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Oscilador de baixa frequência

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Seção LFO de um sintetizador

Oscilador de baixa frequência — ou LFO, sigla para "Low Frequency Oscillator" em inglês — é um gerador de sinais de frequência geralmente abaixo de 20 Hz, que é o limiar da faixa audível. O sinal produzido pelo LFO é utilizado para modular o sinal de áudio, criando variações cíclicas sobre parâmetros como afinação, intensidade (volume) e frequência de corte de um filtro de áudio. É um recurso disponível na maioria dos sintetizadores.

Assim como os osciladores primários, geradores de sinais audíveis, o LFO gera sinais de tensão alternados, porém abaixo da faixa perceptível pelo ouvido, geralmente entre 0,25 Hz e 5 Hz. Este tipo de sinal de lenta variação é utilizado para modular outros elementos da síntese de uma maneira constante e repetitiva.

Considere ajustar a frequência do LFO entre 4 e 5 Hz e endereçá-lo a alterar o controle de afinação de um oscilador audível. Se o valor da amplitude do sinal gerado pelo LFO (depth) for pequeno, o resultado será uma leve oscilação na afinação de 4 a 5 vezes por segundo. Este efeito é conhecido como vibrato. Da mesma forma, se o LFO for endereçado ao controle de volume do oscilador audível o resultado será o que se conhece como tremolo e, se aplicado a um filtro produzirá variações cíclicas sobre a frequência de corte gerando um efeito de Wah-wah.[1][2]

Assim como em um oscilador de áudio o LFO permite ao usuário o ajuste da forma de onda (senóide, triangular, quadrada, etc.), frequência e amplitude, geralmente definida como depth. Alguns sintetizadores permitem ajustes adicionais como o sincronismo da oscilação com o metrônomo interno, atraso entre o início do som e o disparo do LFO e funções de fade-in e fade out.

Formas de onda mais comuns utilizadas em um LFO: a) senóide; b) triangular; c) dente de serra; d) quadrada; e) sample and hold; f) aleatória.

Formas de onda

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Utilizada para produzir variações suaves, simétricas e contínuas, a senóide é ideal para modulações na afinação, portanto sendo ideal para produzir o vibrato.

Esta forma de onda é semelhante à senoidal, porém a mudança brusca nos picos permite o uso em efeitos em que necessitam de mudanças rápidas. Uma boa aplicação para esta forma de onda é controlar a alteração da posição no estéreo (pan).

Dente de Serra

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Diferente das formas de onda acima, a onda dente de serra produz uma variação unidirecional em forma de rampa, que pode apresentar inclinação positiva ou negativa e, dependendo desta inclinação pode gerar:

  • uma modulação crescente que abruptamente cai após atingir seu valor máximo, ou
  • uma modulação decrescente, que sobe repentinamente ao valor máximo e depois segue em direção ao seu valor mínimo a uma taxa de variação constante.[2]

A onda dente de serra é frequentemente utilizada para produzir um efeito de "whoop ... whoop ... whoop".[1]

Quadrada/pulso

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O LFO com a forma de onda quadrada/pulso, produz uma variação abrupta e binária (sem valores intermediários) entre dois polos. Geralmente a oscilação é simétrica, produzindo uma onda quadrada, mas alguns LFOs permitem o ajuste da largura do pulso, produzindo oscilações assimétricas. Este LFO costuma ser utilizado para dar a característica pulsante ao timbre de um som quando endereçado à frequência de corte de um filtro. É também frequentemente utilizado para produzir um efeito de "trinado" se endereçado à saída de um oscilador de frequência.[1]

Sample and Hold (S&H)

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O LFO do tipo Sample and Hold, diferente dos tipos já mencionados, não possui uma forma de onda associada a ele. Pode-se dizer que é baseado na amostragem, em baixa frequência, do sinal de áudio. O LFO realiza a amostragem do sinal em uma taxa extremamente baixa e mantém na saída o nível do sinal amostrado até a próxima amostragem, mudando-se abruptamente a amplitude de saída (como em uma onda quadrada) e assim sucessivamente. O LFO Sample and Hold é bastante utilizado para criar sons com pulsação rítmica de intensidade variável.[1] Um exemplo de aplicação deste tipo de LFO pode ser encontrado na musica Won't Get Fooled Again, da banda britânica The Who.

Referências

  1. a b c d Shepard, Brian K. (2013). Refining Sound: A Practical Guide to Synthesis and Synthesizers. New York: Oxford University Press 
  2. a b Cann, Simon (2010). Becoming a Synthesizer Wizard: From Presets to Power User. Boston, MA - USA: Cengage Learning PTR 
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