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Myracrodruon urundeuva

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Estado de conservação
Espécie deficiente de dados
Dados deficientes
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Anthophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Sapindales
Família: Anacardiaceae
Género: Myracrodruon
Espécie: M. urundeuva[1][2][3]
Nome binomial
Myracrodruon urundeuva
(Allemão) Engl.
Sinónimos
Astronium juglandifolium Griseb.
Astronium urundeuva (Fr.All.) Engl.

A urundeúva (Myracrodruon urundeuva, classificada anteriormente como Astronium juglandifolium e Astronium urundeuva) é também conhecida como aroeira, aroeira-preta, aroeira-do-sertão, uriunduba[4], aroeira-do-campo e aroeira-da-serra. A partir do ano de 2019 a espécie saiu da lista vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais a qual é citada como Astronium urundeuva. No estado de São Paulo, no Brasil, ocorre em ecótonos com vegetação de cerrado na floresta estacional semidecidual do noroeste e na decidual de transição, estando na lista oficial das espécies ameaçadas naquele estado, na categoria VU (vulnerável).[5] Suas flores são insignificantes, se reunindo em grandes inflorescências. Seu fruto é uma pequena noz, encimada por um cálice que se parece com um paraquedas[4].

É nativa da caatinga e do cerrado, desde o estado do Ceará até o estado do Paraná, no Brasil. Encontrada também na Argentina, Paraguai e Bolívia. Embora os dados sejam insuficientes, a urundeúva é superexplorada devido a sua madeira resistente e agrupamentos dessa árvore, que antigamente era dominante na caatinga, estão desaparecendo. A madeira da urundeúva contém tanino, é pardo-avermelhada, dura e imputrescível, própria para ser usada em obras externas[4], como dormentes de linhas férreas, postes e na construção civil. Além disso, possui propriedades anti-inflamatória e cicatrizante. Essa planta é usada tradicionalmente na região da Caatinga para o tratamento de mulheres no período pós-parto.

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Características gerais

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  • Forma de vida: árvore
  • Altura: 6 a 14 metros no Cerrado e na Caatinga; 20 a 25 metros em floresta latifoliada semidecídua. Tronco de 50 a 80 centímetros de diâmetro.[6]
  • Solo: terrenos secos e rochosos (caatinga).[6] Alta exigência por fertilidade no cultivo.[7]
  • Ciclo de vida: perene, acima de 20 anos. Velocidade de crescimento moderada, atingindo 10,5 metros de altura aos 9 anos.[8]
  • Exigência de luz: heliófita.
  • Deciduidade: decídua.
  • Necessidade de umidade: seletiva xerófita.
  • Período de floração: Cerrado - jan-jul ; Mata Atlântica - jun -jul (jan-jul) ; Pantanal - ago a set; Caatinga - jun - set.
  • Período de frutificação: Cerrado - set-out ; Mata Atlântica - jul - set (set-out) ; Pantanal - set a out; Caatinga - ago - out.[9]
  • Grupo sucessional ou grupo ecológico: pioneira[9][10].
  • Estrato: alto.[7]

Características morfológicas

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  • Ritodoma: Possui cor marrom acastanhado, é deiscente (há desprendimento de placas) e seu padrão é lenticelado.[11]
  • Ramos e filotaxia: possui a cor verde, sendo indeiscente (nesse caso seus ramos não apresentam desprendimento de placas), com formato canaliculado lenticelas evidentes e filotaxia alterna espiralada.
  • Folha e partes da folha: tendo suas folhas compostas e imparipinadas, a Aroeira (urundeúva) possui as seguintes partes das folhas: Pecíolo, raque, peciólulo e folíolo. [12]
  • Arquitetura da folha: o seu limbo possui formato ovado, tendo o ápice agudo, base arredondada, margem (bordo) cerrado e a secção transversal do pecíolo é canaliculado. [12]
  • Nervação: o seu perfil de nervura primária central é impresso côncavo e o seu padrão de nervação é pinado, sendo tipo semi-craspedódroma e suas nervações secundárias quanto as categorias de espaçamento são irregulares, suas nervuras terciárias são reticuladas.[13]
  • Informações adicionais: cheiro de manga ao amassar a folha, látex ao destacar a folha.
  • Origem: nativa do Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia.
  • Distribuição geográfica:[14] Norte (Acre, Rondônia, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo), Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina).
  • Domínios fitogeográficos: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal.[14]
  • Tipos de vegetação: Área Antrópica, Caatinga (stricto sensu), Campo Limpo, Campo Rupestre, Carrasco, Cerrado (lato sensu), Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual.[14]
  • Tipos de plantio: semeadura direta ou por mudas.[8]
  • Espaçamento: 2x2m ou 4x4m.[8]
  • Obtenção e beneficiamento de sementes: colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea. Não é possível separar as sementes dos frutos, sendo necessário semeá-los inteiros. Viabilidade em armazenamento inferior a 5 meses.[6]
  • Produção de mudas: as sementes devem ser colocadas para germinar em substrato arenoso enriquecido com matéria orgânica. Não é necessário tratamento. A emergência de plântulas ocorre em 8 a 18 dias. Taxa de germinação superior a 80%. Mudas com rápido desenvolvimento inicial.[6]
  • Requer poda de ramos laterais para formação de fuste (pode ser minimizado com plantio misto de alta densidade).[8]
  • Idade para poda apical em sistemas agroflorestais: 10 anos.[15]
  • Não é boa produtora de biomassa.[7]
  • Tempo para colheita da madeira: 8 a 10 anos (para mourões de cerca); 15 a 20 anos (para postes e dormentes de trilhos).[8]

Usos e funções

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  • A madeira é extremamente densa e durável, podendo resistir mais de cem anos ao ar livre sem tratamento. Utilizada em construções externas, internas, móveis, cercas. Também possui boa qualidade para carvão e lenha. O valor da madeira em pé é de R$136,60 a R$570,00 o m³ (valores estimados em 2014/2015).[8]
  • A árvore é indicada para arborização em geral, apresentando, porém, o inconveniente de poder provocar reações alérgicas a pessoas sensíveis.[6]
  • Atração de fauna e polinizadores.[7]
  • Potencial medicinal.[7]
  • Outros usos: forrageiro, resina, tanífero, cultural/ritualistico[9].

Referências

  1. «Tropicos.org. Missouri Botanical Garden». Consultado em 6 de julho de 2017 
  2. «The Plant List (2013). Version 1.1». Consultado em 6 de julho de 2017 
  3. «Anacardiaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro». Consultado em 6 de julho de 2017 
  4. a b c FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro:Nova Fronteira, 1986. pp.1 743,1 744
  5. «Instituto de Botânica». Instituto de Botânica. Consultado em 3 de novembro de 2016 
  6. a b c d e LORENZI, Harri (1992). Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil, vol. 1. Nova Odessa, SP: Editora Plantarum. p. 5 
  7. a b c d e MICCOLIS, Andrew (2016). Restauração ecológica com sistemas agroflorestais. Brasília: Instituto Sociedade, População e Natureza - ISPN; Centro Nacional de Pesquisa Agroflorestal - ICRAF. p. 224 
  8. a b c d e f FILHO; SARTORELLI,, Eduardo Malta Campos; Paolo Alessandro Rodrigues (2015). Guia de árvores com valor econômico. São Paulo: Agroicone. p. 57 
  9. a b c «Native species - Portal Embrapa». www.embrapa.br. Consultado em 24 de setembro de 2021 
  10. Carnevali, Natália Hilgert de Souza; Santiago, Etenaldo Felipe; Daloso, Danilo De Menezes; Carnevali, Thiago De Oliveira; Oliveira, Maiby Teodoro de (30 de junho de 2016). «SOBREVIVÊNCIA E CRESCIMENTO INICIAL DE ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS IMPLANTADAS EM PASTAGEM DEGRADADA». FLORESTA (2). 277 páginas. ISSN 1982-4688. doi:10.5380/rf.v46i2.42881. Consultado em 24 de setembro de 2021 
  11. «Características ritidoma» (PDF) 
  12. a b «Folha e suas características» (PDF) 
  13. «(PDF) Manual of Leaf Architecture». ResearchGate (em inglês). Consultado em 6 de setembro de 2021 
  14. a b c «Flora do Brasil 2020». floradobrasil.jbrj.gov.br. Consultado em 24 de setembro de 2021 
  15. NETO, Nelson Eduardo Correa [et. al.] (2016). Agroflorestando o mundo de facão a trator. Barra do Turvo: Associação dos Agricultores Agroflorestais de Barra do Turvo e Adrianópolis, Cooperafloresta. p. 153