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Brás Rodrigues de Arzão

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Brás Rodrigues de Arzão
Nascimento São Paulo dos Campos de Piratininga, Capitania de São Vicente
Morte 12 de julho de 1693
São Paulo dos Campos de Piratininga, Capitania de São Vicente
Progenitores
  • Cornélio de Arzão
  • Elvira Rodrigues
Cônjuge Maria Egipciaca
Ocupação Bandeirantes
Religião catolicismo

Brás Rodrigues de Arzão (São Paulo dos Campos de Piratininga, ? – São Paulo dos Campos de Piratininga, 12 de julho de 1693) foi um dos mais notáveis bandeirantes paulistas, filho do flamengo Cornélio de Arzão e de Elvira Rodrigues. Casou com Maria Egipcíaca Domingues, filha de Pero Domingues, o Velho. Morreu em São Paulo em 12 de julho de 1693.[1][2][3]

Desde 1651 penetrou no extremo Sul, integrando a bandeira de Domingos Barbosa Calheiros com quem foi à Bahia em 1658, sofrendo grande revés na mãos dos índios hostis paiaiás, regressando a São Paulo em 1660 sem alcançar seu objetivo.

Integrou em 1671 a bandeira de Estêvão Ribeiro Baião Parente à Bahia.[2]

Em 20 de março de 1675 o Governador Geral do Estado do Brasil incumbiu-o de pesquisas de ouro nas capitanias do sul.

A 24 de junho de 1677 houve novas confusões entre o povo de São Paulo, o capitão-mor Brás Rodrigues de Arzão e os jesuítas, sobre a alforria do gentio. Arzão participou no colégio dos padres «que o povo que o seguia vinha deliberado expulsá-los da capitania se fosse certo que por via dos ditos padres tinha vindo uma ordem do Rio de Janeiro para se se executar a alforria do gentio do Brasil». Tendo o Reitor e mais padres declarado que «em nenhum tempo falaram nem trataram da liberdade do dito gentio, e que se em algum tempo o fizessem, sujeitavam-se ao que o povo quisesse sem mais poder alegar", retirou-se o povo pacificamente.

A 15 de janeiro de 1679 foi mandado com o posto de capitão-mor na leva do mestre de campo Jorge Soares de Macedo para tomar parte nas diligências da fundação da Colônia do Sacramento. Em meados de 1680, Arzão voltou a São Paulo, sobrevivendo aos reveses do Sul, exercendo no governo da vila cargos de confiança, inclusive o de administrador das minas e superintendente das aldeias reais de índios. Na mesma data Antônio Afonso Vidal/Vidigal tivera patente do mestre de campo para ir aos sertões do Sul, Rio da Prata e ilha de São Gabriel.

Silva Leme estuda sua descendência e ascendência no volume VII de sua «Genealogia Paulistana», página 337. Seu irmão foi Cornélio Rodrigues Arzão (casado com Catarina Gomes Correia, de Itu) também sertanista.

Sobre ele, diz o grande historiador brasileiro Capistrano de Abreu em sua obra »Capítulos da História Colonial», pp. 60 e 61:

«Em torno do Paraguaçu reuniram-se tribos ousadas e valentes, aparentadas aos Aimorés convertidos no princípio do século, que invadiram o distrito de Capanema, trucidaram os moradores e vaqueiros do Aporá, e avançaram até Itapororocas. Pouco fizeram expedições baianas mandadas contra eles, e houve a idéia de chamar gente de São Paulo. Acudindo ao convite Domingos Barbosa Calheiros embarcou em Santos; na Bahia se dirigiu para Jacobinas, mas deixou-se iludir por Paiaiás domesticados, e nada fez de útil.

Acompanhando-o na jornada mais de 200 homens brancos, raros retornaram do sertão. Com este malogro não admira se repetissem as incursões de Tapuias, a ponto de a 4 de março de 1669 ser-lhes declarada guerra e outra vez convidados paulistas para fazê-la. Em agosto de 71 chegou a gente embarcada, com cuja condução a câmara de Salvador despendeu mais de dez contos de réis. Eram dois os chefes principais, Brás Rodrigues de Arzão e Estêvão Ribeiro Baião Parente. Fizeram de Cachoeira base das operações que duraram anos. Brás Rodrigues de Arzão retirou-se depois de tomar, na margem esquerda do Paraguaçu, a aldeia do Camisão. Estêvão Ribeiro guerreou sobretudo na margem direita, onde conquistou a aldeia de Massacará. Em paga dos serviços foi-lhe dado o senhorio de uma vila chamada de João Amaro, nome de seu filho. A vila, depois de vendida com as suas terras a um ricaço da Bahia, extinguiu-se; o epônimo ainda é lembrado nos catingais baianos.

A estas expedições marítimas sucederam outras por via terrestre. Talvez a mais antiga fosse a de Domingos de Freitas de Azevedo, de quem apenas consta haver sido derrotado no rio São Francisco. Facilitaram estas entradas a abundância de matas no trecho superior do rio, as suas condições de navegabilidade dentro do planalto, o emprego de canoas. Paulistas houve que fizeram canoas e desceram para vendê-las próximo do trecho encachoeirado, onde a escassez da vegetação tornava preciosa a mercadoria. Das expedições feitas pelo interior conhecemos a de Domingos Jorge Velho, Matias Cardoso de Almeida, Morais Navarro, todos empregados em combater os hostis índios Paiacus, Janduís, Icós, nas ribeiras do Açu e do Jaguaribe. Domingos Jorge auxiliou a debelação dos Palmares, mocambo de negros localizado nos sertões de Pernambuco e Alagoas, que já existia antes da invasão flamenga e zombara de numerosas e repetidas tropas contra ele mandadas. Ficou assim livre todo o território entre as matas do cabo de Santo Agostinho e Porto Calvo.»

Referências

  1. Sette, Bartyra. «Braz Rodrigues de Arzão». www.projetocompartilhar.org. Consultado em 17 de abril de 2023 
  2. a b «GeneaMinas - genealogia mineira - Capitão Mor- Braz Rodrigues de Arzam e Maria Egypcíaca Mendes Domingues». geneaminas.com.br. Consultado em 17 de abril de 2023 
  3. «Famílias Mafra: Brás Rodrigues de Arzão». www.mafra.com.br. Consultado em 17 de abril de 2023 
  • Leme, Silva (1903). Genealogia Paulistana. São Paulo: Duprat & Comp. 
  • Abreu, João Capistrano de (1907). Capítulos da História Colonial (1500-1800). Rio de Janeiro: M. Orosco & C.