Saltar para o conteúdo

Al Jazeera

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Aljazeera)
Al Jazeera
Tipo Rede de televisão
País  Catar
Fundação 1 de novembro de 1996 (28 anos)
por Hamad bin Khalifa
Proprietário Al Jazeera Media Network (Governo do Catar)[1][2]
Sede Doha,  Catar
Slogan The World viewed As it Is
Formato de vídeo 576i (SDTV)
1080i (HDTV)
Canais irmãos Al Jazeera English
Al Jazeera Mubasher
Al Jazeera Balkans
Al Jazeera Documentary Channel
Cobertura Mundialmente
Página oficial aljazeera.com
Disponibilidade por satélite
Canal 147
4064 MHz Horizontal SR: 19850 Ksps
11137 MHz Horizontal SR: 27500 Ksps
Disponibilidade por cabo
Canal 164
Canal 225
Canal 207
Canal 147
Canal 117
Disponibilidade digital
Página oficial
Simulcast

Al Jazeera (em árabe: الجزيرة, translit. al-jazīrah, IPA: [æl (d)ʒæˈziːrɐ], literalmente "A Ilha", embora se refira à Península Arábica no contexto)[3] é uma emissora estatal[4] com sede em Doha, Catar, de propriedade da Al Jazeera Media Network. Inicialmente lançada como um canal de televisão árabe via satélite de notícias e atualidades, a Al Jazeera desde então se expandiu para uma rede com vários canais, incluindo a Internet e canais de televisão especializados em vários idiomas.

A Al Jazeera Media Network é uma organização global de notícias com 80 escritórios em todo o mundo. A disposição do canal original em árabe da Al Jazeera de transmitir opiniões divergentes, por exemplo, em programas de convocação, criou polêmica nos Estados Árabes do Golfo Pérsico. Um dos escritórios da estação era o único canal para cobrir ao vivo a Guerra do Afeganistão.[5]

Al Jazeera Media Network é um canal de notícias para benefício público de acordo com a lei do Catar.[6] Nessa estrutura, o canal recebe financiamento do governo do Catar, mas mantém sua independência editorial.[7][8][9] Os críticos acusaram a Al Jazeera de apoiar as posições do governo do Catar,[10][11][6][7][8][9] embora as plataformas e canais da Al Jazeera tenham publicado conteúdo que critica o Catar ou vai contra as leis e normas do Catar.[12][13][14][15][10][11] A rede é às vezes percebida como tendo perspectivas principalmente islâmicas, promovendo a Irmandade Muçulmana e tendo um viés pró-sunita e anti-xiita em suas reportagens de questões regionais.[16][17][18] A Al Jazeera insiste que cobre todos os lados de um debate; por exemplo, a rede diz que apresenta os pontos de vista de Israel e do Irã com igual objetividade. A Al Jazeera exibiu vídeos divulgados por Osama bin Laden.[19]

Em junho de 2017, os governos saudita, dos Emirados, do Bahrein e do Egito exigiram o fechamento da estação de notícias como uma das treze demandas feitas ao Catar durante a crise do Catar de 2017. Outras redes de mídia se manifestaram em apoio à rede. De acordo com a revista The Atlantic, a Al Jazeera apresenta uma face muito mais moderada e ocidentalizada do que o jihadismo islâmico ou a rígida ortodoxia sunita e, embora a rede tenha sido criticada como uma "testa de ferro" islamista, na verdade apresenta muito pouco conteúdo especificamente religioso em suas transmissões.[20]

Complexo da Al Jazeera em Doha, no Catar.

Al Jazeera já tinha uma atuação internacional, com sucursais e correspondentes espalhados pelo mundo, mas somente começou a chamar a atenção do Ocidente ao reportar manifestações populares antiamericanas em seguida aos atentados de 11 de setembro. Sua cobertura das guerras do Afeganistão (2002) e do Iraque (2003) fugiu ao padrão ufanista geralmente adotado pelas grandes redes de TV norte-americanas.

Ao ter suas transmissões em Wall Street suspensas durante a Guerra do Iraque, sob a alegação de que as credenciais para jornalistas fornecidas pela Bolsa de Valores de Nova York se destinavam apenas a redes que oferecessem cobertura "responsável", o canal árabe se viu na inusitada posição de defender, em manifesto, a liberdade de imprensa nos Estados Unidos.

Na mesma ocasião, Al Jazeera recebeu um prêmio por sua resistência à censura. A homenagem do grupo britânico Index on Censorship (Índice de Censura) foi concedida em razão da independência da Al Jazeera e sua reputação de divulgar notícias confiáveis. O Index é um grupo de personalidades importantes da mídia, escritores e pessoas dedicadas a defender a liberdade de expressão.

A Al Jazeera tornou-se o canal preferido dos militantes muçulmanos para divulgar suas ações, sendo mostrados inclusive estrangeiros seqüestrados no Iraque, no cativeiro ou sendo executados, neste último caso não sendo levadas ao ar as cenas mais fortes. Várias mensagens de Osama Bin Laden foram divulgadas em primeira mão pelo canal. Segundo pesquisa feita entre sua audiência, 96,2% apoiam o genocídio dos alauitas[21] e 81% apoiam o EIIL.[carece de fontes?]

Por outro lado, as autoridades de Israel têm ocupado espaço na emissora para divulgar seus pontos de vista e assim amenizar sua imagem negativa no mundo árabe.[carece de fontes?]

A audiência da emissora está em constante crescimento e é formada principalmente por telespectadores residentes em países do mundo árabe e imigrantes na Europa, principalmente na França, onde vivem 4,5 milhões de árabes ou descendentes, e na Alemanha.

Em 1º de Janeiro de 1999 foi o primeiro dia de transmissão 24 horas.[22] O emprego triplicou em um ano para 500 funcionários e a agência tinha escritórios em vários locais como União Européia e Rússia. Uma vez seu orçamento anual era estimado em 25 milhões de dólares.

Embora controvérso, a Al Jazeera estava rapidamente se tornando uma das maiores e influentes agencias de notícias na região. Ansiosos por notícias além das versões oficiais de eventos, os árabes se tornaram telespectadores dedicados. Uma estimativa feita em 2000 mostrava a audiência noturna por volta dos 35 milhões, colocando a Al Jazeera em primeiro lugar no mundo árabe, sobre a Middle East Broadcasting Centre, que era patrocinada pela Arábia Saudita, e sobre londrina Arab News Network. Existiam quase 70 satélites ou canais terrestres sendo transmitidos para o Oriente Médio, a maioria deles em árabe. A Al Jazeera lançou um site sem língua árabe em Janeiro de 2001. Além disso, o sinal também estaria disponível no Reino Unido pela primeira vez através da British Sky Broadcasting.

Guerra no Afeganistão

[editar | editar código-fonte]

A Al Jazeera ganhou atenção de muitos no ocidente durante a caçada a Osama bin Laden e o Talibã no Afeganistão depois do ataques de 11 de Setembro nos Estados Unidos. Ela transmitiu vídeos que recebia do Osama bin Laden e do Talibã, considerando novas imagens dos fugitivos mais procurados do mundo como notícias valiosas. Alguns criticaram a rede por dar voz a terroristas.[23] O chefe executivo da Al Jazeera em Washington, Hafez al-Mirazi, comparou a situação com as mensagens de Ted Kaczynski para o The New York Times. A emissora disse que foram dadas gravações porque ela tinha uma grande audiência árabe.[24]

Muitas outras redes de televisão queriam adquirir as mesmas imagens. A CNN International tinha direitos exclusivos delas por 6 horas antes que outras redes pudessem transmitir, uma provisão que foi quebrada por outras pelo menos em uma ocasião controversa.[25] O primeiro-ministro Tony Blair logo apareceu em um talk-show da Al Jazira em 14 de Novembro de 2001 para afirmar a situação da Grã-Bretanha em perseguir o Talibã no Afeganistão.[26]

A proeminência da Al Jazira cresceu durante a guerra do Afeganistão porque ela havia aberto um escritório em Cabul antes da guerra começar. Isso deu acesso melhor para gravar eventos do que outras redes, que compravam imagens da Al Jazira por até 250 mil dólares.

O escritório em Cabul foi destruído pelos Estados Unidos em 2001.[27] Esperando ficar à frente de outros conflitos futuros, a Al Jazira então abriu escritórios em outras regiões de conflito.

A rede permaneceu dependente do suporte governamental até 2002, com um orçamento de 40 milhões de dolares e rendimento de anunciantes por volta de 8 milhões. Ela também recebia pagamentos por compatilhar suas notícias com outras redes. Ela tinha estimadamente 45 milhões de telespectadores ao redor do mundo. A Al Jazira logo teria de lidar com um novo rival, Al Arabiya, uma ramificação da Middle East Broadcasting Center, que foi criada em Dubai com apoio financeiro da Arábia Saudita.[28]

Guerra no Iraque de 2003

[editar | editar código-fonte]

Antes e durante a invasão dos Estados Unidos no Iraque, onde a Al Jazira estava presente desde 1997, as instalações da rede e gravações foram novamente procuradas por redes internacionais. O canal e seu website também estavam ganhando atenção sem precendentes de telespectadores que estavam procurando alternativas para relatórios incorporados e conferências da imprensa militar.

A Al Jazira mudou sua cobertura de esportes para um canal novo e separado em 1° de Novembro de 2003, permitindo mais notícias e programação de relações públicas no canal original. Um website em inglês foi lançado no começo de Março de 2003. O canal tinha entre 1300 e 1400 empregados, dito pelo editor da redação para o The New York Times. Haviam 23 escritórios ao redor do mundo e 70 correspondentes estrangeiros, com 450 jornalistas ao todo.

Em 1° de Abril de 2003 um avião estadunidense atirou no escritório da Al Jazira em Bagda, matando o reporter Tareq Ayyoub.[29] O ataque foi considerado um engano; No entanto, o Catar tinha dado aos Estados Unidos um mapa preciso da localização do escritório para poupá-lo do ataque.[30]

Afshin Rattansi se tornou o primeiro jornalista do canal transmitido em inglês depois de deixar a BBC Today Programme depois da morte do cientista de governo do Reino Unido David Kelly.

Organização

[editar | editar código-fonte]

O canal original da Al Jazira foi lançado em 1º de Novembro de 1996 por um decreto emir com um empréstimo de 500 milhões de Riais Catarenses (137 milhões de dolares) do emir do Catar, Sheikh Hamad bin Khalifa.[31][32] Pelo financiamento através de emprestimos e concessões ao invés de subsídios governamentais diretos, o canal afirma manter uma política editorial independente.[33][34] O canal começou a transmitir no final de 1996, com muitos funcionários admitidos a partir da estação de televisão árabe BBC World Service, uma co-propriedade da Arábia Saudita, que fechou em 1º de Abril depois de dois anos de operação devido à demandas de censura pelo governo saudita. O logotipo da Al Jazira é uma representação decorativa do nome da rede escrita usando caligrafia árabe. Ela foi selecionada pelo fundador da estação, emir do Catar Sheikh Hamad bin Khalifa, como a vencedora de um concurso de design.[35]

Quadro de funcionários

[editar | editar código-fonte]

A Al Jazira reestruturou suas operações de uma rede que continha todos seus canais diferentes. Wadah Khanfar, então diretor administrativo do Arabic Channel, foi nomeado como diretor geral da Al Jazeera Media Network. Ele também agiu como diretor administrativo do Arabic Channel. Khanfar resignou em 20 de Setembro de 2011 afirmando que ele tinha alcançado suas metas originais, e que 8 anos foi o suficiente para qualquer líder de uma organização, em uma entrevista para a Al Jazeera inglesa. Amed bin Jassim Al Thani substitui Khanfar e serviu como deretor geral do canal de Setembro de 2011 até junho de 2013 quando ele foi nomeado ministro da economia.[36] O presidente do canal é Hamd bin Thamer Al Thani. O diretor geral atual é o Dr. Mostefa Souag.

O editor chefe do website árabe é Mustafa Souag, que substituiu Ahmed Sheikh. O website tem mais de 100 funcionários de edição. O diretor administrativo da Al Jazira inglesa é Al Anstei. O editor chefe do website inglês é Mohamed Nanabhay que gerencia o site desde 2009. Editores prévios também incluem Baet Witschi e Russel Merryman.

Personalidades proeminentes de transmissão incluem Faisal al-Qassem, anfitrião do talk-show The Opposite Direction, Ahmed Mansour, anfitrião do programa Without Borders (bi-la Hudud) e Sami Haddad.

O antigo chefe do escritório em Irã e Beirute era Ghassan bin Jiddo. Ele se tornou uma figura influente na Al Jazira com seu programa Hiwar Maftuh, um dos programas mais assistidos.[37] Ele também entrevistou Nasrallha em 2007 e produziu um documentário sobre o Hezbollah. Alguns sugeriram que ele poderia substituir Wadah Khanfar. No entanto, bin Jiddu resignou de seu trabalho depois de desacordos políticos com a estação.

Muitos governos no Oriente Médio controlam os meios de comunicação, existindo censura governamental para impactar a cobertura de mídia e opiniões públicas, levando assim objeções internacionais em relação à liberdade de imprensa e cobertura enviesada de mídia. Alguns estudiosos e comentadores usam a noção de objetividade contextual, que realça a tensão entre objetividade e apelo à audiência, para descrever controversa porém popular abordagem de notícias.[38]

Cada vez mais as entrevistas da Al Jazira e outras imagens são retransmitidas em canais americanos, britânicos e em outros canais ocidentais tais como CNN e a BBC. Em janeiro de 2003 a BBC anunciou que assinaria um acordo com a Al Jazira para compartilhar instalações e informações, incluindo gravações de notícias.[39]

A disponibilidade da Al Jazira através do Oriente Médio mudou o cenário televisivo da região. Anterior à chegada da Al Jazira, muitos cidadãos do Oriente Médio eram incapazes de assistir canais de TV que não fossem controlados pela estações televisivas nacionais. Al Jazira introduziu um nível de liberdade de expressão na televisão que era previamente desconhecido em muitos desses países. A Al Jazira apresentou opiniões controvérsias em relação a governos de muitos estados árabes no Golfo Persa, incluindo Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, e Catar; ela também apresentou opiniões controversas sobre a relação da Síria com o Líbano, e com o judiciário egípcio. Críticos acusam Al Jazira de sensacionalismo para aumentar audiência. As transmissões da Al Jazira algumas vezes resultam em ações drásticas: por exemplo, quando, em 27 de Janeiro de 1999, críticos do governo argelino apareceram no programa ao vivo El-Itidjah el-Mouakass (“The Opposite Direction”), o governo argelino cortou a eletricidade de grande parte da capital Argel (e supostamente também grande partes do país) para impedir que o programa fosse visto.[40]

Na época a Al Jazira não era geralmente conhecida no ocidente, mas onde era conhecida a opinião geralmente era favorável e Al Jazira afirmava ser a única televisão politicamente independente no Oriente Médio. No entanto, não foi até 2001 que a Al Jazira conseguiu reconhecimento internacional quando transmitiu gravações dos líderes da al-Qaeda.[41]

Alguns observadores discutem que a Al Jazira tem uma autoridade formidável como formadora de opinião. Noah Bonsey e Jeb Kookgler, por exemplo, ao escreverem para o Columbia Journalism Review, discutem que o jeito no qual a estação cobre qualquer acordo de paz entre Israel e Palestina pode muito bem determinar se o acordo é aceitado pelo povo palestino ou não :

A tremenda popularidade do canal tem também, para o melhor ou para o pior, formado a opinião pública. A sua cobertura geralmente determina o que se torna uma estória ou não, assim como a forma como os telespectadores árabes pensam sobre as questões. Quer na Arábia Saudita, Egito, Jordânia ou Síria, as reportagens destacadas e as críticas televisionadas por convidados nos programas noticiosos da Al Jazira têm muitas vezes afetado significantemente o curso dos eventos na região.

Na Palestina a influência da estação é particularmente forte. Sondagens recentes indicam que na Cisjordânia e Gaza, a Al Jazira è a fonte principal de notícias para uns incríveis 53.4 por cento dos telespectadores palestinianos. O segundo e terceiro canais mais assistidos, Palestine TV e Al Arabiya, têm uns distantes 12.8 por cento e 10 por cento respectivamente. O resultado do domínio de mercado da Al Jazira faz com que ela mesma se torne uma força e um abanão na política palestiniana, ajudando a criar percepções públicas e influenciar o debate. Isso tem implicações óbvias para o processo de paz: como a Al Jazira cobre as deliberações e o resultado de qualquer acordo negociado com Israel irás moldar fundamentalmente a forma como ele é visto –e, mais importante, se é aceite pelo povo palestiniano.[42]

A vasta disponibilidade da Al Jazira no mundo árabe “operando com menos limitação de que qualquer canal árabe e mantendo-se a canal mais popular na região” tem sido percebido como tendo parte na Primavera Árabe, incluindo as revoluções tunisinas e egipcias. O The New York Times afirmou em Janeiro de 2011: “Os protestos que abalam o mundo árabe nessa semana tem um fio ligando todos eles: Al Jazira (...) cuja cobertura agressiva tem ajudado a impulsionar emoções insurgentes de uma capital para outra.” O jonal citou Marc Lynch, um professor de Estudos do Oriente Médio na George Washington University: “Eles não causam esses eventos, mas é quase impossível imaginar isso tudo acontecendo sem a Al Jazira.”[43]

Com o aumento do alcance global e da influência da Al Jazira, alguns estudiosos incluindo Adel Iskandar descrevem a estação como uma transformação da definição de “mídia alternativa”.[44] A Al Jazira apresenta uma nova direção no discurso de fluxo de notícias internacionais e mostra vozes subrepresentadas pela mídia popular tradicional independentemente dos desequilíbios globais no fluxo de informação.[45]

Canal infantil

[editar | editar código-fonte]

A Al Jazira também lançou ao ar o Jazira Children Channel (JCC), um canal de TV voltado exclusivamente para as crianças. Com uma programação a princípio apenas em árabe, a emissora infantil é uma iniciativa conjunta do governo do Catar e da multinacional francesa Lagardère Images.

O público-alvo são crianças entre 3 anos e 15 anos, divididas em três faixas de programação: ‘pré-escola’ (3 a 6 anos), ‘pré-adolescentes’ (7 a 10 anos) e ‘adolescentes’ (11 a 15 anos).

O JCC tem 235 funcionários e escritórios no Cairo (Egito), em Beirute (Líbano),Amã (Jordânia), Rabat (Marrocos) e Paris. Seu sinal é aberto e transmitido para 22 países árabes e para a Europa, pelos satélites Hot Bird 6 e Badr-4 (também conhecido como Arabsat 4B).

Canal em inglês

[editar | editar código-fonte]
Estúdios da Al Jazeera English em Doha, no Catar.

Em 15 de novembro de 2006, Al Jazira lançou mundialmente seu canal de notícias em inglês, com o objetivo de enfocar os acontecimentos do Oriente Médio sob uma visão árabe, para um público acostumado a versões ditadas pelos interesses políticos de Washington e Londres. Inicialmente anunciado com o nome Al Jazeera International, teve seu nome alterado para Al Jazeera English.

A emissora tem planos de atingir um público de 80 milhões de pessoas em 47 países, onde é transmitida por operadoras de cabo ou via satélite. Ela pode ser assistida mundialmente através da Internet. No Brasil, pode ser vista também através de uma antena parabólica sintonizada no satélite Intelsat 9. Em Portugal, pode ser também assistido através de uma antena parabólica sintonizada em qualquer um desses satélites: Astra 1M, Eurobird 1, Hispasat 1C, Hot Bird 6, Badr-4 (em banda Ku) ou Intelsat 10 (para banda C). Em Macau e Timor-Leste o canal é exibido também via satélite através dos satélites AsiaSat 3S e Intelsat 10 (ambos em banda C). Para Angola, Moçambique, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe e grande parte da África, a emissora pode ser vista por satélite através do Intelsat 10.

Os planos de audiência podem sofrer alterações porque a maior operadora de cabo dos Estados Unidos, a ComCast, com sede em Detroit, voltou atrás num acordo feito com Al Jazira e teve que ser substituída por uma operadora de satélite de menor alcance.

As redações da Al Jazira em inglês ficam em Washington, Londres, Kuala Lumpur e Doha. O canal transmite durante as 24 horas do dia.

Controvérsias

[editar | editar código-fonte]

Censura num documentário sobre escravatura

[editar | editar código-fonte]

Em Agosto de 2018, foi noticiado que a Al Jazeera tinha censurado a série documental Rotas da Escravatura, um série europeia conjunta do canal francês Arte, RTP e LX Filmes. Todo o primeiro episódio, que versava sobre "o processo que levou o Império Muçulmano a tecer de forma duradoura uma imensa rede de tráfico de escravos pela África, Médio Oriente e Ásia" foi eliminado. Em troca, a rede de televisão afirmou que a escravatura em África foi uma prática fundada pelos portugueses.[46]

O amplo envolvimento muçulmano no comércio de escravos é um facto históricamente estabelecido pelos historiadores; entre outros, Bernard Lewis dedicou-se a esse tema no seu livro Race and Slavery in the Middle Eastː an Historical Enquiry.[47]

Fechamento da rede de TV Al Jazeera em Israel

[editar | editar código-fonte]

Em 1 de abril de 2024, o Parlamento de Israel, aprovou a lei que permite ao governo fechar a rede de TV Al Jazeera no país. O projeto contou com 71 votos a favor e 10 contra. Antes mesmo da votação, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu havia afirmado, por meio do porta-voz de seu partido, o Likud, que "tomará medidas imediatas para fechar a Al Jazeera, de acordo com o procedimento estabelecido na lei".[48]

Em 5 de maio, o Estado de Israel ordenou o fechamento dos escritórios locais da rede de TV Al Jazeera, aumentando a disputa entre a emissora e o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A Al Jazeera saiu do ar do principal serviço de TV por assinatura de Israel horas após a ordem.[48]

Referências

  1. Habib Toumi (13 de julho de 2011). «Al Jazeera turning into private transperent media organisation». Gulf News. Consultado em 8 de janeiro de 2013 
  2. Shawn Powers. «The Geopolitics of the News: The Case of the Al Jazeera Network». Consultado em 16 de junho de 2015 
  3. «FAQ – What does "Al Jazeera" mean?». Al Jazeera. Consultado em 10 de outubro de 2015. The name "Al Jazeera" means "peninsula." 
  4. Markay, Lachlan (18 de julho de 2019). «Al Jazeera Says Its Own Admissions of State Ownership Are False». The Daily Beast (em inglês) 
  5. Whitaker, Brian (7 de fevereiro de 2003). «Battle station». The Guardian. London. Consultado em 26 de agosto de 2011 
  6. a b Dunleavy, Jerry (19 de junho de 2019). «Al Jazeera pushes back on GOP effort to force it to register as a foreign agent». Washington Examiner. Consultado em 22 de abril de 2020 
  7. a b Souag, Mostefa (27 de janeiro de 2020). «Response: Al Jazeera is an independent media organization». Washington Examiner. Consultado em 22 de abril de 2020 
  8. a b «US - RSF concerned by calls for Al Jazeera to register as "foreign agent"». Reporters Without Borders. 19 de março de 2018. Consultado em 22 de abril de 2020 
  9. a b «National Press Club Declares Support For Al Jazeera». National Press Club Press Release. 5 de outubro de 2018. Consultado em 22 de abril de 2020 
  10. a b «Amnesty International: Labor abuses still 'rampant' in Qatar». Al Jazeera. 1 de dezembro de 2015. Consultado em 22 de abril de 2020 
  11. a b «Stories Of Struggle From LGBTQ Pioneers». 14 de outubro de 2016 
  12. «Qatar 'fake news' law signals 'worrying regression': Rights group». Al Jazeera. 24 de janeiro de 2020. Consultado em 22 de abril de 2020 
  13. «Qatar criticised over migrant worker 'abuse'». Al Jazeera. 12 de junho de 2012. Consultado em 22 de abril de 2020 
  14. «Christopher Ingraham compares death toll of past events to Qatar». 28 de maio de 2015 
  15. «ILO slams Qatar Airways for sexist policies». Al Jazeera and Agence France-Presse. 16 de junho de 2015. Consultado em 22 de abril de 2020 
  16. Goldberg, Jeffrey (10 de julho de 2013). «Why Does Al Jazeera Love a Hateful Islamic Extremist?». bloombergview.com. Bloomberg L.P. 
  17. «AL JAZEERA: US Government Funded Anti-Muslim Brotherhood Activists». Business Insider. 10 de julho de 2013. Consultado em 16 de junho de 2015 
  18. «Arab Gulf States Institute in Washington - Why America Turned Off Al Jazeera - Arab Gulf States Institute in Washington». Arab Gulf States Institute in Washington. 19 de fevereiro de 2016 
  19. Al Jazeera: The Most-Feared News Network 
  20. Bakshian, Aram, Jr. (10 de janeiro de 2012). «The Unlikely Rise of Al Jazeera» 
  21. Qatar calls for the genocide of Alawites
  22. «A decade of growth». www.aljazeera.com. Consultado em 21 de novembro de 2016 
  23. «Between Two Worlds - Committee to Protect Journalists». cpj.org. Consultado em 21 de novembro de 2016 
  24. Ajami, Fouad (18 de novembro de 2001). «What the Muslim World Is Watching». The New York Times. ISSN 0362-4331 
  25. «CNN Snaps Back to Action». Observer (em inglês). 29 de outubro de 2001 
  26. Risen, James; Patrick E. (12 de dezembro de 2001). «A NATION CHALLENGED: PROPAGANDA; Interview With bin Laden Makes the Rounds». The New York Times. ISSN 0362-4331 
  27. «BBC News | SOUTH ASIA | Al-Jazeera Kabul offices hit in US raid». news.bbc.co.uk. Consultado em 21 de novembro de 2016 
  28. «BBC NEWS | Middle East | Al-Jazeera competitor launches». news.bbc.co.uk. Consultado em 21 de novembro de 2016 
  29. Steele, Jonathan (8 de abril de 2003). «Tareq Ayyoub». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077 
  30. «BBC NEWS | Middle East | Foreign media suffer Baghdad losses». news.bbc.co.uk. Consultado em 21 de novembro de 2016 
  31. Miles, Hugh (1 de janeiro de 2005). Al-Jazeera: The Inside Story of the Arab News Channel that is Challenging the West (em inglês). [S.l.]: Grove Press. ISBN 9780802117892 
  32. Sakr, Naomi (1 de janeiro de 2001). Satellite Realms: Transnational Television, Globalization and the Middle East (em inglês). [S.l.]: I.B.Tauris. ISBN 9781860646898 
  33. Sakr, Naomi (1 de janeiro de 2001). Satellite Realms: Transnational Television, Globalization and the Middle East (em inglês). [S.l.]: I.B.Tauris. ISBN 9781860646898 
  34. Miles, Hugh (1 de janeiro de 2005). Al-Jazeera: The Inside Story of the Arab News Channel that is Challenging the West (em inglês). [S.l.]: Grove Press. ISBN 9780802117892 
  35. «Arabic in Graphic Design: Al Jazeera's Cartouche». www.fightboredom.net. Consultado em 22 de novembro de 2016 
  36. «Al Jazeera's Director General resigns 'to serve my country' | Doha News». 15 de agosto de 2013. Consultado em 22 de novembro de 2016 
  37. «Ghassan Bin Jiddu - Power 500 2012 | United Arab Emirates | Culture & Society | Arabian Business | Power 500». 23 de julho de 2013. Consultado em 22 de novembro de 2016 
  38. «TBS: Covering the Region, Issues and Developments». 11 de fevereiro de 2012. Consultado em 22 de novembro de 2016 
  39. «BBC NEWS | Entertainment | BBC in news deal with Arabic TV». news.bbc.co.uk. Consultado em 22 de novembro de 2016 
  40. «"Qatar's Al-Jazeera TV: The Power of Free Speech" (June 2000)». 12 de fevereiro de 2001. Consultado em 22 de novembro de 2016 
  41. «BBC NEWS | Middle East | Al-Jazeera and Bin Laden». news.bbc.co.uk. Consultado em 22 de novembro de 2016 
  42. «Does the Path to Middle East Peace Stop in Doha?». Columbia Journalism Review 
  43. Worth, Robert F.; David D. (27 de janeiro de 2011). «Al Jazeera Plays Galvanizing Role in Arab Protests». The New York Times. ISSN 0362-4331 
  44. https://web.archive.org/web/20120415152037/http://www.tbsjournal.com/Iskandar.html
  45. https://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/1750635209345185
  46. Tavares, Pedro Sousa (17 de Agosto de 2018). «Al Jazeera corta papel dos muçulmanos na escravatura e culpa portugueses -Canal do Qatar elimina primeiro episódio de série documental, coproduzida pela RTP e LX Filmes, onde se falava do papel dos muçulmanos no tráfico de escravos. E diz que foram os portugueses a "estabelecer" este comércio». Diário de Notícias 
  47. Lewis, Bernard (1990). Race and Slavery in the Middle East. [S.l.]: Oxford University Press 
  48. a b «Israel tira Al Jazeera do ar e ordena fechamento de escritórios da emissora». G1. 5 de maio de 2024. Consultado em 5 de maio de 2024 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Commons Categoria no Commons
Wikinotícias Notícias no Wikinotícias