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Convolvulaceae

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaConvolvulaceae
Ipomoea pes-caprae
Ipomoea pes-caprae
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Solanales
Família: Convolvulaceae
Gêneros
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Introdução

Convolvulaceae ( ou convolvulácea) é uma família pertencente à ordem Solanales. As espécies desta família são frequentemente reconhecidas pelas suas flores em forma de cone e por se apresentarem como trepadeiras sem gavinhas, como ervas ou subarbustos. A família possui distribuição cosmopolita, sendo menos diversas em regiões de clima frio, compreendendo aproximadamente 58 gêneros e mais de 1900 espécies. Esta família destaca-se devido ser o maior grupo dentro das Angiospermas.

Ipomoea quamoclit

Etimologia

O nome da família deriva do latim convolvo = entrelaçar. Em termos gerais, o significado do nome designa tanto à forma quanto ao seu crescimento. Como a maioria dos exemplares desta família são trepadeiras volúveis, estas se enroscam em amparos como árvores, arbustos ou cercas.

Descrição

As espécies desta família são frequentemente encontradas tendo como hábito do tipo lianas e/ou do tipo volúveis, aparência bastante comum para esta família. Porém, apresentam-se também como subarbustos, árvores e, ocasionalmente, possui um gênero de hábito parasítico (Cuscuta). Uma característica marcante desta família é a presença de laticíferos contendo látex leitoso, muitas vezes, apresentando substâncias bioativas como alcaloides. Filotaxia: As folhas são do tipo simples, alternas e espiraladas, com algumas espécies contendo folhas lobadas ou compostas, com nervura peninérvea e entre outras espécies, venação palmada. As estípulas estão ausentes nesta família. Inflorescência: são do tipo determinadas, cimosas e, geralmente, reduzidas a uma única flor, podendo ser terminais ou axilares. Flores: No geral são diclamídeas,actinomorfas (radial) e bissexuais. Comumente, apresentam 5 sépalas livres, dialissépalas com prefloração imbricada. A corola é composta por 5 pétalas fortemente fusionadas (gamopétalas), obtendo a forma de um cone ou funil, são notavelmente plicada e, frequentemente, apresentam prefloração convoluta. Os estames estão em mesmo número que as pétalas e com tamanhos desiguais; estiletes epipétalos, anteras rimosas e grãos de pólen tricolpados ou poliporados. Possuem ovário súpero, com 2 carpelos (bicarpelar), geralmente bilocular, raramente tetraocular e/ou unilocular; com 1 ou 2 estigmas podendo ser lobados, lineares ou captados; estilete terminal e apresentam óvulos, em geral, com 1 ou 2 por lóculo, contendo 1 tegumento e megaesporângio com parede delgada. Disco nectarífero geralmente presente. Frutos: exibem uma cápsula de deiscência circuncisa.

Distribuição

São espécies distribuídas largamente em escala mundial, entretanto, são mais variáveis nas regiões tropicais e subtropicais, sendo pouco

Distribuição mundial

diversas nas regiões temperadas e frias. Possuem aproximadamente 58 gêneros e no geral, apresentando cerca de 1930 espécies. No Brasil, ocorrem 18 gêneros e em torno de 312 espécies nos biomas e formações vegetais brasileiros, abrangendo desde a Mata Atlântica até a Amazônia. São frequentes em locais de campos abertos e ao redor das matas e florestas.

Adaptação/Caracteres evolutivos

Cladograma

Solanaceae e Convolvulaceae estão representadas como as duas grandes famílias desta ordem. Possuíam um ancestral em comum que viveu há cerca de 70 milhões de anos atrás. Esse ancestral tinha como base, as flores imbricadas como característica evolutiva . A família Convolvulaceae é monofilética. A sua monofilia é baseada a partir de seus caracteres moleculares, bioquímicos e morfológicos, tal como a presença de laticíferos. Tendo como grupo irmão, a Humbertia, que apresenta em comum com a família Convolvulaceae, a redução dos óvulos para apenas dois óvulos por carpelo.

Gêneros

De acordo com as características genéticas, como a sequência dos genes presentes nos núcleos, mitocôndria e cloroplastos e as características morfológicas das estruturas florais e do tipo de hábito, esta família é dividida em 12 tribos. No Brasil, ocorrem 18 gêneros com cerca de 300 espécies, sendo os gêneros: Ipomoea L., Evolvulus L., Jacquemontia Choisy, Maripa Aublet Calycobolus Willd. ex. Roem & Sch e Dicranostyles Betham e suas espécies endêmicas no Brasil. O gênero Ipomoea é encontrado principalmente na região nordeste brasileira, seja nos canteiros das cidades, nas dunas litorâneas, como também, na região semiárida. A espécie Cuscuta racemosa, popularmente conhecida como cipó-chumbo ou fios-de-ovos é facilmente reconhecida devido a sua aparência sobre as árvores, assemelhando a “fios de ovos”. Por ser uma holoparasita, seus caules são aclorofilados, tornando-os amarelos e facilmente distinguível nas matas, em especial, na mata atlântica.

Reprodução

As flores desta família são bastante atraentes para seus polinizadores, principalmente pela sua cor. A floração ocorre no final do período chuvoso e termina bem antes do início da seca. A morfologia floral é determinante para cada tipo de polinizador. Entre os seus polinizadores encontram-se os insetos, dos quais, as principais espécies polinizadoras observadas foram às abelhas, e as vespas. Como polinizadores secundários, algumas espécies de borboletas e beija-flores. A autofecundação foi observada em alguns gêneros das convolvuláceas, como Merremia, Jacquemontia e Ipomoea.

Importância econômica, medicinal e ornamental

Os gêneros Ipomoea, Convolvulus e Evolvulus são frequentemente empregados como plantas ornamentais. A Ipomoea batatas (batata-doce ou batata-da-terra), tem como importância econômica o uso na alimentação devido às suas raízes comestíveis. O emprego de alguns gêneros desta família, como por exemplo: Convolvulus, Operculina, Ipomoea e Merremia na medicina tradicional, principalmente, dos povos mesoamericanos, são utilizados devido as suas propriedades laxativas, analgésicas e alucinógenas, proveniente das resinas glicosídicas presente principalmente em suas raízes. Na florística mexicana, algumas espécies são empregadas nos rituais religiosos, com importância para as sementes de duas espécies, Turbina corymbosa (L.) Raf. e da Ipomoea tricolor Cav., conhecidas pelo efeito alucinógeno e analgésico que causam. Algumas espécies desta família são venenosas. Muitas espécies encontradas no sertão nordestino, principalmente, I.asarifolia, são responsáveis pela intoxicação de animais rurais devido à ingestão acidental destas plantas em épocas de seca.

I. asarifolia - Salsa-brava

Conservação

Algumas espécies de convolvuláceas são consideradas ervas daninhas, principalmente, em grandes plantações. Porém, como sendo cosmopolita pode ser que em uma determinada região esta mesma espécie servirá para a ornamentação. Não há perigo de espécies pertencentes a esta família correrem o risco de extinção, embora a herbivoria por coleópteros, poderá causar danos reprodutivos em certos gêneros, principalmente o gênero Ipomoea, chegando a destruição de aproximadamente 90% das estruturas florais e, consequentemente, dificultando a disseminação destas espécies.

Ver também

  • Grupo de Filogenia das Angiospérmicas
  • Convolvulaceae Unlimited
  • [Judd, W.S.; Campell, C.S.; Kellogg, E.A; & Stevens, P.F. Sistemática Vegetal: Um Enfoque Filogenético.3ª Edição. Editora Artmed. São Paulo. 2008]
  • [SOUZA V. C.; LORENZI H. Botânica Sistemática - Guia ilustrado para identificação das famílias de angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Plantarum, Nova Odessa, 2005]
  • [Kiill, L.H.P e Ranga, N.T., Ecologia Da Polinização De Ipomoea asarifolia (Ders.) Roem. &

Schult. (Convolvulaceae) na região semi-árida de Pernambuco. Acta bot. bras. 17(3): 355-362. 2003].

  • Pereda-Miranda, R.; Taketa, A.T.C.; Villatoro-Vera, R.A. Alucinógenos Naturais: Etnobotânica e Psicofarmacologia. In:Simões, C. M. O.; Schenkel, E.P.; Gosmann, G.; et al. Farmacognosia: da Planta ao medicamento,

Porto Alegre /Florianópolis Ed. Universidade/UFRGS/Ed. Da UFSC. 6ª Edição. 1999.

  • Albuquerque, B.L.M.M, et al.Levantamento Taxonômico Da Família Convolvulaceae No Sítio Imbaúba,

Lagoa Seca, Paraíba. Paraíba. V.- nº.- 2012.

Ligações externas

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