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Feminilidade

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Em diversas culturas, o uso de maquiagem é relacionado à feminilidade.

Em antropologia, a feminilidade se refere às características e comportamentos considerados por uma determinada cultura por ser associados ou apropriados a mulheres. A feminilidade refere-se aos traços socialmente adquiridos e às características sexuais secundárias.

Atributos femininos

O feminino é muito associado com criar, nutrir, qualidades associadas à capacidade de gestação, criatividade e estar aberto a todos ao redor. Categorizar as características humanas e comportamentos em “feminino” e “masculino” é basear-se na cultura dominante de qualquer sociedade, assim como nas noções essencialistas da binariedade homem/mulher. Traços que são normalmente considerados femininos podem ser categorizados biologicamente por base em diferenças físicas, embora variáveis, (como faces e costas mais estreitas, seios grandes, quadris largos em relação ao tamanho do corpo, menos pelos no corpo, grande quantidade de gordura no corpo, cintura fina, olfato aguçado, etc.); diferenças psicológicas e de comportamento (como preocupação por relacionamentos, empatia, simpatia, boa capacidade verbal, que resultariam de uma interação entre biologia e ambiente social; e puramente diferenças sociais (como cuidados com a casa e com si mesma; escolha de carreiras, e preferências de lazer).

A feminilidade contra a saúde

Ao longo dos séculos, as mulheres foram levadas a extremos para alcançar o padrão de beleza ditado pela cultura dominante. Vejamos alguns exemplos, recentes e outros em desuso.

Pés atados

Por séculos na China, as meninas, por volta de seis anos, tinham seus pés enfaixados de forma que não crescesem e desenvolvessem normalmente. Os pés assim se quebrariam e tornariam-se bastante deformados. Quando a garota tornava-se adulta, seus pés permaneceriam pequenos e disfuncionais, resultando em infecções, paralisias e atrofiamento muscular. Este é um exemplo extremo de deformidade visto como sinal de beleza. Inflige-se um imenso sofrimento humano para alcançar o padrão exigido.

Espartilho

No início do século XX nos Estados Unidos e Europa, as mulheres usavam espartilhos que restringiam seus movimentos e causavam uma série de problemas de saúde, incluindo insuficiencia respiratória, atrofiamento dos músculos das costas e deformação do estômago e fígado.

Salto alto

Nas sociedades ocidentais as mulheres muitas vezes usam sapatos de salto-alto, que podem causar deformações nos ossos dos pés e danos na coluna vertebral[carece de fontes?].

Desordem alimentar

Muitas mulheres ocidentais estabelecem dietas alimentares restritivas, buscando alcançar um ideal de corpo atrativo. Em casos extremos esse procedimento pode resultar em desordens alimentares graves, tais como anorexia e bulimia.

Argolas no pescoço

Em partes da África e Ásia, o uso de argolas no pescoço ainda significa feminilidade, algumas vezes deixam as usuárias deficientes e dependentes de seus maridos.

A feminilidade nos homens

A feminilidade nos homens tal qual a masculinidade nas mulheres, é normalmente considerada negativa por agir contra os papéis tradicionais. A escritora estadunidense Julia Serano argumenta que a feminilidade nos homens é muito mais rejeitada que a masculinidade nas mulheres, devido a feminilidade ser considerada inferior à masculinidade nas sociedades patriarcais.[1] Entretanto isso varia de acordo com a localidade e com a cultura. Certas atitudes e comportamentos, como o uso de maquiagem e tratamentos para os cabelos, podem ser vistos por algumas pessoas como comportamentos femininos. Um estereótipo comum para homens homossexuais é de que são efeminados, que exageram comportamentos femininos. Na verdade, homens gays, tanto quanto os homens heterossexuais, possuem comportamentos desde muito femininos até muito masculinos. A cultura drag queen é muitas vezes associada com a homossexualidade, sendo mais corretamente conceituada como uma feminilidade masculina.

Referências

  1. Serano Julia, “Whipping Girl: a transsexual woman on sexism and the scapegoating of femininity”, 1996 Seal Press

Ver também