Mojos
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Os mojos são uma etnia que utiliza uma linguagem classificada como integrante da família linguística arauque.
Dedicavam-se à agricultura, com plantações de mandioca, milho, batata-doce, abóbora, amendoim, feijão, pimenta, mamão, banana, tabaco e algodão. Fizeram obras hidráulicas para controlar as inundações e facilitar a irrigação das plantações durante as longas temporadas de seca na savana savana alagadiça que habitavam, que foram denominadas pelo Império Espanhol como: "Llanos de Mojos" que, atualmente, pertencem, principalmente, ao território do Departamento de Beni, na Bolívia[1] [2].
Origem da denominação
- Segundo versão que circulava no Vice-Reino do Peru, quando os espanhóis tiveram contato com o primeiro nativo daquela região e perguntaram a qual nação pertencia, aquele respondeu: "ñuca mucha" que significa: "eu tenho sarna";
- outras versões dizem que a denominação provém do termo em aimará "mojsa" que significa: "doce"; ou do termo em quéchua "mosoj-llacta" ou "mosojjallpa" que significa "terra nova" na época dos incas ou seria proveniente dos termos: "mockockallpa" ou "mojo-callpa" que significa: "prelúdio de um terreno desocupado";
- segundo Inca Garcilazo, os próprios moradores daquela região utilizavam a expressão "musu" para se referir à características geográficas daquele lugar[3].
Missões jesuíticas
A partir de 1677, os jesuítas Pedro Marbán, Cipriano Barace e José del Castillo fizeram contato com integrantes dessa etnia que habitavam nas proximidades dos rios Mamoré, Guapay e Yacuma.
As missões jesuíticas entre os mojos eram dependentes da província jesuítica do Peru. A primeira redução foi a de Nossa Senhora de Loreto, fundada em 1682, nas margens do Rio Mamoré.
Pode-se dividir a história das missões jesuíticas entre os mojos em três períodos:
- o primeiro, entre 1682 e 1700, no qual foram fundadas reduções na região do Rio Mamoré e nos Pampas do Ocidente, tais como: "Santísima Trinidad" (1687, por Cipriano Barace; "San Ignacio" (1689); "San Javier" (1691, por Juan de Montenegro e Agustín Zapata); "San José" (1691); "San Francisco de Borja" (1693); "Desposorios de Nuestra Señora" (1694); "San Miguel" (1696); "San Pedro" (1697) e "San Luiz" (1698);
- o segundo, entre 1700 e 1720, no qual foram fundadas reduções descendo o curso do Rio Mamoré abaixo até a sua confluência com o Rio Guaporé, além da expansão territorial das reduções nos Pampas e a penetração na região dos baurés. Dentre as reduções fundadas nesse período, podem-se citar: "San Pablo" (1703); "Santa Rosa" (1705); "Concepción" (1708); "Exaltación" (1709); "San Joaquín" (1709); "Tres Santos Reyes" (1710); "San Juan Bautista" (1710); "San Martin" (1717); "Santa Ana" (1719) e "Santa Maria Magdalena" (1720); e
- o terceiro, entre 1720 até 1767 (ano da expulsão dos jesuítas do Império Espanhol), no qual ocorreu a consolidação da presença jesuítica da região dos baurés, que se expandiu até o Rio Iténez, até a bacia do rio Guaporé, no qual foram fundadas as reduções de "Desposorio de Nuestra Señora" (1723); "San Miguel" (1725); "Patrocínio de Nuestra Señora" (1730); "San Nicolas" (1740); "Santa Rosa" (1743) e "San Simón" (1744)[1] [2].
Referências
- ↑ a b ÍNDIOS DE MOJO E CHIQUITOS NO CONTEXTO COLONIAL IBÉRICO DO SÉCULO XVI AO XVIII, acesso em 26 de novembro de 2017
- ↑ a b JESUÍTAS, INDÍGENAS E O CÓDIGO RELIGIÃO NAS CRÔNICAS DE MAYNAS, MOJOS E CHIQUITOS NO SÉCULO XVIII, acesso em 26 de novembro de 2017.
- ↑ MISSÃO JESUÍTICA COLONIAL NA AMAZÔNIA MERIDIONAL: SANTA ROSA DE MOJO UMA MISSÃO NUM ESPAÇO DE FRONTEIRA (1743-1769), acesso em 16 de janeiro de 2018.