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Eduardo Lourenço

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Eduardo Lourenço
Eduardo Lourenço
Nome completo Eduardo Lourenço de Faria
Nascimento 23 de maio de 1923 (101 anos)[1]
São Pedro de Rio Seco, Almeida[1]
Nacionalidade português
Ocupação Professor e ensaísta
Prêmios Prémio D. Dinis (1995)

Prémio Camões 1996
Prémio Vergílio Ferreira (2001)
Medalha de Mérito Cultural (2008)
Prémio Pessoa 2011
Prémio Jacinto do Prado Coelho (1986, 2012)
Prémio P.E.N. Clube Português de Ensaio (1982, 2009)
Prémio Autores de 2011
Prémio Vasco Graça Moura de Cidadania Cultural (2016)

Página oficial
http://www.eduardolourenco.com/

Eduardo Lourenço de Faria GCSEGCIHGCL (São Pedro de Rio Seco, Almeida, 23 de maio de 1923[1]) é um professor e filósofo português. Tem uma biblioteca com o seu nome na Guarda.

Biografia

Oriundo de uma pequena aldeia da Beira Interior, é o mais velho dos sete filhos de Abílio de Faria, capitão de Infantaria, e de Maria de Jesus Lourenço. Mudou-se para a Guarda em 1932 e ingressou no Colégio Militar em 1934, um ano depois de o pai partir para Nampula, em Moçambique.

Em 1940, indo estudar para a Universidade de Coimbra, encontra aí um ambiente aberto e propício à reflexão cultural que sempre haveria de prosseguir. Obtém a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas em 1946. Torna-se assistente da Faculdade de Letras entre 1947 e 1953, colaborando com Joaquim de Carvalho. É nesse período que publica o seu primeiro livro, Heterodoxia (1949), que reúne uma parte da sua tese de licenciatura, O Sentido da Dialéctica no Idealismo Absoluto. Colaborou também no Diário de Coimbra, publicando as Crónicas Heterodoxas.

Em 1949 realiza um estágio na Universidade de Bordéus 2, com uma bolsa do Programa Fulbright. Leitor de Cultura Portuguesa entre 1953 e 1955 nas universidades de Hamburgo e Heidelberg, exerce a mesma actividade na Universidade de Montpellier de 1956 a 1958. Casa-se com Annie Salamon, em Dinard, em 1954. Após um ano passado na Universidade Federal da Bahia, como professor convidado de Filosofia, passou a viver em França em 1960.

Fixou residência em Vence, em 1965. Foi leitor na Universidade de Grenoble de 1960 a 1965 e maître assistant na Universidade de Nice até 1987, passando a maître de conferences em 1986. Tornou-se professor jubilado em Nice em 1988.

Em 1989, assume funções como conselheiro cultural junto da Embaixada Portuguesa em Roma, até 1991. Desde 1999 ocupa o cargo de administrador (não executivo) da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

O Centro de Estudos Ibéricos criou em sua homenagem o Prémio Eduardo Lourenço, atribuído desde 2005 e destinado a agraciar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cultura, da cidadania e da cooperação ibéricas.[2]

A 28 de novembro de 2015 foi criada pela Câmara Municipal de Coimbra a Sala Eduardo Lourenço, na Casa da Escrita, destinada a albergar cerca de 3000 livros do intelectual.[3]

Tomou posse a 7 de Abril de 2016 como Conselheiro de Estado, designado pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

Obra

Influenciado pela leitura de Husserl, Kierkegaard, Nietzsche, Heidegger, Sartre ou pelo conhecimento das obras de Dostoievski, Franz Kafka ou Albert Camus, foi associado de um certo modo ao existencialismo, sobretudo por volta dos anos cinquenta, altura em que colaborou na Árvore e se tornou amigo de Vergílio Ferreira. Nunca se deixou enfeudar, todavia, a qualquer escola de pensamento, já que, embora favorável a ideias de esquerda, nunca abandonou uma atitude crítica perante essa esquerda.

Com uma clara autoridade moral, foi-lhe atribuído o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon (concedido em 1988 por ocasião da sua obra Nós e a Europa ou as Duas Razões) no ano em que foi colocado em Roma como adido cultural português.

Crítico e ensaísta literário, virado predominantemente para a poesia, assinou ensaios polémicos como Presença ou a Contra-Revolução do Modernismo Português? n' O Comércio do Porto (1960) ou um particular estudo sobre o neorrealismo intitulado Sentido e Forma da Poesia Neo-Realista (1968). Aproximou-se da modernidade na obra de Fernando Pessoa, a propósito da qual deu à estampa o volume Pessoa Revisitado (1973) ou Fernando Rei da Nossa Baviera (1986). Indiferente à sucessão de correntes teóricas, e fugindo tanto ao historicismo como a pretensas análises objectivas, a perspectiva de Lourenço influenciou já outros autores, como, por exemplo, Eduardo Prado Coelho, e encontra-se enunciada num livro central, Tempo e Poesia (1974).

Prémios

  • Prémio Camões (1996)[4]
  • Prémio Pessoa (2011)[5]
  • Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura (2008)
  • Medalha de Ouro da Cidade da Guarda (2008)
  • Doutoramento Honoris Causa, pela Universidade de Bolonha (2007)
  • Criação da Cátedra Eduardo Lourenço de História da Cultura Portuguesa na Universidade de Bolonha (2007)
  • Homenagem no Congresso Internacional Jardins do Mundo (2007)
  • Prémio Extremadura para a Criação (2006)
  • Homenagem da revista brasileira Metamorfoses (2003)
  • Homenagem da Biblioteca Municipal da Maia (2003)
  • Prémio Vergílio Ferreira (2001)
  • Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra (2001)
  • Doutoramento Honoris Causa, pela Universidade Nova de Lisboa (1998)
  • Doutoramento Honoris Causa, pela Universidade de Coimbra (1996)
  • Doutoramento Honoris Causa, pela Universidade do Rio de Janeiro (1995)
  • Prémio António Sérgio (1992)
  • Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon (1988) [6]
  • Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural (2016) instituído pela Estoril-Sol em parceria com a editora Babel.[7]

Condecorações

Foram outorgadas a Eduardo Lourenço diversas condecorações.[8]

Portuguesas

Estrangeiras

Referências

Ligações externas

Precedido por
José Saramago
Prémio Camões
1996
Sucedido por
Pepetela
Precedido por
Jean Roche
Sócio correspondente da ABL - cadeira 20
2006 — atualidade
Sucedido por
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