Pousadas de Portugal
Pestana Pousadas de Portugal | |
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Concessão | |
Atividade | Hóteis |
Fundação | 1942 |
Sede | Lisboa |
Proprietário(s) | Grupo Pestana |
Website oficial | www |
As Pousadas de Portugal são uma rede de instalações hoteleiras, criadas a partir da década de 1940 e que em 2021 conta com 34 pousadas, em edifícios históricos. A rede é detida maioritariamente pelo Estado Português e gerida por um grupo privado, o Grupo Pestana Pousadas.
História
Origem
Criadas pela Lei 31.259 de 1 de Maio de 1941, por iniciativa de António Ferro, as Pousadas destinavam-se a "alojar os visitantes e fornecer-lhes a alimentação no respeito do estilo de cada região".
Citação «Quando um hóspede deixar de ser tratado pelo nome, para ser conhecido pelo número de quarto que ocupa, estaremos completamente desviados do espírito das Pousadas.» António Ferro, 1942. |
A primeira unidade da rede foi inaugurada em 19 de Abril de 1942, em Elvas, no Alentejo, região que atualmente concentra o maior número de pousadas históricas, e que funcionou até 2012.[1] Outras "Pousadas Regionais" foram sendo inauguradas, sempre com um número reduzido de quartos e com uma especial atenção à gastronomia de cada região.
Na década de 1950 o conceito de Pousada foi alargado com o surgimento das "Pousadas Históricas", instaladas em edifícios e monumentos históricos, castelos, conventos e mosteiros, alguns abandonados ou em estado de degradação e especialmente recuperados para o efeito. A primeira pousada a ser criada segundo este novo conceito foi a Pousada do Castelo em Óbidos.
Em 1995 a American Society of Travel Agents (ASTA) e a Smithsonian Foundation, atribuiram às Pousadas de Portugal o prémio anual para as instituições de todo o mundo com um papel mais preponderante na defesa do património cultural e do ambiente para fins turísticos.[2]
A ENATUR procede à sua gestão. Em 2003 contava com quarenta e quatro pousadas, das quais dezoito em edifícios históricos, e ainda dois restaurantes.
Privatização
Citação «Quanto ao contrato de cessão de exploração da rede Pousadas de Portugal, deve o mesmo salvaguardar os interesses do Estado, nomeadamente no que diz respeito à conservação dos monumentos nacionais àquela afectos e do respectivo património móvel, que fazem parte do domínio público, atendendo à importância que tais bens possuem para a história e para a cultura de Portugal.» Governo Português, 2003.[3] |
Em 2003 o Governo português presidido por Durão Barroso, face a uma situação de acumulação de resultados líquidos negativos durante mais de uma década, e com 1 milhão de euros de prejuízo só em 2002,[4] decidiu privatizar em 49% o capital da ENATUR, bem como ceder a exploração das Pousadas de Portugal ao grupo que ganhasse essa privatização.
O grupo vencedor foi o Grupo Pestana Pousadas, constituído pelo Grupo Pestana (59,8%), Grupo CGD (25%), Fundação Oriente (15%) e mais duas empresas com 0,2% (Abreu e Portimar). Assim em 1 de Setembro de 2003, o GPP tornou-se responsável pela exploração da rede actual de pousadas por um período de 20 anos, bem como pela sua expansão.[3]
Em 2015, o Grupo Pestana comprou partipação da Caixa nas Pousadas de Portugal. Em causa está uma participação de cerca de 13% na Pestana Pousadas da parte da Caixa Capital, do grupo CGD
Com a aquisição das ações da CGD, o grupo hoteleiro passou a deter 85% do capital da empresa gestora das Pousadas, cabendo os restantes 15% à Fundação Oriente.[5]
O futuro
Em Portugal
No mundo
Em Outubro de 2005 abriu a primeira Pousada de Portugal fora do país. Tratou-se da Pousada do Convento do Carmo, em Salvador, no Brasil, instalada no antigo Convento das Carmelitas, construído em 1586.
A recuperação do edifício enquadrou-se no projecto de requalificação do centro histórico da cidade de Salvador, classificado pela Unesco como Património Mundial. Esta pousada conta ainda com um museu e com a Igreja do Carmo que já pertenciam ao complexo antes mesmo da restauração.
Numa óptica de internacionalização, o GPP pretende abrir pousadas noutros locais por onde os portugueses passaram: Oriente (Goa, Macau), África (Cabo Verde, Moçambique) e em novos locais no Brasil, onde Paraty e Olinda são possíveis locais de expansão.[6]
A rede das Pousadas
Até recentemente as Pousadas estavam divididas em Regionais e Históricas.
Actualmente essa divisão foi expandida criando-se quatro conceitos de Pousada:
Pousadas Históricas
(Localizadas em Monumentos, Castelos, Conventos, Fortalezas ou Palácios)
- Alvito - Pousada do Castelo de Alvito
- Beja - Pousada de São Francisco
- Belmonte - Pousada do Convento de Belmonte
- Estremoz - Pousada da Rainha Santa Isabel
- Évora - Pousada dos Lóios
- Guimarães - Pousada de Santa Marinha
- Lisboa - Pousada do Terreiro do Paço
- Mesão Frio - Pousada do Solar da Rede-ENATUR
- Óbidos - Pousada de Óbidos
- Ourém - Pousada de Ourém
- Palmela - Pousada do Castelo de Palmela
- Queluz / Lisboa - Pousada D. Maria I
- Setúbal - Pousada de São Filipe-ENATUR
- Tavira - Pousada do Convento da Graça
- Vila Pouca da Beira - Pousada de Vila Pouca da Beira
- Vila Viçosa - Pousada D. João IV
- Serra da Estrela Pousada da Serra da Estrela. A adaptação do Sanatório dos funcionários dos Caminhos de Ferro, obra de Cottinelli Telmo, a Pousada da Serra da Estrela é da responsabilidade do arquitecto Eduardo Souto de Moura.
Pousadas Históricas Design
(Localizadas em Monumentos, Castelos, Conventos, Fortalezas ou Palácios com preocupações de modernidade e actualidade)
- Alcácer do Sal - Pousada de D. Afonso II
- Amares/Gerês - Pousada de Santa Maria do Bouro
- Angra do Heroísmo/Açores - Pousada de Angra do Heroísmo
- Arraiolos - Pousada de Arraiolos, Nossa Senhora da Assunção
- Crato - Flor da Rosa - Pousada Flor da Rosa
- Faro - Estoi - Pousada de Faro
Pousadas Natureza
(Lugares de partilha e interacção com a paisagem envolvente)
- Caniçada/Gerês - Pousada do Gerês
- Manteigas - Pousada de Manteigas-ENATUR
- Marão - Pousada de São Gonçalo
- Ria de Aveiro | Torreira - Pousada da Ria
- Sagres (Vila do Bispo) - Pousada de Sagres
Pousadas Charme
(Lugares para desfrutar momentos de verdadeiro lazer, em espaços confortáveis e acolhedores, com características muito particulares)
- Bragança - Pousada de Bragança
- Condeixa-a-Nova - Pousada de Condeixa-a-Nova
- Horta/Açores | Pousada da Horta
- Marvão - Pousada de Marvão, Santa Maria
- Valença do Minho - Pousada de Valença
- Viana do Castelo - Pousada de Viana do Castelo
- Viseu - Pousada de Viseu
- Elvas - Pousada de Santa Luzia
Hotéis de Coleção
(Hotéis únicos em Portugal, históricos, luxuosos e atraentes)
- Porto - Pestana Vintage Porto
- Porto - Pestana Palácio do Freixo - Pousada do Porto
- Lisboa - Pestana Cidadela Cascais - Pousada de Cascais - A Cidadela de Cascais foi utilizada como residência real a partir de 1870, nela tendo falecido o rei D. Luís I.
- Lisboa - Pestana Palace Lisboa
Restaurante
A maioria das pousadas tem um restaurante inserido nas suas instalações, perfazendo um total de quase 40 restaurantes. Os restaurantes acolhem qualquer cliente, independentemente de estar ou não hospedado na pousada.
Ver também
Notas
- ↑ «Ex-Pousada de Elvas sem compradores»
- ↑ História das Pousadas
- ↑ a b Governo da República Portuguesa nota sobre a privatização da Enatur
- ↑ Sobre a situação financeira da Enatur[ligação inativa]
- ↑ «Grupo Pestana compra partipação da Caixa nas Pousadas de Portugal»
- ↑ «Entrevista do presidente do Grupo Pestana Pousadas» (PDF). Consultado em 11 de fevereiro de 2007. Arquivado do original (PDF) em 29 de setembro de 2007
Bibliografia
- Directório das Pousadas. Lisboa: Ed. Enatur, 2003.
- VENDA, Cátia Filipa Fidalgo de Sousa. Reabilitação e reconversão de usos: o caso das pousadas como património. Dissertação para a obtenção do grau de mestre em Arquitectura pela Universidade Técnica de Lisboa (Instituto Superior Técnico). Lisboa: 2008.