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Águas de Lindóia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Não confundir com Lindóia.

Águas de Lindóia

Município da Estância Hidromineral de Águas de Lindóia

  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Águas de Lindóia
Bandeira
Brasão de armas de Águas de Lindóia
Brasão de armas
Hino
Gentílico lindoiense
Localização
Localização de Águas de Lindóia em São Paulo
Localização de Águas de Lindóia em São Paulo
Localização de Águas de Lindóia em São Paulo
Águas de Lindóia está localizado em: Brasil
Águas de Lindóia
Localização de Águas de Lindóia no Brasil
Mapa
Mapa de Águas de Lindóia
Coordenadas 22° 28′ 33″ S, 46° 37′ 58″ O
País Brasil
Unidade federativa São Paulo
Municípios limítrofes Lindóia, Itapira, Socorro e Monte Sião (MG)
Distância até a capital 159 (Via Bragança Paulistakm[1]
História
Fundação 16 de novembro de 1938 (85 anos)
Emancipação 30 de dezembro de 1953 (70 anos)
Administração
Prefeito(a) Gilberto Abdou Helou (PSDB, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [2] 60,126 km²
 • Área urbana (2019) [2] 8,53 km²
População total (Censo IBGE/2022[2]) 17 930 hab.
Densidade 298,2 hab./km²
Clima tropical de altitude (Cwa)
Altitude 945 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 13940-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,745 alto
PIB (IBGE/2021[4]) R$ 585 603,94 mil
PIB per capita (IBGE/2021[4]) R$ 30 971,23
Sítio Prefeitura Municipal (Prefeitura)
Câmara Municipal (Câmara)

Águas de Lindóia[nota 1] é um município brasileiro do estado de São Paulo, pertencente ao Circuito das Águas Paulista. Conhecido como a "Capital termal do Brasil", está na região administrativa de Campinas. Abrange uma área de 60,126 km², nos quais residem, segundo o Censo 2022, uma população de 17.930 habitantes.[5]

Estância hidromineral

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Balneário

Águas de Lindóia é um dos onze municípios paulistas considerados estâncias hidrominerais pelo estado de São Paulo, por cumprirem determinados requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar, junto a seu nome, o título de estância hidromineral, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.

Fotografia noturna do lago em 2008. Ao fundo vista para hotéis e cristo(clique para ampliar)

A região de Águas de Lindóia teve como primeiros habitantes os indígenas caiapós e teriam sido eles os descobridores das propriedades curativas das águas termais locais.[6]

Em 9 de agosto de 1728, Manoel de Castro, residente em Santos, recebeu uma sesmaria que abrangia os territórios dos atuais municípios de Lindóia e Águas de Lindóia, incluindo o local denominado “Águas Quentes”, onde se formaria a cidade de Águas de Lindóia. Já nessa época, os bandeirantes e tropeiros já sabiam das propriedades curativas das águas termais da região, na qual se fixaram, por causa delas, moradores de outras vilas, como Santos, Atibaia e Bragança.[7][8][9]

Em 1900, a convite do padre italiano Carmelo d’Angelo, pároco de Socorro, vieram para o Brasil dois amigos e conterrâneos dele: o padre Henrique Tozzi, que assumiu o cargo de vigário de Lindóia, e o seu sobrinho, o médico Francisco Tozzi, que passou a clinicar na região.[6][8]

Em 1909, o Padre Henrique Tozzi contou ao seu sobrinho médico sobre a cura de um eczema nas águas termais do local chamado “Águas Quentes” e Francisco constatou que essas águas tinham poderes curativos. No mesmo ano, o Dr. Tozzi adquiriu o sítio em que estava Águas Quentes, em cuja propriedade começou a construção, sob ordens do médico, das Termas de Lindóia (atual Águas de Lindóia), com balneários e toda a infraestrutura necessária para os operários.[6][8][10]

As propriedades curativas das águas das Termas de Lindóia trouxeram para lá cada vez mais pessoas e propiciaram, a partir de 1916, o engarrafamento da água mineral.[10]

O Decreto nº 9.731 de 16 de novembro de 1938, criou o distrito de Termas de Lindóia, subordinado ao município de Lindóia. Posteriormente, em 1953, a sede do município de Lindóia foi transferida para as Termas de Lindóia e o município recebeu o nome de Águas de Lindóia, tendo Lindóia restaurando sua autonomia em 1965.[7][9]

Em 1954, se iniciou a construção de um novo balneário em Águas de Lindóia, concluído em 1959, e, simultaneamente, foi feito um plano urbanístico para o município, com ruas asfaltadas, praças e jardins. Na década de 1960, o trabalho paisagístico de Burle Marx originou a Praça Adhemar de Barros.[8]

A visita de Madame Curie, Prêmio Nobel de Química

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O trabalho do Dr. Tozzi atraíra a atenção de Marie Curie, Prêmio Nobel de Química, que realizava pesquisas na França sobre a radioatividade.[11]

Madame Curie veio ao Brasil em 1926 e visitou as Termas de Lindóia. A radioatividade foi o tema das conversas, porque anos mais tarde descobriu-se que a água mineral de Águas de Lindóia atingia 3.179 maches na escala radioativa, contra 185 maches das famosas fontes de Jáchymov na República Tcheca e 155 maches das fontes de Bad Gastein, na Áustria.[8][11]

A radioatividade natural da água é extremamente benéfica para o organismo, e Águas de Lindóia possui, comprovadamente, a água mineral de maior radioatividade em todo o planeta.[12]

Águas de Lindóia e a Missão Apolo 11

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O Balneário Municipal exibe uma nota fiscal muito interessante, de número 20.218, emitida em 2 de abril de 1969, três meses e meio antes do homem chegar à Lua pela primeira vez a bordo da Apolo 11. Segundo este documento, foram embarcadas para o Cabo Canaveral, a pedido da NASA, 100 dúzias de garrafas com 500 ml contendo água mineral de Águas de Lindóia.[11]

Algumas pessoas que trabalharam na empresa engarrafadora naquela época confirmam a história e acrescentam que a água enviada foi retirada da Fonte Santa Filomena, que ainda jorra no Balneário.[11]

O site da NASA comprova que a cápsula Eagle, onde os astronautas Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins fizeram a viagem, possuía dois reservatórios para água, mas não especifica com qual água eles foram abastecidos. Os motivos que teriam levado a NASA a escolher a água mineral de Águas de Lindóia são a baixa acidez e rápida absorção pelo organismo.[11]

Igreja Católica

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O município pertence à Diocese de Amparo.

  • Matriz Velha Nossa Senhora das Graças e Matriz Nova Cristo Rei.
  • Matriz Nova Cristo Rei [13]

Águas de Lindóia possui 5 Centros Espíritas.[14] Dentre eles, podemos citar a Fraternidade Espiritualista de Libertação Interior, encabeçada pela conselheira espiritual Lígia Campos Palazzini há mais de 25 anos.

Igreja Evangélica
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O município possui diversas comunidades evangélicas, entre elas destacamos: Igreja do Evangelho Quadrangular; Igreja Batista; Igreja Assembleia de Deus (Belém e Madureira); Igreja de Cristo Pentecostal Internacional; Igreja do Nazareno; Igreja Presbiteriana do Brasil; Igreja Amor e vida; Igreja Assembleia de Deus Vida Nova, que compõe o COMLEAL (Conselho de Ministros e Líderes Evangélicos de Águas de Lindoia, sob a Presidência do Pastor Nárcio Cavalieri (2021/2023).

Morro Pelado

A altitude média do município é de 945 metros, atingindo seu ponto mais alto no Morro Pelado, aos 1.400 metros de altura. Por estas características, goza de um clima agradável, classificado como transição entre subtropical e tropical de altitude.

Sua população auferida no censo 2022 é de 17.930 habitantes.[5]

A cidade é servida pela rodovia SP-360, BR-146, SP-147.

Apresenta 92,9% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 82,1% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 73,3% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio). Quando comparado com os outros municípios do estado, fica na posição 212 de 645, 474 de 645 e 9 de 645, respectivamente. Já quando comparado a outras cidades do Brasil, sua posição é 293 de 5570, 2241 de 5570 e 60 de 5570, respectivamente.(FONTE:IBGE)[15]

Administração

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Comunicações

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A cidade foi atendida pela Companhia Telefônica Brasileira (CTB) até 1973,[16] quando passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), que construiu a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi privatizada e vendida para a Telefônica,[17] sendo que em 2012 a empresa adotou a marca Vivo[18] para suas operações de telefonia fixa.

Notas

  1. Pelas normas ortográficas vigentes, este topônimo deveria ser grafado Águas de Lindoia (sem acento em Lindóia), pois não são mais acentuados os ditongos abertos oi em palavras paroxítonas

Referências

  1. «Distancia entre Águas de Lindóia e a capital São Paulo». Google Maps. 4 de junho de 2020 
  2. a b c «Águas de Lindóia (SP) - panorama». IBGE Cidades. Consultado em 10 de julho de 2024 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». IBGE. 2010. Consultado em 3 de junho de 2020. Arquivado do original em 3 de outubro de 2009 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios - Águas de Lindóia (SP)». IBGE Cidades. Consultado em 10 de julho de 2024 
  5. a b «Águas de Lindóia (SP)». Cidades e Estados - IBGE. Consultado em 10 de julho de 2024 
  6. a b c «História». www.aguasdelindoia.com.br. Consultado em 10 de julho de 2024 
  7. a b Enciclopédia dos Municípios Brasileiros 🔗 (PDF). Rio de Janeiro: IBGE. 1957. p. 28 
  8. a b c d e «Um pouco de sua história». Viva Águas de Lindóia. Consultado em 10 de julho de 2024 
  9. a b «História do Município». Prefeitura Municipal de Lindóia. Consultado em 10 de julho de 2024 
  10. a b «Águas de Lindóia (SP) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 10 de julho de 2024 
  11. a b c d e «Fundação do Município». Prefeitura Municipal de Águas de Lindóia. Consultado em 10 de julho de 2024 
  12. «Site oficial da cidade». Consultado em 4 de junho de 2020 
  13. http://www.diocesedeamparo.org.br/index.php/2016/05/03/paroquia-nossa-senhora-das-gracas-aguas-de-lindoia/
  14. «Águas de Lindoia». www.usecircuitodasaguas.org. Consultado em 3 de junho de 2020 
  15. «IBGE Cidades». Consultado em 7 de junho de 2020 
  16. «Relação do patrimônio da CTB incorporado pela Telesp» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo 
  17. «Nossa História». Telefônica / VIVO 
  18. GASPARIN, Gabriela (12 de abril de 2012). «Telefônica conclui troca da marca por Vivo». G1 

Ligações externas

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