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Cacuaco

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Cacuaco
Localidade de Angola Angola
(Cidade e município)


Praia do Santiago, em 2009, na faixa norte do território municipal.
Dados gerais
Fundada em 21 de junho de 1940 (84 anos)
Gentílico cacuacoense
Província Luanda
Município(s) Cacuaco
Características geográficas
Área 571 km²
População 1 237 477[1][2] hab. (2018)

Cacuaco está localizado em: Angola
Cacuaco
Localização de Cacuaco em Angola
8° 46' 37" S 13° 22' 18" E{{{latG}}}° {{{latM}}}' {{{latS}}}" {{{latP}}} {{{lonG}}}° {{{lonM}}}' {{{lonS}}}
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Cacuaco é uma cidade e município da província de Luanda em Angola. Limita-se a sul com os municípios de Viana e Cazenga, a oeste com o Oceano Atlântico e município de Luanda e a norte e a leste com o município do Dande, na província do Bengo. O município do Cacuaco é atravessado de norte a sul pelo rio Bengo.

Segundo as projeções populacionais de 2018, elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística, conta com uma população de 1 237 477 habitantes[1] e área territorial de 571 km²,[2] sendo o terceiro município mais populoso da nação, ficando atrás somente da capital nacional e de Viana.

Além da comuna-sede, que possui também o nome de Cacuaco, compõe-se da comuna de Funda. O Quicolo fundiu-se com a comuna de Cacuaco, permanecendo somente como distrito urbano.[3]

O termo "Cacuaco" é um nome de origem quimbunda. Viria da palavra bwakwaku ou lukwacu que significa "mão". Segundo a tradição histórica, no século XVI, o angola quiluanje Quilombo Quiacasenda do Reino do Dongo afastando-se da presença portuguesa em Luanda teve que parar para descansar após a Fortaleza de São Pedro da Barra de Luanda. Ao levantar-se do lugar onde descansava cresceu uma mulemba onde estava apoiada sua mão. Foi atribuído que a mulemba tinha poderes curativos para soldados doentes e feridos. Tal "mulemba-cacuaco" (figueira-africana da mão do rei), existente nos limites do Cacuaco, passou a designar aquela região.[4]

Os registros de 1936 atestam que a localidade de Cacuaco era uma pequena vila de pescadores. Os registros atestam porém que o reino do Dongo já a tinha como importante localidade do comércio pesqueiro pelo menos desde o século XVI.

Foi elevada a circuncrição por diploma legislativo em 21 de junho de 1940, mas só ganhou câmara municipal pela portaria n.º 14.061, de 13 de dezembro de 1965, quando o posto administrativo de Cacuaco foi desanexado do concelho de Viana, passando a constituir um novo concelho.[5]

Na década de 1970 gradualmente passou a ser mais visada para fins habitacionais a partir da expansão urbana de Luanda — de 1950 a 1980 —, principalmente abrigando (juntamente com Cazenga) a leva populacional do êxodo rural e dos refugiados de guerra, que trouxe migrandes vindos de outras zonas angolanas.[6]

A famosa batalha de Quifangondo, definidora da independência angolana, ocorrida em novembro de 1975, ocorreu em Quifangondo, um dos distritos urbanos do município.[7]

Em 1975, no âmbito da independência angolana e da reforma territorial do novo país, a província de Luanda ficou restrita à três municípios, suprimindo-se a capital Luanda, restando Ingombota, Viana e Cacuaco. A soma dos três municípios formava a área da "cidade de Luanda". Em 1976, com a subdivisão de Ingombota para formar Quilamba Quiaxi, o território cacuacoense deixou de ser um dos componentes da cidade de Luanda, voltando a ser cidade de Cacuaco.[8]

Em fevereiro de 1996, o município do Cacuaco geminou-se com o município de Alcobaça, em Portugal, em acto assinado pelo administrador municipal de Cacuaco, Bonifácio do Espírito Santo, e pelo presidente da câmara municipal de Alcobaça, Miguel Guerra, em cerimônia testemunhada pelo então governador provincial de Luanda Justino Fernandes.[9]

O município estave em estado de alerta epidêmico em 2005, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) descobriu e divulgou casos locais do vírus de Marburg. O governo angolano e a OMS conseguiram controlar o virus.[10]

A maior parte do território litorâneo do município está inserido na proteção litorânea da enseada do Cacuaco (ou do Bengo), área riquíssima para pesca marítima.[11]

Sua principal fonte de água doce está no lagoa da Panguila, que faz parte da região hídrica do rio Bengo.[12]

A malha urbana possui uma grande quantidade de assentamentos precários em cabanas de lonas plásticas ou à base de latas e madeira reaproveitada, os chamados musseques. A maior favela cacuacoense, o bairro de Paraíso, possuía 180.000 habitantes.[6]

O município tem perfil industrial graças à proximidade ao porto de Luanda e ao porto do Dande. Assim, alberga a maior fábrica de cereais de Angola, a Moagem do Quicolo,[13] modernizada em 2018, e a maior fábrica de cimento do país, a Cimangola.[14]

Serviços turísticos voltados para as praias da enseada do Cacuaco também geram forte renda para a população. A mesma enseada é área riquíssima para pesca marítima.[15]

Acolhe semanalmente a Feira da Beringela, uma feira de produtos agrícolas e pecuários.[16]

Infraestrutura

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O município é ligado ao território nacional pelas rodovias EN-100, EN-110 e EN-225. É conectada com as demais cidades da província pela Via Expressa Fidel Castro.[17]

Nas instituições de ensino superior, o municipio de Cacuaco possui campus do Instituto Superior de Angola (ISA)[18] e do Instituto Superior Politécnico Intercontinental de Luanda (ISPIL), além de um núcleo do Instituto Superior Internacional de Angola (ISIA).[19] Anteriormente possuía uma unidade da Universidade Metodista de Angola.

Cultura e lazer

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Cacuaco é conhecida pela sua festa cultural-religiosa em honra ao padroeiro da cidade, São João Baptista, onde se realiza uma procissão ao mar todos os meses de junho desde 1948.[20]

Gradualmente, a partir da independência nacional, tornou-se um popular destino de lazer entre os moradores da província luandina por causa de suas praias de areia branca que margeiam a enseada do Cacuaco.[15]

Além disso, as tradições festivas cacuacoenses reúnem toneios de quiela e da arte marcial tradicional angolana bassula. Os eventos ainda tem música e diversos pratos típicos da culinária local e regional — mutombo, quiteba, quixiluanda, quipico e o cacusso.[21]

O marco arquitetônico que define a localidade é o busto de António Moreira, o primeiro soba local, junto ao Mercado Municipal.[21]

Referências

  1. a b Schmitt, Aurelio. (3 de fevereiro de 2018). «Municípios de Angola: Censo 2014 e Estimativa de 2018». Revista Conexão Emancipacionista 
  2. a b «Angola - Luanda: Administrative units». GeoHive. Consultado em 12 de dezembro de 2010 
  3. Comunas. Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado. 2018.
  4. A História. Ribeiro Tenguna. [s/d].
  5. Município de Viana transforma-se de área rural em zona urbana em 51 anos de existência. Agência Angop. 13 de dezembro de 2016.
  6. a b Tvedten, Inge; Lázaro, Gilson; Jul-Larsen, Eyolf; Agostinho, Mateus.. Urban poverty in Luanda, Angola. CMI, abril de 2018.
  7. «Presidente da República inaugura monumento à batalha de Kifangondo». ANGOP. 9 de novembro de 2004. Consultado em 1 de junho de 2010 
  8. «Luanda completa hoje 446 anos da fundação». Jornal de Angola. 25 de janeiro de 2022 
  9. Revitalizada geminação entre Cacuaco e Alcobaça. portalangop.co.ao. recuperado em 11 de maio 2015
  10. Marburg Transmission in Cacuaco - Slum Adjacent to Luanda. Recombinomics. 6 de abril de 2005.
  11. Map of Baia de Bengo in Luanda, Angola. Cartographic Info. 2019.
  12. Um gigante líquido:O rio que é Dange ao nascer e Bengo quando chega ao mar. Jornal de Angola. 4 de março de 2012.
  13. Moagem do Quicolo - Luanda. kikolomoagem.com. 19 de julho de 2019.
  14. Sobre Nós Cimangola. [s/d].
  15. a b Zonas costeiras: Presenças de sucatas tem dificultado actividades pesqueiras em Cacuaco. Rádio Nacional de Angola. 22 de junho de 2021.
  16. Cacuaco vende produção. Jornal de Angola. 29 de novembro de 2016.
  17. «Via Expressa recebe o nome de Fidel Castro». Rede Angola. 5 de dezembro de 2016 
  18. Sobre a instituição. ISA. 2024.
  19. Sobre. ISIA.
  20. Cacuaco em festa. Jornal de Angola. 20 de junho de 2014.
  21. a b Cacuaco. Rede Angola. 3 de setembro de 2015.
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