Armas falantes
Este artigo ou secção contém uma lista de referências no fim do texto, mas as suas fontes não são claras porque não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a confiabilidade das informações. (Janeiro de 2013) |
Em heráldica, chama-se armas falantes, às armas (brasões) que comportam figuras, que pelo seu nome ou pela sua imagem, evocam mais ou menos directamente o nome (por vezes a função) do possuidor dessas armas.
Essa evocação pode ser feita por diversos processos:
- diretamente: um leão para o Reino de Leão ou um castelo para o Reino de Castela;
- por homonimínia: a granada (duma romã) para a cidade de Granada (Espanha) ou um ramo (francês: "rameau") no bico de uma pomba para Jean-Philippe Rameau;
- por aproximação: um cálice para Galiza; ou uma cobra (latim: coluber) para Colbert;
- por figuração etimológica: um braço carregando uma lança para Shakespeare (inglês: «shake [agitar]-speare [lança]»); um boi com os pés na água para Oxford («Vau do boi»);
- por forma hieroglífica: um castelo e uma raposa para a comuna de Châteaurenard (francês: castelo-raposa); um freixo com espadas à cintura para o Concelho de Freixo de Espada à Cinta;
- em segundo grau: para associações de nomes, como um veleiro para a comuna de Marines (Val-d'Oise), ou o alerião (em francês«ALERION») que originaria o anagrama «LOREINA» (Lorena);
ou mesmo pela combinação de dois (ou mais) processos. Vejamos:
-
1 Diretamente
Reino de Castela -
2. Homonímia
Jean Philippe Rameau (Ramo) -
3. Aproximação
Galiza (Galicia Cálice) -
4. Etimologia
Oxford (vau do boi) -
5. Hieroglífico
Freixo de Espada à Cinta -
6. Segundo grau
Marines (Marinha)
No Reino Unido o antigo termo armas cantantes permaneceu na terminologia utilizada, sendo aí também aplicado quer a famílias britânicas (na totalidade do nome - Bowes-Lyon) quer a componentes (peças) do brasão (escudo da princesa Beatriz)
-
Família Bowes-Lyon
Bowes (Arcos) - Lyon (leão) -
Princesa Beatriz
Beatrice (bee thrice/três abelhas)
nos pendentes do lambel
Em Itália o uso de armas falantes por diversas famílias nobres era bastante comum como se demonstra em seguida:
-
Família Colonna (colonna = coluna)
-
Família Della Scala
(scala = escada) -
Família Della Rovere
(rovere = carvalho) -
Família Malaspina
(malaspina = espinho mau) -
Família Malatesta
(malatesta = cabeça má) -
Família Pacelli
(pace = paz) -
Família Pignatell
(pignate = jarro) -
Família Spada
(spada = espada)
Também em Portugal, e a exemplo do que aconteceu noutras jurisdições, as armas falantes generalizaram-se quer em brasões pessoais, familiares ou toponímicos. Um exemplo interessante é a denominação Serpa, derivada da criatura heráldica Serpe, figura que veio a ser utilizada num brasão pessoal dum príncipe, no de uma família e no de uma localidade. Vejamos:
-
Brasão familiar
Família Serpa -
Brasão toponímico
do município de Serpa
Na Wikipedia é utilizado o símbolo para ilustrar as armas falantes.
Referências/Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Carlos Carvalho da Fonte [1]
- Armorial Lusitano, Dir. de Afonso Eduardo Martins Zuquete - Representações Zairol 1987
- O. Neubecker, "Le Grand Livre de l'Héraldique" - Bordas 1981, ISBN 2-8003-01-2582-5