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Suharto

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Suharto
Suharto
Presidente da Indonésia
Período 27 de março de 1967
a 21 de maio de 1998
Antecessor(a) Sukarno
Sucessor(a) Jusuf Habibie
Dados pessoais
Nascimento 8 de junho de 1921
Kemusuk, Sultanato de Yogyakarta
Morte 27 de janeiro de 2008 (86 anos)
Jacarta, Indonésia
Cônjuge Siti Hartinah ​(c. 1947; m. 1996)
Filhos(as) 6
Partido Golkar
Religião Islamismo
Profissão Militar, político
Serviço militar
Lealdade Indonésia
Serviço/ramo Exército Indonésio
Anos de serviço 1940–1974
Graduação General do Exército
Conflitos Revolução Nacional da Indonésia
Rebelião Darul
Disputa por Nova Guiné Ocidental
Confronto Indonésia-Malásia
Massacre na Indonésia de 1965–1966

Hadji Mohamed Suharto, ou simplesmente Suharto (Kemusuk, Yogyakarta, 8 de junho de 1921Jacarta, 27 de janeiro de 2008) foi um político e militar indonésio, que serviu como Presidente da Indonésia, se mantendo no cargo por 31 anos, desde a derrubada do presidente Sukarno, em 1967, até sua renúncia, em 1998. Ele foi amplamente considerado por observadores estrangeiros como um ditador.[1][2][3] Contudo, o legado do seu governo, marcado por corrupção e progressos, segue controverso até os dias atuais.[4][5]

Suharto nasceu numa pequena vila chamada Kemusuk, em Java, na cidade de Yogyakarta, durante a dominação colonial holandesa,[6] crescendo numa família empobrecida. Seus pais, que eram javaneses muçulmanos, se divorciaram logo após o nascimento dele, o que o forçou a viver em lares adotivos durante toda a sua infância. Durante a ocupação japonesa da Indonésia, Suharto serviu num grupo de segurança indonésio criado pelos japoneses. Durante a luta por independência, ele se juntou ao recém-formado exército indonésio. Suharto foi subindo nas patentes e após a independência, foi promovido a major-general.[7]

Entre 30 de setembro e 1 de outubro de 1965, ocorreu uma tentativa de golpe de estado na Indonésia que foi detida por tropas lideradas por Suharto. De acordo com a liderança das forças armadas, o golpe foi orquestrado pelo Partido Comunista.[8] Entre 1965 e 1966, o exército realizou uma série de expurgos contra os comunistas e no final o presidente Sukarno foi forçado a deixar o poder, com o general Suharto assumindo a presidência. Ele foi formalmente apontado como chefe de estado interino em 1967 e eleito presidente oficialmente no ano seguinte. Ele então montou uma campanha social chamada de "de-Sukarnoização" para tentar reduzir a influência do seu antecessor. Nos primeiros anos no poder, o governo de Suharto gozou de apoio popular e da lealdade das forças armadas, permitindo a ele implementar o que chamou de "Nova Ordem". Até a década de 1990, seu regime foi marcado por acentuado autoritarismo, repressão política e corrupção desenfreada que, lentamente, começou a erodir sua base de apoio. Em meados dos anos 90, sua situação ficou insustentável, especialmente após a crise financeira asiática de 1997 que levou a uma série de protestos e instabilidade. Sem alternativa, Suharto anunciou, em maio de 1998, que renunciava a presidência.[9] Ele faleceu dez anos depois, em 2008, de falência múltipla dos órgãos e recebeu um funeral de Estado.[7]

Sob sua administração, que ficou conhecida como "Nova Ordem", Suharto construiu um governo forte, centralizado e dominado por militares. A capacidade de manter a estabilidade em uma Indonésia ampla e diversa, além de sua postura declaradamente anticomunista, conquistou o apoio econômico e diplomático do Ocidente durante a Guerra Fria. Em um dos eventos mais marcantes de sua ditadura, Suharto ordenou a brutal invasão do Timor-Leste, em 1975, na qual morreram, segundo grupos de direitos humanos, cerca de 200 mil timorenses. Durante boa parte de sua presidência, a economia da Indonésia melhorou significativamente, com o país sendo industrializado e a qualidade de vida em ascensão, puxado principalmente por melhorias nos níveis de educação.[10][11]

Planos para conceder o status de Herói Nacional a Suharto estão sendo considerados pelo governo indonésio e têm sido debatidos vigorosamente no país.[12] De acordo com a organização Transparência Internacional, Suharto foi um dos líderes mais corruptos da era moderna, tendo desviado e assumido ilegalmente uma fortuna avaliada entre US$ 15–35 bilhões de dólares.[13][14]

Referências

  1. Berger, Marilyn (28 de janeiro de 2008). «Suharto Dies at 86; Indonesian Dictator Brought Order and Bloodshed». The New York Times 
  2. Gittings, John (28 de janeiro de 2008). «Obituary: Suharto, former Indonesian dictator: 1921-2008». The Guardian 
  3. Hutton, Jeffrey (19 de maio de 2018). «Is Indonesia's Reformasi a success, 20 years after Suharto?». South China Morning Post 
  4. Wiranto (2011). 7 Tahun Menggali Pemikiran dan Tindakan Pak Harto 1991–1997 [7 Years Exploring the Thoughts and Actions of Pak Harto 1991–1997]. Jakarta: PT Citra Kharisma Bunda. ISBN 978-602-8112-12-3 
  5. Forrester, Geoff; May, R.J. (1998). The Fall of Soeharto. Bathurst, Australia: C. Hurst and Co. ISBN 1-86333-168-9 
  6. Soeharto, as related to G. Dwipayana and Ramadhan K.H. (1989). Soeharto: Pikiran, ucapan dan tindakan saya: otobiografi [Soeharto: Meus pensamentos, palavras e ações: uma autobiografia]. Jakarta: PT Citra Lamtoro Gung Persada. ISBN 979-8085-01-9 
  7. a b Elson, Robert E. (2001). Suharto: A Political Biography. Cambridge, United Kingdom: Cambridge University Press. ISBN 0-521-77326-1 
  8. Friend (2003), páginas 107–109; Chris Hilton (writer and director) (2001). Shadowplay (Television documentary). Vagabond Films and Hilton Cordell Productions ; Ricklefs (1991), páginas 280–283, 284, 287–290
  9. Schwarz, A. (1994). A Nation in Waiting: Indonesia in the 1990s. [S.l.]: Westview Press. ISBN 1-86373-635-2 
  10. Miguel, Edward; Paul Gertler; David I. Levine (Janeiro de 2005). «Does Social Capital Promote Industrialization? Evidence from a Rapid Industrializer». Econometrics Software Laboratory, University of California, Berkeley 
  11. McDonald, Hamish (28 de janeiro de 2008). «No End to Ambition». Sydney Morning Herald 
  12. «Pro Kontra Soeharto Pahlawan Nasional». Trias Politica (em indonésio). 26 de maio de 2016. Consultado em 28 de julho de 2016. Cópia arquivada em 23 de setembro de 2016 
  13. Global Corruption Report 2004: Political Corruption by Transparency International - Issuu. [S.l.]: Pluto Press. 2004. p. 13. ISBN 0-7453-2231-X – via Issuu.com 
  14. «Suharto tops corruption rankings». BBC News. 25 de março de 2004. Consultado em 4 de fevereiro de 2006 

Ligações externas

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