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Baleia-bicuda-de-bahamonde

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Baleia-bicuda-de-bahamonde
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla
Infraordem: Cetacea
Família: Ziphiidae
Gênero: Mesoplodon
Espécies:
M. traversii
Nome binomial
Mesoplodon traversii
(Gray, 1874)
Sinónimos
  • Dolichodon traversii Gray, 1874
  • Mesoplodon bahamondi Reyes, van Waerebeek, Cárdenas and Yáñez, 1995

A baleia-bicuda-de-bahamonde (Mesoplodon traversii) é um cetáceo da família dos zifiídeos (Ziphiidae) encontrado no oceano Pacífico.[2]

Existem somente cinco espécimes conhecidos, todos do sul do Oceano Pacífico: quatro vieram da Nova Zelândia e um do Chile. Embora os registros até o momento sejam todos de águas temperadas quentes, a espécie pode ser mais amplamente distribuída.[3] É atualmente considerada a espécie de cetáceo mais rara do mundo.[4]

Excelente mergulhadora, a M. traversii alimenta-se de lulas e peixes pequenos, tem dentes e um focinho semelhante ao dos golfinhos, daí o seu nome comum.

É particularmente difícil distinguir entre diferentes espécies de baleias-de-bico usando apenas caracteres morfológicos externos. Descrições tradicionais focam na posição e no formato dos dentes de machos maduros; no entanto, esse não é um caráter diagnóstico útil para fêmeas e juvenis, pois os dentes não irrompem. O diagnóstico de espécies usando padrões de cores também é problemático devido à sua rápida deterioração após óbito. Consequentemente, nas últimas duas décadas, uma ênfase maior foi colocada em informações genéticas para complementar dados morfométricos e registros fotográficos.[4]

A M. traversii distingue-se pelo seu melão proeminente e pela coloração cinza-escura ou preta do rostro. Também tem um tapa-olho escuro, barriga branca e nadadeiras escuras.[4]

Exemplares achados

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Um macho encalhado da espécie foi encontrado na Nova Zelândia em 2024.

Os seus vestígios limitavam-se a alguns ossos – uma mandíbula encontrada em 1872 e dois crânios em 1950 e 1986. Os escassos ossos que se conheciam dela tinham sido descobertos sobretudo na Nova Zelândia: a mandíbula no arquipélago das Chatham e um dos crânios na ilha Branca. No Chile, na ilha Robinson Crusoe, encontrou-se o segundo crânio em 1986.

Em dezembro de 2010 foram encontrados na praia de Opape, Nova Zelândia, 2 exemplares, uma baleia adulta, com 5,3 metros de comprimento, e a sua cria, um macho de 3,5 metros. Ao início foram identificados erradamente como M. grayi mas o ADN revelou que os dois exemplares pertenciam à espécie M. traversii. Mãe e cria acabaram por morrer, mas os investigadores conseguiram fazer a primeira descrição completa desta espécie. Os esqueletos dos dois animais descobertos foram levados para o Museu de Nova Zelândia Te Papa Tongarewa, em Wellington, para mais estudos morfológicos.[5]

Em 4 de julho de 2024, um espécime macho morto de 5 metros preto-prateado foi levado à costa perto de Taieri Mouth, costa sudeste da Ilha do Sul, Nova Zelândia.[6] Amostras do espécime intacto foram coletadas pelo Departamento de Conservação e enviadas ao Arquivo de Tecidos de Cetáceos da Universidade de Auckland para testes de DNA.[7] O espécime foi levado ao Centro Agrícola Invermay em Mosgiel para dissecação, que começou em 2 de dezembro. Este foi o primeiro espécime intacto capaz de ser dissecado.[8]

  • MEAD, J. G.; BROWNELL, R. L. (2005). Order Cetacea. In: WILSON, D. E.; REEDER, D. M. (Eds.) Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference. 3ª edição. Baltimore: Johns Hopkins University Press. p. 723-743.

Referências

  1. Pitman, R.L.; Taylor, B.L. (2020). «Mesoplodon traversii». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2020: e.T41760A50383956. doi:10.2305/IUCN.UK.2020-3.RLTS.T41760A50383956.enAcessível livremente. Consultado em 11 de novembro de 2021 
  2. «Mesoplodon traversii (Gray, 1874)». WoRMS - World Register of Marine Species (em inglês). Consultado em 15 de setembro de 2024 
  3. Pitman, R.L. & Taylor, B.L. (23 de agosto de 2020). «Mesoplodon traversii: e.T41760A50383956». IUCN. The IUCN Red List of Threatened Species 2020 (em inglês). doi:10.2305/iucn.uk.2020-3.rlts.t41760a50383956.en. Consultado em 15 de setembro de 2024 
  4. a b c Thompson, Kirsten; Baker, C. Scott; van Helden, Anton; Patel, Selina; Millar, Craig; Constantine, Rochelle (novembro de 2012). «The world's rarest whale». Current Biology (21): R905–R906. ISSN 0960-9822. doi:10.1016/j.cub.2012.08.055. Consultado em 15 de setembro de 2024 
  5. «A baleia mais rara do mundo deu à costa e foi vista pela primeira vez» 
  6. Vyas, Heloise (16 de julho de 2024). «Rare spade-toothed whale washes ashore on New Zealand beach in discovery hailed as 'huge' for science». ABC News. Australian Broadcasting Corporation. Consultado em 2 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 16 de julho de 2024 
  7. Sullivan, Helen (16 de julho de 2024). «World's rarest whale may have washed up on New Zealand beach». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 16 de julho de 2024 
  8. «New Zealand scientists begin dissecting rare spade-toothed whale». ABC News. 2 de dezembro de 2024. Consultado em 2 de dezembro de 2024 
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