Theatro Pedro II
Theatro Pedro II | |
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Fachada do Theatro | |
Tipo | teatro |
Estilo dominante | eclético[1] |
Arquiteto(a) | Hippolyto Gustavo Pujol Júnior (Arquiteto projetista) |
Construção | 1928 — 1930 |
Inauguração | 8 de outubro de 1930 (94 anos) |
Capacidade | 1 588 lugares |
Página oficial | http://www.theatropedro2.com.br/ |
Estado de conservação | Restaurado em 1996[2] |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | Ribeirão Preto |
Coordenadas | 21° 10′ 28″ S, 47° 48′ 35″ O |
Localização em mapa dinâmico |
O Theatro Pedro II[3] é um grande teatro localizado na cidade de Ribeirão Preto, estado de São Paulo, de primeira classe para música sinfônica e ópera, possuindo capacidade para 1588 espectadores[4] e uma área total de 6500 m².
História
[editar | editar código-fonte]Origem e construção
[editar | editar código-fonte]Ribeirão Preto viveu seu apogeu econômico e político, desencadeado pela Cultura Cafeeira e pela implantação da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro em 1876. Em 1897, a cidade recebeu seu primeiro teatro, o Teatro Carlos Gomes. Em 1903, um francês chamado François Cassoulet deu vida a boemia da cidade com a fundação de cassinos e casas noturnas, como o Eldorado Paulista. Com a abertura industrial em 1911, instalava-se na cidade a Companhia Cervejaria Paulista. No início da década de 20, Adalberto de Oliveira Roxo adquiriu alguns velhos prédios na esquina das ruas Duque de Caxias e Álvares Cabral para a construção de um Hotel, o Central Hotel. Este edifício deu início ao Conjunto Arquitetônico que ficaria conhecido como "Quarteirão Paulista".[5]
Os outros terrenos localizados em frente à Praça XV de Novembro, até a esquina com a rua General Osório, foram adquiridos pela CIA Cervejaria Paulista, com a finalidade de construir um conjunto arquitetônico composto por um teatro e um edifício de escritórios. Posteriormente foi adquirido também o edifício recém-construído do Central Hotel, que passou a ser chamado de Palace Hotel. Para a execução desse projeto, Meira Júnior, um dos fundadores da Cia Cervejaria Paulista, contratou, entre 1928 e 1930, o Arquiteto Hippolyto Gustavo Pujol Júnior, e a parte estrutural da construção coube à empresa alemã Kemmitz, dirigida por Fritz Hans Urlass[5]. O Teatro Pedro II foi construído em frente ao Teatro Carlos Gomes.[6]
Inauguração e auge
[editar | editar código-fonte]O Teatro foi inaugurado em 8 de outubro de 1930[7] na cidade de Ribeirão Preto com a apresentação do filme "Alvorada do Amor". Em plena crise econômica, o teatro tinha capacidade para 2000 pessoas quando da inauguração[5]. Sua designação homenageia o último imperador do Brasil, D. Pedro II, e foi escolhido pela população da cidade, através de um concurso feito pelo jornal A Cidade, o principal do município.[6]
Por mais de 30 anos, o Pedro II foi o principal polo cultural do município.[5] Havia passagens secretas no teatro, utilizadas por pessoas da alta sociedade. As passagens ligavam o teatro aos hotéis que ficavam ao lado do prédio.[6] Entre as décadas de 1950 e 1970, o subsolo do teatro foi transformado em salão de bailes de carnaval. Fora do período carnavalesco, era transformado em sala de jogos. O local ficou conhecido como “Caverna do Diabo”.[8]
Decadência e incêndio
[editar | editar código-fonte]Na década de 1970, o prédio foi arrendado por uma companhia exibidora de filmes, e o prédio passou por uma reforma que o descaracterizou. Vários elementos decorativos foram destruídos, a plateia foi reduzida e placas de madeira encobriram camarotes, frisas e galerias laterais para transformá-lo em cinema. Dos seus 2.000 lugares restaram apenas 800. Em 1978, o teatro já estava fechado ao público devido ao péssimo estado de conservação[5].
Em 15 de julho de 1980[8], um incêndio destruiu a cobertura, o forro do palco e grande parte do interior, incluindo-se o teto. A Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto chegou a fazer um concerto de protesto, quatro meses depois do incêndio, sob a regência do Maestro Isaac Karabtcheswski e Lutero Rodrigues, atraindo cerca de 10 mil pessoas[5].
Tombamento e reforma
[editar | editar código-fonte]Graças a uma grande mobilização da sociedade local, no dia 7 de maio de 1982[8], o prédio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (CONDEPHAAT).[5]
Em maio de 1991, teve início a primeira etapa de restauração e modernização do teatro. Em janeiro de 1993 começou a segunda etapa. Um concerto de música erudita em abril de 1994 arrecadou 10 mil dólares para a recuperação. A reforma durou cinco anos. O restauro das características arquitetônicas originais recuperaram o Pedro II e ampliaram suas funções, transformando-o no segundo maior teatro de ópera do país em capacidade de público. O Pedro II fica atrás apenas do Theatro Municipal de São Paulo.[8]
Na fase de reforma, a cúpula metálica da plateia principal foi reconstruída e a caixa cênica rebaixada em seis metros. Foi criado um subsolo com mais dois níveis: espaços para serviços de apoio artístico, oficina de cenário, carpintaria e almoxarifado técnico.
Reinauguração
[editar | editar código-fonte]Em agosto de 1996, na administração do prefeito Antonio Palocci (PT), o Teatro Pedro II foi reinaugurado com um concerto da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto e o Coral do Teatro Colón, de Buenos Aires, apresentando a abertura Il Guarany de Antônio Carlos Gomes e a Nona Sinfonia de Ludwig van Beethoven, respectivamente sob regência dos maestros Roberto Minczuk e Isaac Karabtchevsky, contando ainda com a presença de Fernando Portari (tenor solista). Em sua nova configuração após a reforma, ocorreram várias melhorias e foi ainda criada e instalada uma nova cúpula da artista plástica Tomie Ohtake, mas todos os demais detalhes do Teatro Pedro II foram reconstruídos e restaurados de acordo com as plantas e demais dados arquitetônicos originais.
Por sua excelente acústica, o Teatro Pedro II é considerado um dos melhores teatros da América Latina, destacando-se para a realização de concertos sinfônicos e em especial ópera (de acordo com seu projeto inicial), incluindo-se fosso com elevador para orquestra abrigando cerca de sessenta músicos.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ SUNEGA, Renata Alves (2005). «Um teatro para o "conjunto harmônico de edifícios monumentais"» (PDF). I Encontro de História da Arte - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 11 de agosto de 2015
- ↑ «Institucional». Theatro Pedro II. Consultado em 14 de setembro de 2017
- ↑ Como sinal de tradição, a prefeitura prefere manter a grafia arcaica theatro com "th" como figura em sua fachada.
- ↑ Prefeitura de Ribeirão Preto. «Theatro Pedro II - Sala Principal». Consultado em 22 de julho de 2010
- ↑ a b c d e f g http://www.achetudoeregiao.com.br/sp/ribeirao_preto/teatro_pedro_II.htm
- ↑ a b c http://www.jornalacidade.com.br/lazerecultura/lazerecultura_internaNOT.aspx?idnoticia=963619
- ↑ Prefeitura de Ribeirão Preto. «Theatro Pedro II - História». Consultado em 22 de julho de 2010
- ↑ a b c d http://www.theatropedro2.com.br/institucional.php