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Lev Yashin

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Lev Yashin
Лев Яшин
Lev Yashin Лев Яшин
Yashin em 1965
Informações pessoais
Nome completo Lev Ivanovich Yashin
Data de nascimento 22 de outubro de 1929
Local de nascimento Moscou, União Soviética
Nacionalidade soviético
Data da morte 20 de março de 1990 (60 anos)
Local da morte Moscou, União Soviética
Altura 1,89 m
destro
Apelido Aranha Negra[1]
Informações profissionais
Posição goleiro
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos e gol(o)s
1949–1971 Dínamo Moscou 00326 0000(0)
Seleção nacional
1954–1971 União Soviética 00078 0000(0)
Medalhas
Competidor da URSS
Eurocopa
Ouro 1960 Jogador
Prata 1964 Jogador
Jogos Olímpicos
Ouro Melbourne 1956 Futebol

Lev Ivanovich Yashin (em russo: Лев Иванович Яшин, Moscou, 22 de outubro de 1929 – Moscou, 20 de março de 1990) foi um futebolista soviético que atuou como goleiro, considerado por muitos como o melhor goleiro da história. Ídolo máximo do Dínamo Moscou, único clube em que atuou durante a sua carreira,[2] bem como o maior campeão nacional enquanto Yashin jogava, também é o único goleiro a ter conquistado a Bola de Ouro da revista France Football — em 1963.[3]

Apelidado de Aranha Negra devido ao uniforme todo preto que usava, Yashin era conhecido por seu atletismo, posicionamento, estatura, bravura, presença imponente no gol e reflexos acrobáticos,[4][5][6][7] embora sóbrios e sem exibicionismos.[8] Também ganhou status por revolucionar a posição de goleiro, impondo sua autoridade a toda a defesa,[9][10] sendo hábil também para lançamentos longos e certeiros com as mãos.[8] Com uma presença vocal no gol, ele ditava ordens para seus zagueiros, saía da linha da pequena área para interceptar cruzamentos e também para fechar o ângulo de chute dos adversários, numa época em que os goleiros passavam os 90 minutos de pé na linha do gol esperando para serem chamados à ação.[9] Também em época menos defensivista do futebol, na qual a posição de goleiro era bastante mais nervosa, notabilizou-se pela postura incomumente calma para os padrões de então.[11]

Suas performances pela Seleção Soviética causaram uma impressão indelével, em tempos em que seus feitos pelo Dínamo acabaram menos difundidos internacionalmente, diante do tempo mais fechado de seu país na Guerra Fria;[12] clubes soviéticos só se permitiram participar dos torneios da UEFA a partir de 1965,[13] quando o goleiro já estava mais veterano e conquistado a maior parte de seus títulos: o último de seus cinco títulos no campeonato soviético se deu em 1963 — e, desde então, o clube só venceu o torneio uma única outra vez, em 1976, mesmo considerando-se as temporadas do campeonato russo, após a dissolução da União Soviética.[14] Em amistosos naquele período, o Dínamo, com Yashin, venceu por 5–0 o Arsenal em 1954;[15] por 4–1 o Milan, dentro do San Siro, em 1955;[16] saiu-se invicto em três jogos contra o Vasco da Gama, com 3–1 em Moscou, 1–1 no Rio de Janeiro (ambos em 1957) e 2–0 na neutra Caracas (em 1969);[17] e venceu por 3–1 o Nacional de Montevidéu no estádio Centenário, em 1957,[18] além do 5–0 sobre o Barcelona dentro do Camp Nou pelo Troféu Joan Gamper de 1970.[19]

Entre os seus principais títulos, destacam-se a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1956 e a conquista da Copa das Nações Europeias de 1960,[20] ano em que foi sondado pessoalmente por Santiago Bernabéu para defender o Real Madrid.[21] O goleiro esteve com a URSS em quatro Copas do Mundo FIFA,[14] estacando-se sobretudo nas de 1958, onde foi reconhecido como "o sucessor de Ricardo Zamora" pelo jornal espanhol Mundo Deportivo;[22] e de 1966, na qual disputou com 37 anos[8] e terminou avaliado como melhor goleiro do torneio pelo Jornal do Brasil.[23]

Quando se aposentou, num jogo-despedida realizado em 1971, a FIFA resolveu homenageá-lo com uma medalha de ouro especial, por sua extraordinária contribuição para o esporte. Foi um entre tantos reconhecimentos que recebeu durante e após a vida, sendo popularmente considerado o melhor goleiro do século XX. Segundo a FIFA, Yashin defendeu mais de 150 pênaltis no futebol profissional,[24] e não sofreu gols em 270 jogos.[25]

A importância do futebol para o Aranha Negra ficou evidenciada em uma referência que fez a uma das maiores conquistas da história da humanidade: o fato do astronauta soviético Iuri Gagarin ter sido o primeiro humano a viajar pelo espaço, em 12 de abril de 1961. Poucos meses após a ocasião, Yashin declarou: "A alegria de ver Gagarin no espaço só é superada pela alegria de uma boa defesa de um pênalti".[26] Ambos terminaram recordados juntos em crônica russa de 1999, segundo a qual "não importa o que digam hoje, tivemos uma grande época. Porque ninguém, nem mesmo o mais fanático que odeia o nosso país, ousará dizer que símbolos da Rússia do século XX, como Iuri Gagarin ou Lev Yashin, eram 'escravos' ou 'uma invenção da propaganda soviética'. Foram Gagarin e Yashin que personificaram os dois lados mais atraentes do personagem russo".[14]

Dínamo Moscou

Início

Começou sua carreira, curiosamente, como atacante,[27] na equipe de uma fábrica de ferramentas, onde trabalhava como aprendiz de mecânico em plena Segunda Guerra Mundial. Em função da chegada em 1941 do conflito à União Soviética, chegara a se mudar com a família para Ulyanovsk; somente em 1944 os Yashin voltaram a Moscou.[14] Àquela altura, já jogava como goleiro, posto em que começara a jogar desde os 14 anos,[26] inicialmente por ser o mais alto entre os colegas de time e ter braços anormalmente largos.[27]

Em 1946, chegou a ser condecorado como "trabalhador exemplar" pelo governo.[28] Todavia, aos 18 anos chegou a sofrer um colapso pelo trabalho, parando de ir à fábrica; para prevenir uma possível detenção por "parasitismo", foi aconselhado a ingressar no Exército Vermelho - onde terminou por conhecer Arkadiy Chernyshov,[14] responsável por trazê-lo ao Dínamo Moscou, clube onde Chernyshov treinava as equipes de futebol e de hóquei sobre gelo.[29] Yashin já era torcedor do clube desde uma exitosa excursão que o time fizera em 1945 ao Reino Unido,[14] a primeira turnê internacional de uma equipe da Cortina de Ferro.[30]

Yashin ingressou ao Dínamo em 1949, como terceiro goleiro.[14] O clube venceu o campeonato soviético daquele ano,[31] mas ainda sem que Yashin participasse em campo. Seu início na equipe não foi fácil; passou por anos no banco de reservas, em parte porque o titular Aleksey Khomich já era outro goleiro histórico no clube,[32] sendo uma das estrelas daquela vitoriosa excursão britânica de 1945.[14][33] e em parte porque Yashin se mostrava pouco confiável nas oportunidades que recebia, diante de falhas frequentes:[11] em amistoso ocorrido ainda em 1949 contra o Traktor Stalingrado, sofreu um gol cômico do próprio goleiro adversário, cujo longo chute chegara à área do Dínamo. Ao saltar para agarrar a bola, Yashin trombou com um companheiro e a viu entrar nas próprias redes.[14]

Ele veio a estrear no campeonato soviético em 1950, mas ficou marcado por nova falha, ocorrida em pleno clássico clássico com o Spartak Moscou: novamente trombou com um colega e, na ocasião, a bola ficou livre para um adversário marcar o gol do empate, lance que chegou a fazer até um policial ingressar no vestiário cobrando que a equipe afastasse Yashin.[14] Khomich seguiu titular,[29] deixando o clube somente ao fim de 1952.[34] A partir de 1953, Yashin começou a ter sequência de jogos,[25] integrando a campanha campeã da Copa da URSS daquele ano.[12] Porém, ainda precisou ser reserva de Valter Sanaya.[14]

Ainda com imagem de goleiro pouco seguro, naquele ano de 1953 foi questionado especialmente em partida contra o Dínamo Tbilisi, que pôde empatou em 4–4 um jogo em que perdia por 4–1, estopim para que Yashin deixasse o futebol pelo restante do ano para se dedicar a uma outra paixão, o hóquei sobre gelo. Terminou integrando o título soviético nesse esporte, na temporada 1953–54, pela equipe que o Dínamo possuía na modalidade.[14] Em 2022, a Federação Russa de Hóquei no Gelo chegaria a emitir nota oficial de pesar diante do falecimento de Valentina Yashina, viúva do goleiro.[35] Haviam se casado em 1955, após seis anos de namoro. Segundo ela própria, conheceram-se com o goleiro já integrando o Dínamo, time do coração do irmão, que os apresentou em um baile, "mas naquela época os jornais ainda não caçavam Yashin".[36]

Era dourada

Ao centro, camisa do Dínamo Moscou usada por Yashin, exposta no museu do estádio San Siro, onde o clube venceu por 4–1 o Milan em 1955.[16] Também foi a partir de 1955 que ele começou a usar camisas pretas.[37]

O próprio antigo concorrente Aleksey Khomich, considerado por Yashin como "mestre" dele,[29] o incentivou a retomar o futebol, desde que se aprimorasse nos treinamentos. O afinco repentino surtiu efeito rapidamente;[14] Yashin, já com contextura física favorável à posição, desenvolveu grande agilidade nos treinos intensivos que se submeteu.[27] Assim, estreou já em 1954 pela Seleção Soviética,[8] ano em que venceu pela primeira vez como titular o campeonato soviético.[14] O título se obteve em outubro,[38] de modo invicto: o clube iniciara ainda em 1953 uma invencibilidade que se estenderia até 1955 em jogos pelo campeonato nacional.[39]

Naquele mesmo mês de outubro de 1954, o Dínamo venceu por 5–0 um amistoso contra o Arsenal, após um primeiro tempo "bom" dos ingleses, que foram ao intervalo perdendo de apenas 1–0;[15] e desempenhou a primeira visita desde 1936 de alguma equipe da URSS à França. Nessa ocasião, venceu por 3–0 um dos cinco primeiros colocados da Ligue 1, o Bordeaux, por 3–0.[40] Na mesma viagem, venceu por 2–1 o Lille.[41]

Em 1955, o clube voltou a ser campeão soviético.[14] Sua notável invencibilidade no certame chegou a 44 partidas seguidas, a terceira melhor marca a nível mundial até então, abaixo de 63 acumuladas pelo Celtic no campeonato escocês entre 1915 e 1917 e das 56 do Sparta Praga entre 1926 e 1928 no campeonato tchecoslovaco.[39] Em paralelo, em amistosos, também venceu por 3–2 o vice-campeão inglês Wolverhampton Wanderers,[42] por 1–0 dentro de Paris um combinado entre o Racing Paris com o Stade Français,[43] por 4–1 o Milan e por 6–0 a Seleção Luxemburguesa.[16][44]

Naquele ano de 1955, também foi iniciada a Liga dos Campeões da UEFA, com a edição de 1955–56.[45] O Dínamo e o Spartak Moscou foram sondados para disputá-la como convidados;[46] porém, em tempos mais fechados da URSS na Guerra Fria, seus clubes não tomaram participação nas primeiras temporadas da competição.[13] A própria seleção soviética havia sido criada bastante recentemente, em 1952, com participação decepcionante no futebol nos Jogos Olímpicos de Verão de 1952,[47] não chegando sequer a se inscrever nas eliminatórias da Copa do Mundo FIFA de 1954.[48]

Em outubro de 1956, o rival Spartak Moscou sagrou-se campeão soviético na disputa com o Dínamo,[49] que então recuperou o título em 1957,[14] ano em que enfrentou duas vezes o Vasco da Gama. A equipe carioca havia em junho, em excursão à Europa, derrotado o Real Madrid por 4–3 em Paris, e, nos estádios adversários, o Barcelona por 7–2, o Valencia por 2–1 e o Benfica por 5–2.[50] Em julho, contudo, foi vencida pelo Dínamo por 3–1,[17] embora abrisse o placar já aos 30 minutos do segundo tempo — quando Válter Marciano "arrematou com grande pontaria e o goleiro russo nada pôde fazer", na descrição do Jornal dos Sports. Enervados, os soviéticos conseguiram em cinco minutos virar o placar e, no penúltimo minuto, marcar o terceiro.[51] Um português que assistiu esse jogo responsabilizou o treinador Martim Francisco pela reviravolta, mas relatou: "observei, atentamente, o famoso arqueiro Yashin, considerado pelo seu povo o melhor do mundo, e devo dizer que é bom, sem dúvida".[52]

Em outubro, na 19ª de 22 rodadas, o Dínamo sagrou-se antecipadamente o campeão soviético de 1957, ao vencer pot 6-1 o Kishinyov;[53] a campanha terminaria com oito pontos de vantagem para o segundo colocado.[54] Pouco depois, a equipe moscovita que excursionou pela América do Sul, se tornou a primeira equipe soviética a visita-la.[55] No noticiário brasileiro, alertava-se já sobre Yashin que "o mais famoso jogador russo de todos os tempos. Afirmam os europeus: não há outro igual no mundo",[56] elogios que o defensor vascaíno Orlando Peçanha reforçava: "se antecipa bem nas bolas na área e, apesar do seu tamanho (quase dois metros), tem fácil arrojo nas bolas atiradas aos cantos".[57]

No dia 4 de dezembro de 1957, houve no Maracanã a revanche com o Vasco, que saiu atrás no marcador e pôde apenas empatar em 1–1. O Jornal dos Sports registrou ao menos seis intervenções de Yashin, descrito como "sem favor algum, um goleiro de excepcionais qualidades. Com uma colocação notável e uma certeza incrível nas saídas da meta, confirmou inteiramente tudo que se dizia a seu respeito, quando chegou a ser apontado como o maior arqueiro do mundo".[58] No gol que sofreu, Almir Pernambuquinho driblara Konstantin Krizhevskiy e então conseguiu arrematar um chute forte e no canto.[59] O próprio treinador cruzmaltino, que já era Gradim, se deu por satisfeito com o resultado.[60]

Depois do 1–1 com o Vasco, Yashin e colegas venceram de virada por 3–1 o Nacional de Montevidéu, diante de 70 mil espectadores no estádio Centenário.[61] O goleiro terminou considerado o 11º melhor futebolista europeu de 1957, na Bola de Ouro da France Football.[62] Naquela altura, seu reserva no clube, Vladimir Belyaev, também conseguia ser jogador da seleção soviética, acompanhando-o na Copa do Mundo FIFA de 1958,[63] para a qual a URSS buscou mesclar justamente a defesa do Dínamo com o ataque do rival Spartak;[64] em 1958, o rival venceu tanto a liga como a copa nacionais, sendo o Dínamo respectivamente vice-campeão e semifinalista.[65][66]

O quarto título soviético de Yashin se deu em 1959,[14] prevalecendo sobre o Lokomotiv Moscou, embora a campanha do Dínamo fosse fosse julgada já como sem o mesmo brilho técnico das anteriores;[67][68] a conquista deu-se precisamente em 1–1 em duelo direto com o Lokomotiv na rodada final.[69]

Àquela altura, países da Europa Oriental já vinham competindo da Liga dos Campeões da UEFA, mas ainda não os clubes soviéticos. Em janeiro de 1960, a possibilidade de ingresso da Federação de Futebol da União Soviética para a temporada 1960–61 foi considerada, o que permitira ao goleiro enfim participar do torneio; vitórias moscovitas em amistosos com Stade de Reims, Milan e Fiorentina, todos clubes finalistas da competição ao longo da década de 1950, reforçavam as credenciais para uma estreia.[70] Todavia, embora naqueles meses a própria seleção soviética em paralelo participasse das eliminatórias à edição inaugural da Eurocopa  bem como da própria Euro (da qual, com Yashin, terminaria campeã),[71] o entrave em relação aos clubes seguiria por mais alguns anos.[13]

Último título soviético

Yashin (de preto) e o Dínamo Moscou em jogo em Tallinn em 1960.

O Dínamo demoraria até 1963 para ser novamente campeão soviético, período em que as atuações de Yashin sobretudo pela seleção o fizeram ser regularmente colocado entre os melhores jogadores europeus - foi quinto colocado na Bola de Ouro da France Football por 1960,[72] ano em que venceu a primeira edição da Eurocopa,[73] e quarto por 1961,[74] quando foi decisivo em trabalhosa classificação nas eliminatórias da Copa do Mundo FIFA de 1962.[75] Naquele ano, embora o Dínamo avançasse à fase final do campeonato soviético,[76] viu o Torpedo Moscou acabar campeão tanto nele como da copa da URSS.[77]

Em 1962, o campeão foi o Spartak,[78] ano em que o Dínamo repercutiu no Brasil por vencer por 2–1 o Flamengo em amistoso em Moscou, no dia 1 de junho,[17] mesmo sem Yashin, que àquela altura estava já na América do Sul com sua seleção nos preparativos finais à Copa do Mundo de 1962: chegaram em 25 de maio a Arica.[79] A imagem ruim que o goleiro deixou no torneio faria com que ele, abalado psicologicamente, fosse poupado pelo Dínamo pelo restante do ano de 1962, como forma de proteção. Os bons resultados que o clube pôde obter sem ele permitiram uma volta gradual e sem atropelos até Yashin mostrar-se recuperado em 1963;[80] o time já era líder do certame soviético de 1963 quando, ainda sem Yashin e sim com Vladimir Belyaev no gol, foi derrotado em amistoso com o Fluminense em junho daquele ano.[81]

Seu novo treinador no Dínamo, Aleksandr Ponomaryov, chegaria até mesmo a libera-lo para exercer o hobby da pescaria.[80] E comentaria que "o fiasco chileno não foi para Yashin um trauma técnico, nem de perícia nem de preparação física. Foi psicológico e Yashin fará a todos esquecerem".[82] Com Yashin plenamente regressado, novo título já se projetava com várias partidas de antecedência: a dez rodadas do final, o Dínamo liderava por dois pontos mesmo tendo quatro jogos a menos que o Zenit Leningrado e um a menos que o Torpedo Moscou, os principais perseguidores.[83] Um empate em 1–1 com o Kairat garantiu a reconquista.[84] Na campanha, Yashin jogou em 27 das 38 partidas e nelas sofreu somente seis gols - sendo que um fora de pênalti e outros dois foram gols contra assinalados pelos próprios colegas.[85]

Depois de 1963, o Dínamo só voltaria a ser campeão nacional em 1976, ainda no campeonato soviético, não conseguindo vencer nenhum dos campeonato russos travados após a dissolução da União Soviética.[14] Contudo, naquela ocasião o clube, vencedor pela décima vez na liga, se distanciava como o maior vencedor do torneio até então.[85] Tal título e exibições consagradoras de Yashin pelo Resto do Mundo na "partida do século" e pela URSS nas eliminatórias à Eurocopa 1964 (defendendo um pênalti em empate conquistado em Roma contra a Itália) fizeram-no ser premiado com a Bola de Ouro de 1963;[80] também juraram, em janeiro de 1964, rumores noticiados até pela emissora estatal TASS de que o Peñarol tentaria contrata-lo, desmentidos pelo próprio goleiro.[86] A temporada soviética acabou menos frutífera, com seu clube finalizando apenas em sétimo no campeonato de 1964.[87]

Fã do futebol brasileiro e do goleiro Gilmar,[88] a quem pronunciava como "Guilmar",[89] em janeiro de 1965 obteve licença de seu governo para visitar o Brasil, escolhendo o Rio de Janeiro como destino. Convidado pelo Flamengo, o russo foi liberado pelos crivos alfandegários sem precisar de intérprete e sem ter pertences ou si próprio revistados, calhando de ser atendido por um funcionário flamenguista, que o teria humoradamente liberado com a justificativa "você é Flamengo. Basta".[90] Yashin passava as manhãs na praia e às tardes treinava com os goleiros do clube, onde também mantinha a forma.[12] Chegou até mesmo a vestir camisa com o distintivo flamenguista nesses treinos,[91] gerando expectativa de que fosse utilizado em algum jogo amistoso, por mais que, oficialmente, se evitasse na Gávea a pressão de impor ao convidado que jogasse.[89]

Últimos anos

Junto com Amadeo Carrizo em 1969, em excursão do Dínamo pela América do Sul. Ambos faleceram em 20 de março, separados por trinta anos.[92]

Na sequência do ano de 1965, o título soviético foi ganho pelo Torpedo Moscou, a tornar-se o primeiro clube do país a enfim participar da Liga dos Campeões da UEFA, para a temporada 1966–67.[13] Em 1966, o campeão foi o Dínamo de Kiev, sem que o de Moscou se aproximasse: o clube campeão fez 54 pontos, enquanto o vice SKA Rostov fez 47 e o 3º colocado foi o Netyanik Baku com 43 e o 4º, também com 43, fosse o Spartak Moscou.[93] Igor Chislenko chegou a ser reputado como o principal jogador do Dínamo moscovita naquele ano.[94]

Apesar da perda de continuidade nos títulos soviéticos, o Dínamo Moscou seguia na metade final da década de 1960 como a equipe soviética mais prestigiada em tentativas de criação de uma Superliga Europeia; foi a única do país convidada para reunião promovida em fevereiro de 1967 pelo príncipe Rainier III de Mônaco para a discussão de um campeonato apenas com os principais clubes da Europa já consolidados internacionalmente.[95] Outra proposta similar foi oferecida em 1969, com os Dínamos de Moscou e de Kiev sendo os times soviéticos levados em consideração para uma liga continental de vinte clubes, juntamente com duplas da Espanha (no caso, Real Madrid e Barcelona), Itália (Milan e Juventus), Escócia (Celtic e Rangers), um quinteto da Inglaterra (Arsenal, Chelsea, Manchester United, Leeds United e Liverpool) e um representante cada de Alemanha Ocidental (Bayern Munique), Áustria (Rapid Viena), Iugoslávia (Estrela Vermelha), Países Baixos (Ajax), Bélgica (Anderlecht, Portugal (Benfica) e Hungria (Ferencváros.[96]

No decorrer de 1967, o Dínamo Moscou, que venceu por 3–1 o Flamengo em 25 de maio,[17] voltou a disputar o título soviético, liderando o campeonato em setembro.[97][98] Em outubro, além de seguir isoladamente no topo da tabela da liga,[99] também dava passo largo nas semifinais da Copa da URSS ao vencer por 4–0 o Sokol Saratov.[100] Ainda era o líder no início de novembro.[101] Na reta final, contudo, foi alcançado pelo Dínamo de Kiev; estavam igualados à altura da 32ª rodada, naquele mesmo mês,[102] e seguiam dividindo a liderança a quatro rodadas do desfecho.[103] A equipe da Ucrânia, campeã em 1966, acabaria novamente vencedora do campeonato em 1967.[104] Yashin pôde vencer a Copa da URSS.[14]

O título da Copa da URSS classificou o Dínamo Moscou para a Recopa Europeia, na temporada 1968–69,[105] sendo uma das equipes mais credenciadas ao título.[106] Em tempos em que a Liga dos Campeões da UEFA admitia somente os vencedores dos campeonatos nacionais,[104] de modo que Yashin, campeão soviético pela última vez ainda em 1963,[14] acabou privado de disputa-la diante daquela ausência soviética até 1966 nessa competição,[13] a Recopa (torneio da UEFA que reunia os vencedores das copas nacionais) reluzia em importância.[104] Contudo, nem o goleiro e nem o Dínamo terminaram entrando em campo naquela Recopa: a Primavera de Praga bem como sua repressão pelo Pacto de Varsóvia fizeram a UEFA cautelosamente refazer a tabela inicial de seus dois torneios; no sorteio original, o Dínamo enfrentaria o Anderlecht,[107] mas a entidade deliberou pelo não-cruzamento entre times da Europa Ocidental e da Europa Oriental, definindo que o Dínamo passasse a enfrentar o representante da Alemanha Oriental, o Union Berlim.[108]

Em represália à interferência política, a Federação de Futebol da União Soviética ordenou a retirada tanto do Dínamo Kiev da Liga dos Campeões de 1968–69 como do Dínamo Moscou daquela Recopa,[109][110] e o Union Berlim similarmente retirou-se dela, em auto-eliminação mútua com os moscovitas.[111] Àquela altura, Yashin, já com 39 anos, conciliava-se como goleiro do time principal do Dínamo com o de treinador dos juvenis.[112]

Em 1968, o campeão soviético, pela terceira vez seguida, foi o Dínamo de Kiev.[104] Já o de Moscou voltou à América do Sul no início de 1969, disputando o Torneio Internacional de Santiago e outras partidas amistosas. No Peru, Yashin prognosticou que a seleção local "estará no Mundial do México, já que creio que seu futebol é superior ao da Argentina. O futebol argentino é forte, mas com poucas virtudes em contraposição ao peruano, que é habilidoso e técnico".[113] Meses depois, os peruanos, surpreendentemente, terminariam classificados às custas dos argentinos, eliminando-os em 31 de agosto em plena La Bombonera na única vez em que a Argentina deixou de ir a uma Copa do Mundo FIFA por desclassificação em campo.[114]

Em meio àquela nova viagem à América, Yashin e o Dínamo, por um ponto, foram vice-campeões do Torneio Internacional de Santiago,[115] onde empataram em 1–1 com o Corinthians[116] e venceram por 3–1 o San Lorenzo.[117] No mês seguinte, em torneio amistoso na Venezuela, o Dínamo venceu por 2–0 o Vasco da Gama graças a uma grande exibição do veterano Yashin, jogador mais aplaudido pelo público.[118]

Em agosto de 1970, o Dínamo Moscou venceu a Copa da URSS, triunfando por 2–1 na final com o Dínamo Tbilisi.[119] Seria o último título de Yashin,[14] cuja equipe em paralelo também liderava o campeonato soviético de 1970.[120] Naquele mesmo mês, no dia 25, Yashin e seu clube assombraram ao vencer o Barcelona por 5–0 em pleno Camp Nou, pelo Troféu Joan Gamper.[19] Além do placar, que teria sido por 8-0 não fosse a anulação de outros três gols, dois deles dos quais seriam claramente válidos,[121] o resultado foi chamativo por representar a primeira derrota do Barça pelo seu próprio troféu.[122] O jogo foi válido pelas semifinais e, a despeito daquele desempenho frente os catalães, 48 horas depois os russos perderam a decisão, por 2–1, para o Újpest.[123]

Em outubro de 1970, Yashin anunciou que jogaria somente até maio de 1971.[124] Naquele mesmo mês, lesionou um pulso em um treinamento e afastou-se.[125] Em novembro, seu Dínamo seguia liderando o campeonato soviético, no qual restavam duas rodadas, estando dois pontos acima do CSKA Moscou.[126] Contudo, o CSKA conseguiu igualar-se na liderança e forçar dois jogos extras, na neutra Tashkent.[127] Yashin já havia cedido a posição ao jovem Vladimir Pilguy e das arquibancadas acompanhou o desfecho:[128] o primeiro jogo terminou em 0-0 e no segundo o adversário conseguiu recordada vitória de virada por 4-3 após estar perdendo por 3–1,[129] em 6 de dezembro.[130]

O título da Copa da URSS de 1970, por sua vez, havia classificado o Dínamo à Recopa Europeia de 1971–72.[119] Yashin, uma vez mais, não jogaria um torneio da UEFA: desde fevereiro de 1971 foi realocado no Dínamo para o cargo de gerente.[131] Curiosamente, o Dínamo acabou chegando à final daquela Recopa, embora terminasse no vice-campeonato para o Rangers.[132] Contudo, sem Yashin o clube entrou rapidamente em decadência nos anos seguintes, vencendo somente uma vez mais o campeonato soviético, duas Copas da URSS e uma única Copa da Rússia (ainda em 1995),[133] passando o principal Clássico Soviético a travar-se entre Spartak Moscou e o Dínamo de Kiev;[134] na ocasião da dissolução da União Soviética, tais clubes já haviam se tornado os dois maiores vencedores da liga,[104] primazia que era do Dínamo Moscou na ocasião da última vez que Yashin a vencera, em 1963.[85]

Seleções Nacionais

Yashin representou a Seleção Soviética nas Copas do Mundo FIFA de 1958, 1962, 1966 e 1970, sendo o único jogador do país a ter disputado quatro Copas, embora tenha jogado apenas as três primeiras; na última, quando já tinha 40 anos, foi como reserva de Anzor Kavazashvili, seu suplente no mundial de 1966 – na Copa em que Yashin ajudou a levar sua equipe ao quarto lugar, a melhor colocação do país na história do torneio.

Pelo fato da Seleção render mais imagem internacional do que o Dínamo, boa parte do mito em torno de Yashin deve-se às suas exibições pela União Soviética, notadamente as realizadas nas Copas. Ele também conseguiu duas das três premiações soviéticas no futebol em seleções principais: a medalha de ouro nas Olimpíadas de 1956 e na Copa das Nações Europeias de 1960. Carismático, era o modelo de pessoa para os dirigentes do Partido Comunista, do qual era membro.[135] Em sua estreia pela seleção, a URSS venceu por 7-0 a Suécia, em 1954, e seu segundo jogo foi um empate em 1–1 com a Hungria, então a seleção mais forte da Europa a despeito de ter sido vice da Copa do Mundo daquele ano — o duelo ocorreu já após o Mundial.[136]

Ascensão: ouro olímpico em 1956 e boa Copa em 1958

Já não era um estranho para o mundo do futebol quando conseguiu o ouro olímpico nos Jogos Olímpicos de 1956, ainda que o amadorismo de fachada das seleções comunistas relativizassem ao restante do mundo os reais méritos delas entre 1952 e 1980, quando as Olimpíadas não admitiam futebolistas formalmente profissionais.[137] Mesmo nesse contexto, Yashin foi elogiado até em derrota ocorrida pouco depois do ouro, em outubro de 1956: a França venceu por 2–1 em Paris. "Do campo russo, devemos particularmente citar o magnífico trabalho do guarda-valas Yashin, que foi apresentado como o melhor do mundo, cujo estilo e segurança nas paradas chamaram realmente a atenção de todos" foi a ressalva do Mundo Deportivo ao revés soviético.[138] Naquele ano, a revista France Football entregou pela primeira vez a Bola de Ouro, tendo Yashin figurado em quarto lugar na votação ganha por Stanley Matthews.[89]

Para a URSS, as eliminatórias da Copa do Mundo FIFA de 1958 foram reduzidas a um mata-mata contra a Polônia; sem critério instantâneo de desempate, acabaram sendo necessárias três partidas, todas dentro da Cortina de Ferro: 3–0 em Moscou, derrota de 2–1 em Chorzów e vitória de 2–1 na neutra Leipzig, na Alemanha Oriental.[139] Yashin, já noticiado como o melhor goleiro do Europa e do mundo,[140] ainda assim só alcançou maior reconhecimento internacional a partir propriamente do Mundial da Suéica, embora já causasse furor na Europa Ocidental desde amistoso preparativo com a Inglaterra — um 1–1 em Moscou em maio de 1958,[14] no qual o resultado justo teria sido uma vitória inglesa.[141] Ali, em determinado momento, Yashin estava a dezessete metros do próprio gol e ainda assim ousou driblar o adversário Bobby Robson ao invés de afastar a bola para longe.[142]

As duas seleções se reencontraram na própria estreia de ambas naquela Copa. Mesmo com a URSS permitindo um empate em 2–2 após ter aberto 2–0 no marcador, já foi apontado como o melhor dos soviéticos em campo.[143] No segundo jogo da primeira fase, contra a Áustria, terceira colocada na Copa anterior, demonstrou pela primeira vez ao Ocidente uma de suas principais habilidades características: defendeu um pênalti sem dar rebote, e os soviéticos terminaram vencendo por 2–0.[144] Mesmo no pandemônio que tomou conta da defesa soviética no jogo seguinte, quando foi a primeira do mundo a enfrentar juntamente Pelé e Garrincha, o goleiro salvou-se, levando apenas dois gols,[145] em tarde na qual a URSS foi qualificada como "impotente" diante da "clara superioridade" brasileira.[146] Os mesmos adversários posteriormente marcariam cinco contra a mais respeitada França e a anfitriã Suécia, recordando-se que em mesmo "Pelé e Vavá ficaram boquiabertos ante o valor e a precisão de Yashin".[28]

Valentina Yashina, viúva do goleiro, contaria em 2005 que "acho que fui a primeira a conhecer Pelé entre os torcedores do nosso país. E antes mesmo de se tornar uma estrela do futebol mundial. Isso foi em 1958. O tempo estava se esgotando: os turistas chegaram para a parte final do campeonato, mas nossa equipe não conseguiu chegar e já se preparava para voltar para casa. Lev me encontrou na calçada em frente ao hotel, mas me conduziu não pela entrada principal, mas por algum motivo pela lateral, pela entrada de serviço. Quase todo mundo me conhecia de vista, havia piadas e provocações. Neste momento, um menino negro ágil está pulando escada acima - tão pequeno que mal chega à altura do peito de Yashin. Lev o desacelerou com a mão atrás do pescoço - ele não ficou nem um pouco indignado com tamanha falta de cerimônia, pelo contrário, abriu um sorriso. E Yashin me disse: 'conheça Valentina. Esse é Pelé. Você verá, ele logo se tornará um jogador de futebol como o mundo nunca conheceu antes. Pelé, segundo ele, adivinhou na hora que eu era esposa de Yashin. E ele também entendeu o significado da frase que Lev pronunciou e, portanto, sorriu não apenas por educação. A propósito, eu estava convencido com meus próprios olhos de que Lev tinha uma habilidade incrível de se relacionar com pessoas de qualquer país do mundo. Não conhecia outro idioma além do russo, mas sempre conseguia se explicar com um sorriso, olhos, gestos".[36] Chegaram a ter um reencontro na Copa das Confederações FIFA de 2017,[147] ano em que ela brincou com os aniversários de ambos, com um dia de diferença: "eu sempre soube que eles faziam aniversário perto um do outro. Vou dizer o que o Lev costumava dizer nessas datas: saúde, saúde e saúde, porque o resto dá para comprar".[148]

Após o jogo contra os brasileiros, a URSS teve de jogar um play-off contra a Inglaterra para decidir a vaga para os mata-matas. Yashin foi a grande figura do jogo ao segurar a pressão inglesa após o gol soviético, o único da partida. Seria este desempenho, precisamente, que o começaria a celebrizá-lo entre os inventores do futebol e os ocidentais em geral.[149] Todavia, o jogo extra cansou os soviéticos, que não tiveram muita força para deter a anfitriã Suécia na próxima partida, pelas quartas de final.[150] Embora o prêmio de melhor goleiro daquela Copa acabasse entregue a Harry Gregg, sobrevivente do desastre aéreo de Munique que soube protagonizar o avanço da Irlanda do Norte às quartas-de-final,[151] o desempenho de Yashin na Suécia o fez ser reconhecido pelos próprios espanhóis como "o sucessor de Ricardo Zamora", nos seguintes dizeres do Mundo Deportivo de 27 de junho de 1958:[8]

Em 1983, Yashin viria a declarar à revista argentina El Gráfico que, das quatro Copas do Mundo de que participou, sua preferida fora mesmo 1958: "participei em quatro Copas, e sempre digo que minha preferida foi a primeira, a da Suécia, porque a União Soviética jogou contra a Inglaterra e Brasil. Eram dois rivais formidáveis, poderosos. Isto é que brinda um atrativo especial a um futebolista. Deve ser por isso que guardo uma lembrança especial pelo Mundial da Suécia". Na mesma entrevista, classificou Pelé como o maior jogador que vira: "foi excepcional, fora de toda regra, manual ou tipo padrão. Não se podia prever o que estava maquinando, inventava sobre a marcha, e isso fez que fosse o maior. Até agora não vi ninguém que se assemelhe".[152]

Título da Euro em 1960

Salvando arremate de José Sanfilippo na vitória sobre a Argentina em 1961, dentro do Monumental de Núñez

Dois anos depois do Mundial de 1958, realizou-se a primeira Copa das Nações Europeias (Eurocopa). A União Soviética conseguiu um lugar entre as quatro seleções que decidiram em Paris a fase final do torneio. Na semifinal, contra a Tchecoslováquia, Yashin teve atuação descrita como "excepcional".[71] E a Copa das Nações Europeias de 1960 terminaria nas mãos dos vermelhos após trabalhosa vitória na prorrogação contra a Iugoslávia, em julho: o adversário atacou mais,[153] mas Yashin defendeu muito, aparecendo em especial ao salvar duas tentativas adversárias em cobranças de falta sem oferecer rebotes.[71]

Os iugoslavos puderam abrir o placar, que estaria maior se, com o jogo ainda sem gols, Milan Galić (ele próprio o autor do gol) não desperdiçara chance frente a frente com o goleiro.[71] Os soviéticos conseguiram os dois gols da vitória de virada em contra-ataques; Slava Metreveli igualou no início do segundo tempo e Yashin cumpriu jornada descrita como "exemplar" para forçar uma prorrogação.[73] No primeiro tempo extra, reluziu em especial ao recuperar-se em cobrança de falta na qual a Iugoslávia buscou surpreende-lo com um tiro direto ao invés de um lançamento, e também ao defender sem oferecer rebote um arremate de Galić no meio da área soviética.[71]

Já no segundo tempo extra, Viktor Ponedelnik marcou o gol da virada,[73] fazendo os adversários perderem a cabeça: o próprio Ponedelnik saiu da partida direto para um hospital, com suspeita de fratura na costela, e o meio-campista Igor Chislenko levou doze pontos em corte no supercílio.[153] Na crítica do Mundo Deportivo, a derrota iugoslava foi "injusta", não vencendo "porque guardava a portaria russa o gigante Yashin".[154] De acordo com o jornal, a URSS era mais "atlética" do que "futebolística", sendo o goleiro "o único que se aparta dessa linha disciplinada, pragmática e de eslava monotonia que constitui o onze soviético".[155]

Com efeito, em agosto de 1960 Yashin foi o único soviético escalado pela revista France Football para o time ideal do mundo na temporada 1959-60: ele, Djalma Santos, Bellini e Nilton Santos, József Bozsik, Nils Liedholm, Raymond Kopa e Pelé; Garrincha, Alfredo Di Stéfano e Francisco Gento.[156] A mesma revista, na Bola de Ouro, considerou o goleiro como o quinto melhor jogador europeu da temporada, com 28 pontos, quatro a menos que Di Stéfano (quarto colocado). Os três primeiros foram Luis Suárez (54), Puskás (37) e Uwe Seeler (35).[72]

Em meio às comemorações dos soviéticos no restaurante da Torre Eiffel, o Real Madrid, por intermédio do seu presidente Santiago Bernabéu em pessoa, tentou a contratação de Yashin. Bernabéu teria oferecido propostas financeiras a todos, mas para Yashin ofereceu um cheque em branco, por considera-lo incalculável de valor.[21] O auge da Guerra Fria, todavia, inviabilizava qualquer possibilidade de transferência de Yashin; somente em 1980 ocorreria a primeira contratação ocidental de um futebolista soviético, a de Anatoliy Zinchenko pelo Rapid Viena,[157] só concretizada também com a contrapartida do clube introduzir ao contratado metodologias de treinamento para favorecer-lhe como potencial treinador de times soviéticos.[158] E a segunda contratação tardaria até 1987, já favorecida pela Perestroika, quando Sergey Shavlo também rumou ao Rapid.[157] Ainda assim, eram negociações possibilitadas também pelo declínio dos que saíam,[159] assim como a terceira, de Oleg Blokhin, que no início de 1988 foi autorizado a jogar na segunda divisão austríaca,[157] anos depois que viu-se impossibilitado de aceitar propostas do mesmo Real Madrid e também do Bayern Munique,[160] Barcelona, Atlético de Madrid,[161] Juventus e Milan.[162]

Yashin, em 1960, também foi premiado com a Ordem de Lenin, mais alta condecoração soviética.[28] Em 1961, foi estrela de vitória soviética sobre a Argentina por 2–1 dentro do Monumental de Núñez; a mídia argentina reconheceu na ocasião que Yashin fora determinante como poucos goleiros já vistos, tendo a URSS sofrido gol somente depois que ele, lesionado, precisara ser substituído.[163] Foi a primeira vez em que a Argentina foi derrotada em casa por uma seleção europeia, e o resultado foi considerado justa pela revista local El Gráfico diante de uma equipe "com menos valores e menor poder de criação espontânea", mas a contar com "um goleiro de estupendas concepções no jogo de campo". A crônica pós-jogo teceu a seguinte análise sobre o goleiro:[164]

Na classificação nas eliminatórias, foi decisivo na classificação, em confronto direto contra a Turquia em Istambul; sua experiência e frieza foram fundamentais para segurar o selecionado soviético após os turcos empatarem a partida seis minutos após o gol da URSS, que tinha a vantagem do empate e sofreu pressão até os cinco minutos do fim, quando conseguiu marcar seu segundo gol e vencer o jogo.[75] Na Bola de Ouro de 1961, o goleiro inclusive acabou quarto colocado, abaixo de Omar Sívori, Luis Suárez e Johnny Haynes.[74]

Reputação em dúvida após a Copa de 1962

Em abril de 1962, Yashin e a União Soviética golearam o Uruguai por 5–0 em Moscou,[14][165] em amistoso preparativo à Copa do Mundo no Chile. Na sequência, a URSS viajou antecipadamente à América do Sul, chegando a realizar em maio um amistoso com o América de Cali,[79] um 0–0 na Colômbia. Dois dias após o pontapé inicial do Mundial, a diplomacia dos Estados Unidos chegou a patrocinar uma visita do músico Louis Armstrong ao Chile, sede da torneio, para conter alguma euforia chilena com a delegação soviética - em um contexto de paranoia extrema na Guerra Fria que, em meses, desembocaria na crise dos mísseis de Cuba.[166]

Apesar da preocupação que despertava inclusive politicamente, Yashin deixaria no Mundial uma impressão das mais negativas: apesar da boa estreia contra a Iugoslávia, onde os lances da URSS bons (os dois gols e as defesas de seu goleiro) e ruins (a fratura de Yeduard Dubins'kyi em meio à violência adversária) foram bastante similares às da decisão da Eurocopa dois anos antes,[153] seu mito se abalara primeiramente no duelo com a Colômbia. A União Soviética vencia por 4–1, os três primeiros gols obtidos em três minutos no primeiro tempo, mas inesperadamente sofreu o empate.[167] Aos 22 minutos do segundo tempo, os colombianos conseguiram um gol olímpico que passou entre a trave e o defensor Givi Chokheli, originando discussões que desestabilizaram todo o time soviético, que em dez minutos permitiu a igualdade em 4–4.[167] Foi uma das raríssimas vezes em que Yashin sofreu mais de dois gols em um único jogo de seleção;[27] isto ocorreu em outras duas vezes, ambas contra a Áustria, que venceu por 3–1 em Viena em 4 de setembro de 1960 e foi derrotada por 4–3 em Moscou em 11 de junho de 1967.[14]

Por outro lado, aquele surpreendente resultado contra a Colômbia também se atribuiu a uma arbitragem imparcial: o juiz, João Etzel Filho, era um brasileiro de origem húngara e admitiria ter prejudicado propositalmente os soviéticos, como retaliação pessoal à repressão do Pacto da Varsóvia à Revolução Húngara de 1956.[168] O empate obrigou a URSS a se submeter novamente a um jogo extra, contra o Uruguai (vencido por 2–1).[167]

Na sequência da Copa, contudo, o país disputou seu primeiro mata-mata novamente contra o anfitrião, tal como em 1958. No duelo contra os chilenos, Yashin verdadeiramente falhou, na derrota por 2–0: no primeiro gol, esperou uma cobrança de falta adversária em dois toques (o que não seria o caso, pois o lance que a originara tinha sido uma obstrução) e acabou não se mexendo diante do único chute, observando a bola entrar em seu ângulo esquerdo.[169] A outra ocorreu apenas um minuto depois do gol de empate soviético, em que ele chegou atrasado em um chute rasteiro de fora da área.[169]

Yashin foi prontamente defendido pelo treinador: "apesar dos 32 anos, não acabou ainda de nos assombrar. Ainda está distante o dia de seu retiro. Seja como for, Yashin ficará na história do futebol como um dos maiores goleiros que o mundo conheceu".[28] Mesmo assim, o goleiro chegou a ficar quase um ano sem jogar pela URSS: após aquele jogo contra o Chile, em 10 de junho de 1962, voltaria a defender a URSS somente em 22 de maio de 1963, contra a Suécia.[14] Não obstante, foi figura ausente de jogo ocorrido outros quatro dias mais tarde, um curioso duelo contra o Flamengo — no qual o goleiro soviético foi Vladimir Maslachenko no empate em 0–0 em Moscou.[170]

Seu colega Albert Shesternyov, estabelecido na década de 1970 como o recordista de jogos pela seleção soviética,[171] relembraria em 1971 sobre aquela situação: "na vida de Yashin, não houve só momentos de glória: houve também os de crise. Um deles, o mais grave, se produziu no Chile, durante a Copa do Mundo. Yashin tinha então 33 anos. Que força de ânimo, que confiança era necessária para continuar jogando e chegar a ser o melhor goleiro do mundo! Para alcançar semelhante resultado, para Yashin não bastava realmente responder segundo seu nível habitual; era indispensável que, aos seus 33 anos, encontrasse em si mesmo a força necessária para realizar um salto qualitativo".[172]

A volta do Aranha Negra: Bola de Ouro de 1963

Em 1965, Yashin, de férias no Rio de Janeiro, contou ao Jornal dos Sports sobre as razões que o levaram a trajar-se todo de preto, decisão tomada havia dez anos, e a única ocasião em que excepcionalmente usou outras cores — por ter sido a ocasião especial de Inglaterra contra Resto do Mundo, em 1963,[37] na qual jogou o preto no calção e nas meias foi acompanhado por uma camisa amarela:[173]

Apesar do insucesso na Copa do Mundo FIFA de 1962, Yashin manteve renome o suficiente para ser o escolhido para defender no ano seguinte o gol da primeira vez em que foi reunida a seleção do Resto do Mundo, para o centenário da Associação de Futebol da Inglaterra. Foi o titular e o referido Šoškić, seu reserva, em outubro de 1963 em Wembley.[173] Dado o ineditismo da seleção do Resto do Mundo, a partida recebeu atenção especial,[14] chegando a ser rotulada como "o jogo do século".[80] E, em meio a estrelas como Alfredo Di Stéfano, Ferenc Puskás, Eusébio e Raymond Kopa, Yashin foi quem mais se destacou,[14] sem sofrer gols até dar lugar ao reserva;[80] em suas intervenções, agarrava com força a bola, sem oferecer rebotes.[80] Na defesa mais famosa, o adversário Bobby Smith já agitava os braços para comemorar gol em cabeceio seu e a plateia igualmente preparava-se para gritar, ficando então muda para logo render aplausos ao soviético.[174]

O jogo permaneceu 0-0 até o Resto do Mundo abrir o placar já no minuto 70. Contudo, os ingleses viraram rapidamente, com gols nos minutos 83 e 87.[80] Yashin seguia classificando à altura de 1967 aquela como sua partida favorita na vida.[29] Sua viúva, Valentina Timofeyevna Yashina, relembraria o contexto:[80]

No mês seguinte ao "jogo do século", Yashin reforçou o prestígio também ao aproximar a URSS bastante da classificação à Eurocopa 1964.[80] Dentro de Roma, os soviéticos empataram em 1–1 com a Itália, tendo o goleiro defendido aos 12 minutos do segundo tempo um pênalti, cobrado por Sandro Mazzola. Apenas no penúltimo minuto a Azzurra obteve o gol do empate no Olímpico de Roma, resultado que permitiu aos visitantes avançar à fase seguinte das eliminatórias.[175] Essas duas partidas pesariam preponderantemente para que Yashin, que em novembro também recuperou título que não vinha desde 1959 para o seu Dínamo Moscou,[14][85] fosse anunciado em dezembro como o vencedor da Bola de Ouro da France Football por 1963.[80]

Na Bola de Ouro, Yashin obteve em peso os votos dos países comunistas, mas foi o escolhido também pelos jurados da Alemanha Ocidental,[176] cuja revista Kicker declararia-se "convencida da alta classe de Yashin na Eurocopa em Paris", mas que o que o goleiro mostrara "em Londres foi além de elogios";[80] França, Portugal, Grécia e Luxemburgo. Mesmo os representantes da Itália no júri, que preferiram Jimmy Greaves como primeiro colocado, colocaram em segundo o goleiro - tendo Gianni Rivera sido colocado apenas em quinto lugar na avaliação dos eleitores do próprio país,[176] embora houvesse liderado naquele mesmo ano o primeiro título do Milan e do futebol italiano na Liga dos Campeões da UEFA.[177]

Aquela conquista europeia do Milan vinha fazendo de Rivera (que terminou como segundo colocado na apuração geral) o favorito, pesando contra si precisamente aquela eliminação da Itália em Roma para a URSS de Yashin nas eliminatórias da Euro.[174] Ao fim, o goleiro recebeu 73 pontos contra 56 do italiano e 51 de Greaves, o terceiro colocado.[176] De outro lado, a própria France Footballl reconheceria em 2015 que o prêmio por 1963 teria sido dado a Pelé caso a votação já abrangasse futebolistas que não atuavam na Europa,[178] tendo Pelé naquele mesmo ano sido campeão brasileiro, da Libertadores da América e do Mundial Interclubes, além de acumular 51 gols em 36 partidas oficiais pelo Santos.[179]

Por décadas, Yashin, então com 34 anos, foi o segundo jogador mais velho contemplado com a Bola de Ouro, abaixo somente do vencedor inaugural, Stanley Matthews, que já tinha 41 anos e dez meses em 1956. Em 2021, o russo foi superado pelos 35 anos de Lionel Messi, a vencer também aos 36 anos de idade, por 2022.[180] Acerca do prêmio de 1983, Yashin, modestamente, afirmava que o referido Vladimir Beara seria o verdadeiro melhor goleiro europeu daquele momento.[21]

Vice na Euro 1964 e campanha semifinalista na Copa 1966

Lev Yashin em 1966

A classificação à Euro - então restrita a quatro seleções - ainda demorou até o próprio ano de 1964, obtendo-se diante a Suécia, após empate em 1–1 no Råsunda e triunfo de 3–1 em Moscou,[181] partida esta realizada já em 27 de maio.[182] Foi precisamente antes do pontapé inicial do jogo em Moscou contra os suecos que Yashin, diante de 100 mil espectadores no estádio Lênin, recebeu de representantes da revista France Football a Bola de Ouro válida por 1963.[181]

Na Euro, a URSS ficou no vice-campeonato para a anfitriã Espanha, vencedora por 2–1. O primeiro gol atribuiu-se falha a um lateral soviético, que propiciou que Jesús Pereda recebesse livremente assistência de Luis Suárez e arrematasse sem que Yashin possuísse chance de intervenção.[183] O empate veio dois minutos depois e a partida permanecia em igualdade até os oito minutos finais, quando ocorreu o segundo gol espanhol, creditado a um cabeceio "esplêndido" de Marcelino.[184] Nos vestiários, Yashin declarou ter sido um resultado justo: "A Espanha mereceu a vitória; atuou com muita decisão em todo momento e fazem isso com uma velocidade endiabrada. Todos me agradaram muito. Os gols que me marcaram? Creio que o primeiro foi por falha de minha defesa; do segundo, não tenho nada que opor: um grande tento".[185]

No mesmo ano, realizaram-se as Olimpíadas de 1964 e, apesar de favorito para vencer no futebol, o país não participou.[186] Já a classificação à Copa do Mundo FIFA de 1966 foi obtida sem maiores problemas e Yashin acabou entre os votados à Bola de Ouro de 1965, mesmo que em 13º lugar.[187] Na primeira fase da Copa, o veterano, longe da melhor condição física,[94] só foi titular na vitória contra a Itália.[188] Ainda assim, se tornou naquela ocasião o único soviético a jogar uma terceira Copa do Mundo.[189]

Já com 37 anos, foi poupado do jogo contra a Coreia do Norte, a estreia,[190] e contra o Chile, pois os soviéticos já estavam classificados,[191] dando seu lugar ao reserva Anzor Kavazashvili. Nas quartas de final, contra a Hungria, voltou ao gol e a angariar imponência, ao ser o personagem do jogo, fazendo meia dúzia de defesas antológicas - voltando a ser o Aranha Negra também nas Copas.[192]

A União Soviética caiu na partida seguinte, a semifinal contra a Alemanha Ocidental. No gol de Helmut Haller, sofreu inesperado gol sob pouco ângulo e, no de Franz Beckenbauer, acabou atrapalhado com companheiros lhe obstruindo a visão do líbero,[14] que acertou um lindo chute de fora da área, balançando o ângulo esquerdo de Yashin.[193] Perderia também o terceiro lugar, para Portugal.[194] Eusébio marcou um gol de pênalti, sobre o qual Yashin relataria que "enquanto jogava com ele pela Seleção Europeia, em Split, contra a Seleção Iugoslava, percebi que seu tiro preferido era sob o lado direito do goleiro. E aqui, na Copa, ele acertou três pênaltis antes de nos encontrara - e todos no mesmo lado. Eu tinha o direito de pensar que ele não mudaria de hábito num momento tão crucial e me preparei para isso. No entanto, revelou-se impossível fazer qualquer coisa: o golpe foi muito certeiro e forte".[14]

A URSS empatou ainda no primeiro tempo, com Eduard Malofeyev, mas os portugueses obtiveram o gol da vitória aos 44 minutos do segundo,[194] assim descrito por Yashin: "depois de um curto cruzamento perto de marca do pênalti, houve uma luta aérea entre Korneyev e Augusto. Augusto pulou um pouco mais alto e mais cedo e jogou a bola para o lado. Torresque por acaso estava por perto, chutou com força em movimento por baixo da trave e sem interferência. Era impossível, na minha opinião, salvar a situação".[14] Embora a premiação oficial de melhor goleiro fosse dada ao campeão Gordon Banks,[195] para o Jornal do Brasil o melhor da Copa na posição teria sido Yashin.[23]

Yashin, à beira dos quarenta anos e da aposentadoria, realizou ainda em 1967 o que terminou sendo sua última partida pela Seleção Soviética,[136] um 4–0 sobre a Grécia pelas eliminatórias à Eurocopa 1968.[14] Sendo raríssimas vezes vazado mais de duas vezes,[27] terminou sua trajetória nela com menos gols sofridos do que partidas realizadas: foram 72 gols tomados em 74 jogos oficiais.[136]

Esperava-se que ele disputasse o futebol nos Jogos Olímpicos de Verão de 1968,[11] mas a FIFA e a Federação de Futebol da União Soviética pactuaram ainda em 1967 acordo pelo qual só jogariam as Olimpíadas futebolistas soviéticos que não houvessem ainda disputado partidas internacionais.[13] Ao final, a seleção da URSS acabou não disputando os Jogos.[137] Embora ausente também da Euro 1968, naquele ano o goleiro ainda entrou em campo pela seleção do Resto do Mundo. Foi em outra ocasião especial, na qual pela primeira vez o selecionado da FIFA realizou uma partida fora das Ilhas Britânicas,[112] visitando o Brasil, que comemorava os dez anos do título mundial de 1958. O ineditismo chegou a ser enaltecido na época pelo Jornal dos Sports como equiparável justamente a sediar uma Copa do Mundo: "vai ser uma festa como não houve outra no Rio — perdemos a oportunidade de 1950".[196]

O Brasil venceu por 2–1 em 6 de novembro, com Rivellino abrindo o placar aos 3 minutos. No lance, "fuzilou o goleiro Yashin, sem apelação. Tudo numa fração de segundo", na descrição do Correio da Manhã. Rievellino também marcou outro gol, mas um impedimento de Natal invalidou o lance, igualmente um petardo, aos 25 minutos.[197] Dois meses depois, ao reencontrar Yashin no Torneio Internacional de Santiago em janeiro de 1969, Rivellino ouviu atentamente do russo: "houve o jogo contra a seleção da FIFA e eu joguei contra você. Você tem um grande futuro pela frente. Você é um jogador muito perigoso para os goleiros. Aquele segundo gol que marcou em mim foi uma beleza. Deveria valer. Entretanto, talvez lhe falte um pouco mais de experiência, de continuidade de jogo. Mas os anos lhe darão isso. Vou lhe dar um conselho que julgo muito importante: jamais acredite que sabe tudo. A cada dia há sempre alguma coisa a aprender".[198]

O Resto do Mundo empatara ainda no primeiro tempo, e o goleiro, na análise do Correio da Manhã, "provou sua categoria" quando espalmou para escanteio "numa só defesa" um chute de Paulo Cézar. O segundo gol brasileiro (de Tostão) deu-se no segundo tempo, quando o goleiro da seleção mundial já era Ladislao Mazurkiewicz.[197] Já a seleção soviética via em Yevhen Rudakov um novo astro astro na posição de Yashin.[199] Rudakov seria um dos ícones da ascensão do Dínamo de Kiev como máximo campeão soviético,[104] Contudo, ele lesionou-se pouco antes da Copa do Mundo FIFA de 1970.[200] Yashin acabou então convocado ao Mundial, ainda que para ser reserva de Anzor Kavazashvili.[201]

No México, acabou portando-se como porta voz informal do elenco soviético, como membro mais prestigiado da delegação. Chegou a gerar expectativa de que atuasse contra a Bélgica, na segunda rodada;[202] Kavazashvili, embora reconhecidamente bom, tivera na estreia uma atuação marcada por saídas equivocadas do gol, no 0-0 com o anfitrião México.[203] A possibilidade de Yashin jogar também propiciaria também uma despedida sua em Copas. Àquela altura, Ángel Labruna detinha o recorde de jogador mais velho a disputar a competição, por ter atuado aos 39 anos e oito meses em 1958.[204] Yashin, por sua vez, tinha 41 anos incompletos em maio de 1970.[199]

Contudo, dores musculares sentidas em uma das pernas inviabilizaram que Yashin entrasse em campo, sendo noticiada a tristeza que os colegas sentiram pela indisponibilidade física do ídolo.[202] O concorrente Kavazashvili, a ter uma atuação "inspirada" no triunfo de 4–1 contra os belgas,[205] seguiria assim na titularidade até a eliminação nos mata-matas, frente o Uruguai.[206] A marca de Labruna viria a ser batida primeiramente por Pat Jennings, que entrou em campo no dia do próprio aniversário de 41 anos, na Copa do Mundo FIFA de 1986.[204][207][208]

Oficialmente, a última partida de Yashin pela URSS ocorreu em 1967,[136] mas ele ainda a defenderia em um jogo festivo de despedida em 27 de maio de 1971, contra o Resto do Mundo (um empate em 2-2), precisamente na terceira partida da história dessa outra seleção.[209]

Pós-aposentadoria, morte e legado

Yashin em 1983.

Yashin se aposentou com 42 anos, em 1971. Em 1983, refletiu que "já era o momento. Depois dos impulsos juvenis, no goleiro vem um período de acúmulo de experiências, de sabedoria e em especial um aprofundamento do conhecimento dos adversários. Isso se consegue ao redor dos 25 anos. Mas a melhor etapa começa somente nos 30".[152]

Passou a treinar equipes juvenis e trabalhar como professor de educação física, além de ter participado das comissões técnicas do Dínamo e da Seleção Soviética. Em 1981, assumiu como vice-presidente da Federação de Futebol da União Soviética.[34] A partir daquela década, porém, começou a enfrentar uma sequência de problemas de saúde.[12] em 1982, sofreu uma hemorragia intracerebral que chegou a deixar com paralisia facial por um tempo, tendo se recuperado,[210] a ponto de em 1983 ser convidado ao jogo de despedida de Dino Zoff.[211] Naquele mesmo ano, trabalhava normalmente, como vice-diretor do Departamento de Futebol no Ministério de Esportes da URSS.[152]

Contudo, em 1984, precisou amputar uma perna em função de um problema circulatório,[12] sentido enquanto participava na Hungria de uma partida de veteranos entre húngaros e soviéticos,[211] precisando inclusive voltar urgentemente à URSS para a cirurgia.[210] Recordando em 2005 aquele momento, sua viúva Valentina Yashina descreveu-o assim: "foi uma desgraça terrível, uma desgraça para ele e para todos , mas não uma tragédia. Foi isso que eu disse ao próprio Lev quando nos encontramos na unidade de terapia intensiva do hospital, na manhã seguinte à operação. Ele estava reclinado em uma espreguiçadeira, ainda se recuperando da anestesia. Mas ele já estava ciente do que estava acontecendo. Ele me viu, chorou e gesticulou: isso é o que sou agora. Inclinei-me para ele, beijei-o em sua bochecha molhada e sussurrei em seu ouvido: 'Lev, eu sei o quanto você está dolorido agora e como você se sente mal em sua alma. Mas no final, eles não cortaram toda a sua perna. O principal é que você continue sendo um homem, assim como era. E eu ainda vou te amar!'. Bem, eu disse isso a ele e ele de repente riu - em meio às lágrimas".[36]

Após a amputação, pôde caminhar, ainda que com ajuda de prótese e bengala.[211] Em 1986, teve um acidente vascular cerebral.[12] Também em 1986, trinta anos depois de obter a medalha de ouro no futebol nos Jogos Olímpicos de Verão de 1956, foi condecorado com a Ordem Olímpica pelo Comitê Olímpico Internacional, pelos serviços prestados; em 1988, a FIFA lhe outorgou com a [[Ordem de Mérito da FIFA]Ordem de Mérito]].[14] Em agosto de 1989, pelos 60 anos de Yashin, realizou-se um jogo festivo de veteranos do Dínamo Moscou contra uma seleção de veteranos do Resto do Mundo, que no empate em 2-2 escalou Franz Beckenbauer, Carlos Alberto Torres, Bobby Charlton, Eusébio, Karl-Heinz Rummenigge, Johnny Rep e Oleg Blokhin, dentre outros.[212] Foi sua última aparição pública.[14]

Sofrendo de câncer de estômago, Yashin recebeu no início de março de 1990, na fase terminal da doença, a condecoração de Herói do Trabalho Socialista.[213] Faleceu ao fim daquele mesmo mês, vitimado pela doença,[210] passando desde então a nomear a escolinha do Dínamo Moscou.[14] Em 1994, quatro anos após sua morte, a FIFA batizou com o seu nome o prêmio dado oficialmente ao melhor goleiro de um Mundial. O Troféu Lev Yashin seria posteriormente renomeado para Luva de Ouro. No mesmo ano foi escolhido para a equipe de todos os tempos da Copa do Mundo FIFA. Em 1997, um monumento a Yashin foi aberto no estádio Lujniki.[14]

Presente na Seleção de Futebol do Século XX,[214] em uma eleição realizada em 1998 pela FIFA, Yashin foi escolhido o melhor goleiro do século XX. Em 2000, dez anos após a morte do goleiro, foi aberto no estádio do Dínamo Moscou um memorial ao ídolo.[14]

Em 2002 foi escolhido no FIFA Dream Team da história das Copas do Mundo, mesmo que, por ironia, ele jamais tenha sido eleito o melhor goleiro de alguma edição do Mundial. Dois anos depois, em 2004, foi eleito o melhor jogador russo dos 50 anos da UEFA, nos prêmios do Jubileu da entidade.

A revista France Football criou o Prêmio Lev Yashin em setembro de 2019, uma Bola de Ouro especial para o melhor goleiro da temporada no futebol europeu.[215][216]

Estilo de jogo

Estátua de Yashin exibida no Rio de Janeiro ao longo da Copa do Mundo FIFA de 2014, decorando o escritório local da União Russa de Futebol, sede da Copa do Mundo seguinte.

Inspirado no goleiro búlgaro Apostol Sokolov, em excursão deste em 1949 na URSS, Yashin deixou de restringir à pequena área e foi um dos primeiros goleiros que passou a atuar virtualmente como um líbero.[217] Desta forma, cortava cruzamentos altos, tomava as bolas nos pés dos atacantes e bloqueava os ângulos. Yashin também prezava pela antevisão dos lances adversários, antecipando de suas observações o movimento de defesa.[12] Aprimorando a ideia do búlgaro, espalharia pela Europa a noção de um goleiro avançado em relação à sua área.[218]

A partir da década de 1960, mudou gradualmente de estilo, também diante da evolução de esquemas táticos do futebol. Deu essa explicação em 1966:[14]

Em 1967, um perfil do jornal Mundo Deportivo qualificou assim a características que tornaram Yashin famoso, já reconhecendo as mudanças pelas quais passava:[11]

Em outro perfil ao mesmo jornal, em 1969, ele reiterou como a evolução tática na década de 1960 o fizera mudar: "já não faço tantas saídas como antes, porque o jogo mudou. Antigamente, os laterais e o zagueiro central jogavam bastante separados uns dos outros. Estes espaços entre eles incitavam aos adversários os largos passes em profundidade. Por isso, eu saí às vezes muito longe da porta. Mas desde que se impuseram os sistemas 4-2-4 e 4-3-3 e apareceu o líbero, o goleiro se encontra atrás de uma barreira defensiva muito espessa. E já não tem necessidade de intervir longe da porta".[27]

A postura fria de Yashin no gol, incomum para os padrões da época,[11] se manteve intacta durante toda sua carreira graças a um ritual pouco comum em que ele se submetia antes de jogos importantes. Nessas ocasiões, o goleiro sempre fumava um cigarro "para acalmar os nervos" e tomava uma vodca "para tonificar os músculos".[219] O aspecto mental também foi abordado em notas dele ao Mundo Deportivo, assumindo em 1967 que a postura fria era apenas aparente: "um bom goleiro sempre sente inquietude, embora não exteriorize seu estado de ânimo. Os rivais não devem saber disso". Na mesma entrevista, também minimizou sua atribuída habilidade em pegar pênaltis, declarando em 1967 que "sem querer, com isto, ofender meus colegas goleiros, direi que um pênalti defendido é mais uma falha do atacante do que uma proeza do goleiro. Com efeito, se quem executa o tiro é um atacante como Eusébio, e não somente ele, não há goleiro que possa parar uma bola lançada de tão curta distância; é que não lhe dá tempo".[29]

Em 1969, reiterou: "só os maus esportistas não estão nervosos antes das partidas importantes. O que faz falta é que o inimigo não se dê conta".[27] Relata-se como certas defesas suas, em pênaltis ou não, se facilitavam precisamente pela pressão psicológica que impunha no adversário, intencionalmente ou não.[88] Em 1999, a revista brasileira Placar considerou Yashin o 11º maior futebolista do século XX, em perfil que continha outra declaração do goleiro acerca do aspecto mental do jogo: “A maior qualidade de um goleiro é intuir as ações de um atacante. Desse modo, pode destruí-lo psicologicamente”.[12]

Também defendia disciplina atlética e criticava goleiros espalhafatosos, em entrevista dada já em 1983: "um goleiro é sinônimo de bons reflexos e isso implica intensas sessões de treinamento. De qualquer maneira, nunca fui admirador dos goleiros acrobáticos, pelo contrário, me agradam os simplistas. [Como] o alemão Maier e o italiano Zoff. Por essa simplicidade, chegaram a ser veteranos e eficientes, em uma posição muito difícil".[152]

Estatísticas

  • 812 jogos na carreira
  • 326 jogos pelo Dínamo Moscou no Campeonato Soviético
  • 78 jogos pela Seleção Soviética
  • 150 pênaltis defendidos (recorde)
  • 270 jogos oficiais sem levar gol (recorde)
  • Quatro Copas do Mundo FIFA disputadas: 1958, 1962, 1966 e 1970, com ao todo 14 jogos em Copas do Mundo

Títulos

Dínamo Moscou
Seleção Soviética

Campanhas de destaque

Prêmios individuais

Referências

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