Subdivisões de Salvador
As subdivisões de Salvador são os bairros, as ilhas e outras localidades do município de Salvador, tendo como critérios fundamentais de identificação e delimitação a noção de identidade e de pertencimento e o reconhecimento do território[1]. Também são consideradas como subdivisões os territórios resultados de zoneamentos diversos para a capital do estado brasileiro da Bahia[1]. Desde 2017, a cidade possui regulamentação atualizada para a definição de bairros, possuindo oficialmente 163 bairros, com possibilidade de ampliação para até 171 bairros.[1]
Histórico
Em 1552, Salvador era uma única freguesia, chamada Sé ou Salvador. Nos anos seguintes foram criadas novas freguesias em decorrência do crescimento populacional e mantendo a influência religiosa nas denominações. Assim foram criadas a freguesia de Nossa Senhora da Vitória em 1561, Nossa Senhora da Conceição da Praia em 1623, do Santo Antônio Além do Carmo em 1646, São Pedro Velho em 1679, Santana do Sacramento em 1679, Santíssimo Sacramento da Rua do Passo em 1718, Nossa Senhora de Brotas em 1718, Santíssimo Sacramento do Pilar em 1720, Nossa Senhora da Penha em 1760.
Os bairros começaram a ser concebidos em 1911 com o estabelecimento de 11 distritos com outros 5 criados em 1931 e todos extintos pelo Decreto-Lei n.º 10.724/38 transformados em zonas de um único distrito (Salvador) em 1938[2]. Em 1943, as zonas foram renomeadas para subdistritos pelo Decreto-Lei Estadual n.° 141/43.
A Lei n.° 502 de 12 de agosto de 1954 novamente reconfigurou o município estabelecendo 5 distritos (Salvador, Nossa Senhora das Candeias, Água Comprida, Ipitanga e Madre de Deus) e 20 subdistritos no distrito de Salvador, os quais foram somente modificados com limites definidos e subdivididos em bairros na legislação de 1960.[3][4] Em 1960, a Lei Municipal n.º 1.038/60 instituiu 32 bairros numa época em que Salvador possuía pouco mais de 650 mil habitantes.
Tradicional e historicamente, Salvador é dividida em Cidade Alta e Cidade Baixa, com base na Falha Geológica de Salvador. Outra organização territorial mais recente, mas nem tanto precisa, divide o município em Miolo, Orla e Subúrbio, com base na separação espacial produzida pelas vias expressas existentes (BR-324 e Avenida Paralela). Esta divisão foi utilizada na licitação do Sistema de Transporte Coletivo por Ônibus de Salvador (STCO) em 2014, estabelecendo para cada um dos três consórcios vencedores uma bacia de atuação.
Após mais de 50 anos sem atualização na legislação territorial, em 2017, a Câmara Municipal de Salvador decretou a Lei nº. 9278, de 20 de setembro de 2017, revogando a legislação anterior (de 1960) e oficializando 163 bairros na capital baiana[1]. Foram reconhecidos como territórios de Salvador, com mesmo tratamento de bairro, as ilhas de Bom Jesus dos Passos, de Maré e dos Frades. Além dos 163 bairros, outros 8 tornaram-se elegíveis a futuramente receberem o status de bairro: Alto do Cruzeiro, Chame-chame, Colinas de Periperi, Dois de Julho, Horto Florestal, Ilha Amarela, Mirantes de Periperi e Vista Alegre[1].
Bairros
Destaca-se a proposta de divisão do estudo "O caminho das águas em Salvador" em 160 bairros e do consequente projeto de lei anunciado em 2013 em quantidade próxima.[5][6][7] Nessa proposta estabeleceram-se dois bairros institucionais (CAB e Aeroporto) e procura-se o esclarecimento dos limites com Lauro de Freitas, incluindo parte da praia de Ipitanga em Stella Maris e tornando bairros as porções soteropolitanas de Areia Branca e Itinga.[8] Tal proposta de 2013 foi inserida no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador (PDDU 2016), instituído pela Lei Municipal n.º 9.069 de 2016, apresentando a divisão do município em 163 bairros agrupados em 10 prefeituras-bairro no "Mapa 09: Prefeitura Bairro", anexo à legislação.[9] No entanto, ainda carece de uma lei que regulamente e delimite as áreas de cada um. Abaixo estão relacionados todos esses 163 bairros.
A
- Acupe
- Aeroporto
- Águas Claras
- Alto da Terezinha
- Alto das Pombas
- Alto do Cabrito
- Alto do Coqueirinho
- Amaralina
- Areia Branca
- Arenoso
- Arraial do Retiro
B
- Bairro da Paz
- Baixa de Quintas
- Barbalho
- Barra
- Barreiras
- Barris
- Beiru/Tancredo Neves
- Boa Viagem
- Boa Vista de Brotas
- Boa Vista de São Caetano
- Boca da Mata
- Boca do Rio
- Bom Juá
- Bonfim
- Brotas
C
- Cabula
- Cabula VI
- Caixa D'Água
- Cajazeiras II
- Cajazeiras IV
- Cajazeiras V
- Cajazeiras VI
- Cajazeiras VII
- Cajazeiras VIII
- Cajazeiras X
- Cajazeiras XI
- Calabar
- Calabetão
- Calçada
- Caminho das Árvores
- Caminho de Areia
- Campinas de Pirajá
- Canabrava
- Candeal
- Canela
- Capelinha
- Cassange
- Castelo Branco
- Centro
- Centro Administrativo da Bahia
- Centro Histórico
- Chapada do Rio Vermelho
- Cidade Nova
- Comércio
- Cosme de Farias
- Costa Azul
- Coutos
- Curuzu
D
E
F
- Fazenda Coutos
- Fazenda Grande do Retiro
- Fazenda Grande I
- Fazenda Grande II
- Fazenda Grande III
- Fazenda Grande IV
- Federação
G
I
- IAPI
- Ilha de Bom Jesus dos Passos
- Ilha de Maré
- Ilha dos Frades
- Imbuí
- Itacaranha
- Itaigara
- Itapuã
- Itinga
J
- Jaguaripe I
- Jardim Armação
- Jardim Cajazeiras
- Jardim das Margaridas
- Jardim Nova Esperança
- Jardim Santo Inácio
L
M
- Macaúbas
- Mangueira
- Marechal Rondon
- Mares
- Massaranduba
- Mata Escura
- Matatu
- Monte Serrat
- Moradas da Lagoa
- Mussurunga
N
- Narandiba
- Nazaré
- Nordeste de Amaralina
- Nova Brasília
- Nova Constituinte
- Nova Esperança
- Nova Sussuarana
- Novo Horizonte
- Novo Marotinho
O
P
- Palestina
- Paripe
- Patamares
- Pau da Lima
- Pau Miúdo
- Periperi
- Pernambués
- Pero Vaz
- Piatã
- Pirajá
- Pituaçu
- Pituba
- Plataforma
- Porto Seco Pirajá
- Praia Grande
R
S
- Saboeiro
- Santa Cruz
- Santa Luzia
- Santa Mônica
- Santo Agostinho
- Santo Antônio
- São Caetano
- São Cristóvão
- São Gonçalo
- São João do Cabrito
- São Marcos
- São Rafael
- São Tomé
- Saramandaia
- Saúde
- Sete de Abril
- Stella Maris
- STIEP
- Sussuarana
T
U
V
Macrozoneamento
Em termos mais macroscópicos e para efeitos de descentralização administrativa, o macrozoneamento em Salvador surgiu em 1987, com as Regiões Administrativas (RA) instituídas pelo Decreto Municipal n.º 7.791/87.[4][7] Seguiram-se com as Administrações Regionais (AR), transformadas em Sistema Integrado de Gestão Administrativa (SIGA) na gestão do prefeito João Henrique e concebidas como prefeituras-bairro na gestão do prefeito ACM Neto.[7] Os últimos planos diretores acompanharam ou promoveram esse zoneamento específico do município. O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de 2007 trouxe a divisão em regiões administrativas (RA) a seguir:[10]
- Região Centro, RA I
- Região Itapagipe, RA II
- Região São Caetano, RA III
- Região Liberdade, RA IV
- Região Brotas, RA V
- Região Barra, RA VI
- Região Rio Vermelho, RA VII
- Região Pituba/Costa Azul, RA VIII
- Região Boca do Rio/Patamares, RA IX
- Região Itapuã, RA X
- Região Cabula, RA XI
- Região Beiru/Tancredo Neves, RA XII
- Região Pau da Lima, RA XIII
- Região Cajazeiras, RA XIV
- Região Ipitanga, RA XV
- Região Valéria, RA XVI
- Região Subúrbios Ferroviários, RA XVII
- Região Ilhas, RA XVIII
Em 2014, tendo o "O caminho das águas em Salvador" como referência, houve redivisão e foram reduzidas em número e transformadas as regiões administrativas em prefeituras-bairro, as quais foram consolidadas no PDDU de 2016. São elas:[11][12]
- Prefeitura-Bairro I, Centro/Brotas
- Prefeitura-Bairro II, Subúrbio/Ilhas
- Prefeitura-Bairro III, Cajazeiras
- Prefeitura-Bairro IV, Itapuã/Ipitanga
- Prefeitura-Bairro V, Cidade Baixa
- Prefeitura-Bairro VI, Barra/Pituba
- Prefeitura-Bairro VII, Liberdade/São Caetano
- Prefeitura-Bairro VIII, Cabula/Tancredo Neves
- Prefeitura-Bairro IX, Pau da Lima
- Prefeitura-Bairro X, Valéria
Ver também
- Centro Antigo de Salvador (CAS)
- Lista de avenidas de Salvador
- Lista de centros comerciais de Salvador
- Lista de praças de Salvador
- Lista de praias de Salvador
- Lista de prefeitos de Salvador
- Lista de rios de Salvador
- Lista de acidentes geográficos de Salvador
Referência
- ↑ a b c d e «Leis Municipais». leismunicipais.com.br. Consultado em 24 de julho de 2018
- ↑ [www.al.ba.gov.br/docs/Proposicoes2007/MOC_9_420_2007_1.rtf «Assembleia Legislativa da Bahia»] Verifique valor
|url=
(ajuda). Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. 2007. Consultado em 24 de julho de 2018 - ↑ «Prefeitura lança projeto para criar nova divisão de bairros na cidade». Consultado em 23 de julho de 2016
- ↑ Fonseca, Adalbenísio (15 de abril de 2013). «Salvador tem 160 bairros». Tribuna da Bahia. Consultado em 24 de agosto de 2015
- ↑ ASSESSORIA GERAL DE COMUNICAÇÃO (4 de abril de 2013). «Projeto de lei delimita 160 bairros de Salvador». Consultado em 24 de agosto de 2015
- ↑ a b c «Prefeitura lança projeto para criar nova divisão de bairros na cidade». Correio*. 4 de abril de 2013. Consultado em 24 de agosto de 2015
|coautores=
requer|autor=
(ajuda) - ↑ «Prefeitura quer redefinir delimitações de bairros de Salvador». www.ibahia.com. Consultado em 13 de agosto de 2016
- ↑ Prefeitura de Salvador. «PDDU 2016 - MAPA 09: Prefeitura Bairro». Consultado em 23 de Julho de 2016
- ↑ «PDDU 2007». www.cms.ba.gov.br. Consultado em 13 de agosto de 2016
- ↑ «Prefeitura implanta Conselhos Comunitários nos bairros de Salvador». G1 Bahia. 5 de agosto de 2013. Consultado em 24 de agosto de 2015
- ↑ Erro de citação: Etiqueta
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome:0
Bibliografia
- Veiga, Elba Guimarães; Cássio Marcelo Silva Castro, Anderson Gomes de Oliveira, Adalberto Bulhões, Vitória Regia Sampaio, Aline Farias, Carlos Henrique Cardoso, Leonardo Dias Afonso (2012). «O Processo de Delimitação dos Bairros de Salvador: Relato de uma Experiência» (PDF). RIGS revista interdisciplinar de gestão social. v. 1 (n. 1): p. 131-147. ISSN 2317-2428. Consultado em 12 mar. 2015
- Vasconcelos, Pedro de Almeida (2006). «Pobreza urbana e a formação de bairros populares em Salvador na longa duração» (pdf). São Paulo. GEOUSP: Espaço e Tempo (n. 20): pp.19-30
- Carvalho, Inaiá Maria Moreira de; Vanda Sá Barreto (2007). «Segregação residencial, condição social e raça em Salvador» (pdf). Cadernos metrópole (n. 18): pp.251-273
- Regina, Maria Emília Rodrigues; Rosali Braga Fernandes (2005). «O acelerado crescimento dos bairros populares na cidade de Salvador-Bahia e alguns dos seus principais impactos ambientais: o caso do Cabula, geograficamente estratégico para a cidade» (pdf). Florianópolis. Geosul. v. 20 (n. 39): pp. 119-131