Caio Norbano Flaco
Caio Norbano Flaco | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 38 a.C. |
Caio Norbano Flaco (em latim: Gaius Norbanus Flaccus) foi um político da gente Norbana da República Romana nomeado cônsul em 38 a.C. com Ápio Cláudio Pulcro. De origem etrusca,[1] era neto de Caio Norbano. Sua família sofreu com as proscrições de Sula, mas caiu nas graças de Júlio César.[1] Depois da morte dele, os Norbanos passaram a apoiar Otaviano, o filho adotivo de César.[2] Caio Norbano Flaco, cônsul em 24 a.C., era seu filho.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Norbano foi eleito pretor em 43 a.C.[4] Com a criação do Segundo Triunvirato e o início da Guerra Civil dos Liberatores, em 42 a.C., Norbano e outro general, Lúcio Decídio Saxa, foram enviados por Marco Antônio e Otaviano com oito legiões até a Macedônia para lutar com os assassinos de César.[5] Com ordens de marcharem rapidamente até a Trácia e defenderem os passos de montanha, interrompendo a Via Egnácia, Norbano e Saxa encontraram as tropas combinadas de Caio Cássio Longino e Marco Júnio Bruto perto de Filipos.[6][7] Como estavam em menor número, Norbano e Saxa ocuparam uma posição perto de Filipos que impediu o avanço dos republicanos. Determinados a encontrar uma forma de passar, Bruto e Cássio conseguiram obrigar Norbano a deixar sua posição, mas ele descobriu a emboscada em tempo de recuperá-la.[8] Quando Bruto e Cássio conseguiram flanqueá-los, Norbano e Saxa recuaram até Anfípolis.[9] Quando Marco Antônio e o grosso das tropas dos triúnviros chegaram, encontrou Anfípolis bem guardada e deixou Norbano no comando da cidade. Depois da Batalha de Filipos, Otaviano deixou Norbano a cargo de seu próprio acampamento.[10]
Com a vitória em Filipos, Norbano conseguiu o prestígio reservados aos que participavam de uma campanha vitoriosa.[2] Como recompensa por seu serviço, em 38 a.C., Otaviano nomeou Norbano cônsul juntamente com Ápio Cláudio Pulcro,[11] os primeiros a terem dois questores cada, e ambos foram enviados para a Hispânia Ulterior.[12] Depois de seu mandato, Norbano serviu como procônsul na Hispânia (36-34 a.C.) e fundou, segundo orientações de Otaviano, a colônia de Norba Cesarina (moderna Cáceres),[13] pelo qual celebrou um triunfo em 12 de outubro de 34 a.C.[14] Logo depois da Batalha de Ácio, em 31 a.C., foi nomeado procônsul da Ásia.[15][16] Ele aparece pela última vez como um membro do colégio sacerdotal dos quindecênviros (em latim: "quindecemviri sacris faciundis") em 17 a.C..
Norbano era casado com uma filha de Lúcio Cornélio Balbo, o Jovem,[17] e teve pelo menos um filho, Caio Norbano Flaco. Seus netos, Caio Norbano Flaco e Lúcio Norbano Balbo foram cônsules em 15 e 19 respectivamente.
Árvore genealógica
[editar | editar código-fonte]Ver também
[editar | editar código-fonte]Cônsul da República Romana | ||
Precedido por: Caio Coceio Balbo (suf.) com Públio Alfeno Varo (suf.) |
Ápio Cláudio Pulcro 38 a.C. com Caio Norbano Flaco |
Sucedido por: Lúcio Canínio Galo |
Referências
- ↑ a b Syme, pg. 200
- ↑ a b Syme, pg. 235
- ↑ CIL II, 695: Q(UINTUS) · NORB(ANUS) · Q(UINTI) · F(ILIO)/ CAPITONI · AED(ILI) · IIV(IRO)/ SVLPICIA · FAVSTA SO(ROR)/ ET · IVLIA · QVINTILLA/ VXOR
"A Quinto Norbano, filho de Quinto, Capitão, edil e duúvinro. Sua irmã, Sulpícia Fausta, e sua esposa, Júlia Quintila. - ↑ Broughton, pg. 337
- ↑ Holland, pg. 169
- ↑ Syme, pg. 202
- ↑ Apiano. Guerras Civis IV 87, 102, 103, 104, 106, 107 e 130; Plutarco, Vidas Paralelas Brutus 38; Dião Cássio, História Romana 47, 35-36
- ↑ Holland, Richard Augustus, Godfather of Europe, Sutton Publishing, 2005
- ↑ Holland, pg. 170
- ↑ Broughton, pg. 365
- ↑ Syme, pg. 243
- ↑ Broughton, pg. 389
- ↑ Broughton, pg. 407; Syme, pg. 239
- ↑ Broughton, pg. 411
- ↑ Syme, pg. 303
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas 16, 6, 3.7
- ↑ Syme, pg. 325
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Broughton, T. Robert S. (1952). The Magistrates of the Roman Republic. Volume II, 99 B.C. - 31 B.C. (em inglês). Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
- Syme, Ronald, The Roman Revolution, Clarendon Press, Oxford, 1939
- Holland, Richard, Augustus: Godfather of Europe, Sutton Publishing, 2005
- Richard J. Evans, "Norbani Flacci: The Consuls of 38 and 24 B.C.", Historia: Zeitschrift für Alte Geschichte, 36 (1987), pp. 121-128
- (em alemão) Thomas Frigo: Norbanus [I 2]. In: Der Neue Pauly (DNP). Volume 8, Metzler, Stuttgart 2000, ISBN 3-476-01478-9, Pg. 1001.
- (em alemão) Edmund Groag: Norbanus 9a). In: Realencyclopädie der classischen Altertumswissenschaft (RE). Vol. XVII,1, Stuttgart 1936, Col. 1270–1272.
- Este artigo contém texto do artigo «Gaius Norbanus Flaccus» do Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology (em domínio público), de William Smith (1870).