Alpino (cartunista)
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Alpino | |
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Nascimento | 4 de junho de 1970 |
Cidadania | Brasil |
Ocupação | cartunista, desenhista de banda desenhada |
Página oficial | |
https://alpino.in/ | |
Alberto Correia de Alpino Filho, o Alpino[1] (Baixo Guandu, Espírito Santo, 4 de junho de 1970) é um cartunista e quadrinista capixaba. Criador das tiras Luzia (2001) e Samanta (2004), ilustrador do jornal Folha de S.Paulo, chargista do portal de comunicação Yahoo! Brasil e cartunista da revista Playboy. Após duas indicações por suas produções em 2011 e 2012, recebeu o Troféu HQ Mix de Desenhista de Humor Gráfico de 2013.[2]
Família e primeiros anos
Sexto, dos oito filhos de Maria Neves de Alpino e Alberto Correia de Alpino. Seu pai trabalhava como guarda-chaves na Companhia Vale do Rio Doce, em Aimorés (MG). Em 1977 ele foi transferido e mudou-se com a família para atuar na mesma função na estação de Piraqueaçu, situada no lugarejo de mesmo nome, no município de João Neiva (ES). Cercada de vegetação, a casa ficava defronte à linha férrea e próxima à estação. A terra alaranjada e macia da propriedade propiciou ao jovem Alpino, de posse de gravetos, a base para seus primeiros rabiscos. Em 1983, após a aposentadoria de seu pai, a família muda mais uma vez, agora para a cidade de João Neiva. Aos 17 anos, Alpino consegue seu primeiro emprego na única gráfica local, a Hércules. Seis anos mais tarde, vendo limitadas as suas possibilidades de evoluir no campo da tipografia e as poucas ofertas de emprego na região, passa a trabalhar como guarda bancário no Banestes, na cidade vizinha, Ibiraçu.
Luzia
Em 1997 passa a ilustrar cartilhas institucionais para a agência publicitária M&M, em Vitória (ES). Ali toma contato com o mundo dos quadrinhos capixabas, se tornando amigo de outros cartunistas como Zota, Gió, J. Carlos e Zael. Nesse período cria a personagem Luzia, tendo como base a foto de sua esposa, Luzia Caliman no jardim de infância. Faz vinte tiras e passa a oferecê-las ao maior jornal do Espírito Santo, o diário A Gazeta. Três anos mais tarde, a editora Silvana Holzmeister cancela a tira Garfield, que encarecia novamente e cede o espaço à Luzia. No dia 21 de novembro de 2001, a tira estreava no Caderno Dois.
Samanta
Mesmo com o sucesso alcançado por Luzia, Alpino passa a testar novos personagens no espaço que conquistou em A Gazeta. São desse período os cartuns de A Doce Vida e Super Dog. A melhor resposta veio com Samanta, personagem batizada com o mesmo nome de sua única filha. A tira é levada à apreciação da Intercontinental Press, representante dos syndicates norte-americanos e detentora dos direitos de tiras clássicas como Recruta Zero e Hagar, o Horrível. A tira tem boa aceitação e passa a ser publicada no jornal O Sul (RS), A Crítica (AM), Jornal do Brasil (RJ)[3] e Agora (SP).
Folha Vitória
Em maio de 2007, sem deixar as tiras, inicia a produção de charges diárias para o site de notícias da Rede Vitória, o Folha Vitória. Desse período inicial com as charges, relembra um fato. "Era o primeiro mês em que eu fazia a charge do Folha e me utilizei de uma notícia que vi na TV. A Polícia Federal havia apreendido uma grande quantidade de maconha e faria uma solenidade onde queimaria um quilo em uma pira. O restante seria incinerado mais tarde no forno de de uma empresa local. A destruição televisionada daquele quilo de maconha contou com a presença do alto escalão do governo e da Polícia Federal. Quando acenderam a pira, o vento começou a soprar a fumaça da maconha em direção às autoridades. A imagem era engraçada. Todas aquelas pessoas que haviam discursado minutos antes sobre o combate às drogas, agora estavam ali, envoltas naquele nevoeiro de maconha. Fiz a charge da seguinte forma: tendo ao fundo as autoridades, a pira e a fumaça, dois policias conversam entre si. O primeiro diz: "Está faltando uma coisa ...". O segundo policial deduz: "Aumentar o fogo?". O primeiro reponde: "Não... um cd de reggae...". Gostei imensamente da charge, mas não agradou ao comandante da Polícia Federal, que ligou para a redação do Folha Vitória, reclamando. A charge saiu do ar minutos depois.
Yahoo! Brasil
Dois anos mais tarde, mesmo com o sucesso de Samanta, Alpino decide retomar os cartuns de A Doce Vida, seguindo a escola dos cartunistas norte-americanos da revista The New Yorker. Dessa safra, ele produz quarenta cartuns, que passou a oferecer a revistas e jornais online. A única resposta positiva que recebeu foi do portal de comunicação Yahoo! Brasil. Pelas mãos do editor Rafael Alves e Edson Costa, seus cartuns ganharam uma página dentro do portal. Com a boa aceitação dos cartuns, Alpino é convidado a ser o primeiro chargista do Yahoo! Brasil, estreando no dia 1º de Abril de 2010, se unindo ao elenco de colunistas célebres como Regis Tadeu, Bernardo Ricupero e Sérgio Rizzo.
Antes do fim do seu primeiro mês como chargista do Yahoo! Brasil, sua esposa Luzia toma conhecimento do 4º Concurso de Ilustração da Folha de S.Paulo e o incentiva a participar. Mesmo reticente ele se inscreve na categoria cartum com três trabalhos. Alpino hesitou até o último momento para se inscrever pois acreditava que o seu traço não tinha relação com o dos cartunistas consagrados da Folha, como Angeli, Laerte e Glauco. No dia 21 de maio, a Folha de S.Paulo estampava a matéria sobre o concurso e o primeiro lugar alcançado pelo cartunista capixaba.[1]
No final de dezembro de 2011, em acerto com Edson Aran, editor da edição nacional da revista Playboy, Alpino cria uma página mensal com cinco cartuns.[4] A estreia se deu na edição de janeiro de 2012, tendo em sua capa, Vanessa Zotth. Alpino produziu 240 cartuns para a revista até dezembro de 2015, quando a Editora Abril decidiu parar de publicar a revista.
Referências
- ↑ a b Folha anuncia os vencedores de concurso
- ↑ A lista dos vencedores do 26° Troféu HQ Mix
- ↑ «Samanta, tira de Alberto Alpino, já está em quatro jornais - UNIVERSO HQ». UNIVERSO HQ - Desde 2000, a sua referência em quadrinhos!. 8 de dezembro de 2004. Consultado em 16 de novembro de 2020
- ↑ Alpino publicará seus cartuns na Revista Playboy
Bibliografia
- Alpino leva seu trabalho para a Playboy
- Sergio Arruda de Moura - Discursos de identidades em tiras de humor: análise em duas vertentes críticas
- Kíssila Prissila Campos, Lourenço Passamani Ramos, Rogério da Silva - Universidade do Estado de
- Mato Grosso- UNEMAT - Charge Política: uma questão de humor e crítica