129 mil toneladas de [[carne suína]], 1,7 bilhões de litros de [[leite de vaca]], entre outros. A produção de carne de frango caiu progressivamente, ano a ano, de 1,1 milhão de toneladas em 2011 para 448 mil toneladas em 2017. A de carne de porco caiu de 219 mil toneladas em 2011 para 124 mil em 2018. A produção de leite de vaca caiu de 2,4 bilhões de litros em 2011 para 1,7 bilhões em 2019.<ref>[http://www.fao.org/faostat/en/#data/QL/ Produção da pecuária da Venezuela, pela FAO]</ref>

O [[Banco Mundial]] lista os principais países produtores a cada ano, com base no valor total da produção. Pela lista de 2019, a Venezuela tinha a 31.ª indústria mais valiosa do mundo (US$ 58,2 bilhões). A grosso modo, baseada na indústria petrolífera.<ref>[https://data.worldbank.org/indicator/NV.IND.MANF.CD?most_recent_value_desc=true Fabricação, valor agregado (US $ corrente)]</ref> Em 2018, a Venezuela era a 51.ª maior produtora de [[Indústria automobilística|veículos]] do mundo (1,7 mil), sofrendo quedas desde 2010, quando produzia 153 mil veículos/ano. Na produção de [[aço]], o país não consta entre os 40 maiores produtores do mundo.<ref>[https://www.oica.net/category/production-statistics/2019-statistics/ World vehicle production in 2019]</ref><ref>[https://www.worldsteel.org/en/dam/jcr:391fbe61-488d-46d1-b611-c9a43224f9b8/2019%2520global%2520crude%2520steel%2520production.pdf World crude steel production]</ref><ref>[https://www.worldsteel.org/media-centre/press-releases/2020/Global-crude-steel-output-increases-by-3.4--in-2019.html Global crude steel output increases by 3.4% in 2019]</ref> O Banco Central da Venezuela é responsável pelo desenvolvimento da política monetária para o [[bolívar venezuelano]], usado como moeda. A moeda é impressa principalmente em papel e distribuídos por todo o país. O presidente do Banco Central da Venezuela é atualmente Eudomar Tovar, que também atua como representante do país no [[Fundo Monetário Internacional]]. Segundo a [[Heritage Foundation]] e o ''[[The Wall Street Journal]]'', a Venezuela tem os [[direitos de propriedade]] mais fracos do mundo, marcando apenas 5,0 em uma escala de 100; a [[expropriação]] sem indenização não é algo incomum no país. A Venezuela tem uma [[economia mista]] baseada no mercado dominado pelo setor do [[petróleo]], que responde por cerca de um terço do PIB, cerca de 80% das exportações e mais da metade do orçamento do governo. O PIB ''per capita'' em 2009 foi de 13 mil dólares, ocupando o 85.º lugar no mundo.<ref name="CIA">{{citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/ve.html|título=Venezuela|data=1 de julho de 2010|acessodata=23 de julho de 2010|obra=The World Factbook|publicado=CIA|datali=agosto de 2024}}</ref> A Venezuela tem a gasolina mais barata do mundo, porque o preço ao consumidor é fortemente subsidiado pelo governo.

Mais de 60% das [[reservas internacionais]] da Venezuela estão em [[ouro]], oito vezes mais do que a média para os países da região. A maioria do ouro da Venezuela detido no exterior está localizado em [[Londres]]. Em 25 de novembro de 2011, a primeira das barras de ouro de 11 bilhões de dólares foi repatriada e chegou em Caracas; Chávez chamou a repatriação do ouro um passo "soberano", que irá ajudar a proteger as reservas internacionais do país da turbulência nos [[Estados Unidos]] e a [[Europa]].<ref>{{citar web |url=http://www.allvoices.com/contributed-news/10960388-venezuela-gold-returns-to-the-country-the-euphoria-in-the-streets |título=Venezuela: Gold Returns to the Country, The Euphoria in the Streets |data=26 de novembro de 2011 |acessodata=3 de fevereiro de 2016 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20131021010511/http://www.allvoices.com/contributed-news/10960388-venezuela-gold-returns-to-the-country-the-euphoria-in-the-streets |arquivodata=21 de outubro de 2013 |urlmorta=yes }}</ref> No entanto as políticas governamentais rapidamente gastaram este ouro e em 2013, o governo foi forçado a adicionar o reservas em dólar de empresas estatais que os do banco nacional, a fim de tranquilizar o mercado internacional de títulos.<ref>{{citar jornal|url=http://www.bloomberg.com/news/2013-08-09/venezuela-ogles-chavez-s-hidden-billions-as-reserves-sink.html |título=Venezuela Ogles Chavez’s Hidden Billions as Reserves Sink |último1 =Pons |primeiro1 =Corina |último2 =Corina |primeiro2 =Nathan |data=9 de agosto de 2013 |website=www.bloomberg.com |publicado=BLOOMBERG L.P. |acessodata=19 de outubro de 2013}}</ref>
[[Ficheiro:Torre_Polar.JPG|thumb|upright|esquerda|Sede da [[Empresas Polar]] em Caracas.]]

A indústria contribuiu com 17% do PIB em 2006. As fábricas e exportadores do país produzem produtos como [[aço]], [[alumínio]] e [[cimento]], com a produção concentrada em torno de [[Ciudad Guayana]], perto da [[Hidrelétrica de Guri]], um dos maiores do mundo e o provedor de cerca de três quartos da eletricidade da Venezuela. Outras indústrias notáveis incluem eletrônicos e automóveis, bem como bebidas e alimentos. A agricultura responde por cerca de 3% do PIB, 10% da força de trabalho e pelo menos um quarto da área terrestre do país. A Venezuela exporta [[arroz]], [[milho]], [[peixe]], [[fruta]]s tropicais, [[café]], [[carne bovina]] e [[carne de porco]]. O país não é autossuficiente na maioria dos setores agrícolas. Em 2012, o consumo total de alimentos foi de mais de 26 milhões de toneladas, um aumento de 94,8% em relação a 2003.<ref>Pearson, Tamara (9 January 2013). [http://venezuelanalysis.com/news/7598 Venezuelan Government Meets with Private Industries to Combat Food Shortages]. ''Venezuelanalysis.com.''</ref>

Desde a descoberta de petróleo no início do século XX, a Venezuela tem sido um dos principais exportadores mundiais do produto e é um membro fundador da [[Organização dos Países Exportadores de Petróleo]] (OPEP). Anteriormente um exportador subdesenvolvido de ''[[commodities]]'' agrícolas, como o café e o [[cacau]], o petróleo rapidamente passou a dominar as exportações e as receitas do governo. A superabundância de petróleo dos anos 1980 levou a uma crise da dívida externa e a uma crise econômica de longa duração, que viu pico da inflação em 100% em 1996 e as taxas de pobreza subirem para 66% em 1995<ref name="McCaughan, Michael 2005. p 32">{{citar livro|autor =McCaughan, Michael |título=The Battle of Venezuela|url=http://books.google.com/books?id=VdYHt8EBsJUC&pg=PT32|ano=2011|publicado=Seven Stories Press|isbn=978-1-60980-116-8|página=32}}</ref> Em 1998 o PIB ''per capita'' caiu para o mesmo nível de 1963, uma queda de um terço de seu pico de 1978.<ref name="Kelly, Janet 2006 p207">Kelly, Janet and Palma, Pedro (2006) [http://books.google.com/books?id=rtJVhJZF6WgC&pg=PA207 "The Syndrome of Economic Decline and the Quest for Change"], p. 207 in McCoy, Jennifer and Myers, David (eds, 2006), ''The Unraveling of Representative Democracy in Venezuela'', [[Johns Hopkins University Press]], ISBN 0-8018-8428-4.</ref> A década de 1990 também viu a Venezuela experimentar uma grande crise bancária em 1994. A recuperação dos preços do petróleo a partir de 2001 impulsionou a economia venezuelana e facilitou os gastos sociais. Em 2003, o governo de [[Hugo Chávez]] implementou controles cambiais após a fuga de capitais que levou a uma desvalorização da moeda. Isto levou ao desenvolvimento de um mercado paralelo de dólares nos anos seguintes, com a taxa de câmbio oficial a menos de um sexto do valor do mercado negro. As consequências da [[Grande Recessão]] aprofundaram a desaceleração econômica.

Com os programas sociais, como as [[missões bolivarianas]], a Venezuela fez progressos no desenvolvimento social na década de 2000, particularmente em áreas como saúde, educação e pobreza. Muitas das políticas sociais prosseguidos por Chávez e seu governo foram tiradas dos [[Objetivos de Desenvolvimento do Milênio]], oito metas que a Venezuela e 188 outras nações concordaram em cumprir perante as [[Nações Unidas]] em setembro de 2000.<ref>[http://www.un.org/millenniumgoals/11_MDG%20Report_EN.pdf "The Millennium Development Goals Report 2011."] {{Wayback|url=http://www.un.org/millenniumgoals/11_MDG%20Report_EN.pdf |date=20130309160853 }} United Nations. 2011. Web. 2 de abril de 2012.</ref>

No início de 2013, a Venezuela desvalorizou sua moeda, [[Escassez na Venezuela|devido à falta crônica de produtos básicos no país]],<ref>{{citar jornal|título=Venezuela Slashes Currency Value|url=http://online.wsj.com/news/articles/SB10001424127887323951904578292383059267360|acessodata=14 de dezembro de 2013|jornal=Wall Street Journal|data=9 de fevereiro de 2013}}</ref> como papel higiênico, leite e farinha.<ref>{{citar jornal|último =Lopez|primeiro =Virginia|título=Venezuela food shortages: 'No one can explain why a rich country has no food'|url=http://www.theguardian.com/global-development/poverty-matters/2013/sep/26/venezuela-food-shortages-rich-country-cia|acessodata=14 de dezembro de 2013|jornal=The Guardian|data=26 de setembro de 2013}}</ref> O pânico subiu a níveis tão altos devido à escassez de papel higiênico que o governo ocupou uma fábrica de papel higiênico.<ref>{{citar jornal|título=Facing shortages, Venezuela takes over toilet paper factory|url=http://www.cnn.com/2013/09/21/world/americas/venezuela-toilet-paper/|acessodata=14 de dezembro de 2013|jornal=CNN|data=21 de setembro de 2013}}</ref> Os bônus da Venezuela também diminuíram várias vezes em 2013 devido a decisões do presidente Nicolás Maduro. Uma de suas decisões foi a de forçar lojas e seus armazéns a vender todos os seus produtos, o que podia levar a uma escassez ainda maior no futuro.<ref>{{citar jornal|título=UPDATE 2-S&P cuts Venezuela debt rating to B-minus|url=http://www.reuters.com/article/2013/06/17/venezuela-downgrade-standardandpoors-idUSL2N0ET0Z120130617|acessodata=14 de dezembro de 2013|jornal=Reuters|data=14 de dezembro de 2013|primeiro =Daniel|último =Bases}}</ref> A [[classificação de crédito]] da Venezuela também foi considerada negativa pela maioria das agências de classificação.<ref>{{citar web|título=Rating: Venezuela Credit Rating|url=http://countryeconomy.com/ratings/venezuela|acessodata=14 de dezembro de 2013}}</ref>

=== Escassez ===
[[Ficheiro:Escasez_en_Venezuela,_Central_Madeirense_8.JPG|miniaturadaimagem| Prateleiras vazias em uma loja na Venezuela devido à escassez em 2014]]

A [[Escassez (economia)|escassez]] na Venezuela tem sido predominante após a promulgação de controle de preços e outras políticas durante a política económica do governo de [[Hugo Chávez]].<ref name="economist.com">{{Citar jornal|url=https://www.economist.com/blogs/americasview/2013/02/venezuela%E2%80%99s-currency|titulo=Venezuela's currency: The not-so-strong bolívar|data=11 de fevereiro de 2013|acessodata=18 de fevereiro de 2013|website=[[The Economist]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190503020626/https://www.economist.com/blogs/americasview/2013/02/venezuela%E2%80%99s-currency|arquivodata=3 de maio de 2019|urlmorta=live}}</ref><ref name="qz.com">{{Citar jornal|url=http://qz.com/192395/venezuelas-black-market-rate-for-us-dollars-just-jumped-by-almost-40/#/h/56869,3/|titulo=Venezuela's black market rate for US dollars just jumped by almost 40%|data=26 de março de 2014|acessodata=27 de março de 2014|website=Quartz|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190413072804/https://qz.com/192395/venezuelas-black-market-rate-for-us-dollars-just-jumped-by-almost-40/#/h/56869,3/|arquivodata=13 de abril de 2019|urlmorta=live}}</ref> Sob a política econômica do governo de [[Nicolás Maduro]], ocorreu maior escassez devido à política do governo venezuelano de reter dólares americanos de importadores com controle de preços.<ref name="WSJseptDOWNGRADE">{{Citar jornal|ultimo=Dulaney|primeiro=Chelsey|ultimo2=Vyas|primeiro2=Kejal|url=https://online.wsj.com/articles/s-p-downgrades-venezuela-on-worsening-economy-1410907125|titulo=S&P Downgrades Venezuela on Worsening Economy Rising Inflation, Economic Pressures Prompt Rating Cut|data=16 de setembro de 2014|acessodata=18 de setembro de 2014|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140918020446/http://online.wsj.com/articles/s-p-downgrades-venezuela-on-worsening-economy-1410907125|arquivodata=18 de setembro de 2014|urlmorta=live|agência=The Wall Street Journal}}</ref>

A escassez ocorre em produtos regulamentados, como leite, vários tipos de carne, [[café]], [[arroz]], [[Óleo de cozinha|óleo]], [[farinha]], manteiga e outros bens, incluindo necessidades básicas como papel higiênico, produtos de higiene pessoal e até mesmo medicamentos.<ref name="economist.com" /><ref name="ACN">{{Citar web|url=http://acn.com.ve/la-escasez-tambien-frena-tratamientos-contra-cancer/|titulo=La escasez también frena tratamientos contra cáncer|acessodata=25 de agosto de 2014|local=Venezuela|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140826135417/http://acn.com.ve/la-escasez-tambien-frena-tratamientos-contra-cancer/|arquivodata=26 de agosto de 2014|urlmorta=dead}}</ref><ref name="El Nuevo Herald">{{Citar jornal|url=http://www.elnuevoherald.com/2014/03/19/1705888/venezuela-sufre-escasez-de-protesis.html|titulo=Venezuela sufre escasez de prótesis mamarias|acessodata=25 de agosto de 2014|publicado=[[El Nuevo Herald]]|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140826113732/http://www.elnuevoherald.com/2014/03/19/1705888/venezuela-sufre-escasez-de-protesis.html|arquivodata=26 de agosto de 2014|urlmorta=dead}}</ref> Devido à escassez, os venezuelanos têm de procurar alimentos, esperar em filas durante horas e, por vezes, prescindir de certos produtos.<ref name=":7">{{Citar jornal|url=https://www.bbc.com/news/blogs-trending-30710014|titulo=Why are Venezuelans posting pictures of empty shelves?|data=8 de janeiro de 2015|acessodata=10 de janeiro de 2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230429221805/http://www.bbc.com/news/blogs-trending-30710014|arquivodata=29 de abril de 2023|urlmorta=live|agência=BBC}}</ref><ref name="REUTjan2015">{{Citar jornal|ultimo=Cawthorne|primeiro=Andrew|url=https://www.reuters.com/article/us-venezuela-shortages-idUSKBN0KU1BX20150121|titulo=In shortages-hit Venezuela, lining up becomes a profession|data=21 de janeiro de 2015|acessodata=17 de junho de 2015|website=[[Reuters]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20151115012641/http://www.reuters.com/article/2015/01/21/us-venezuela-shortages-idUSKBN0KU1BX20150121|arquivodata=15 de novembro de 2015|urlmorta=live}}</ref><ref>{{Citar jornal|ultimo=MacDonald|primeiro=Elizabeth|url=http://www.foxbusiness.com/politics/2016/05/26/exclusive-harrowing-video-shows-starving-venezuelans-eating-garbage-looting.html|titulo=Exclusive: Harrowing Video Shows Starving Venezuelans Eating Garbage, Looting|data=26 de maio de 2016|acessodata=12 de julho de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160707182016/http://www.foxbusiness.com/politics/2016/05/26/exclusive-harrowing-video-shows-starving-venezuelans-eating-garbage-looting.html|arquivodata=7 de julho de 2016|urlmorta=dead|agência=[[Fox Business]]}}</ref><ref>{{Citar jornal|ultimo=Sanchez|primeiro=Fabiola|url=http://bigstory.ap.org/article/5ee6b03daee141c3b89d419ecadcc7fa/venezuelans-pick-through-trash-food-eat-or-sell|titulo=As hunger mounts, Venezuelans turn to trash for food|data=8 de junho de 2016|acessodata=12 de julho de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170331095757/http://bigstory.ap.org/article/5ee6b03daee141c3b89d419ecadcc7fa/venezuelans-pick-through-trash-food-eat-or-sell|arquivodata=31 de março de 2017|urlmorta=dead|agência=[[Associated Press]]}}</ref><ref>{{Citar jornal|url=http://www.cbc.ca/news/multimedia/mangoes-fill-the-gaps-in-venezuela-s-food-crisis-1.3620964|titulo=Mangoes fill the gaps in Venezuela's food crisis|data=7 de junho de 2016|acessodata=12 de julho de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20230102004401/https://www.cbc.ca/news/multimedia/mangoes-fill-the-gaps-in-venezuela-s-food-crisis-1.3620964|arquivodata=2 de janeiro de 2023|urlmorta=live|agência=[[Canadian Broadcasting Corporation]]}}</ref>

Uma seca, combinada com a falta de planejamento e manutenção, causou uma escassez de energia hidrelétrica. Para lidar com a falta de fornecimento de energia, em abril de 2016 o governo Maduro anunciou apagões rotativos<ref>[https://www.npr.org/sections/thetwo-way/2016/04/22/475250605/venezuela-announces-daily-4-hour-power-cuts-amid-drought Venezuela Announces Daily 4-Hour Power Cuts Amid Drought : The Two-Way] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180728191142/https://www.npr.org/sections/thetwo-way/2016/04/22/475250605/venezuela-announces-daily-4-hour-power-cuts-amid-drought|date=28 de julho de 2018}}. </ref> e reduziu a semana de trabalho do governo apenas para segunda e terça-feira.<ref>[https://www.npr.org/sections/thetwo-way/2016/04/27/475859770/venezuela-cuts-public-employees-work-week-to-2-days-to-save-energy Venezuela Cuts Public Employees' Workweek To 2 Days To Save Energy : The Two-Way] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20180728191132/https://www.npr.org/sections/thetwo-way/2016/04/27/475859770/venezuela-cuts-public-employees-work-week-to-2-days-to-save-energy|date=28 de julho de 2018}}. </ref> Um estudo multiuniversitário descobriu que, só em 2016, cerca de 75% dos venezuelanos perderam peso devido à fome, com uma perda média de cerca de 8,6 quilos devido à falta de alimentos.<ref name="UPIfeb17">{{Citar jornal|ultimo=Pestano|primeiro=Andrew V.|url=http://www.upi.com/Top_News/World-News/2017/02/19/Venezuela-75-of-population-lost-19-pounds-amid-crisis/2441487523377/|titulo=Venezuela: 75% of population lost 19 pounds amid crisis|data=19 de fevereiro de 2017|acessodata=21 de fevereiro de 2017|website=[[UPI]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190510154807/https://www.upi.com/Top_News/World-News/2017/02/19/Venezuela-75-of-population-lost-19-pounds-amid-crisis/2441487523377/|arquivodata=10 de maio de 2019|urlmorta=live}}</ref> Em março de 2017, a Venezuela começou a ter escassez de [[gasolina]] em algumas regiões.<ref name="EImar17">{{Citar jornal|ultimo=Suarez|primeiro=Roberth|url=http://www.elimpulso.com/noticias/regionales/fotos-escasez-gasolina-se-agudiza-barquisimeto|titulo=Fotos: Escasez de gasolina se agudiza en Barquisimeto|data=22 de março de 2017|acessodata=23 de março de 2017|website=[[El Impulso (Venezuela)|El Impulso]]|lingua=es|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170322135439/http://www.elimpulso.com/noticias/regionales/fotos-escasez-gasolina-se-agudiza-barquisimeto|arquivodata=22 de março de 2017|urlmorta=live}}</ref>

=== Petróleo e outros recursos ===
[[Ficheiro:Bomba_PDV.jpg|thumb|[[Posto de combustível]] da estatal [[Petróleos de Venezuela]] (PDVSA)]]
[[Ficheiro:Refinería_de_Amuay_VE.jpg|thumb|Vista de parte do Complexo de Paraguaná, da PDVSA, uma das maiores [[refinaria]]s do mundo.]]
[[Ficheiro:Balancín petrolero III.jpg|thumb|[[Poço de petróleo]] em [[Zulia]].]]

A Venezuela tem as maiores reservas de [[petróleo]] e [[gás natural]] do mundo, e era classificada consistentemente entre os dez maiores produtores mundiais de petróleo.<ref>{{Citar web|url=http://eia.gov/country/country_energy_data.cfm?fips=VE|titulo=Cópia arquivada|acessodata=15 de dezembro de 2010|arquivourl=https://web.archive.org/web/20101215105626/http://eia.gov/country/country_energy_data.cfm?fips=VE|arquivodata=15 de dezembro de 2010|urlmorta=}}, [[Energy Information Administration]]</ref> Porém, em 2020, o país havia caído para o posto de 26.º maior produtor de petróleo do mundo, extraindo 527 mil barris/dia.<ref name="eia.gov">[https://www.eia.gov/international/data/world/petroleum-and-other-liquids/annual-petroleum-and-other-liquids-production Annual petroleum and other liquids production]</ref> A Venezuela registrou uma queda acentuada na produção após 2015 (onde produziu 2,5 milhões de barris/dia), caindo em 2016 para 2,2 milhões, em 2017 para 2 milhões, em 2018 para 1,4 milhões e em 2019 para 877 mil, por falta de investimentos e por conta da política do país.<ref>[https://www.eia.gov/international/data/world/petroleum-and-other-liquids/annual-petroleum-and-other-liquids-production?pd=5&p=0000000000000000000000000000000000vg&u=0&f=A&v=mapbubble&a=-&i=none&vo=value&&t=C&g=00000000000000000000000000000000000000000000000001&l=249-ruvvvvvfvtvnvv1vrvvvvfvvvvvvfvvvou20evvvvvvvvvvnvvvs0008&s=94694400000&e=1546300800000  Production of Crude Oil including Lease Condensate 2019]</ref> Em 2019, o país consumia 356 mil barris/dia (39.º maior consumidor do mundo).<ref>[https://www.bp.com/content/dam/bp/en/corporate/pdf/energy-economics/statistical-review/bp-stats-review-2020-full-report.pdf Statistical Review of World Energy, June 2020]</ref><ref>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2246rank.html The World Factbook — Central Intelligence Agency]{{ligação inativa|data=agosto de 2024}}</ref> O país foi o 13.º maior exportador de petróleo do mundo em 2018 (1,2 milhões de barris/dia), quando a produção ainda não havia despencado para 527 mil barris/dia em 2020.<ref name="eia.gov"/> Em 2015, a Venezuela era o 28.º maior produtor mundial de gás natural, 26 bilhões de m³ ao ano. Em 2017 o país era o 28.º maior consumidor de gás (37,6 bilhões de m³ ao ano) e era o 45.º maior importador de gás do mundo em 2010: 2,1 bilhões de m³ ao ano.<ref>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2249rank.html CIA. The World Factbook. Natural gas - production.]{{ligação inativa|data=agosto de 2024}}</ref> Na produção de [[carvão]], o país foi o 41.º maior do mundo em 2018: 0,3 milhões de toneladas (em 2014 a produção era de 1,2 milhões de toneladas e vem caindo desde então).<ref>[https://www.bp.com/en/global/corporate/energy-economics/statistical-review-of-world-energy.html Statistical Review of World Energy 2018]</ref>

Em comparação com o ano anterior, outros 40,4% em reservas de petróleo bruto foram comprovados em 2010, permitindo que a Venezuela superasse a [[Arábia Saudita]] como o país com as maiores reservas desse tipo.<ref>[http://www.marketwatch.com/story/venezuela-oil-reserves-topped-saudis-in-2010opec-2011-07-18 Venezuela oil reserves topped Saudis in 2010:OPEC]. Market Watch. 18 de julho de 2011</ref> As principais jazidas de petróleo do país estão localizadas em torno e abaixo do [[lago Maracaibo]], no [[Golfo da Venezuela]] (ambos em [[Zulia]]) e na bacia do [[rio Orinoco]] (Venezuela leste), onde maior reserva do país está localizada. Além das maiores reservas de petróleo convencional e a segunda maior reserva de gás natural do [[Hemisfério Ocidental]],<ref name=bbc>{{citar jornal|publicado= BBC  |url= http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/4692534.stm |título= Venezuela: Energy overview |data= 16 de fevereiro de 2006 |acessodata=10 de julho de 2007}}</ref> o país também possui depósitos não convencionais de petróleo (óleo bruto extra-pesado, [[betume]] e areias betuminosas) aproximadamente iguais às reservas mundiais de petróleo convencional.<ref name=wec>{{citar web|publicado= World Energy Council |url= http://www.worldenergy.org/wec-geis/publications/default/tech_papers/17th_congress/3_1_04.asp |arquivourl= https://web.archive.org/web/20070402100135/http://www.worldenergy.org/wec-geis/publications/default/tech_papers/17th_congress/3_1_04.asp |arquivodata= 2 de abril de 2007 |autor = Bauquis, Pierre-René |título=  What the future for extra heavy oil and bitumen: the Orinoco case  |data=  16 de fevereiro de 2006|acessodata=10 de julho de 2007}}</ref> O sistema elétrico na Venezuela é um dos poucos a usar principalmente a [[energia hidrelétrica]], e inclui a [[Hidrelétrica de Guri]], uma das maiores do mundo.

Na primeira metade do século XX, as empresas de petróleo dos [[Estados Unidos]] estiveram fortemente envolvidas na Venezuela, inicialmente interessadas apenas em comprar concessões.<ref>Yergin, Daniel (1990) ''The Prize: The Epic Quest for Oil, Money, and Power'', Simon and Schuster, pp. 233–236, 432, ISBN 1439110123.</ref> Em 1943, um novo governo introduziu uma divisão 50/50 nos lucros entre o governo e a indústria do petróleo. Em 1960, com um governo democrático recém-instalado, o ministro de hidrocarbonetos, Juan Pablo Pérez Alfonso, liderou a criação da [[OPEP]], o consórcio de países produtores de petróleo visando apoiar o preço do petróleo.<ref>Yergin, pp. 510–513</ref> Em 1973, a Venezuela votou a nacionalizar sua indústria petrolífera, a partir de 1 janeiro de 1976, com a [[Petróleos de Venezuela]] (PDVSA) assumido e presidindo uma série de empresas subsidiárias; nos anos seguintes, o país construiu um vasto sistema de refino e comercialização na Europa e nos Estados Unidos.<ref>Yergin. p. 767</ref> Na década de 1990, a PDVSA tornou-se mais independente do governo e presidiu uma abertura, na qual convidou em investimentos estrangeiros. No governo de Hugo Chávez, uma lei de 2001 estabeleceu limites ao investimento estrangeiro.

A empresa estatal de petróleo, a PDVSA, desempenhou um papel fundamental em dezembro de 2002, durante a greve nacional que terminou em fevereiro de 2003, e que buscava a renúncia do presidente Chávez. Gestores e técnicos qualificados bem pagos da PDVSA fecharam as plantas e deixaram os seus postos e, de acordo com alguns relatos, sabotaram equipamentos, fazendo com que a produção e o refino de petróleo PDVSA quase parasse. As atividades foram lentamente reiniciadas e os trabalhadores do petróleo substituídos. Como resultado da greve, cerca de 40% da força de trabalho da empresa (cerca de 18 mil trabalhadores) foram demitidos por "abandono do dever" durante a greve.<ref>{{citar livro|autor =McCaughan, Michael |título=The Battle of Venezuela|url=http://books.google.com/books?id=VdYHt8EBsJUC|publicado=Seven Stories Press|isbn=978-1-60980-116-8|página=128|data=4 de janeiro de 2011}}</ref><ref>{{citar periódico|url=http://www.scielo.org.ve/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1012-25082004000200006&lng=es&nrm=iso |título=Venezuela 2001–2004: actores y estrategias|autor = López Maya, Margarita |periódico= Cuadernos del Cendes |ano=2004|volume=21 |número=56|páginas=109–132|issn=1012-2508}}</ref> Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe ([[Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe|Cepal]]), a pobreza, passado de 58,6% em 2002 para 32,1% em 2013, aumenta desde então com um ritmo anual de 2% a 5% devido à crise econômica e política.<ref>[http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/39965/4/S1600175_es.pdf repositorio.cepal.org - pdf] Panorama Social de América Latina, Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), 2016</ref>

== Infraestrutura ==
=== Educação ===
{{Artigo principal|Educação na Venezuela}}
[[Ficheiro:Universidad Central de Venezuela 3.jpg|thumb|esquerda|[[Cidade Universitária de Caracas]] declarada [[Patrimônio Mundial da Humanidade]] pela [[UNESCO]] em 2000.<ref>{{citar web|url = http://whc.unesco.org/en/list/986|título = Ciudad Universitaria de Caracas|acessodata = 27 de novembro de 2008|obra = World Heritage List|editora = [[Unesco]]|idioma = en}}</ref>]]
A educação na Venezuela está estruturada em quatro níveis: [[Jardim de infância|pré-escolar]], [[Ensino primário|primário]], [[Ensino secundário|secundário]] e [[Ensino superior|superior]]. É regulamentado pela Lei Orgânica de Educação, que dá a ela um caráter [[Educação obrigatória|obrigatório]] e gratuito do pré-escolar ao nível secundário (6 a 15 anos) e nas universidades administradas diretamente pelo Estado ao nível de graduação.<ref name="Educação na Venezuela 1">{{citar web |url = http://oglobo.globo.com/mundo/governo-venezuelano-defende-nova-lei-da-educacao-que-unifica-que-ensinado-coloca-3204159 |titulo = Governo venezuelano defende nova lei da educação, que unifica o que é ensinado e coloca |publicado = O Globo |acessodata = 14 de outubro de 2016 | autor = | data = 23 de agosto de 2009 }}</ref> Em este assunto o Estado tem o poder de criar os serviços relevantes para facilitar e manter o acesso a todos os tipos de educação.<ref name="Educação na Venezuela 2">{{citar web |url = http://www.vermelho.org.br/noticia/114761-1 |titulo = Educação bolivariana: uma revolução educacional na América Latina: O filósofo e mestrando em educação pela Universidade Federal do Ceará Erlon Barros faz uma análise da Nova Lei Orgânica da Educação na Venezuela sancionado recentemente pelo presidente Hugo Chavez |publicado = Vermelho |acessodata = 14 de outubro de 2016 | autor = | data = 31 de agosto de 2009 }}</ref>

De acordo com dados oficiais, entre 2005 e 2006 um total de {{formatnum|1010946}} crianças foram matriculadas na educação pré-escolar. A educação primária e secundária teve um registro de {{formatnum|4885779}} matrículas no mesmo período, enquanto nos níveis superior e técnico havia {{formatnum|671140}} estudantes registrados. O país detinha 25 835 escolas e unidades educacionais para estes três níveis.<ref name="Educação na Venezuela 3">{{citar web |url = http://www.ine.gob.ve/index.php?option=com_content&view=category&id=64&Itemid=39# |titulo = Social: Educación |publicado = Governo Bolivariano de Venezuela |acessodata = 14 de outubro de 2016 | autor = | data = }}</ref> A taxa líquida de matrícula na escola primária era de 91% em 2005, enquanto a taxa líquida de escolarização secundária estava em 63% em 2005.<ref name="hdrstats.undp.org"/> A Venezuela também tem várias universidades, das quais a mais prestigiosa são da [[Universidade Central da Venezuela]] (UCV), fundada em [[Caracas]] em 1721, a Universidade de Zulia (LUZ), fundada em 1891, a [[Universidade dos Andes]] (ULA), fundada no estado de [[Mérida (estado)|Mérida]], em 1810, e a [[Universidade Simón Bolívar]] (USB), fundada no estado de [[Miranda (Venezuela)|Miranda]], em 1967.<ref name="hdrstats.undp.org"/>
[[Imagem:Gimnasio Luis Navarro de Los Teques.jpg|thumb|Escola Luis Navarro de [[Los Teques]].]]

A evolução da alfabetização tem aumentado rapidamente durante o período 1950–2005. A taxa de alfabetização na população acima de 10 anos aumentou de 51,2% em 1950 para 95,7% em 2008.<ref name="hdrstats.undp.org">{{citar web |url=http://hdrstats.undp.org/en/countries/data_sheets/cty_ds_VEN.html |título=Human Development Report 2009 – Venezuela (Bolivarian Republic of) |publicado=Hdrstats.undp.org |acessodata=25 de abril de 2010 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100218153602/http://hdrstats.undp.org/en/countries/data_sheets/cty_ds_VEN.html |arquivodata=18 de fevereiro de 2010 |urlmorta=yes }}</ref><ref name="Educação na Venezuela 5">{{citar web |url = http://www.indexmundi.com/g/g.aspx?c=ve&v=39&l=es |titulo = Tasa de alfabetización (%) |publicado = Index Mundi |acessodata = 14 de outubro de 2016 | lingua = espanhol | autor = | data = }}</ref> Em 2005, a Venezuela foi declarada como um território livre do analfabetismo, mas a declaração é, no entanto, contrariada pelas estatísticas oficiais e projeções sobre o assunto.<ref name="Educação na Venezuela 6">{{citar web |url = http://www.eluniversal.com/2007/06/24/pol_art_analfabetismo-crea-d_330027.shtml |titulo = Analfabetismo crea dudas sobre cifras oficiales |publicado = El Universal |acessodata = 14 de outubro de 2016 | lingua = espanhol | autor = | data = }}</ref>

Atualmente, inúmeros graduados venezuelanos procuram um futuro em outro lugar devido à economia conturbada e a taxa de criminalidade pesada no país. Em um estudo intitulado "Comunidade Venezuelana no Exterior", da Universidade Central da Venezuela, mais de 1,35 milhão de graduados universitários venezuelanos deixaram o país desde o início da [[Revolução Bolivariana]].<ref name=ENHaug28>{{citar jornal|último1=Maria Delgado|primeiro1=Antonio|título=Venezuela agobiada por la fuga masiva de cerebros|url=http://www.elnuevoherald.com/2014/08/26/1828337/venezuela-agobiada-por-fuga-masiva.html|acessodata=28 de agosto de 2014|agência=El Nuevo Herald|data=28 de agosto de 2014|datali=agosto de 2024}}</ref><ref name=Elimpulso23AUG>{{citar jornal|título=El 90% de los venezolanos que se van tienen formación universitaria|url=http://elimpulso.com/articulo/el-90-de-los-venezolanos-que-se-van-tienen-formacion-universitaria#|acessodata=28 de agosto de 2014|agência=El Impulso|data=23 de agosto de 2014}}</ref> Acredita-se que quase 12% dos venezuelanos vivem no exterior, sendo que a [[Irlanda]] tem se tornando um destino popular para os estudantes.<ref>{{citar jornal|último =Goodman|primeiro =Joshua|título=Venezuela's Best and Brightest Camp on Sidewalks|url=http://abcnews.go.com/International/wireStory/venezuelas-best-brightest-camp-sidewalks-22308016|acessodata=9 de fevereiro de 2014|jornal=ABC News|data=31 de janeiro de 2014}}</ref> De acordo com Claudio Bifano, presidente da Academia Venezuelana de Física, Matemática e Ciências Naturais, mais da metade dos médicos formados em 2013 havia deixado o país.<ref>{{citar periódico|título=Capacity building: Architects of South American science|periódico=Nature|data=12 de junho de 2014|volume=510|página=212|doi=10.1038/510209a|acessodata=9 de julho de 2014 | issn=0028-0836}}</ref>

O número de crianças na escola passou de 6 milhões em 1998 para 13 milhões em 2011.<ref name=":0">{{Citar web|url=http://operamundi.uol.com.br/conteudo/babel/27651/50+verdades+sobre+hugo+chavez+y+la+revolucion+bolivariana.shtml#/0|titulo=Morte de Chávez|data=|acessodata=2017-08-28|obra=Opera Mundi|publicado=|ultimo=|primeiro=|lingua=es|datali=agosto de 2024}}</ref> O número de estudantes passou de 895 000 em 2000 para 2,3 milhões em 2011, com a criação de novas universidades.<ref name=":0" />

=== Saúde ===
{{Artigo principal|Saúde na Venezuela}}
[[Ficheiro:Hospital Central Dr. Urquinaona.jpg|thumb|esquerda|upright=1.2|Hospital Central Dr. Urquinaona, em [[Maracaibo]].]]
[[Ficheiro:Hospital Central de Maracay 2.jpg|thumb|esquerda|upright=1.2|Hospital Central de [[Maracay]].]]
A Venezuela detém um sistema nacional de [[saúde universal]]. O país criou um programa de ampliação do acesso à saúde denominado Misión Barrio Adentro, embora sua eficiência e condições de trabalho tenham sido criticadas.<ref name="Venezuela Information Office">{{citar web |publicado = Venezuela Information Office |data = 2007 |titulo = Health Care for All: Venezuela's Health Missions at Work |url=http://www.rethinkvenezuela.com/downloads/Healthcare%20for%20All.htm |arquivourl = https://web.archive.org/web/20080614053914/http://www.rethinkvenezuela.com/downloads/Healthcare%20for%20All.htm |arquivodata = 14 de junho de 2008 |acessodata = 18 de janeiro de 2008}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.drclas.harvard.edu/revista/articles/view/1114|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090512013213/http://www.drclas.harvard.edu/revista/articles/view/1114|arquivodata = 12 de maio de 2009|titulo = Barrio adentro a look at the origins of a social mission|último =Castro|primeiro =Arachu|publicado=David Rockefeller Center for Latin American Studies, Harvard University|data = 2008|acessodata = 29 de janeiro de 2009}}</ref> Foi relatado que muitas clínicas da Misión Barrio Adentro foram fechadas em dezembro de 2014, estimando-se que 80% dos estabelecimentos do Barrio Adentro na Venezuela estão abandonados.<ref name="Saúde">{{citar web | autor = Matheus, Ricardo | url = http://www.2001.com.ve/registro_noticias.asp?registro=81599&sw=1 | titulo = Abandonados 70% de módulos de BA | arquivourl=https://web.archive.org/web/20070927004706/http://www.2001.com.ve/registro_noticias.asp?registro=81599&sw=1 | arquivodata = 27 de março de 2019 | data = 27 de setembro de 2007 | publicado = Diario 2001 | acessodata = 9 de abril de 2021 }}.</ref><ref name="LPdec2014">{{citar web |titulo = El 80% de los módulos de Barrio Adentro del país está cerrado |url = http://www.lapatilla.com/site/2014/12/08/el-80-de-los-modulos-de-barrio-adentro-del-pais-esta-cerrado/ |data = 8 de dezembro de 2014 |publicado = La Patilla |acessodata = 9 de abril de 2021 }}</ref>

A [[mortalidade infantil]] na Venezuela estava em 16 mortes a cada {{fmtn|1000|nascimentos}} em 2004, muito mais baixo do que a média da [[América do Sul]].<ref name="UNDP_2006">[[UNDP]]. [http://hdr.undp.org/hdr2006/statistics/countries/data_sheets/cty_ds_VEN.html Human Development Report 2006: Venezuela] {{Wayback|url=http://hdr.undp.org/hdr2006/statistics/countries/data_sheets/cty_ds_VEN.html |date=20071011235327 }}. Accessed March 8, 2007.</ref><ref name="WRI_2003c">{{citar web |publicado=World Resources Institute |obra=EarthTrends Country Profiles |ano=2003 |título=Population, Health, and Human Well-Being—Venezuela |url=http://earthtrends.wri.org/pdf_library/country_profiles/pop_cou_862.pdf |acessodata=2007-03-10 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20090224210341/http://earthtrends.wri.org/pdf_library/country_profiles/pop_cou_862.pdf |arquivodata=2009-02-24 |urlmorta=yes }}</ref> Má nutrição de crianças atinge 17%, com [[Delta Amacuro]] e [[Amazonas (Venezuela)|Amazonas]] tendo os piores índices.<ref>FAO. [http://www.fao.org/ag/agn/nutrition/ven-e.stm Venezuela]{{ligação inativa|data=agosto de 2024}}. Accessed September 20, 2006.</ref> Conforme as Nações Unidas, 32% dos venezuelanos não possuem saneamento adequado, principalmente aqueles vivendo em áreas rurais.<ref>Unicef. [http://www.unicef.org/infobycountry/venezuela_statistics.html Venezuela]{{ligação inativa|data=agosto de 2024}}. Accessed September 20, 2006.</ref> As doenças variam desde [[febre tifoide]], [[febre amarela]], [[cólera]], [[hepatite A]], [[hepatite B]] e [[hepatite D]], presentes em todo o país.<ref name="Venezuela">[http://travel.guardian.co.uk/countries/information/0,,818577,00.html Venezuela] Guardian. Accessed September 20, 2006.</ref> Apenas 3% dos doentes são tratados; a maioria das grandes cidades não tem instalações de tratamento suficientes.<ref>{{citar web|título=Chapter 5. Site Visits|url=http://www.cep.unep.org/pubs/Techreports/tr40en/chapter5.html|obra=Appropriate Technology for Sewage Pollution Control in the Wider Caribbean Region|publicado=The Caribbean Environment Programme|acessodata=1 de agosto de 2012|ano=1998|datali=agosto de 2024}}</ref> 17% dos venezuelanos não possuem acesso a água potável.<ref>UNICEF. [http://www.unicef.org/specialsession/about/sgreport-pdf/03_SafeDrinkingWater_D7341Insert_English.pdf Safe Drinking Water]{{ligação inativa|data=agosto de 2024}}. Accessed September 20, 2006.</ref>

A expectativa de vida ao nascer no país é estimada, atualmente, em 72,22 anos, sendo 75,7 anos para as mulheres e 68,9 anos para os homens. A taxa de fertilidade total é de 2,24 filhos por mulher, conforme dados da [[CIA]] em 2021. Cerca de 3,6% do orçamento total do país é voltado para gastos e investimentos em saúde, o que se revela modesto em comparação com outros países sul-americanos. A taxa de prevalência de obesidade atinge 25,6% da população adulta (2016), enquanto a prevalência do [[HIV]] era de 0,5% da população em 2019.<ref name="Dados sobre saúde na Venezuela">{{citar web|url=https://www.cia.gov/the-world-factbook/countries/venezuela/#people-and-society |título = Venezuela |publicado = CIA - The World Factbook | acessodata = 9 de abril de 2021 }}</ref>

Turistas que vão para a Venezuela são avisados para obterem vacinação para as várias doenças do país.<ref name="Venezuela"/> Em uma [[epidemia]] de [[cólera]] nos anos de 1992 e 1993 no delta do Orinoco, os líderes políticos da Venezuela foram acusados de colocar a culpa na raça dos doentes (como se alguma característica da raça tenha feito eles ficarem doentes) para retirar a culpa das instituições do país, e assim agravando a epidemia.<ref>{{citar web|url=http://www.powells.com/cgi-bin/biblio?inkey=62-0520230310-2|título=Powell’s Books - The World’s Largest Independent Bookstore|primeiro =Used, New, and Out of Print Books - We Buy and Sell - Powell's|último =Books|website=www.powells.com}}</ref>

Cerca de vinte mil médicos cubanos estão atuando na Venezuela. Estes muitas vezes moram e atendem em comunidades carentes. Além dos atendimentos, estes médicos estão dando formações em saúde para pessoas destas comunidades. O programa Barrio Adentro construiu diversos hospitais e postos de saúde em comunidades carentes da Venezuela.<ref>{{citar web|url=https://www.brasildefato.com.br/2020/08/17/cuba-envia-212-medicos-a-venezuela-para-combater-o-novo-coronavirus|título = Cuba envia 212 médicos à Venezuela para combater o novo coronavírus: Governo bolivariano prevê que até setembro o país receba ajuda de mil profissionais |publicado = Brasil de Fato | acessodata = 9 de abril de 2021 }}</ref>

=== Transportes ===
[[Ficheiro:General Rafael Urdaneta Bridge view from the lake to Cabimas side.jpg|thumbnail|[[Ponte General Rafael Urdaneta]], no [[Lago Maracaibo]].]]
A Venezuela está ligada ao mundo principalmente por via aérea (os aeroportos venezuelanos incluem o [[Aeroporto Internacional Simón Bolívar]] em [[Maiquetía]], perto de [[Caracas]], e [[Aeroporto Internacional de La Chinita]], perto de [[Maracaibo]]) e pelo mar (com os principais portos marítimos em [[La Guaira]], [[Maracaibo]] e [[Puerto Cabello]]). No sul e no leste, na região da [[floresta amazônica]], o transporte transfronteiriço é limitado; no oeste, há uma fronteira montanhosa de mais de 2 213 km compartilhada com a [[Colômbia]]. O [[rio Orinoco]] é navegável por navios de até 400&nbsp;km no interior do país e se conecta a principal cidade industrial de [[Ciudad Guayana]] no [[Oceano Atlântico]].

A Venezuela tem um sistema ferroviário nacional limitado, que não tem ligações ferroviárias ativas para outros países. O governo de Hugo Chávez tentou investir na expansão, mas o projeto ferroviário da Venezuela está em espera devido ao país não ser capaz de pagar US$ 7,5 bilhões devidos a China Railway.<ref>{{citar jornal|último =Han Shih|primeiro =Toh|título=China Railway Group's project in Venezuela hits snag|url=http://www.scmp.com/business/china-business/article/1211846/china-railway-groups-project-venezuela-hits-snag|acessodata=14 de dezembro de 2013|jornal=South China Morning Post|data=11 de abril de 2013}}</ref> Várias grandes cidades têm sistemas de [[metrô]]; o [[Metrô de Caracas]] está em funcionamento desde 1983; o Metrô de Maracaibo e de Valencia foram abertos mais recentemente. O país tem uma rede rodoviária de cerca de 100&nbsp;000 km de extensão, a 45.ª maior rede do mundo,<ref>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2085rank.html?countryName=Venezuela&countryCode=ve&reagionCode=soa&rank=45#ve Country Comparison :: Roadways]{{ligação inativa|data=agosto de 2024}}. The World Factbook. cia.gov</ref> sendo que cerca de um terço das estradas são pavimentadas.

=== Energia ===
[[Ficheiro:Bolívar 0.JPG|thumb|[[Hidrelétrica de Guri]], no [[rio Caroni]], estado de [[Bolívar (estado)|Bolívar]].]]
Em torno de 68,13% da energia elétrica é produzida em [[Usina hidrelétrica|instalações hidrelétricas]]. A estatal ''Corporación Venezolana de Guayana/Electrificación del Caroni'' desenvolve em [[Bolívar (estado)|Bolívar]] a [[Hidrelétrica de Guri]], sendo está a maior do país, contribuindo com mais de 70% da produção de energia elétrica nacional nos últimos anos. A empresa estatal ''Compañía Anónima de Administración y Fomento Eléctrico'' vem operando o Complexo Uribante Caparo desde a década de 1970. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatísticas da Venezuela (INE), em 2005 foram gerados 99,2 milhões de KWh de eletricidade no país.<ref name="Energia na Venezuela 1">{{citar web|url = http://www.indexmundi.com/es/venezuela/electricidad_produccion.html |título = Electricidad en Venezuela |acessodata = 20 de dezembro de 2017 |publicado = Index Mundi | lingua = espanhol }}</ref> Conforme dados de 2011, da ''CIA World Factbook'', o consumo de eletricidade na Venezuela naquele ano foi de 85,05 bilhões kW.<ref name="Energia na Venezuela 2">{{citar web|url = http://www.indexmundi.com/pt/venezuela/eletricidade_consumo.html |título = Venezuela Eletricidade - consumo |acessodata = 20 de dezembro de 2017 |publicado = Index Mundi | data = 2011 }}</ref>

== Cultura ==
[[Ficheiro:TeresaCarreño.jpg|miniatura|O [[Complexo Cultural Teresa Carreño]], em [[Caracas]], é um dos mais importantes da [[América Latina]] e o segundo maior da [[América do Sul]].<ref>[http://www.caracas24.net/Caracas-Teresa-Carreno.htm Caracas - Teresa Carreño] — Caracas24.net</ref>]]
A [[cultura]] da Venezuela é um caldeirão que integra fundamentalmente três famílias distintas: a [[indígena]], a [[África|africana]] e a [[Europa|europeia]]. As duas primeiras, por sua vez, tinham culturas diferenciadas conforme as [[Povos originários da Venezuela|tribos]]. A [[transculturação]] e a [[Assimilação cultural|assimilação]], próprias de um [[sincretismo cultural]], condicionaram a cultura venezuelana atual, semelhante em muitos aspectos ao resto da América Latina, embora o meio natural faça com que existam diferenças importantes. A influência indígena se limita a algumas palavras do [[léxico]] e à [[gastronomia]]. A influência africana se reflete em instrumentos musicais como o [[tambor]]. A influência espanhola foi mais importante, especialmente das regiões da [[Andaluzia]] e [[Extremadura]], de onde vieram a maioria dos colonos na zona das [[Antilhas]] durante a época colonial. Exemplos disso são as edificações, parte da música, a religião católica e o idioma. Uma influência espanhola evidente são as [[Corrida de touros|touradas]] e certos aspectos da gastronomia. A Venezuela também se enriqueceu com outras correntes de origem [[Antilhas|antilhana]] e europeia no {{século|XIX||s}}, especialmente de procedência [[França|francesa]]. Em etapa mais recente, nas grandes cidades e regiões petrolíferas, surgiram manifestações de origem norte-americana e da [[Imigração na Venezuela|nova imigração]] de origem [[Imigração espanhola na Venezuela|espanhola]], [[Imigração italiana na Venezuela|italiana]] e [[Portugal|portuguesa]], aumentando o já complexo mosaico cultural. Assim, por exemplo, dos Estados Unidos chega a influência do gosto pelo [[beisebol]] e pelas construções arquitetônicas modernas.

=== Literatura ===
{{AP|Literatura da Venezuela}}
[[Ficheiro:AndresBello.jpg|miniatura|[[Andrés Bello]] é considerado a figura intelectual mais destacada e de maior relevância na cultura hispano-americana do {{século|XIX||s}}, assim como um dos humanistas mais importantes da [[América]].<ref>{{citar web|url=http://www.cervantesvirtual.com/portales/andres_bello/autor_apunte/|título=Biografia de Andrés Bello|obra=Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes|acessodata=10 de setembro de 2021}}</ref>]]

A literatura venezuelana começou a se desenvolver a partir da época colonial, com alocuções às novas terras e seus habitantes originários. As crônicas e vários estilos de poesia foram as principais manifestações literárias durante o {{século|XVIII||s}}. Nesse primeiro período, destaca-se a figura de [[Andrés Bello]], poeta, filólogo, gramático e educador de renome universal. Bello desenvolveu obras como ''Alocução à Poesia'' (1823) e ''Silva à Agricultura da Zona Tórrida'' (1826), precursoras da temática americanista que se desenvolveria posteriormente em outras partes do continente. [[Simón Rodríguez (pensador)|Simón Rodríguez]] é outro exemplo de renome em todo o continente, com obras como ''Sociedades Americanas'' (1828), ''Defesa de Bolívar'' (1830), ''Observações sobre o terreno de Vincocaya'' (1830) e ''Luzes e virtudes sociais'' (1834).

A partir de 1880, começou a delinear-se na Venezuela um movimento e uma tradição literária de maior ambição.<ref>[http://www.sololiteratura.com/basicovenezuela.htm A Literatura na Venezuela] {{Wayback|url=http://www.sololiteratura.com/basicovenezuela.htm |data=20080513081835 }} — Solo Literatura.com</ref> [[Cecilio Acosta]] e Arístides Rojas, entre outros, marcaram a transição para novas posições intelectuais e criativas. No campo do modernismo, destacaram-se [[Manuel Díaz Rodríguez]] e [[Luis Manuel Urbaneja|Luis Urbaneja Achelpohl]], entre outros. O ano de 1910 é frequentemente considerado o ponto de partida para novas experiências estéticas que reagiram contra o modernismo e tentaram escrever sobre a vida comum, delineando uma nova expressão literária de caráter realista, na qual ressurgiram antigas essências do costumbrismo. Neste momento da trajetória do romance venezuelano, são relevantes os nomes de [[José Rafael Pocaterra]] (''Memórias de um venezuelano da decadência''), [[Teresa de la Parra]] (''[[Ifigenia (romance de 1924)|Ifigenia]]'') e a grande figura de [[Rómulo Gallegos]], que fundou a escola do [[Realismo mágico]] latino-americano, com obras como ''[[Doña Bárbara]]'' (1929), ''Cantaclaro'' (1934) e ''Canaima'' (1935). Como parte do cenário literário, na Venezuela organiza-se, bienalmente, o [[Prêmio Rómulo Gallegos]] para o romance mais destacado do mundo hispano-falante, prêmio considerado por muitos como o mais importante da [[hispanoamérica]].<ref>{{citar web |url=http://www.celarg.org.ve/Espanol/Premio%20Romulo%20Gallegos.htm |título=Prêmio Internacional de Romance Rómulo Gallegos |acessodata=5 de março de 2010 |arquivodata=1 de setembro de 2008 |urlarquivo=https://web.archive.org/web/20080901214425/http://www.celarg.org.ve/Espanol/Premio%20Romulo%20Gallegos.htm |urlmorta=yes }}</ref>

=== Música ===
{{AP|Música da Venezuela}}
[[Ficheiro:04162012Bailes071 (cropped).JPG|miniatura|[[Joropo]], dança nacional da Venezuela.]]
A música venezuelana caracteriza-se por misturar elementos espanhóis e africanos, típico de um povo predominantemente mestiço. O gênero mais representativo do país é a [[música llanera]], que utiliza instrumentos como o [[Quatro venezuelano|quatro]], a [[harpa]], as [[maracas]], a [[bandola]] e os capachos. Este ritmo consagrou-se como a música de [[identidade nacional]], a ponto de os venezuelanos serem denominados ''llaneros'' no exterior. Este gênero teve sua origem na região hoje compreendida pelos estados de Apure, Barinas, Guárico, Cojedes e Portuguesa, onde é cultivado com assiduidade.<ref>(1998). «La Música Venezolana», en ''Atlas de Tradiciones Venezolanas'', pág. 122-123.</ref>
[[Ficheiro:Hombre cantando por dinero en las cercanías del Hotel Humbodlt.jpg|miniatura|O [[Quatro venezuelano|quatro]] é o instrumento típico e mais emblemático da [[música venezuelana]], além de ser um bem de interesse cultural da nação.<ref name=universalbiencultural>{{citar web |url=http://www.eluniversal.com/arte-y-entretenimiento/130410/venezuela-declara-al-cuatro-bien-de-interes-cultural-de-la-nacion |título=Venezuela declara o quatro "Bem de interesse cultural da Nação" |acessodata=15 de julho de 2015 |sobrenome=Gómez |nome=Ángel Ricardo}}</ref>]]

O [[valsa venezuelana]] também goza de reconhecimento, tendo sido desenvolvido principalmente por grandes mestres da guitarra como [[Antonio Lauro]] e [[Alirio Díaz]]. Embora seja um derivado da valsa europeia, está impregnado de características musicais típicas do país, sendo executado com os instrumentos clássicos da música llanera, incluindo a [[guitarra]], o [[tiple]], o [[piano]] e o [[clarinete]]. Tem suas raízes na região centro-ocidental do país e na região andina, onde se usam o [[violino]] e a [[mandolina]].<ref>{{citar web |url=http://www.sonidosdelfolklore.com.ve/generos_valse.html |título=Sonidos do Folklore da Venezuela |acessodata=30 de setembro de 2007 |urlarquivo=https://web.archive.org/web/20080916225315/http://www.sonidosdelfolklore.com.ve/generos_valse.html |arquivodata=16 de setembro de 2008 }}</ref>

Devido à influência e proximidade dos países [[angloamericano]]s, também se produz [[heavy metal|''heavy metal'']], [[reggae|''reggae'']] e [[ska|''ska'']], assim como outros gêneros de ''[[rock]]'' e ''[[Música pop|pop]]'', que são ouvidos principalmente entre as comunidades juvenis das grandes cidades. Da mesma forma, a [[música eletrônica]] feita na Venezuela vem ganhando maior reconhecimento internacional.<ref>{{citar web |título= Os Dj's venezuelanos tocam! |ano= 2008 |editora= Dance Latinoamérica |url=http://www.dancelatinoamerica.com/noticias/1498/los-djs-venezolanos-suenan/ |acessodata=9 de setembro de 2008|arquivodata=3 de dezembro de 2015}}</ref>

Entre todos os expoentes da música venezuelana, o mais celebrado é [[Simón Díaz]], cujo culto e interpretação da música llanera, aliados à sua personalidade, lhe valeram o título de folclorista venezuelano mais importante de todos os tempos. Sua canção ''[[Caballo viejo (canção)|Caballo viejo]]'' foi muito interpretada e traduzida para vários idiomas em todo o mundo.<ref>[http://www.mipunto.com/temas/1er_trimestre06/simon_diaz.html Personajes | Simón Díaz] — Página em MiPunto.com</ref> Em 2008, Díaz recebeu um [[Prêmios Grammy Latinos|Prêmio Grammy Honorário]] do Conselho Diretivo da Academia Latina da Gravação.<ref>{{citar web |título= Simón Díaz recebeu Grammy honorário por sua trajetória artística |ano= 2008 |editora= Globovision.com |url=http://www.globovision.com/news.php?nid=103892 |acessodata=21 de março de 2010 |arquivodata=3 de dezembro de 2015}}</ref>

Da mesma forma, na [[música clássica]], a Venezuela se destacou nos últimos anos por realizar apresentações em palcos europeus a cargo da [[Orquestra Sinfônica Simón Bolívar]], ganhando certa fama internacional e posicionando-se como uma das melhores orquestras do mundo junto ao seu maestro [[Gustavo Dudamel]], que também dirige a [[Orquestra Filarmônica de Los Angeles]].<ref>{{citar web |sobrenome= Márquez |nome= Humberto |título= A Sinfônica Juvenil Simón Bolívar conquista a Europa |ano= 2007 |localização= IberArte |url=http://www.iberarte.com/content/view/1061/39/ |acessodata=14 de maio de 2008 |arquivodata=}}</ref>

=== Artes plásticas ===

[[Ficheiro:Miranda en la Carraca by Arturo Michelena.jpg|miniatura|''[[Miranda en La Carraca]]'', óleo sobre tela pintado por [[Arturo Michelena]] em 1896, é a obra mais popular e utilizada da pintura venezuelana.<ref>{{citar web |url=http://www.el-nacional.com/noticias/entretenimiento/miranda-carraca_222343|título=Miranda em La Carraca|acessodata=2 de fevereiro de 2019 |sobrenome=Maldonado-Burgoin |nome=Carlos |data=2018|editora=[[El Nacional (Venezuela)|El Nacional]]}}</ref>]]

A pintura e a escultura venezuelanas foram tradicionalmente influenciadas pelo tema histórico e pelo processo político vivido pelo país em sua Independência. Muitas pinturas e esculturas do século XIX frequentemente se apresentam como representações de momentos chave da história, feitos heroicos e alegorias da nação. Destacaram-se nesta fase [[Juan Lovera]], [[Arturo Michelena]], [[Martín Tovar y Tovar]], [[Tito Salas]], entre outros. No entanto, a [[pintura romântica]] teve seu maior expoente em [[Cristóbal Rojas]], que se afastou principalmente desses temas generalizados.<ref>[http://www.mipunto.com/temas/4to_trimestre01/pintura.html Arte e cultura | Pintura venezuelana do século XIX] {{Wayback|url=http://www.mipunto.com/temas/4to_trimestre01/pintura.html |data=20110815144214 }} — Página em MiPunto.com</ref>
Entre aqueles que contribuíram imensamente para a [[arte cinética]] estão [[Carlos Cruz-Díez]],<ref>{{citar web |url=http://www.wallpaper.com/art/carlos-cruz-diez-unveils-new-work-in-washington-dc |título=Cruz control: Carlos Cruz-Diez redefine a cor com novo trabalho em Washington DC |acessodata=5 de setembro de 2016 |sobrenome=Serafin |nome=Amy |data=2015 |formato=HTML |editora=Wallpaper |idioma=inglês}}</ref> [[Jesús Rafael Soto|Jesús Soto]] e [[Juvenal Ravelo]]. Esta tendência em particular tornou-se muito popular no país, e existem obras desse tipo em várias instituições culturais, e até mesmo em rodovias, no metrô e em aeroportos como o [[Aeroporto Internacional de Maiquetía Simón Bolívar|de Maiquetía]]. O [[abstracionismo]] e o [[simbolismo]] tiveram um de seus maiores desenvolvedores em [[Armando Reverón]], cuja obra começa a ser redescoberta e reconhecida internacionalmente.<ref>[https://web.archive.org/web/20081015084355/http://www.mipunto.com/venezuelavirtual/000/000/004/041.html Personajes Ilustres | Armando Reverón] — Página em MiPunto.com</ref>

No abstracionismo e no cinetismo também se destacou [[Alejandro Otero]], enquanto o [[realismo social]] esteve ligado ao trabalho de [[César Rengifo]]. Grandes [[Paisagismo|paisagistas]] foram [[Manuel Cabré]] e [[Luis Álvarez de Lugo]], entre outros, destacando-se na pintura do [[Cerro El Ávila]]. Outro nome é [[Pedro León Zapata]], reconhecido por ser um célebre caricaturista. Na escultura, destacam-se [[Francisco Narváez]], [[Alejandro Colina]], [[Gego|Gertrud Goldschmidt]] e [[Lía Bermúdez]], entre outros. No país, também há espaço para as atividades e criações no campo do [[design gráfico]]. Além disso, são numerosos os artistas que se dedicam à produção de [[Arte contemporânea]], figurando na cena nacional e internacional. Destaca-se o trabalho de [[Yucef Merhi]], pioneiro da arte digital,<ref name="TALCUAL">{{Citar periódico |sobrenome=Silvera |nome=Yohana |título=Yucef Merhi transforma a poesia em objetos |data=6 de outubro de 2010 |publicação=[[Tal Cual (Venezuela)|Tal Cual]] |url=http://www.talcualdigital.com/nota/visor.aspx?id=41697 |acessodata=29 de abril de 2012 |urlarquivo=https://web.archive.org/web/20130514070827/http://www.talcualdigital.com/nota/visor.aspx?id=41697 |arquivodata=14 de maio de 2013 }}</ref> assim como a obra de [[José Antonio Hernández-Díez]].

=== Artesanato ===
A história do [[artesanato]] e dos artesãos não pode ser separada dos antecedentes que remontam a mais de 14&nbsp;000 anos, quando os primeiros habitantes [[Indígenas da América|ameríndios]] habitavam o atual território da Venezuela. Estes desenvolveram técnicas próprias de sociedades caçadoras-coletoras para a talha de pedras e madeiras, a fim de criar objetos que favorecessem sua interação com o meio ambiente e o aproveitamento de seus recursos.<ref>Ortega, Miguel Ángel (1998). «Artesanía», em ''Atlas de Tradiciones Venezolanas'', pp. 170-171.</ref>

=== Arquitetura ===
[[Ficheiro:Casco Central Santa Ana de Coro, estado Falcon, Venezuela.jpg|miniatura|Centro histórico de [[Coro (Venezuela)|Coro]], cidade em que se conservam importantes exemplos de uma arquitetura eclética que combina estilos autóctones, [[Arte mudéjar|mudejar]] e neerlandeses. Foi declarada em 1993 como [[Patrimônio Mundial]] pela [[Unesco]].<ref name="Patrimônio Mundial">{{citar web|título=World Heritage List|url=http://whc.unesco.org/es/list/658|obra=Coro and its Port|editora=UNESCO|idioma=Inglês|data=1993|acessodata=27 de julho de 2017}}</ref><ref>{{citar web |url=http://whc.unesco.org/es/list/658 |título=Coro e seu porto |acessodata=2 de setembro de 2016 |data=1993 |website=http://whc.unesco.org/ |editora=[[Unesco]]}}</ref>]]
Os trabalhos arquitetônicos no país podem remontar ao ano 1000&nbsp;a.C., quando os primeiros habitantes realizaram movimentos de terra com vistas ao [[Agricultura|desenvolvimento agrícola]], dominando também o uso da [[pedra]] para edificações destinadas ao armazenamento. A arquitetura indígena posterior desenvolveu-se em espaços aquáticos e florestais, tendo seus exemplos mais representativos nos [[palafito]]s, nos [[shabono]]s e nas churuatas ([[choça]]s) de interesse coletivo, caracterizadas por um telhado cônico e estrutura circular. Estas últimas são as de maior proliferação no país, têm especificidade de acordo com cada etnia indígena e tornaram-se um ícone da cultura venezuelana. Com o estabelecimento da [[Época da colônia (Venezuela)|Colônia]], surgiu uma arquitetura caracterizada pela sobriedade e simplicidade. Dada a pouca percepção de [[geologia econômica]] que foi atribuída inicialmente à então província, optou-se pela economia de recursos destinados à construção, o que determinou uma marcada modéstia nas edificações desse período.<ref>{{Harvsp|Arellano, s. j.|1988|p=217-218}}</ref> O {{século|XX||s}} caracterizou-se mais pelo seu desenvolvimento urbanístico tendente à modernização. O [[neobarroco]] e a influência [[Mourisco|mourisca]] evidenciaram-se na construção do [[Teatro Nacional de Caracas|Teatro Nacional]] e do [[Novo Circo de Caracas|Novo Circo]], pelas mãos de arquitetos notáveis como [[Alejandro Chataing]]. Construções como o [[Teatro Teresa Carreño]] e as [[Torres do Centro Simón Bolívar]], bem como a [[Reurbanização El Silencio]] e a [[Cidade Universitária de Caracas]] (realizadas por [[Carlos Raúl Villanueva]]), revelam o impulso dado à [[Modernismo (arte)|arquitetura modernista]] no país, já a meados do século. Também se destacam os imponentes arranha-céus na capital, construídos durante a bonança petrolífera, destacando-se as [[Complexo Parque Central|Torres Gêmeas do Parque Central]].<ref>{{citar web |url=http://www.emporis.com/en/bu/sk/st/tp/ct/?id=100003 |título=Tallest High-rise Buildings by Continent: South America — Emporis.com |acessodata=14 de novembro de 2008 |urlarquivo=https://web.archive.org/web/20070315111718/http://www.emporis.com/en/bu/sk/st/tp/ct/?id=100003 |arquivodata=15 de março de 2007 }}</ref>

=== Gastronomia ===
A gastronomia da Venezuela é uma variada forma de preparar comidas e bebidas elaboradas no país, constituindo o resultado da mistura cultural e gastronômica proveniente da Europa —especialmente de [[Espanha]], [[Itália]], [[Alemanha]], [[França]], [[Países Baixos]] e [[Portugal]]— e da [[África subsahariana|África]] —através das populações de escravos trazidas pelos espanhóis— com a gastronomia dos povos indígenas do país.
[[Ficheiro:Pabellón Criollo Venezolano.jpg|miniatura|[[Pabellón criollo]], considerado o prato nacional da Venezuela.<ref>{{citar web|url=https://primicia.com.ve/guayana/ciudad/pabellon-criollo-gastronomia-con-historia-venezolana/|título=Pabellón criollo: gastronomia com história venezuelana|acessodata=22 de abril de 2023|data=22 de julho de 2022|website=Primicia Venezuela}}</ref>]]

Embora possua esses traços de maneira universal, a gastronomia venezuelana é tão variável e diversa quanto o próprio território. Na região da capital, nota-se maior diversidade por se tratar de um ponto de confluência, sendo o centro das zonas produtivas, e onde há maior influência [[Gastronomia da Espanha|espanhola]], [[Gastronomia da Itália|italiana]] e outras europeias. Na região oriental, por ser área caribenha, predomina uma cozinha à base de [[peixe]]s, [[Palinuridae|lagostas]] e [[marisco|frutos do mar]] com massa ou arroz, revelando também a influência de comidas marítimas europeias. Nos [[Llanos]], é bem conhecido o consumo de carne de boi e de animais caçados, além da grande produção de [[queijo]] e produtos lácteos. O [[Zulia]], o oeste do país e [[Guayana (região)|Guayana]] não diferem muito desses mesmos traços, diferenciando-se na carne de [[Capra aegagrus hircus|bode]], [[Capra aegagrus hircus|cabra]] e [[coelho]], queijos como o [[Queijo palmita|palmita]] nos dois primeiros, e na presença de milho na última região, onde se produzem queijos como o [[Queijo guayanês|guayanês]], [[Queijo de mão|de mão]], entre outros.<ref>{{citar web|url=https://elpais.com/economia/2023-03-21/el-estrellato-secreto-de-los-quesos-venezolanos.html|título=O estrelato secreto dos queijos venezuelanos
|acessodata=22 de abril de 2023|data=21 de março de 2023|website=[[El País]]}}</ref> Nos [[Andes venezuelanos|Andes]], há uma orientação mais europeia, com maior consumo de verduras e [[tubérculo]]s, [[trigo]], carne de [[ovelha]], [[truta]] cultivada e produtos lácteos.<ref>(1998). «Dime lo que comes…», em ''Atlas de Tradiciones Venezolanas'', pág. 63.</ref>

A culinária venezuelana possui outros pratos muito conhecidos, como a [[arepa]], uma espécie de [[bolinho]] assado em forma circular feito de [[massa de milho]] que é consumido recheado com outros [[alimento]]s ou utilizado como acompanhamento, as [[cachapa]]s, o bode com coco, a [[Recheios de arepa na Venezuela|reina pepiada]], a carne no [[Espeto (utensílio)|espeto]], o [[asado negro]], a [[Grelhado venezuelano|grelha criolla]], sopa de [[mondongo]], [[pisca andina]] e [[Bollo pelón|bolinhos pelones]], entre outros. Os [[tequeño]]s, além de serem um patrimônio cultural,<ref>{{citar web|url=https://www.eluniversal.com/venezuela/153742/el-tequeno-venezolano-es-patrimonio-cultural|título=O Tequeño venezuelano é Patrimônio Cultural|acessodata=22 de abril de 2023|data=21 de abril de 2023|website=[[El Universal (Venezuela)]]}}</ref> são o tipo de [[aperitivo]] mais apreciado no país, e também é muito extensa a preparação de [[empanada]]s. De origem estrangeira, encontram-se a [[fabada]] (da [[Espanha]]) e o [[pasticho]] (da [[Itália]]). Entre as bebidas mais difundidas estão a [[chicha venezuelana]] e o [[Panela|papelón com limão]]. A [[cerveja]] é a [[bebida alcoólica]] mais consumida,<ref>{{Citar periódico |título= Bebida nacional |ano= 2006 |publicação= Revista Producto |número=272|url=http://www.producto.com.ve/272/notas/zulia/zulia08.html}}</ref> e também é produzido o [[ponche crema]]. Os [[Ron da Venezuela|runs venezuelanos]] têm grande tradição e figuram entre os melhores do mundo.<ref>{{Citar periódico |sobrenome=Roa|nome=Carlos |título= Petróleo, mulheres e rum |ano= 2005 |publicação= Revista Producto |número= 260 |url= http://www.producto.com.ve/260/notas/portada4-5.html}}</ref>

=== Cinema e teatro ===
O cinema venezuelano iniciou sua produção em 1896, apenas um ano após a primeira produção dos [[irmãos Lumière]] na [[França]].{{demostrar}} O cinema nacional deu um dos seus passos mais importantes em 1934, ao instalar-se na cidade de [[Maracay]] a sede dos laboratórios nacionais e da Maracay Films. Nesse laboratório, foi filmado ''El milagro del lago'', o primeiro documentário colorido realizado na Venezuela e na [[América Latina]].<ref>{{citar web|url=http://bibliofep.fundacionempresaspolar.org/_custom/static/cronologia_hv/zoom/s20/1934-6.html|título=1934 - Cronologia da história da Venezuela|obra=Fundação Empresas Polar|data=2010}}</ref>
[[Ficheiro:Teatro Nacional de Noche.JPG|miniatura|Fachada do [[Teatro Nacional da Venezuela]], [[Caracas]].]]
O cinema venezuelano, por sua vez, tem-se caracterizado por uma produção irregular, embora tenha vivido uma época dourada nas décadas de 1970 e 1980, com realizadores como [[Mauricio Walerstein]], [[Clemente de la Cerda]] e [[Román Chalbaud]], este último autor do filme considerado por muitos a melhor obra do cinema venezuelano: ''[[El pez que fuma]]'' (1977). Talvez a cineasta mais bem-sucedida do país tenha sido [[Margot Benacerraf]], que conquistou para a Venezuela a Palma de Ouro no [[Festival de Cannes]] de 1959 com sua obra ''Araya''. Os diretores mais representativos são [[Fina Torres]], [[Elia Schneider]], [[Alberto Arvelo Mendoza|Alberto Arvelo]], [[José Ramón Novoa]] e [[Diego Rísquez]]. A entidade reguladora é o [[Centro Nacional Autónomo de Cinematografía]]. Os cinco filmes mais vistos na história do cinema venezuelano são ''[[Papita, maní, tostón]]'' (2013) de [[Luis Carlos Hueck]] (com 1&nbsp;840&nbsp;281 milhões de espectadores), ''[[Homicídio culposo]]'' (1984) de [[César Bolívar]] (1&nbsp;335&nbsp;552), ''[[Macu, la mujer del policía]]'' (1987) de [[Solveig Hoogesteijn]] (1&nbsp;180&nbsp;621), ''[[Secuestro Express (filme)|Secuestro express]]'' (2005) de [[Jonathan Jakubowicz]], e ''[[La hora cero]]'' (2010) de [[Diego Velasco]].<ref>{{Citar periódico |título=“Papita, Maní, Tostón” quebrou outro recorde |ano=2014 |publicação=[[El Tiempo (Anzoátegui)|El Tiempo]] |url=http://eltiempo.com.ve/tempo-livre/cinema/papita-mani-toston-batio-otro-record/138825}}</ref>

Por sua vez, as manifestações teatrais venezuelanas são pouco documentadas durante o período pré-colombiano, em parte devido à visão [[Eurocentrismo|eurocêntrica]] do mundo e ao pouco desenvolvimento das tribos indígenas locais, em comparação com os [[astecas]], [[Cultura maia|maias]] e [[incas]]. No entanto, o teatro cumpria uma função importante na difusão da identidade da tribo, desenvolvendo-se mais nos [[Cordilheira dos Andes|Andes]] venezuelanos, onde era utilizado com fins educativos e religiosos. A profissionalização do teatro chegou durante a Colônia, no {{século|XVII||s}}. Diz-se que o teatro venezuelano moderno foi influenciado na maioria pelas peças de [[Tennessee Williams]] devido ao tratamento dos problemas humanos,<ref>{{citar web |sobrenome= Gómez |nome= Ángel Ricardo |título= Bonde chamado Tennessee |ano= 2008 |localização= Caracas, Venezuela |editora= [[El Universal (Venezuela)|El Universal]] |url= http://buscador.eluniversal.com/2008/03/02/qhay_art_tranvia-llamado-tenn_733782.shtml |acessodata=5 de outubro de 2008}}</ref> e foi popularizado pela chamada ''Santíssima Trindade'' do teatro venezuelano: [[José Ignacio Cabrujas]], [[Isaac Chocrón]] e [[Román Chalbaud]]. Sua atividade é prolífica e busca enriquecer-se com obras universais e novas técnicas cênicas.<ref>[https://web.archive.org/web/20081013095952/http://www.une.edu.ve/caracas/teatro.htm O teatro venezuelano] - Site da Universidade Nueva Esparta.</ref> Existem numerosos grupos teatrais, como a [[Companhia Nacional de Teatro]], o Rajatabla, o Theja e a [[Cátedra Venezuelana da Cena]].

=== Esportes ===
{{AP|Esporte na Venezuela}}
As origens do [[esporte na Venezuela]] remontam à [[Colonialismo|época colonial]], quando na segunda metade do {{século|XVI||s}} o [[gado]] foi introduzido no país. Isso deu origem ao [[coleio]], um [[Esportes equestres|esporte equestre]] que consiste em derrubar um [[Bos primigenius taurus|touro]] pela [[cauda]], originado das tarefas agropecuárias nos [[llanos]].<ref>[https://web.archive.org/web/20090118121645/http://www.musicallanera.net/el_coleo/el_coleo_en_venezuela.htm O Coleo na Venezuela]. MúsicaLlanera.net. Consultado em 6 de janeiro de 2009.</ref> Da mesma época datam as [[bochas crioulas]], jogo semelhante à [[bocha]] e à [[petanca]]. Esta última modalidade foi introduzida por [[Monacato|monges]] espanhóis nesse mesmo período histórico, mas sua popularidade cresceria já no {{século|XX||s}}. Ambas as práticas têm muita tradição no país. Algumas [[artes marciais]] autóctones são o [[garrote tocuyano]] e o [[combate de submissão karive]].

[[Ficheiro:TOROS COLEADOS.jpg|miniatura|O [[coleio de touros]] é o [[esporte nacional]], originado nas zonas rurais do centro do país na época colonial.]]

O [[beisebol]] é o principal esporte do país. A popularidade deste esporte cresceu de forma extraordinária após a vitória da Venezuela na Copa do Mundo de Beisebol de 1941.<ref>{{citar web|url=https://www.guiadecochabamba.com/cgi-bin/articuloview.pl?listado=esportes&volumen=informacion&codigo=dep004|título=Esportes na Venezuela}}</ref> Nesta área, a Venezuela destacou-se notavelmente, conquistando sete títulos da [[Série do Caribe]], e foi medalhista de ouro na [[Copa do Mundo de Beisebol]] em três ocasiões. A [[Liga Venezuelana de Beisebol Profissional]], fundada em 1945, organiza a principal competição anual na modalidade, contando com oito equipes. Além disso, a Venezuela é o segundo maior exportador de jogadores de beisebol, superada apenas pela [[República Dominicana]]. Em 2008, um total de 729 jogadores de beisebol venezuelanos possuíam contrato no beisebol profissional estrangeiro.<ref>{{citar web |url= http://www.listin.com.do/app/article.aspx?id=52151 |título= Exportação de venezuelanos atinge recorde em 2008 |acessodata=5 de outubro de 2008 |autor= Serrano, Ignacio |ano= 2008 |editora= [[Listín Diario]]}}</ref> Para o país, é de grande importância acompanhar a carreira esportiva dos [[Lista de venezuelanos nas Grandes Ligas de Beisebol|venezuelanos na liga americana de beisebol]]. Vale destacar que a Venezuela é uma das potências mundiais neste esporte. O país também tem uma seleção feminina de beisebol que ganhou a medalha de bronze no mundial de beisebol feminino de 2016.<ref>{{citar web|url=https://www.facilitobet.com/noticia/venezuela-logro-medalla-de-bronce-en-mundial-de-beisbol-femenino|título=A Venezuela conquistou a medalha de bronze no mundial de beisebol feminino}}</ref> O [[basquetebol]] também  é considerado um dos esportes mais populares do país.<ref>{{Cite notícia|sobrenome=Perdomo|nome=Willians|título=Venezuela e o esporte: por que nos enchem de orgulho?|url=https://www.elnacional.com/deportes/venezuela-y-el-deporte-por-que-nos-llenan-de-orgullo/amp/|data=14 de março de 2021|dataacesso=24 de março de 2023|jornal=El Nacional}}</ref> 

O [[futebol]] viu sua popularidade aumentar nos últimos anos, até se tornar um esporte que atrai multidões no país. Organizado pela [[Federação Venezuelana de Futebol]] (FVF), afiliada à [[FIFA]], o aumento das vitórias e da qualidade do jogo da [[Seleção Venezuelana de Futebol]] desde 2001 estimulou o desenvolvimento dessa modalidade e atraiu mais fãs. A Venezuela organizou pela primeira vez uma [[Copa América]] em sua [[Copa América de 2007|42ª edição]] de 2007, embora sua melhor participação no torneio tenha sido em 2011, quando obteve o quarto lugar. As maiores conquistas do [[Futebol na Venezuela|futebol venezuelano]] foram dois títulos no [[Campeonato Sul-americano de Futebol Feminino Sub-17]] em [[Campeonato Sul-americano de Futebol Feminino Sub-17 de 2013|2013]] e [[Campeonato Sul-americano de Futebol Feminino Sub-17 de 2016|2016]], além de um vice-campeonato no [[Campeonato Sul-americano de Futebol Sub-17]] de [[Campeonato Sul-americano de Futebol Sub-17 de 2013|2013]]. A seleção também alcançou o vice-campeonato na [[Copa do Mundo FIFA Sub-20 de 2017]]. Na variação de [[futebol de salão]], a Venezuela tem uma trajetória importante, sagrando-se campeã no [[Campeonato Mundial de futsal da AMF]] em [[Campeonato Mundial de futsal da FIFUSA 1997|1997]].<ref>[http://es.youtube.com/watch?v=kH0IgRRgCnk&fmt=18 Venezuela Campeã Mundial de futebol de salão no México '97] – Vídeo no [[YouTube]].</ref>
Nos [[esportes a motor]], o venezuelano mais destacado foi [[Johnny Cecotto]]. Ele se tornou o campeão mundial mais jovem na história do [[Motociclismo de velocidade|motociclismo]] ao vencer o [[Grande Prêmio da França de Motociclismo|Grande Prêmio da França em 350cc]], adicionando o [[Fórmula 750|Campeonato Mundial de 750cc]] aos seus títulos. Nesta modalidade, também se destacou [[Carlos Lavado]], ao vencer duas vezes o [[Moto2|Campeonato Mundial de 250cc]], e [[Pastor Maldonado]], piloto de Fórmula 1 vencedor do [[Lista de Grandes Prêmios de Fórmula 1|Grande Prêmio da Espanha de 2012]].<ref>{{citar web |url=http://www.bbc.co.uk/mundo/ultimas_noticias/2012/05/120513_ultnot_pastor_maldonado_f1_victoria_jmp.shtml |título=Vitória histórica do venezuelano Pastor Maldonado na F1 |editora=[[BBC Mundo]] |data=13 de maio de 2012}}</ref>

=== Concursos de beleza ===
A Venezuela é conhecida por ser uma «fábrica de rainhas de beleza»,<ref name="miss">{{citar web|url=https://www.vix.com/es/imj/10012/venezuela-uma-fabrica-de-rainhas|título=Venezuela: Uma fábrica de rainhas|autor=Andrey Alfonso|obra=Vix.com|acessodata=8 de setembro de 2021}}</ref> pois ostenta 7 títulos de [[Miss Universo]] —um concurso de beleza feminina internacional e anual em que se julga a beleza integral—, ficando atrás apenas dos [[Estados Unidos]], que o venceram 9 vezes.<ref name="miss" /> De fato, foram os americanos que ajudaram a introduzir o concurso na Venezuela. O [[Miss Venezuela]] começou como um concurso de beleza em 1952, patrocinado pela companhia aérea [[Pan Am]] e uma empresa que fabricava trajes de banho.<ref name="nyt" />

O país conta com mais de 200 academias de modelagem onde treinam meninas a partir dos 4 anos em disciplinas como maquiagem, glamour, oratória, foto-posing, expressão corporal, além de outras habilidades, já que a indústria do reinado tornou-se um dos negócios mais lucrativos e eficientes do país. Por isso, os concursos de beleza fazem parte da cultura popular na Venezuela, onde anualmente são realizados cerca de 600 concursos.<ref name="miss" /> O escritor Raúl Gallegos, em seu livro de 2016 ''«Crude Nation: How Oil Riches Ruined Venezuela»'', apontou que «a riqueza petrolífera nutriu uma cultura em que a aparência tem uma importância primordial».<ref name="nyt" /> Além disso, a Venezuela tem uma das maiores taxas de procedimentos cosméticos ''per capita'' no mundo.<ref name="nyt">{{citar web|url=https://www.nytimes.com/es/2018/05/26/espanol/opinion/opinion-abbady-miss-venezuela-abuso-sexual.html|título=A prostituição do Miss Venezuela|autor=Tal Abbady|data=28 de maio de 2018|obra=[[New York Times]]}}</ref>

A fama da Venezuela na produção de rainhas vencedoras de coroas atravessou fronteiras, com várias candidatas de outros países contratando os serviços das agências de modelos venezuelanas para serem treinadas e assim aumentarem suas chances de vitória nos concursos em que participam.<ref name="miss" /> O movimento [[Feminismo|feminista]] na Venezuela manifestou-se ao longo dos anos contra o culto ao concurso. Em 1972, um grupo de mulheres, inspiradas pela obra de [[Simone de Beauvoir]] —considerada a fundadora do feminismo contemporâneo—, reuniu-se no [[Teatro Municipal de Caracas]], onde estava sendo realizado o evento do Miss Venezuela. Elas seguravam cartazes condenando o evento e tentaram pintar com ''spray'' os vestidos das participantes antes da chegada da polícia.<ref name="nyt" />

=== Festividades ===
A Venezuela é o quarto país na [[América Latina]] em número de [[Feriado|dias feriados]]. Existem também [[Festividades e celebrações|festividades]] muito importantes regionalmente devido à sua significação cultural, como a da [[Divina Pastora (Barquisimeto)|Divina Pastora]] (14 de janeiro) em [[Lara (estado)|Lara]],{{nota de rodapé|A primeira procissão da [[Divina Pastora (Barquisimeto)|Divina Pastora]] foi realizada em 1856.}} a [[Virgem de Consolação]] (15 de agosto) em [[Táchira]], a [[Virgem do Socorro de Valência|Virgem do Socorro]] (13 de novembro) em [[Carabobo]] e a [[Virgem de Chiquinquirá]] (18 de novembro) no [[Zulia]], celebrada com a [[Feira de La Chinita]].<ref>{{Citar periódico |autor= Figueredo Rengel, Ninoska |título= A Venezuela é o quarto país com mais feriados da América Latina |ano= 2009| revista = El Sol de Margarita |url= http://www.elsoldemargarita.com.ve/Noticias.aspx?NoticiaId=30808&Seccion=6}}</ref>

== Ver também ==
* [[América Latina]]
* [[Lista de Estados soberanos]]
* [[Lista de Estados soberanos e territórios dependentes da América]]
* [[Organização dos Países Exportadores de Petróleo|OPEP]]
* [[Morte de Hugo Chávez]]

{{Notas e referências}}
{{Bibliografia sobre a Venezuela}}

== Ligações externas ==
{{Commons|Venezuela}}
* {{link|es|2=http://www.gobiernoenlinea.ve/|3=Governo na Internet}}
* {{link|es|2=http://pdba.georgetown.edu/Decen/Venezuela/venezuela.html#nivelintermedio|3=República Bolivariana de Venezuela}}

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