Aphyllanthoideae
Aphyllanthes Aphyllanthes monspeliensis Aphyllanthoideae | |||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Aphyllanthes monspeliensis L.[3] | |||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||
Distribuição da subfamília Aphyllanthoideae.
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Sinónimos[3] | |||||||||||||||||
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Aphyllanthoideae é uma subfamília monotípica de plantas com flor monocotiledóneas da família Asparagaceae, cujo único género é Aphyllanthes, também um táxon monotípico tendo como única espécie Aphyllanthes monspeliensis.[1] A espécie tem distribuição natural nas regiões semi-áridas da parte ocidental da bacia do Mediterrâneo.[4][5] A espécie é cultivada como planta ornamental.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Morfologia
[editar | editar código-fonte]São plantas glabras com rizoma horizontal, longo. Escapos de até 45 x 1,5 cm, numerosos, estriados. Folhas de até 10 cm de comprimento, purpuráceas, com parte externa trinervada verde, frecuentemente prolongadas num mucrão. Flores rodeadas de 6-7 brácteas de 4,5-10 mm, coriáceas, ovadas ou oblongas, a externa ovado-lanceolada e longamente mucronada. Tépalas de 15-20 mm de comprimento, oblongas, obtusas, persistentes, com parte superior divaricada e parte inferior formando um tubo rodeado pelas brácteas, azul-violeta, raras vezes brancas. Estames mais curtos que as tépalas, com anteras de 1-1,5 mm, amarelas. Cápsulas de 3,54 mm, apiculadas. Sementes densa e diminutamente tuberculadas, negras. Floresce e fructifica de fevereiro a junho.[6]
A planta produz agrupamentos de inflorescências escaposas, cujos escapos são na realidade o principal órgão foto-sintético, já que as folhas escariosas na base não são fotossintéticas. A inflorescência tem poucas flores, com tépalas usualmente azuis de tamanho mediano. O número de cromosomas é n=16.[7] A planta apresenta grandes semelhanças morfológicas com os membros do género Sisyrinchium.
Aphyllanthes são plantas muito utilizadas em jardins de rochas devido a serem os solos secos e rochosos o seu habitat preferido. Por serem originários do Mediterrâneo, estão adaptados ao calor e à seca. Além disso, as suas flores grandes e brilhantes são uma característica atraente que resultou no aumento do cultivo dessa espécie para introdução no mercado das flores de corte.
Distribuição
[editar | editar código-fonte]A única espécie que integra esta subfamília monotípica, Aphyllanthes monspeliensis, ocorre nas regiões costeiras do Mediterrâneo Ocidental, na metade sul da França, metade oriental da Península Ibérica e alguns pontos do norte de África.[8] Ocorre até aos 1600 (1800) metros de altitude,[9] sendo rara a presença em lugares muito áridos.
Filogenia e sistemática
[editar | editar código-fonte]Filogenia
[editar | editar código-fonte]Tradicionalmente incluído nas Liliaceae, o género Aphyllanthes foi reconhecido, com base nos resultados de múltiplas análises, ao nível taxonómico de subfamília pelos modernos sistemas de classificação filogenética, como o sistema APG III (de 2009)[10] e o APWeb (2001 em diante),[11] que a incluem numa família Asparagaceae sensu lato (ver Asparagales para uma discussão deste último clado).
Apesar disso, o género Aphyllanthes aparece com uma variação muito longa numa análise incorporando três genes,[12] pelo que a sua posição filogenética é pouco clara, mas a sua remoção de algumas análise disminui drasticamente o apoio.[13] Uma relação de Aphyllantes como grupo irmão de Scilloideae (antes Hyacinthaceae) foi encontrada num estudo de 2001.[14] mas estudos poeteriores permitem colocá-lo como grupo-irmão de Lomandroideae (antes Laxmanniaceae), mas com baixo apoio.[15]
A árvore filogenética das Asparagales 'nucleares', incluindo aquelas famílias que foram reduzidas ao estatuto de subfamílias, é a que se mostra abaixo. O grupo inclui as duas maiores famílias da ordem, isto é, aqueles com maior número de espécies, as Amaryllidaceae e as Asparagaceae.[16][17] Nesta circunscrição taxonómica a família Amaryllidaceae é o grupo irmão da família Asparagaceae e a subfamília Aphyllanthoideae o grupo irmão do clado constituídos pelas Brodiaeoideae + Scilloideae.
Asparagales 'nucleares' |
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Sistemática
[editar | editar código-fonte]A subfamília é reconhecida pelo sistema APG IV, de 2016 (sem alterações desde o sistema APG II de 2003)[10][18] Aphyllanthoideae era anteriormente tratada ao nível de família, como Aphyllanthaceae.
A subfamília integra um único género e uma única espécie (de acordo com Royal Botanic Gardens, Kew):[19][20]
- Aphyllanthes L., Sp. Pl.: 294 (1753). 1 espécie:
- Aphyllanthes monspeliensis L., Species Plantarum: 294 (1753).
A espécie apresenta a seguinte sinonímia:
- Aphyllanthes monspeliensium Vill. [1787, Hist. Pl. Dauph., 2: 143]
- Aphyllanthes juncea Salisb. [1807, Parad. Lond.: tab. 9]
- Aphyllanthes cantabrica Bubani [1902, Fl. Pyr., 4: 111] [nom. illeg.]
- Aphyllanthes caerulea St.-Lag.
A espécie é conhecida pelo nome comum de «junquilho-azul».[21]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b Chase, M.W.; Reveal, J.L.; Fay, M.F. (2009), «A subfamilial classification for the expanded asparagalean families Amaryllidaceae, Asparagaceae and Xanthorrhoeaceae», Botanical Journal of the Linnean Society, 161 (2): 132–136, doi:10.1111/j.1095-8339.2009.00999.x
- ↑ «Aphyllanthes», World Checklist of Selected Plant Families, Royal Botanic Gardens, Kew, consultado em 7 de setembro de 2013
- ↑ a b «Aphyllanthes monspeliensis», World Checklist of Selected Plant Families, Royal Botanic Gardens, Kew, consultado em 7 de setembro de 2013
- ↑ The Angiosperm Phylogeny Group III ("APG III", em ordem alfabética: Brigitta Bremer, Kåre Bremer, Mark W. Chase, Michael F. Fay, James L. Reveal, Douglas E. Soltis, Pamela S. Soltis y Peter F. Stevens, además colaboraron Arne A. Anderberg, Michael J. Moore, Richard G. Olmstead, Paula J. Rudall, Kenneth J. Sytsma, David C. Tank, Kenneth Wurdack, Jenny Q.-Y. Xiang y Sue Zmarzty) (2009). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III.». Botanical Journal of the Linnean Society (161): 105-121. Cópia arquivada em 25 de maio de 2017
- ↑ Stevens, P. F. (2001). «Angiosperm Phylogeny Website (Versão 9, junho de 2008, actualizado desde então)» (em inglês). Consultado em 12 de janeiro de 2009
- ↑ Aphyllanthes monspeliensis en Flora Vascular
- ↑ Chromosome number reports. LII. Palomeque, T. & M. Ruíz Rejón (1976) Taxon 25(2/3): 346
- ↑ «Aphyllanthoideae». Conservatorio y Jardín Botánico de Ginebra: Flora africana. Consultado em 8 de setembro de 2011
- ↑ «Aphyllanthoideae». Atlas de la flora del Pirineo Aragonés, vol. II. Luis VILLAR PÉREZ, José Antonio Sesé Franco & José Vicente Ferrandéz Palacio. Consultado em 22 de março de 2014.
- ↑ a b The Angiosperm Phylogeny Group III ("APG III", en orden alfabético: Brigitta Bremer, Kåre Bremer, Mark W. Chase, Michael F. Fay, James L. Reveal, Douglas E. Soltis, Pamela S. Soltis y Peter F. Stevens, además colaboraron Arne A. Anderberg, Michael J. Moore, Richard G. Olmstead, Paula J. Rudall, Kenneth J. Sytsma, David C. Tank, Kenneth Wurdack, Jenny Q.-Y. Xiang y Sue Zmarzty) (2009). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III.». Botanical Journal of the Linnean Society (161): 105-121
- ↑ Stevens, P. F. (2001). «Angiosperm Phylogeny Website (Versão 9, junho de 2008, actualizado desde então)» (em inglês). Consultado em 12 de janeiro de 2009
- ↑ Fay, M. F. (2000). «Phylogenetic studies of Asparagales based on four plastid DNA regions.». In: K. L. Wilson y D. A. Morrison. Monocots: Systematics and evolution. Royal Botanic Gardens ed. Kollingwood, Australia: CSIRO. pp. 360–371
- ↑ Chase, M. W.; Fay, M. F.; Devey, D. S.; Maurin, O; Rønsted, N; Davies, T. J; Pillon, Y; Petersen, G; Seberg, O; Tamura, M. N.; Lange, Conny Bruun Asmussen (Faggruppe Botanik); Hilu, K; Borsch, T; Davis, J. I; Stevenson, D. W.; Pires, J. C.; Givnish, T. J.; Sytsma, K. J.; McPherson, M. A.; Graham, S. W.; Rai, H. S. (2006). «Multigene analyses of monocot relationships : a summary» (PDF). Aliso (22): 63-75. ISSN: 00656275. Consultado em 25 de fevereiro de 2008
- ↑ McPherson, M. A.; Graham, S. W. (2001). «Inference of Asparagales phylogeny using a large chloroplast data set. Abstract.». Botany 2001. 126 páginas
- ↑ Pires, J. C.; Maureira, I. J., Givnish, T. J., Sytsma, K. J., Seberg, O., Petersen, G., Davis, J. I., Stevenson, D. W., Rudall, P. J., Fay, M. F., y Chase, M. W. (2006). «Phylogeny, genome size, and chromosome evolution of Asparagales.». Aliso (22): 278-304. Consultado em 25 de fevereiro de 2008
- ↑ Chase et al 2009
- ↑ Stevens 2016, Asparagales
- ↑ APG II (2003). «An Update of the Angiosperm Phylogeny Group Classification for the orders and families of flowering plants: APG II.». Botanical Journal of the Linnean Society (141): 399-436. Consultado em 12 de janeiro de 2009
- ↑ «Royal Botanic Gardens, Kew: World Checklist Series» (em inglês). Consultado em 15 de janeiro de 2009
- ↑ Lista completa de espécies.
- ↑ «Aphyllanthoideae». Real Jardín Botánico: Proyecto Anthos. Consultado em 8 de setembro de 2011
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Stevens, P. F. (2001). «Aphyllanthaceae». Angiosperm Phylogeny Website (Versão 9, junno de 2008, actualizado desde então) (em inglês). Consultado em 15 de janeiro de 2009
- Soltis, D. E.; Soltis, P. F., Endress, P. K., y Chase, M. W. (2005). «Asparagales». Phylogeny and evolution of angiosperms. Sunderland, MA: Sinauer Associates. pp. 104–109
Classificação do lineana do género Aphyllanthes
[editar | editar código-fonte]Sistema | Classificação | Referência |
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Linné | Classe Hexandria, ordem Monogynia | Species plantarum (1753) |
Galeria
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- (em inglês) NCBI Taxonomy Browser
- (em inglês) links at CSDL, Texas
- (em alemão) PPP-Index
- (em inglês) Germplasm Resources Information Network (GRIN)[ligação inativa]
- Watson, L.; Dallwitz, M. J. «Doryanthaceae». The families of flowering plants: descriptions, illustrations, identification, and information retrieval.Version: 25th November 2008 (em inglês). Consultado em 15 de janeiro de 2009
- NCBI Taxonomy Browser
- links at CSDL, Texas