Mário Wallace Simonsen
Mário Wallace Simonsen | |
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Nascimento | 21 de fevereiro de 1909 Santos, São Paulo Brasil |
Morte | 24 de março de 1965 (56 anos) Orgevall, Paris França |
Nacionalidade | brasileiro |
Parentesco | Roberto Simonsen (sobrinho)[1] |
Filho(a)(s) | Wallace John Mary Lou[2] |
Ocupação | Empresário |
Mário Wallace Simonsen (Santos, 21 de fevereiro de 1909 — Orgevall, 24 de março de 1965)[1] foi um empresário brasileiro, e foi um dos homens mais influentes e poderosos do Brasil em sua época. Era filho do banqueiro Wallace Simonsen, que foi o fundador e primeiro prefeito da cidade de São Bernardo do Campo, que foi emancipada como município em 1º de janeiro de 1945.[3] Era sobrinho do fundador da Fiesp (Federação das industrias do Estado de São Paulo), Roberto Simonsen.[2]
Negócios
Empresário e empreendedor, tornou-se proprietário de um conglomerado de mais de 30 empresas, investindo o lucro de sua empresa de exportação de café em indústrias e outros empreendimentos, como na área de energia, aviação, televisão e telecomunicações. Foi um grande defensor da indústria nacional e procurou trazer diversas indústrias de alta tecnologia da época para o Brasil.
Simonsen alcançou sucesso no período dos anos 1930-1950, entretanto seus negócios passaram por uma severa crise quando começou o governo da ditadura a partir de 1964. Isto ocorreu pois Simonsen apoiara as forças democráticas contra o golpe militar, chegando a usar sua influência e sua rede de televisão para apoiar o Presidente João Goulart. Também fora um dos grandes apoiadores do Presidente Juscelino Kubitschek, e nos anos 1960 defendrta publicamente o apoio à candidatura de JK para as eleições previstas para 1965, que não ocorreram devido ao golpe de 1964. Simonsen acabou atacado por políticos e jornalistas favoráveis ao governo militar, em uma das maiores campanhas de difamação já promovidas no Brasil que resultou no fechamento de muitas de suas empresas, começando pela Panair, que teve sua concessão cassada pelo regime militar, (SASAKI, 2005; MARTINS, 2004), processo este que acabou provocando o desemprego de cerca de 5 mil pessoas na época.
Perseguição e campanha de difamação
Perseguido constantemente pelos detentores do governo durante o regime militar pós-1964, por ter ajudado o ex-Presidente João Goulart, teve todas as suas empresas tomadas ou fechadas pelo governo militar, sob as mais variadas alegações - com exceção do Banco Noroeste do Estado de São Paulo, que foi passado para seu primo Leo Cochrane e posteriormente absorvido pelo grupo financeiro espanhol Banco Santander.
Morte
Simonsen morreu em 24 de março de 1965, aos 56 anos, em Orgevall, Paris, no mesmo mês em que o governo brasileiro impôs a falência à Panair. Está enterrado no cemitério de La Batignolle, na zona metropolitana de Paris.
O conglomerado Simonsen
Dentre as empresas do conglomerado de Simonsen, estavam:
- Panair do Brasil, que foi na época a maior companhia aérea do Brasil.[4]
- Companhia Eletromecânica CELMA, de manutenção de turbinas e aeronaves.
- Comal, maior exportadora de café do Brasil.
- Rede Excelsior, emissora de TV.
- Rebratel, empresa que tornava possível transmissões ao vivo de TV entre Rio e São Paulo com um sistema de micro-ondas.
- Sirva-Se, a primeira rede de supermercados surgida no Brasil.
- Cerâmica São Caetano
- Banco Noroeste
- Biscoitos Aymoré
- Wasim, trading company com escritórios em 65 países.
- A Nação, um jornal da cidade de São Paulo.[4]
O empresário também tinha participação societária em empresas como:
- Editora Melhoramentos, fábrica de papel, editora de livros e artes gráficas; de propriedade da família Weisflog.
Bibliografias
SASAKI, Daniel Leb (2005). Pouso forçado: a história por trás da destruição da Panair do Brasil pelo regime militar. ED. Record: Rio de Janeiro, RJ. ISBN 85-01-06830-6
SASAKI, Daniel Leb (2007). Um caso que ninguém pode esquecer., Revista Com Ciência, Revista Eletrônica de Jornalismo Científico, SBPC, ed. 21, de 10/02/2007. ISSN 1519-7654 [2]
Referências
- ↑ a b Santto, Chico. «Que Fim Levou? - Mário Wallace Simonsen». Brasil Online, UOL. Que Fim Levou?. Consultado em 9 de outubro de 2012. Cópia arquivada em 9 de outubro de 2012
- ↑ a b Martins, Ivan (14 de abril de 2004). «UM EMPRESÁRIO QUE NINGUÉM QUER LEMBRAR» (standart). Editora Globo. IstoÉ (345). Consultado em 9 de outubro de 2012
- ↑ [1]
- ↑ a b Freitas, Jânio de (31 de março de 2004). «O golpe inequívoco via telex». Agência Estado. Folha de S. Paulo. Consultado em 9 de outubro de 2012