Palácio de São Bento
Palácio de São Bento | |
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Assembleia da República | |
Informações gerais | |
Nomes anteriores | Palácio das Cortes Palácio do Congresso Palácio da Assembleia Nacional |
Nomes alternativos | Mosteiro de São Bento da Saúde |
Tipo | palácio, mosteiro, edifício de administração pública, património cultural |
Estilo dominante | Maneirista e barroco com alterações no séc. XX |
Arquiteto(a) | Baltazar Álvares (mosteiro) Ventura Terra (reconstrução) |
Construção | 1598-1615 (mosteiro beneditino) 1896-1903 (reconstrução após incêndio) |
Proprietário(a) inicial | Ordem de São Bento |
Função inicial | Mosteiro masculino |
Proprietário(a) atual | Estado Português |
Função atual | Assembleia da República |
Página oficial | parlamento.pt |
Património de Portugal | |
Classificação | Monumento Nacional |
Ano | 2002 |
DGPC | 70140 |
SIPA | 4305 |
Geografia | |
País | Portugal |
Cidade | Lisboa |
Coordenadas | 38° 42′ 45″ N, 9° 09′ 13″ O |
Geolocalização no mapa: Lisboa | |
Localização em mapa dinâmico |
O Palácio de São Bento é um palácio de estilo neoclássico situado em Lisboa, sendo a sede do Parlamento de Portugal desde 1834. Foi construído em finais do século XVI (1598) como mosteiro beneditino (Mosteiro de S. Bento da Saúde) por traça de Baltazar Álvares[1], apresentando feição maneirista e barroca. Nele chegou a estar instalado o Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Com a extinção das ordens religiosas em Portugal passou a ser propriedade do Estado. No século XVII, foram construídas as criptas dos marqueses de Castelo Rodrigo.[2]
Depois da implantação do regime liberal em 1834, após a Guerra civil portuguesa, tornou-se sede das Cortes Gerais da Nação, passando a ser conhecido por Palácio das Cortes. Acompanhando as mudanças da denominação oficial do Parlamento, o Palácio foi, também, tendo várias denominações oficiais: Palácio das Cortes (1834-1911), Palácio do Congresso (1911-1933) e Palácio da Assembleia Nacional (1933-1974). Em meados do século XX passou a utilizar-se, geralmente, a designação de Palácio de S. Bento em memória do antigo Convento. Essa denominação manteve-se, depois de 1976, quando passou a ser a sede da Assembleia da República.
Ao longo dos séculos XIX e XX, o Palácio foi sofrendo uma série de grandes obras de remodelação, interiores e exteriores, que o tornaram quase completamente distinto do antigo Mosteiro, de destacar no fim do século XIX a remodelação por Ventura Terra e em 1936 a monumental escadaria, acrescentada por António Lino e concluída por Cristino da Silva. O Palácio apresenta um corpo central com arcadas ao nível térreo e sobre estas galeria com colunata, encimada por frontão triangular decorado com estuques. O interior é igualmente grandioso, repleto de alas, sendo de realçar a Sala das Sessões da Câmara dos Deputados, a Sala dos Passos Perdidos, o Salão Nobre, entre outras bem como de obras de arte de diferentes épocas da história de Portugal. O Palácio integra ainda um Museu Histórico, tendo sido classificado como Monumento Nacional em 2002.[3]
Em 1999, foi inaugurado o edifício novo[4] que serve de apoio à Assembleia da República. Localizado na praça de S. Bento o novo edifício, um projeto de 1996 do arquiteto Fernando Távora, embora ligado ao palácio por acesso interior direto foi propositadamente construído de forma a ser uma estrutura autónoma a fim de não comprometer nem descaraterizar o traçado palaciano.
Arquivo
O Palácio tem um importante arquivo histórico, fotográfico e audiovisual: O Arquivo Histórico possui toda a documentação relativa à atividade parlamentar desde 1821 até à atualidade, produzida pelas instituições parlamentares dos períodos da Monarquia Constitucional, Primeira República, Estado Novo e atualmente pela Assembleia da República.
O Arquivo Fotográfico tem as coleções organizadas de acordo com a proveniência das imagens, sejam os serviços da Assembleia da República ou pelo nome dos fotógrafos, as pertencentes aos espólios particulares e ainda as adquiridas a fotojornalistas, pela sua relevância para a história política nacional. As imagens abrangem temas relativos à atividade parlamentar: deputados, reuniões parlamentares, eventos, comemorações, relações internacionais, bem como imagens dos espaços do Palácio de S. Bento ou do pós-25 de Abril.
O Arquivo Audiovisual contêm os registos áudio e audiovisuais das sessões plenárias, das reuniões de Comissões e de alguns eventos.[5]
Biblioteca
A Biblioteca Passos Manuel, como passou a designar-se em outubro de 2017, é uma biblioteca especializada, tendo como objetivo principal dar apoio bibliográfico aos trabalhos parlamentares, através da aquisição, gestão e difusão de informação científica e técnica nacional e internacional, bem como de informação produzida pelos órgãos de comunicação social.
É também permitido o acesso a todos os cidadãos que necessitem de consultar informação que não se encontre disponível noutras bibliotecas e serviços de documentação, designadamente informação parlamentar.
A Biblioteca foi criada em 1836 com um fundo de 7300 volumes, possuindo um século mais tarde 23 000 volumes, compreendendo algumas coleções importantes de documentos parlamentares portugueses.
A partir de 1974, os serviços da Biblioteca foram reestruturados de modo a poder fazer a cobertura de todas as matérias de interesse parlamentar (Direito, Política, Economia, Ciências e Tecnologia, Vida Social, Administração Pública, Estatísticas), efetuando a gestão e difusão dos seguintes núcleos documentais: • Núcleo de Livro Antigo (1491-1800) com aproximadamente 5000 volumes. Esta coleção é constituída por verdadeiros primores tipográficos, que provêm da antiga Biblioteca das Cortes, de um conjunto de 1581 títulos, dos quais se destaca a existência de dois incunábulos. (Livro antigo 1491-1800) • Monografias - Com cerca de 50 000 volumes, a coleção de monografias está organizada por ordem cronológica de data de publicação. As publicações mais recentes (últimos 4 anos) estão organizadas, permitindo o livre acesso dos utilizadores. • Publicações periódicas - possui 3300 títulos de revistas, das quais cerca de um terço são publicações findas, com uma dimensão superior a 100 000 volumes. O núcleo moderno destas publicações está organizado em função da origem das publicações, constituindo, assim, as coleções de revistas portuguesas, estrangeiras, de organizações internacionais, das instituições europeias e de estatísticas nacionais. • Legislação nacional e coleções de leis - A Biblioteca possui toda a legislação nacional desde as "Ordenações Manuelinas" (Séc. XVI/XVII) e "Afonsinas" (Séc. XV) até à atualidade, constituindo um fundo com cerca de 3000 volumes encadernados. • Diários da Assembleia da República e outras publicações oficiais - coleção constituída pelo Diário da Assembleia Constituinte e por todas as séries do Diário da Assembleia da República desde 1975 (os Diários anteriores encontram-se no Arquivo Histórico Parlamentar) e por todas as publicações editadas pela Assembleia da República. • Jornais Oficiais das Comunidades Europeias - Esta coleção contém todos os Jornais Oficiais das Comunidades Europeias, desde 1985.[6]
Museu da Assembleia
Em virtude da sua longa história, que compreende diferentes momentos religiosos e políticos, o Palácio de São Bento integra um espólio muito diversificado, composto por património móvel e fixo e fundo documental, composto por cerca de 1275 peças, divididas essencialmente pelas categorias de Arqueologia, Arte, Ciência e Técnica, e Etnologia que testemunha a utilização sagrada e laica, com destaque para esta última.
Além do núcleo de origem monástica e do fundo antigo das Câmaras dos Deputados (Séc. XX - Primeira República), dos Pares do Reino e dos Senadores (Séc. XIX - Monarquia Constitucional), o acervo integra obras adquiridas no âmbito das sucessivas iniciativas de requalificação e dignificação dos espaços, peças encomendadas para homenagear insignes figuras parlamentares, bem como ofertas institucionais aos Presidentes e Secretários-Gerais da Assembleia, ofertas pessoais de artistas à instituição e ainda doações de espólios pertencentes a antigos membros do Parlamento. [7]
Livraria Parlamentar
A Livraria Parlamentar é um espaço aberto ao público, com entrada na fachada principal do Palácio de S. Bento.
A Livraria tem como objetivo facilitar um melhor conhecimento sobre a Assembleia da República e o trabalho desenvolvido por este órgão de soberania. O catálogo das edições do Parlamento, cuja distribuição é gratuita, permite identificar, por áreas temáticas, as publicações disponíveis desde 1977 que podem ser consultadas ou compradas.
Encontram-se igualmente disponíveis para aquisição objetos evocativos, inspirados no património do Palácio, em azulejaria, cortiça, cristais, estanhos, linha infantil, medalhas, papelaria, pele, prata, porcelana, têxtil e outras peças. Podem também ser adquiridos livros de outras editoras.[8]
Palacete de São Bento (Residência Oficial do Primeiro-Ministro)
Nas traseiras do edifício principal, em terrenos do outrora mosteiro, situa-se um palacete mandado construir em 1877 por Joaquim Machado Cayres para sua residência num lugar com cerca de 2 hectares que integrava o Convento de S. Bento desde 1598. Esse palacete é atualmente a residência oficial do primeiro-ministro de Portugal.
Em 1937, o palacete é expropriado pelo Estado para Residência Oficial do Presidente do Conselho. Depois de efectuadas obras, António Salazar ocupou a casa em Maio de 1938, mas a inauguração oficial teve lugar em Abril de 1939. Durante as obras foi concretizada uma escada para uma ligação mais fácil entre o palacete e a Assembleia. Com Marcello Caetano a tomar conta do governo, o palacete viu uma grande renovação e transformação. Pouco mais do que as fachadas foram mantidas. Estas obras incluíram ainda a edificação de um novo andar no lugar do antigo sótão. Após o 25 de Abril de 1974, a moradia e o jardim sofreram algumas modificações, mas foi depois de 1986 com novas renovações que o palacete e o jardim ganharam uma maior operacionalidade e uma imagem mais moderna e adequada aos novos tempos. A garagem existente até à altura desapareceu, dando lugar a um edifício para receber os visitantes do palacete. O pavimento antigo de asfalto foi substituído por calçada portuguesa.
Referências
- ↑ Parlamento da República Portuguesa. «Visitas ao Parlamento - Introdução». Consultado em 27 de junho de 2014
- ↑ Público: Cripta do século XVII encontrada debaixo da Assembleia da República Arquivado em 24 de outubro de 2012, no Wayback Machine. 1 de setembro de 2010
- ↑ http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70140
- ↑ «Edifício novo». www.parlamento.pt. Consultado em 18 de julho de 2015. Arquivado do original em 21 de julho de 2015
- ↑ https://www.parlamento.pt/Parlamento/Paginas/Arquivo.aspx
- ↑ https://www.parlamento.pt/Parlamento/Paginas/BibliotecaIntroducao.aspx
- ↑ http://museu.parlamento.pt/MatrizWebAR/
- ↑ https://www.parlamento.pt/LivrariaParlamentar/Paginas/default.aspx