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Interlingue

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Interlingue

Interlingue

Outros nomes:Occidental
Criado por: Edgar de Wahl
Total de falantes: sem dados
Categoria (propósito): Língua artificial
 Língua artificial baseada nas línguas indo-europeias
  Interlingue
Escrita: Alfabeto latino
Estatuto oficial
Língua oficial de: Não é oficial em nenhum país.
Regulado por: Interlingue-Union (IU) [5]
Códigos de língua
ISO 639-1: ie
ISO 639-2: ile
ISO 639-3: ile

Interlingue ou Occidental (chamado assim entre 1922-1947) é uma língua artificial criada por Edgar von Wahl, um dos primeiros esperantistas. Von Wahl nasceu em 11 de agosto de 1867 em Olwiopol, hoje Ucrânia e então província do Império Russo, no seio de uma família de língua alemã. Tinha, como se pode ver, bons motivos para ser um dos pioneiros do Esperanto, e seus conselhos foram seguidos por Zamenhoff. Sem formação académica específica, tinha instinto linguístico.

Oficial da marinha de guerra, optou pelo bando zarista na Revolução de 1917. Depois do triunfo dos soviéticos, exilou-se na França, mudando seu nome para De Wahl. Descontente com o Esperanto, decidiu criar seu próprio projeto, ao que chamaria Occidental. Publica em 1922 seu projeto de língua, formulando a regra de Wahl. Conseguiu reunir um pequeno grupo de seguidores, que seguiria editando a revista Cosmoglotta até os anos 1950.

Occidental, hoje conhecido como Interlingue, é semelhante no conceito da Interlingua de IALA e ao Latino sine Flexione (Interlingua de Peano), mas seu vocabulário é mais românico, pouco latino, com algumas influências do inglês também. É regular e naturalista; enquanto este possui som contraditório, ele não é realmente. Os elementos naturalistas que fazem ele mais familiar são usados em uma moda regular.[1]

Occidental é desenvolvido de suas tantas formas de palavras derivadas, que retratam as formas semelhantes e comuns para um número de línguas europeias ocidentais, essencialmente esta na família românica. Isto foi possível através da aplicação da regra de Wahl que é um conjunto de regras para a conversão do infinitivo de um verbo dentro dos substantivos e adjetivos derivados. O resultado é uma língua fácil de se compreender à primeira vista para indivíduos familiarizados com várias línguas europeias ocidentais. Acompanhado com uma gramática simplificada, isso fez o Occidental excepcionamente popular na Europa durante os 15 anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial, e acreditou-se que ela esteve no seu auge ao ser a quarta língua artificial mais popular, depois de Volapük, Esperanto e talvez Ido nesta ordem de aparência.[2]

Mas alguns têm acreditado que seu ênfase intencional nas formas europeias juntamente com uma filosofia eurocêntrica defendida por vários de sua inspiração sedutora dificultou sua propagação em outros lugares.[3] No passado, o Occidental conquistou adeptos em muitas nações, incluindo nações asiáticas. Antes da Segunda Guerra Mundial ele desenvolveu-se, tornando-se a segunda maior língua auxiliar internacional em números de adeptos, depois do Esperanto. Uma maioria dos adeptos do Ido optou pelo Occidental no lugar do Ido.[4]

O Occidental sobreviveu à Segunda Guerra Mundial, mudando o seu nome para Interlingue (não Interlingua, nome usado por Peano para seu "Latino sine flexione", e também por Alexander Gode no projeto de IALA, em 1953), sem mudar a língua em si, para evitar o aspecto político do nome "Occidental-Union",[5] além disso, o nome Occidental não foi popular nos países comunistas do Leste Europeu, onde alguns suspeitos de usuários deviam ter tendências contra-revolucionárias.[6] Caiu signficativamente o número de praticantes, seguido de uma aparente disputa de projetos naturalistas, com a Interlingua, no início da década de 1950 e também acabaria perdendo aderentes para o Esperanto.[6]

Seu órgão regulador, a Interlingue-Union, não voltou a dar sinais de vida até a década de 1990, através da Internet, onde tem resurgido um pouco de interesse na língua. [6]

Alfabeto e pronunciação

O alfabeto do Interlingue é:

A (a), B (be), C (ce), D (de), E (e), F (ef), G (ge), H (ha), I (i), J (jot), K (ka), L (el), M (em), N (en), O (o), P (pe), Q (qu), R (er), S (es), T (te), U (u), V (ve), W (duplic ve), X (ix), Y (ypsilon), Z (zet)

Pronunciação:

  • a: like father. IPA: /a/
  • c: before e, i, y it is ts, otherwise k. IPA: /t͡s/ & /k/ respectively
  • cc: before e, i, y it is kt͡s, otherwise geminated k. IPA: /kt͡s/ & /k/ respectively
  • ch: like English sh; ch in church is also permitted but not preferred. IPA: /ʃ/ & /t͡ʃ/ respectively
  • g: like English j before e, i, y, otherwise it's hard. IPA: /d͡ʒ/ & /ɡ/ respectively
  • gg: before e, i, y it is /ɡd͡ʒ/, like g-j in fig juice or frog jump, otherwise a geminated g. IPA: /d͡ʒ/ & /ɡ/ respectively
  • gu: before vowels gw, otherwise gu. IPA: /ɡw/ & /ɡu/ respectively
  • j: just like English. IPA: /d͡ʒ/
  • ni: before vowels like Spanish ñ, otherwise ni. IPA: /ɲ/ & /ni/ respectively
  • ph: f
  • qu: same as English. IPA: /kw/
  • s: between vowels z, otherwise s. IPA: /z/ & /s/ respectively
  • sh: English sh. IPA: /ʃ/
  • sch: English sh. IPA: /ʃ/
  • t: plus i and another vowel, it is like s (as in French), otherwise t. IPA: /sj*/ & /t/ respectively
  • th: same as English thin or thick, but not they or those. IPA: /θ/
  • w: same as English. IPA: /w/
  • y: same as English. IPA: /j/
  • zz: tts. IPA: /ts/

Textos de exemplo

Li material civilisation, li scientie, e mem li arte unifica se plu e plu. Li cultivat europano senti se quasi in hem in omni landes queles have europan civilisation, it es, plu e plu, in li tot munde. Hodie presc omni states guerrea per li sam armes. Sin cessa li medies de intercommunication ameliora se, e in consecuentie de to li terra sembla diminuer se. Un Parisano es nu plu proxim a un angleso o a un germano quam il esset ante cent annus a un paisano frances.

A civilização material, a ciência, e mesmo a arte unifica-se mais e mais. O europeu educado sente-se quase em casa em todos os lugares que tem civilização europeia, isto é, mais e mais, em todo o mundo. Hoje quase todos os estatos guerream pelas mesmas armas. Sem cessar os meios de comunicação aprimoram-se, e em consequência do sentimento da terra diminui-se. Um parisiano não é muito próximo a um inglês ou a um alemão como ele foi cem anos antes a un paisano francês.
O Pai Nosso em Interlingue Versão em Interlingua Versão em Latim Versão em Português

Patre nor, qui es in li cieles,
mey tui nómine esser sanctificat,
mey tui regnia venir,
mey tui vole esser fat,
qualmen in li cieles talmen anc sur li terre.
Da nos hodie nor pan omnidial,
e pardona nor débites,
qualmen anc noi pardona nor debitores.
E ne inducte nos in tentation,
ma libera nos de lu mal.
Amen.

Patre nostre, qui es in le celos,
que tu nomine sia sanctificate;
que tu regno veni;
que tu voluntate sia facite
como in le celo, etiam super le terra.
Da nos hodie nostre pan quotidian,
e pardona a nos nostre debitas
como etiam nos los pardona a nostre debitores.
E non induce nos in tentation,
sed libera nos del mal.
Amen.

Pater noster, qui es in cælis,
sanctificetur nomen tuum.
Adveniat regnum tuum.
Fiat voluntas tua,
sicut in cælo, et in terra.
Panem nostrum quotidianum da nobis hodie,
et dimitte nobis debita nostra,
sicut et nos dimittimus debitoribus nostris.
Et ne nos inducas in tentationem,
sed libera nos a malo.
Amen.

Pai Nosso que estais no Céu,
santificado seja o vosso Nome,
venha a nós o vosso Reino
seja feita a vossa vontade,
assim na terra como no Céu.
O pão nosso de cada nos dai hoje,
perdoai as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do Mal.
Amém.

Opiniões sobre Interlingue

A primeira vista Occidental, posteriormente nomeado Interlingue, é muito similiar a Interlingua. Nele reconhece-se o vocabulário internacional em grande proporção. Regressavelmente seu autor, Edgar de Wahl, nem tanto se desviava de certos princípios dominantes durante as décadas passadas no campo das línguas auxiliares construídas. Em Occidental observa-se traços que lembram ao regularismo de Esperanto e Ido e a concepção simples de internacionalidade destes e Novial. Isto em visão na duplicação de quaisquer sufixos (-age/-agie, -ario/-arium, -ería/-eríe, -essa/-esse, -it /-it), e a introdução de finais distintos para os substantivos (-e) e os adjetivos (-i) para responder a uma exigência de monosemia. Muitas palavras estavam presas fora a latinidade europeia ao alemão, inglês e sueco. Todos têm saudado Occidental por sua famosa regra de Wahl. Seria então esta engenhosa regra uma tentativa de incorporar un grande série de derivações verbais em uma simplificação, exigida para satisfazer ao desejo axiomático a combinar regularidade absoluta com um máximo de internacionalidade? A internacionalidade deveria ceder ao regularismo.

Citações

Occidental

Constata-me ainda, uma vez que Occidental é uma língua ocidental, por usar também uma transcrição herdada histórica ocidental, os usos do árabe, japonês etc, para nós não são obrigatórios.[7]

Erro

Isto é um erro crer que a igualdade de sistemas tem impedido a solução do problema.[8]

Bibliografia

  • Haas, Fritz. 1956. Grammatica de Interlingue in Interlingue. Interlingue-Servicie Winterthur (Svissia). (em interlingue) Página acessada em 20 de janeiro de 2012
  • Jacob, Henry. 1947 Occidental (1922) by Edgar de Wahl en 0' A Planned Auxiliary Language Publicate: London, Dobson, London. 1947 [6] (em inglês) Página acessada em 20 de janeiro de 2012
  • Rodriguez, José María. 1999. Breve gramática de Interlinguie/Occidental en Gazeto Andaluzia (órgão oficial da Asociación Andaluza de Esperanto) N° 57 marzo 1999. [7] (em esperanto)
  • Stenström, Ingvar. 1997. Occidental-Interlingue: Factos e fato de un lingua international. Societate Svedese pro Interlingua. ISBN 91-971940-2-6. (em interlingua)

Referências

  1. Kafejo.com: Occidental, Interlingue. [1]. Página acessada em 20 de janeiro de 2012
  2. Ciberdúvidas: Línguas planeadas. [2]. Página acessada em 20 de janeiro de 2012
  3. Harlow, Don. The Esperanto Book, chapter 3: "How to Build a Language".
  4. Cosmoglotta, October 1928, Num. 53(10), p. 142, 149-152, Ido-Congress in Zürich.
  5. Grammatica de Interlingue in Interlingue. [3]. Página acessada em 21 de janeiro de 2012
  6. a b c Occidental / Interlingue language, alphabet and pronunciation. [4]. Página acessada em 21 de janeiro de 2012.
  7. E. Von WAHL in Kosmoglott. DELPHOS: The future of International Language, by E. Sylvia Pankhurst, London.
  8. "Samples of Constructed Languages", One Language for the World, Mario Pei. 1958.

Ver também

Ligações externas

Organizações

Gramática e Dicionário

Textos