Sérgio Porto
Sérgio Porto | |
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Sérgio Porto em 1966 | |
Nome completo | Sérgio Marcus Rangel Porto |
Nascimento | 11 de janeiro de 1923 Rio de Janeiro, Distrito Federal, Brasil |
Morte | 30 de setembro de 1968 (45 anos) Rio de Janeiro, Guanabara, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | Jornalista, compositor, escritor |
Sérgio Marcus Rangel Porto, mais conhecido pelo pseudônimo Stanislaw Ponte Preta[1] (Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1923 — Rio de Janeiro, 30 de setembro de 1968)[2], foi um cronista, escritor, radialista, comentarista, teatrólogo, jornalista, humorista, e compositor brasileiro.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Sérgio foi funcionário do Banco do Brasil e, começou sua carreira jornalística no final da década de 1940, atuando em publicações como as revistas Sombra e Manchete, os jornais Última Hora, Tribuna da Imprensa e Diário Carioca. Nesse mesmo período Tomás Santa Rosa também atuava em vários jornais e boletins como ilustrador. Assim surgiu o personagem Stanislaw Ponte Preta e suas crônicas satíricas e críticas, uma criação de Sérgio juntamente com Santa Rosa - o primeiro ilustrador do personagem -, inspirado no personagem Serafim Ponte Grande de Oswald de Andrade. Porto também contribuiu com publicações sobre música e escreveu shows musicais para boates, além de compor a música "Samba do Crioulo Doido" para o teatro rebolado.
Foi também o criador e produtor do concurso de beleza As Certinhas do Lalau, onde figuravam vedetes de primeira grandeza, como Anilza Leoni, Diana Morel, Rose Rondelli, Maria Pompeo, Irma Alvarez e muitas outras.
Conhecedor de Música Popular Brasileira e jazz, ele definia a verdadeira MPB pela sigla MPBB - Música Popular Bem Brasileira. Era boêmio, de um admirável senso de humor e apesar de sua aparência de homem sisudo, escondia um intelectual peculiar capaz de fazer piadas corrosivas contra a ditadura militar e o moralismo social vigente, que fazem parte do FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que Assola o País, uma de suas maiores criações.
FEBEAPÁ
[editar | editar código-fonte]O FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que Assola o País tinha como característica simular as notas jornalísticas, parecendo noticiário sério. Era uma forma de criticar a repressão militar já presente nos primeiros Atos Institucionais (que tinham a sugestiva sigla de AI). Um deles noticiou a decisão da ditadura militar de mandar prender o autor grego Sófocles, que morrera havia séculos, por causa do conteúdo subversivo de uma peça encenada na ocasião.
Satirizando o colunista Jacinto de Thormes (pseudônimo de Maneco Muller), Porto, na pele de Stanislaw, criou uma seção chamada "As Certinhas do Lalau", onde cada edição falava de uma musa da temporada, e muitas vedetes e atrizes foram eleitas "certinhas" pela pena do jornalista.
Alcançou a fama por seu senso de humor refinado e a crítica mordaz aos costumes nos livros Tia Zulmira e Eu e FEBEAPÁ. Sua jornada diária nunca era inferior a 15 horas de trabalho. Escrevia para o rádio, para a TV, onde chegou a apresentar programas, e também para revistas e jornais, além de idealizar seus livros, mas o excesso de obrigações seria demais para o cardíaco Sérgio Porto, que morreu de infarto aos 45 anos de idade.
Morte
[editar | editar código-fonte]O senso de humor prevaleceu até o último instante de vida; momentos antes de falecer disse à empregada: Tunica, estou apagando. Vira o rosto prá lá que não quero ver mulher chorando perto de mim.[3]
Porto não viveu para presenciar o Ato Institucional Número Cinco, mas em sua memória um grupo de jornalistas e intelectuais fundou o semanário O Pasquim em 1969.
Obras publicadas
[editar | editar código-fonte]Como Stanislaw Ponte Preta
[editar | editar código-fonte]- Tia Zulmira e Eu (1961)
- Primo Altamirando e Elas (1962)
- Rosamundo e os Outros (1963)
- Garoto Linha Dura (1964)
- Febeapá - Festival de Besteiras Que Assola o País (1966)
- Febeapá 2 (Segundo Festival de Besteiras Que Assola o Pais) (1967)
- Na Terra do Crioulo Doido (1968)
- Febeapá 3 (1968)
- A Máquina de Fazer Doido (1968)
Como Sérgio Porto
[editar | editar código-fonte]Com seu próprio nome o autor publicou apenas quatro obras:[4]
- Pequena História do Jazz, (1953)
- O Homem ao Lado (1958)
- A Casa Demolida (reedição, com acréscimos, de O Homem ao Lado 1963)
- As Cariocas (1967)
Ver também
[editar | editar código-fonte]- As Cariocas (filme) - filme de 1966 baseado em seu livro As Cariocas.
- As Cariocas (série) - minissérie de 2010 da Rede Globo baseada em seu livro As Cariocas.
- Maneco Muller
Referências
- ↑ "Sérgio Porto, o retrato do presente" - O Estado de S. Paulo, 16 de setembro de 2008
- ↑ «Morre o escritor Sérgio Porto ou Stanislaw Ponte Preta | History Channel». history.uol.com.br. Consultado em 24 de dezembro de 2021
- ↑ «Sérgio Porto morre após dizer à empregada que ia se 'apagar'». Jornal do Brasil: 16. 1 de outubro de 1968. Consultado em 17 de dezembro de 2018
- ↑ Álvaro Costa e Silva (9 de novembro de 2014). «Livro comovente traz Sergio Porto sem seu 'heterônimo'». Folha de S.Paulo. Consultado em 6 de março de 2016