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João Ricardo (músico)

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João Ricardo
João Ricardo (músico)
João Ricardo no CCBB São Paulo, Maio de 2007.
Informação geral
Nome completo João Ricardo Carneiro Teixeira Pinto
Nascimento 21 de novembro de 1949 (74 anos)
Local de nascimento Arcozelo, Ponte de Lima, Portugal
Gênero(s) MPB, Glam rock
Ocupação(ões) Compositor e cantor
Período em atividade 1966 - atualmente
Afiliação(ões) Secos & Molhados
Página oficial www.secosemolhados.com

João Ricardo Carneiro Teixeira Pinto[1] (Arcozelo, 21 de novembro de 1949) é um cantor e compositor nascido em Portugal e radicado no Brasil.[2] É filho do poeta e jornalista João Apolinário, falecido em 22 de outubro de 1988, e da esteticista Maria Fernanda Gonçalves Talline Carneiro Teixeira Pinto, nascida em 16 de julho de 1924.

Gêmeo, sua irmã Maria João, morre três dias após o nascimento, mas dois anos depois ganha outra irmã, Maria Gabriela. Na infância foi fortemente influenciado pelo rock desde cedo, em especial o francês através do grupo Les Chats Sauvages e Johnny Hallyday, além de Elvis Presley. Conhece a música brasileira através de Miltinho e Doris Monteiro, discos que seu pai tinha em casa. Em 1963, toma contato com o que viria a determinar a sua opção pela música: The Beatles.[2]

Tinha quatorze anos à época e viu-se envolvido com a música brasileira de imediato. Cedo começou escrevendo letras para músicas de um vizinho que o levou a aprender violão para fazer as suas próprias. A partir dos dezessete, dezoito anos, compôs algumas das que viriam a se tornar clássicos da banda seminal que fundou, Secos & Molhados.

Trajetória musical

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Passagem de som no CCBB São Paulo, Maio, 2007

Com a mudança para o Brasil em 28 de março de 1964 depara-se com a efervescência musical do país e com o começo da Jovem Guarda[2], movimento roqueiro da época que viria a estimulá-lo mais ainda. Começa a escrever letras em músicas já existentes, em especial dos Beatles. Falta agora aprender a tocar violão para compor. Muda-se para o seu prédio um garoto chamado Renato que toca violão e com ele forma a sua primeira dupla chamada Zeus. Aprende então a tocar violão e a escrever suas primeiras canções. Chega a fazer um programa de televisão chamado Quadrado e Redondo na recém inaugurada TV Bandeirantes. Estuda e trabalha como jornalista no jornal Diário Popular, na TV Globo e no extinto jornal Última Hora[2] onde tem contato com personagens do teatro brasileiro por causa de seu pai, crítico de teatro. Um desses, o diretor Antunes Filho pede-lhe uma música para o monólogo "Corpo a Corpo", de Oduvaldo Vianna Filho, com Juca de Oliveira. A canção "Vôo" viria a ser gravada por sua banda em seu segundo álbum. Conhece Carlos Augusto Oliveira, o Guga, dono da produtora de filmes Blimp Filmes, depois Criasom, e tem a sua primeira experiência como cantor numa paródia dos filmes spaggetti sob sua direção em 1970. Em setembro desse ano, passa férias em Ubatuba com um amigo dessa produtora e numa casa de secos e molhados onde comiam e bebiam, João resolve adotar esse nome para a sua banda[2], ainda apenas como “one man band”. Em 1971, conhece Antonio Carlos, Pitoco, (viola de 10 cordas) e Fred (bongô). Com seu violão de doze cordas e harmonica de boca, completa agora a banda anunciada: Secos & Molhados.

Secos & Molhados

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A primeira apresentação acontece no bar Kurtisso Negro de propriedade de Peter Thomas, Oswaldo Spiritus e Luiz Antonio Machado no bairro do Bixiga, em São Paulo.

Com essa formação chegam a ser convidados para gravar por Solano Ribeiro (diretor/criador dos maiores festivais de música no país) na gravadora Som Livre, mas Pitoco resolve continuar carreira solo, já que havia lançado um compacto-simples com músicas suas inéditas.

Em outro dia, apresentava-se no mesmo Kurtisso Negro, uma cantora e compositora chamada Luli (hoje Luhli) com quem João viria a compor alguns dos maiores sucessos da banda. Ela sugere-lhe um vocalista que João procurava e que morava no Rio de Janeiro: Ney de Souza Pereira, futuro Matogrosso.

Em 10 de novembro de 1971, muda-se para São Paulo e nesse mesmo dia à noite gravam a música "Voo" para a peça de Antunes. Depois de alguns meses, Gérson Conrad, vizinho de João Ricardo, é incorporado ao grupo. O Secos & Molhados começa a ensaiar e depois de um ano se apresenta no teatro do Meio, do Ruth Escobar, que virou um misto de bar-restaurante chamado "Casa de Badalação e Tédio".

No dia 23 de maio de 1973, o grupo entra no estúdio "Prova" para gravar - em sessões de seis horas ao dia, por quinze dias, em quatro canais – seu primeiro disco, que vendeu mais de 300 mil cópias em apenas dois meses, atingindo um milhão de cópias em pouco tempo.

Os Secos & Molhados se tornaram um dos maiores fenômenos da música popular brasileira, batendo todos os recordes de vendagens de discos e público. Em fevereiro de 1974, fazem um concerto no Maracanãzinho que bateu todos os índices de público jamais visto no Brasil. Em agosto do mesmo ano, é lançado o segundo disco e Ney Matogrosso e Gerson Conrad decidem abandonar a banda.

Em maio de 1978, João Ricardo lança o terceiro disco dos Secos & Molhados com Lili Rodrigues, Wander Taffo, Gel Fernandes e João Ascensão. Surge mais um sucesso do grupo, "Que Fim Levaram Todas as Flores?", canção mais executada no Brasil naquele ano.

Em agosto de 1980, junto com os irmãos Lempé - César e Roberto – o Secos & Molhados lança o quarto disco. A quinta formação do grupo nasce no dia 30 de junho de 1987, com o enigmático Totô Braxil, em um concerto no Palace, em São Paulo.

Em maio de 1988, sai o álbum A Volta do Gato Preto.

Simplesmente sozinho, em 1999, João Ricardo lança "Teatro?" mostrando definitivamente a marca do criador dos Secos e Molhados.

Trabalhos solo

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Após o término da segunda formação, João Ricardo num encontro casual com o empresário Guilherme Araújo, é levado para um jantar com o presidente da Phillips/Phonogram (André Midani) e o diretor artístico (Roberto Menescal), que o convidam para gravar seu primeiro disco solo em 1975.

Em 1976, lança o disco Da Boca pra Fora, acompanhado de um trio de jovens músicos, entre eles o guitarrista Wander Taffo.

Em 1979, lança o LP Musicar, com participação do guitarrista Mozart Mello.

O último disco solo Puto, lançado em junho de 2007, é uma colaboração de João Ricardo (que compôs, produziu e cantou todas as canções) com o músico Daniel Iasbeck (responsável por todos os arranjos, instrumentos, gravação e mixagem).

Em outubro de 2020, lança o e-book “As letras 1973-2019”, com um compilado de todas as suas canções.[3]

Conforme discografia oficial do grupo[4]

Secos & Molhados

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Referências

  1. «João Ricardo». Dicionário Cravo Albin. Consultado em 12 de junho de 2022 
  2. a b c d e Novabrasil (21 de novembro de 2022). «As canções de João Ricardo, o principal compositor do Secos & Molhados». Novabrasil. Consultado em 27 de maio de 2024 
  3. End, Lucas Tavares-Front End / Adriano Franco- Back (15 de outubro de 2020). «João Ricardo celebra os 50 anos do nome Secos & Molhados com álbum "Ditos". Ouça!». A Rádio Rock - 89,1 FM - SP. Consultado em 27 de maio de 2024 
  4. www.secosemolhados.com/obra

Ligações externas

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