Banda das Três Ordens
Banda das Três Ordens | |
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Descrição | |
Criação | 17 de junho de 1789 |
Motto | Praeclara Clarissimi |
Elegibilidade | Insígnia privativa do Presidente da República Portuguesa. |
Estado | Activa |
Organização | |
Grão-Mestre | Presidente Marcelo Rebelo de Sousa |
Graus | Banda (BTO) |
Hierarquia | |
Inferior a | Nenhuma |
Superior a | Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito |
Fita |
A Banda das Três Ordens é a insígnia privativa da magistratura presidencial portuguesa, que não pode ser usada fora do exercício do cargo de Presidente da República Portuguesa. É uma condecoração que distingue o Presidente como grão-mestre de todas as ordens honoríficas de Portugal.
A Banda das Três Ordens reúne, numa só insígnia, as Grã-Cruzes das Antigas Ordens Militares de Cristo, de Avis e de Sant’Iago da Espada, as antigas ordens monástico-militares portuguesas fundadas na Idade Média. Esta singular condecoração tem a sua génese no facto do Papa Júlio III ter concedido in perpetuum à Coroa Portuguesa o Grão-Mestrado das três antigas Ordens Monástico-Militares, pela Bula Praeclara Clarissimi de 30 de Novembro de 1551.
Insígnia
[editar | editar código-fonte]A Banda é constituída por três faixas, uma de cada cor: a púrpura representa a Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, uma das Ordens das quais são Grão-Mestres; o verde representa a Ordem Militar de Avis e o vermelho representa a Ordem Militar de Cristo. A Banda das Três Ordens Portuguesas, como prerrogativa do Chefe do Estado, começou a ser utilizada no reinado de D. Maria I, reunindo assim numa só insígnia as três ordens (Cristo, Avis e Sant'Iago da Espada), das quais os monarcas eram Grão-Mestres. Depois de 1910 essa mesma prerrogativa transitou para os Presidentes da República, como atrás se explica.
Chefes de Estado
[editar | editar código-fonte]Criada em 1789 pela Rainha D. Maria I, a Banda das Três Ordens foi extinta em 1910. Foi restaurada a 6 de Dezembro de 1918 no mandato do Presidente Sidónio Pais.[1] Até à actualidade 24 Chefes de Estado de Portugal usaram a Banda das Três Ordens.
Reis
[editar | editar código-fonte]- Rainha D. Maria I (1789–1816)
- Rei D. João VI (1816–1826)
- Rei D. Pedro IV (1826)
- Rainha D. Maria II (1826–1828 e 1834–1853)
- Rei D. Miguel I (1828–1834)
- Rei D. Pedro V (1853–1861)
- Rei D. Luís I (1861–1889)
- Rei D. Carlos I (1889–1908)
- Rei D. Manuel II (1908–1910)
Presidentes
[editar | editar código-fonte]- Sidónio Pais, 4º Presidente da República (1918)
- Almirante João do Canto e Castro, 5º Presidente da República (1918–1919)
- António José de Almeida, 6º Presidente da República (1919–1923)
- Manuel Teixeira Gomes, 7º Presidente da República (1923–1925)
- Bernardino Machado, 8º Presidente da República (1925–1926)
- Marechal Óscar Carmona, 11º Presidente da República (1926–1951)
- Marechal Francisco Craveiro Lopes, 12º Presidente da República (1951–1958)
- Almirante Américo Thomaz, 13º Presidente da República (1958–1974)
- Marechal António de Spínola, 14º Presidente da República (1974)
- Marechal Francisco da Costa Gomes, 15º Presidente da República (1974–1976)
- General António Ramalho Eanes, 16º Presidente da República (1976–1986)
- Mário Soares, 17º Presidente da República (1986–1996)
- Jorge Sampaio, 18º Presidente da República (1996–2006)
- Aníbal Cavaco Silva, 19º Presidente da República (2006–2016)
- Marcelo Rebelo de Sousa, 20º Presidente da República (2016–presente)
Galeria
[editar | editar código-fonte]Nos quadros oficiais de muitos dos Chefes de Estado portugueses dos séculos XIX, XX e XXI, estes surgem representados envergando a Banda das Três Ordens:
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D. Maria I, A Piedosa
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D. João VI, O Clemente
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D. Pedro IV, O Rei-Soldado
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D. Maria II, A Educadora
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D. Pedro V, o Esperançoso
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D. Luís I, O Popular
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D. Carlos I, O Diplomata
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D. Manuel II, O Patriota
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Presidente António José de Almeida
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Presidente Manuel Teixeira Gomes
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Presidente Bernardino Machado
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Presidente Craveiro Lopes
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Presidente Américo Thomaz
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Presidente Mário Soares
Concessão a membros da Família Real
[editar | editar código-fonte]Concessões
[editar | editar código-fonte]A Banda das Três Ordens foi igualmente concedida a outros membros da Família Real. Estava reservada ao Herdeiro da Coroa, designado Príncipe do Brasil até 1815 e, posteriormente, Príncipe Real. Aos Infantes de Portugal estava antes reservada a Banda das Duas Ordens, embora também exista registo da concessão da Banda das Três Ordens a Infantes.
- Príncipe D. João, Príncipe do Brasil (futuro D. João VI)
- Rei D. Fernando II, Rei de Portugal juris uxoris
- Príncipe D. Pedro, Príncipe Real (futuro D. Pedro V)
- Infante D. Luís, Infante de Portugal (futuro D. Luís I)
- Príncipe D. Carlos, Príncipe Real (futuro D. Carlos I)
- Príncipe D. Luís Filipe, Príncipe Real
Galeria
[editar | editar código-fonte]Vários retratos dos séculos XIX e XX mostram o uso da Banda das Três Ordens por membros da Família Real.
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D. João, enquanto Príncipe-Regente
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D. Fernando II, Rei de Portugal juris uxoris
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D. Luís Filipe, Príncipe Real
Concessão a estrangeiros
[editar | editar código-fonte]Durante a monarquia constitucional foi concedida a Monarcas e Chefes de Estado estrangeiros. Após o restabelecimento da Banda das Três Ordens em 1918, depois de ter sido extinta em 1910 conjuntamente com as Antigas Ordens Militares, foi concedida a onze Chefes de Estado estrangeiros.[2][3]
- Rei Carlos IV de Espanha (1796)
- Imperador Napoleão I de França (1805)
- Rei Jorge IV do Reino Unido (1815)
- Imperador Francisco I da Áustria (1818)
- Rei Luís XVIII de França (1823)
- Czar Alexandre I da Rússia (1824)
- Rei Frederico VI da Dinamarca (1824)
- Rei Guilherme I da Holanda (1825)
- Rei Frederico Guilherme III da Prússia (1825)
- Rei Cristiano VIII da Dinamarca (1841)
- Rei Leopoldo I da Bélgica (1852)
- Rei Jorge V do Reino Unido (1919)
- Rei Alberto I da Bélgica (1919)
- Rei Leopoldo III da Bélgica (1938)
- Rei Jorge VI do Reino Unido (1939)
- Rei Carlos II da Roménia (1939)
- José Café Filho, Presidente do Brasil (1955)
- Rainha Isabel II do Reino Unido (1955)
- Rei Balduíno I da Bélgica (1957)
- Juscelino Kubitschek, Presidente do Brasil (1957)
- Imperador Hailé Selassié da Etiópia (1959)
- Rei Bhumibol da Tailândia (1960)
- Generalíssimo Francisco Franco, Caudilho de Espanha (1962)
Em 1962 a Banda das Três Ordens passou a ser exclusiva do Presidente da República Portuguesa, deixando assim de poder ser atribuída a Chefes de Estado estrangeiros.[2]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Decreto n.º 5 030». Diário do Governo. 6 de dezembro de 1918. Consultado em 19 de agosto de 2019
- ↑ a b «História da Banda das Três Ordens». Presidência da República Portuguesa. Consultado em 1 de setembro de 2012
- ↑ «Cidadãos estrangeiros agraciados com a Banda das 3 Ordens». Presidência da República Portuguesa. Consultado em 1 de setembro de 2012
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- BRAGANÇA, José Vicente de; As Ordens Honoríficas Portuguesas, in «Museu da Presidência da República», Museu da P.R. / C.T.T., Lisboa, 2004
- CHANCELARIA DAS ORDENS HONORÍFICAS PORTUGUESAS. Ordens Honoríficas Portuguesas, Imprensa Nacional, Lisboa, 1968
- ESTRELA, Paulo Jorge. Ordens e Condecorações Portuguesas 1793-1824, Tribuna da História, Lisboa, 2008
- MELO, Olímpio de. Ordens Militares Portuguesas e outras Condecorações, Imprensa Nacional, Lisboa, 1922
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Banda das Três Ordens, Presidência da República Portuguesa