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Alcaides e Comendadores de Proença-a-Velha

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Juntamos Alcaides e Comendadores de Proença-a-Velha, pois embora reconhecendo que estes cargos possam ter sido, em determinadas épocas, desempenhados por pessoas distintas, os elementos recolhidos deixam-nos supor que durante muito tempo eles deverão ter coexistido numa mesma pessoa.

Enquadramento Histórico

D. Afonso II, rei de Portugal

Quando em 1218, com a autorização régia d'el-rei D. Afonso II e da rainha D. Urraca, a vila de Proença recebeu foral de D. Pedro Alvites, Mestre da Ordem do Templo, já existiria certamente o Castelo, pois o documento refere-se por várias vezes ao Alcaide.

As guerras da reconquista terão despovoado e destruído parte da povoação, como se depreende do início da carta de foral:

A Insígnia dos Templários

“(…) Ego fraire domnus Petrus aluitiz per grafia dei magister de caualaria de templo una cum fratibus nostris uolumus restaurare atque populare villa de prohencia.”

Comenda dos Templários em 1218, Proença passa, mais tarde, para a mão do Rei, na sequência das inquirições e sentenças levadas a cabo por D. Dinis, entre 1284 e 1310, ainda antes, portanto, do Papa Clemente V extinguir a Ordem do Templo, o que viria a acontecer em 1311.

Em 15 de Março de 1319, reinando em Portugal D. Dinis, foi criada em Portugal, por bula do Papa João XXI, a “Ordo Militiae Jesu Christo”, ou Ordem de Cristo, que viria a “herdar” os bens que haviam pertencido aos Templários.

Por documento de 20 de Novembro de 1319 o primeiro Mestre da novel Ordem de Cristo, Frei Gil Martins, deixou registadas as doações feitas por D. Dinis, nas quais se incluem, nesta região, para além de Proença, as vilas e comendas de Idanha-a-Nova, Idanha-a-Velha, Segura, Salvaterra do Extremo e Rosmaninhal.

Estaria empobrecida a vila por esta altura, pois que num regulamento de 1321, de Frei Gil Martins, refere-se que o comendador de Proença receberia o rendimento próprio e ainda 200 libras dadas pelo comendador da Redinha.

Mas rapidamente a situação se inverte, pois num novo regulamento elaborado 5 anos depois, em 1326, pelo então Mestre D. João Lourenço, estabelece-se já que o comendador de Proença deverá, dos seus rendimentos, entregar 100 libras ao comendador de Idanha-a-Velha.

Desconhecemos no entanto o nome dos alcaides e comendadores de Proença, durante esta fase importante da sua história, pois a primeira referência escrita surge apenas em 1496.

Lista dos Alcaides e/ou Comendadores de Proença-a-Velha

Outros Factos

Não se conhecem documentos que nos falem de D. Bernardo de Menezes enquanto comendador de Proença. Sabe-se que em 1580 o comendador era seu pai, D. Francisco de Menezes, o Mouco e que aquando da Restauração a comenda estava nas mãos do seu filho, também chamado de Francisco de Menezes. Admitimos que a comenda tenha passada das mãos do seu pai para as suas, antes de passar a seu filho.

É precisamente o seu filho Francisco de Menezes que detém a Comenda no ano da Restauração, em 1640, mas foge para Castela, por ter tomado o partido de Filipe III, ficando assim a comenda nas mãos do monarca D. João IV. Aproveita o rei e os seus sucessores, D. Afonso VI e D. Pedro II para contemplarem alguns nobres atribuindo-lhes parte dos rendimentos recebidos da comenda de Proença. Entre os nomes conhecidos como beneficiários enquanto a comenda esteve nas mãos do rei, contam-se a mulher e a filha do comendador fugido para Castela, as quais teriam permanecido em Portugal, fiéis portanto a causa da casa de Bragança.

Depois da Restauração a comenda acabaria por voltar, no entanto, à mesma família, quando em 1675 D. Pedro II a entregou a D. Lourenço de Almada.

Este Lourenço de Almada era neto de D. Francisco de Menezes, fruto do casamento de sua filha D. Luísa (de Melo) Menezes com D. Luís de Almada, o qual era 11º senhor dos Lagares d’El-Rei e 6º senhor de Pombalinho.

Referências bibliográficas

Proença-a-Velha, uma povoação com História - Manuela Mendonça

Estudos de Castelo Branco - Revista de Cultura, nº1 - Outubro de 2003


Brasão de Proença-a-Velha

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