Bagoas Mamicônio
Bagos Mamicônio | |
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Morte | 364 |
Etnia | Armênio |
Progenitores | Pai: Amazaspo (?) |
Religião | Catolicismo |
Bagos (em armênio/arménio: Բագոս), Bagoas (em grego: Βαγώας; romaniz.: Bagóas) ou Bagas Mamicônio (em grego: Βαγας; em armênio/arménio: Բագաս Մամիկոնյան) foi uma nobre armênia do século IV.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Bagos é a forma armênia do persa antigo Baga-, "deus", que foi registrado em grego como Bagoas (Βαγώας). Também teve seu nome registrado como Bagas, tanto em grego como armênio.[1][2]
Vida
[editar | editar código-fonte]Bagos pertencia à família Mamicônio, mas sua genealogia é incerta. Segundo Christian Settipani, pode ter sido filho de Amazaspo, que supostamente era filho de Artavasdes I e a filha do rei da Ibéria Amazaspo III (r. 260–265).[3] Já Cyril Toumanoff o colocou como filho de Artavasdes II, o filho de Vache I e neto de Artavasdes I. Para ambos, era irmão de Amazaspiano I, Amazaspui, Vaanes, Vasaces I e Vardanes I.[4][5]
Nina Garsoïan descarta a ideia de Toumanoff, pois as fontes deixam claro que Artavasdes II era jovem no ponto que é citado, de modo que seria improvável que fosse pai de tantos filhos. Em correção, toma o Amazaspes citado no capítulo XXXVII do livro V das Histórias Épicas de Fausto, o Bizantino como um segundo filho de Vache I. Também supõe que este Amazaspes teve ao menos duas esposas, a primeira delas sendo mãe de Vasaces, Vardanes, Amazaspui, Amazaspiano/Amazaspes e Bagos, e a segunda sendo mãe de Vaanes e outros possíveis filhos. O motivo disso é que Vaanes é citado como meio-irmão de Amazaspui (Histórias Épicas, IV.xlix).[6]
Seja como for, se sabe que foi um dos comandantes do rei Ársaces II (r. 350–368) durante a invasão em 363 da Armênia por tropas do xá Sapor II (r. 309–379) do Império Sassânida e seus generais. A invasão ocorreu após os romanos e o imperador Joviano (r. 363–364) acordarem o tratado que pôs fim ao conflito até então em curso, obrigando os romanos a deixarem os armênios à sua própria sorte.[6][7] De acordo com as Histórias Épicas de Fausto, o Bizantino (século IV), Bagos liderou parte das tropas do reino contra um exército sob o general Andicã. Eles se encontraram na Batalha de Arreste (364), que terminou numa vitória decisiva armênia. Porém, Bagos morreu ao ser esmagado por um elefante, depois que o golpeou com sua espada e não teve tempo de fugir. Diz ainda Fausto que atacou o animal por achar que estivesse sendo conduzido por Sapor já que portava as insígnias reais. Nina Garsoïan suspeita que a forma como a sua morte é relatada é uma alusão bíblica ao episódio da morte de Eleazar Auarã em 1 Macabeus 6:43.[8]
Referências
- ↑ Justi 1895, p. 59.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 362.
- ↑ Settipani 2006, p. 132.
- ↑ Toumanoff 1990, p. 329.
- ↑ Settipani 2006, p. 131-132.
- ↑ a b Fausto, o Bizantino 1989, p. 378.
- ↑ Potter 2004, p. 520, 527.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 155; 378.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachussetes: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvarde
- Justi, Ferdinand (1895). Iranisches Namenbuch. Marburgo: N. G. Elwertsche Verlagsbuchhandlung
- Potter, David Stone (2004). The Roman Empire at Bay AD 180–395. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 0-415-10057-7
- Settipani, Christian (2006). Continuité des élites à Byzance durant les siècles obscurs les princes caucasiens et lempire du VIe au IXe siècle. Paris: de Boccard. ISBN 978-2-7018-0226-8
- Toumanoff, Cyril (1990). Les dynasties de la Caucasie chrétienne de l'Antiquité jusqu'au xixe siècle : Tables généalogiques et chronologiques. Roma: Edizioni Aquila