Primeira Guerra do Eslésvico
Primeira Guerra do Eslésvico | |||
---|---|---|---|
Tropas dinamarquesas marchando em Copenhague em 1849, por Otto Bache (1894). | |||
Data | 24 de Março de 1848 – 8 de Maio de 1852. | ||
Local | Ducado de Eslésvico e Jutlândia. | ||
Desfecho | Vitória da Dinamarca
| ||
Mudanças territoriais | A Dinamarca mantém o control da região de Eslésvico-Holsácia | ||
Beligerantes | |||
| |||
Baixas | |||
| |||
A Primeira Guerra do Eslésvico[1] (em alemão: Schleswig-Holsteinischer Krieg; em sueco: Slesvig-holsteinska kriget), também chamada Guerra dos Três Anos (em dinamarquês: Treårskrigen), foi o primeiro dos conflitos militares no sul da Dinamarca e no norte da Alemanha provocados pela Questão dos Ducados, uma disputa pelo controle dos ducados do Eslésvico e Holsácia.
A Questão dos Ducados
[editar | editar código-fonte]Eslésvico era um ducado soberano (i.e., formalmente independente), de maioria dinamarquesa, vinculado à coroa da Dinamarca por uma União Pessoal e por laços feudais. Já Holsácia era um ducado soberano, de maioria alemã, que integrara o Sacro Império Romano-Germânico (e, de 1815 a 1864, a Liga Alemã), mas ligado à Dinamarca por uma União Pessoal desde o século XV. Em outras palavras, o rei da Dinamarca era o duque de Eslésvico e da Holsácia, territórios governados na prática pelos dinamarqueses. O chamado Tratado de Ribe (1460) dispunha que os dois ducados não poderiam ser separados.
A extinção da linhagem real masculina da Dinamarca, com a morte do rei Frederico VII da Dinamarca, criou para os dinamarqueses o problema de como manter o seu controle sobre o Eslésvico-Holsácia, cobiçado por advogados da unificação Alemã (as regras sucessórias dos ducados - que adotavam a lei sálica - diferiam das dinamarquesas em caso de inexistência de herdeiro varão).
Em seguida à agitação causada pelas Revoluções de 1848 (e com a questão sucessória dos ducados em mente), Frederico promulgou uma constituição democrática comum à Dinamarca e a Eslésvico, provocando um movimento separatista nos ducados, apoiado pela Prússia, que levou à eclosão da Primeira Guerra de Eslésvico.
A guerra
[editar | editar código-fonte]Em março de 1848, a grande maioria alemã de Eslésvico-Holsácia rebelou-se contra a Dinamarca e buscou a independência frente a esta última, para associá-los à Confederação Germânica. Uma intervenção militar do Reino da Prússia em favor da revolta expulsou as tropas dinamarquesas dos ducados.
A guerra, que durou de 1848 a 1851, terminou quando as grandes potências europeias pressionaram a Prússia a aceitar o Protocolo de Londres de 1852. Nos termos deste acordo de paz, a Confederação Germânica devolvia Eslésvico-Holsácia à Dinamarca. Em troca, num acordo com a Prússia, a Dinamarca comprometeu-se a não criar laços adicionais com o Eslésvico mais fortes do que os deste último com o Holsácia.
O resultado da guerra, portanto, não foi conclusivo e um novo conflito eclodiu-se em 1864, a Segunda Guerra do Eslésvico, também chamada Guerra dos Ducados, que foi parte da unificação da Alemanha. A unificação total dos estados germânicos ocorreria em 1871, ao fim da Guerra Franco-Prussiana.
Referências
- ↑ Fernandes, Ivo Xavier (1941). Topónimos e Gentílicos. I. Porto: Editora Educação Nacional, Lda.