Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado | |
---|---|
Sigla | PSTU |
Número eleitoral | 16[1] |
Presidente | Zé Maria[1] |
Fundação | 5 de julho de 1994 (30 anos)[2] |
Registro | 19 de dezembro de 1995 (28 anos)[1] |
Sede | São Paulo, SP |
Ideologia | Trotskismo[3] Internacionalismo |
Espectro político | Extrema-esquerda[4] |
Publicação | Opinião Socialista |
Ala de juventude | Coletivo Rebeldia |
Ala feminina | Secretaria Nacional de Mulheres |
Ala LGBT | Secretaria LGBT |
Ala negra | Raça e Classe |
Antecessor | Convergência Socialista[5] |
Dividiu-se de | PT |
Sucessor | MAIS (dissidência) CSOL (dissidência) MTL (dissidência) MRT (dissidência) |
Membros (2024) | 14.953 filiados[6] |
Afiliação internacional | LIT-QI |
Governadores (2024) | 0 / 27 |
Prefeitos (2024)[7] | 0 / 5 569 |
Senadores (2024) | 0 / 81 |
Deputados federais (2024) | 0 / 513 |
Deputados estaduais (2024) | 0 / 1 024 |
Vereadores (2024)[8] | 0 / 58 026 |
Cores | Vermelho Amarelo |
Bandeira do partido | |
Página oficial | |
pstu | |
Política do Brasil |
O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) é um partido político de extrema-esquerda[9][10][11] do Brasil fundado em 1994 e registrado definitivamente em 1995.[1] Em outubro de 2024 possuía 14.953 filiados.[6] O PSTU é uma organização socialista, que reivindica o marxismo revolucionário, baseando-se nas teorias e práticas de Leon Trótski e de Nahuel Moreno.
O PSTU também é a seção no Brasil da Liga Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional (LIT-QI), sendo a maior seção dessa organização, que em outros países se articula como partido legalizado ou não, ou como corrente interna de partidos anticapitalistas amplos.
Assim como o Partido Comunista Brasileiro (PCB), o Partido da Causa Operária (PCO) a Unidade Popular (UP) e algumas tendências do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o PSTU faz oposição de esquerda aos governos municipais, estaduais (inclusive aqueles governados pelo Partido dos Trabalhadores) e federal.
História
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Fundação
[editar | editar código-fonte]Em abril de 1992, o deputado José Dirceu apresenta, na reunião da Executiva Nacional do PT, uma resolução que foi aprovada, dando prazo de 15 dias para que a Convergência Socialista se adaptasse à nova regulamentação de tendências.
Esta proibia manifestações abertas contra a política da direção majoritária. Afirmava José Dirceu que, para evitar a publicidade de tais manifestações, se deveriam proibir sedes próprias, jornal próprio, finanças próprias, relações internacionais públicas e de partido, pois estas seriam a exteriorização de uma política contrária às resoluções do PT e do seu primeiro Congresso.[12]
Após sair do Partido dos Trabalhadores, em meados de 1992, a Convergência Socialista (CS) deu início à formação de um novo partido, juntamente com outros pequenos grupos de extrema-esquerda que, na época, formavam a chamada Frente Revolucionária (FR), que, além da CS, contava com outras organizações, tais como:
- O Partido da Frente Socialista (PFS), antes denominado como Partido da Libertação Proletária (PLP)[13];
- o Movimento Socialista Revolucionário;
- a Democracia Operária, formada principalmente por bancários de Porto Alegre, um dos seus líderes era Victor Hugo Ghiorzi;
- a Liga, formada por militantes que romperam com o PT em no início de 1993, tais como Júnia Gouveia, Celso Lavorato, Edmilson Araújo, Rômulo Rodrigues, Santiago, Henrique Martins e Lays Machado;
- o Grupo Independente de Diadema; e
- o Coletivo Luta de Classes, dentre os seus dirigentes, podem-se citar Carlos Bauer e Magno de Carvalho.
Entre 3 e 5 de julho de 1994 a FR reuniu em um Congresso para fundar o PSTU.[2]
Cisão de 2016
[editar | editar código-fonte]Em julho de 2016, 739 militantes assinaram um manifesto de ruptura com o partido, chamado "Arrancar alegria ao futuro" e, posteriormente, fundaram o Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista (MAIS).[14] Em agosto de 2017, o MAIS oficializou sua entrada como corrente interna no PSOL. A decisão foi tomada no congresso da organização, que aconteceu dos dias 27 a 30 de julho, em São Paulo. Posteriormente o MAIS e outros grupos fundiram-se dando origem a Resistência, corrente interna do PSOL.[15]
Prisão de Lula
[editar | editar código-fonte]Em 2018, no contexto da prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, o PSTU tomou posição a favor da prisão de todos os corruptos e corruptores, julgando ser inaceitável a narrativa petista de que Lula estava sendo preso por conta da seletividade da justiça. O partido não considerou, no entanto, a prisão do ex-presidente como suficiente para o fim da corrupção, defendendo também a prisão de políticos como Aécio Neves, Michel Temer e Eduardo Cunha e de empresários como Joesley Batista e Marcelo Odebrecht.[16]
Organização
[editar | editar código-fonte]Filiações democráticas
[editar | editar código-fonte]Em 2022 o PSTU lançou a plataforma Polo Socialista Revolucionário, com a pretensão de unir diferentes organizações de esquerda para disputar as eleições de 2022 pela legenda do PSTU. Algumas organizações aderiram ao Polo.[17]
- Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores (CST) - Atuou como tendência interna do PT entre 1992 e 2003 e do PSOL entre 2003 e 2023. Em 2022, ainda no PSOL, apoiou candidaturas do PSTU ao poder executivo e lançou Barbára Sinedino (RJ) ao Senado Federal pela legenda do PSTU, embora as candidaturas proporcionais ainda tenham sido lançadas pelo PSOL.[18] Em 2024 suas pré-candidaturas são todas pela legenda do PSTU;[19]
- Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) - Lançou candidaturas pela legenda do PSOL até 2020, também em filiação democrática.[20] A partir de 2022, passou a lançar todas as candidaturas pela legenda do PSTU.[21][22]
Número de filiados
[editar | editar código-fonte]Data | Filiados[6] | Crescimento anual | |
---|---|---|---|
dez./2006 | 13.568 | — | — |
dez./2007 | 13.332 | 236 | -1,7% |
dez./2008 | 13.156 | 176 | -1,3% |
dez./2009 | 11.867 | 1.309 | -11% |
dez./2010 | 12.541 | 674 | +5,6% |
dez./2011 | 13.159 | 382 | +4,9% |
dez./2012 | 14.177 | 1.018 | +7,7% |
dez./2013 | 16.756 | 2.579 | +18% |
dez./2014 | 17.141 | 385 | +2,3% |
dez./2015 | 17.375 | 234 | +1,3% |
dez./2016 | 17.403 | 28 | +0,1% |
dez./2017 | 17.177 | 226 | -1,3% |
dez./2018 | 17.143 | 34 | -0,2% |
dez./2019 | 15.873 | 1.270 | -8,0% |
dez./2020 | 15.858 | 15 | -0,1% |
dez./2022 | 15.303 | 237 | -1,5% |
dez./2023 | 14.951 | 352 | -2,3% |
set./2024 | 14.955 | 4 | +0,027%. |
Desempenho eleitoral
[editar | editar código-fonte]Eleições presidenciais
[editar | editar código-fonte]Ano | Imagem | Candidato(a) a Presidente | Candidato(a) a Vice-Presidente | Coligação | Votos | Posição |
---|---|---|---|---|---|---|
1994 | Luiz Inácio Lula da Silva (PT) |
Aloizio Mercadante (PT) |
Frente Brasil Popular pela Cidadania (PT, PSB, PCdoB, PPS, PV e PSTU) |
17.122.127 (27,04%) | 2ª | |
1998 | José Maria de Almeida (PSTU) |
José Galvão de Lima (PSTU) |
Sem coligação | 202.659 (0,30%) | 7ª | |
2002 | José Maria de Almeida (PSTU) |
Dayse Oliveira (PSTU) |
Sem coligação | 402.232 (0,47%) | 5ª | |
Segundo turno: apoio crítico ao candidato vitorioso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | ||||||
2006 | Heloísa Helena (PSOL) |
César Benjamin (PSOL) |
Frente de Esquerda (PSOL, PCB e PSTU) |
6.575.393 (6,85%) | 3ª | |
Segundo turno: voto nulo | ||||||
2010 | José Maria de Almeida (PSTU) |
Cláudia Durans (PSTU) |
Sem coligação | 84.609 (0,08%) | 6ª | |
Segundo turno: voto nulo | ||||||
2014 | José Maria de Almeida (PSTU) |
Cláudia Durans (PSTU) |
Sem coligação | 91.209 (0,09%) | 8ª | |
Segundo turno: voto nulo | ||||||
2018 | Vera Lúcia Salgado (PSTU) |
Hertz Dias (PSTU) |
Sem coligação | 55.762 (0,05%) | 11ª | |
Segundo turno: apoio crítico ao candidato derrotado Fernando Haddad (PT) | ||||||
2022 | Vera Lúcia Salgado (PSTU) |
Raquel Tremembé (PSTU) |
Sem coligação | 25.625 (0,02%) | 10ª | |
Segundo turno: apoio crítico ao candidato vitorioso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) |
Referências
- ↑ a b c d TSE. «Partidos políticos registrados no TSE». Consultado em 1 de maio de 2021
- ↑ a b Antônio Ozaí da Silva (1 de agosto de 2001). «As origens e ideologia do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU)». Revista Espaço Acadêmico. Consultado em 1 de maio de 2021
- ↑ Formação, Henrique Canary, da Secretaria Nacional de (27 de setembro de 2011). «Quem foi Leon Trotsky?». PSTU. Consultado em 31 de outubro de 2024
- ↑ Congresso em Foco (2 de março de 2018). «Partido da extrema esquerda, PSTU lança operária sapateira como pré-candidata à Presidência da República». Consultado em 1 de maio de 2021
- ↑ Redação (8 de junho de 2004). «Origens: uma história de trinta anos». PSTU. Consultado em 31 de outubro de 2024
- ↑ a b c TSE. «Estatísticas do eleitorado – Eleitores filiados». Consultado em 2 de novembro de 2024
- ↑ g1 (27 de outubro de 2024). «Mapa de Apuração e Resultado do 10 Turno das Eleições de 2025». g1. Consultado em 27 de outubro de 2024
- ↑ Wesley Bischoff (7 de outubro de 2024). «MDB, PP e PSD crescem e mantêm liderança no número de vereadores no Brasil; PSDB encolhe». G1. Consultado em 7 de outubro de 2024
- ↑ «Folha de S.Paulo - PSTU defende 'revolução socialista' - 30/4/1995». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 8 de outubro de 2024
- ↑ «Nanicos de extrema esquerda desistem de candidaturas próprias e fazem as pazes com o PT». O Globo. 10 de agosto de 2018. Consultado em 8 de outubro de 2024
- ↑ «Novo é sigla mais à direita e PSTU a mais à esquerda no Brasil, mostra GPS partidário». Folha de S.Paulo. 4 de setembro de 2024. Consultado em 8 de outubro de 2024
- ↑ Silva, 2001; Cerdeira, 2009.
- ↑ E antes como Coletivo Gregório Bezerra (CGB), uma organização formada por militantes que acompanharam Luiz Carlos Prestes, na época de sua ruptura com o PCB.
- ↑ Gabriel Felice (6 de julho de 2016). «Impeachment da presidente Dilma racha o PSTU». Estado de Minas. Consultado em 1 de maio de 2021
- ↑ MAIS (4 de agosto de 2017). «MAIS anuncia entrada no PSOL». Esquerda Online. Consultado em 1 de maio de 2021
- ↑ Redação (9 de abril de 2018). «Tem que prender todos os corruptos e corruptores». PSTU. Consultado em 15 de julho de 2021
- ↑ «O Polo Socialista e Revolucionário realiza lançamentos de suas pré-candidaturas». CST-UIT. 14 de julho de 2022. Consultado em 23 de julho de 2024
- ↑ «O Polo Socialista e Revolucionário realiza lançamentos de suas pré-candidaturas». CST-UIT. 14 de julho de 2022. Consultado em 23 de julho de 2024
- ↑ «A CST na greve da educação e nas eleições municipais | Combate Socialista No.183». CST-UIT. 7 de maio de 2024. Consultado em 23 de julho de 2024
- ↑ «MRT lança a pré-candidatura da Bancada Revolucionária de Trabalhadores a vereador em São Paulo». Esquerda Diario. 23 de agosto de 2020. Consultado em 23 de julho de 2024
- ↑ «Candidatos do MRT iniciam a campanha eleitoral oficialmente». Esquerda Diario. Consultado em 23 de julho de 2024
- ↑ «Conheça as pré-candidaturas socialistas e revolucionárias do MRT para as eleições de 2024». Esquerda Diario. Consultado em 23 de julho de 2024