Carlos Fino
Carlos Fino | |
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Nome completo | Carlos Alberto Gonçalves Fino |
Nascimento | 24 de dezembro de 1948 (75 anos) Lisboa, Portugal |
Nacionalidade | Portugal |
Ocupação | Jornalista |
Cônjuge | Elaine Amorim |
Filho(s) | Paulo Alberto Fino (1976) e Carlos Manuel Fino (1988) |
Atividade | 1970 - presente |
Trabalhos notáveis | - "A Guerra em Directo" - Editorial Verbo, Lisboa, 2003;
- "A Guerra ao Vivo" - Editorial Verbo Brasil, São Paulo, 2004; - "A (in)comunicação Portugal-Brasil: raízes do estranhamento" - tese de doutoramento em Ciências da Comunicação - UMinho, Braga, Abril de 2019. |
Carlos Alberto Gonçalves Fino (São Sebastião da Pedreira, Lisboa, Portugal, 24 de dezembro de 1948)[1] é um antigo jornalista português. Atualmente, está aposentado da vida jornalística, sendo que começou a trabalhar nessa área em 1970.
Biografia
[editar | editar código-fonte]No início da década de 1970, perseguido pela polícia política portuguesa PIDE, devido à sua participação no movimento estudantil (foi membro da Direção da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito de Lisboa) e no movimento da Oposição democrática ao regime salazarista como militante do Partido Comunista Português,[2] Carlos Fino abandona clandestinamente o Portugal, dirigindo-se para Paris.
Mais tarde, segue para Bruxelas, onde obtém o estatuto de refugiado das Nações Unidas e cursa Direito na ULB (Université Libre de Bruxelles). Depois, segue para Moscovo, cidade em que começa a sua carreira profissional, trabalhando como locutor de rádio internacional e tradutor.
Em 1974, regressa a Portugal, onde trabalha na agência Nóvosti e começa a colaborar com vários jornais nacionais e com a antiga Emissora Nacional (EN).
Em finais de 1975, volta a Moscovo, agora na qualidade de correspondente credenciado da EN, antecessora da RDP - Rádio Difusão Portuguesa. Entretanto, começa a colaborar também com a RTP, televisão pública portuguesa, para a qual assegura a cobertura dos Jogos Olímpicos de Moscovo de 1980.
É ao serviço da RTP que Carlos Fino atinge o auge da sua carreira, tendo sido, na década de 1980, repórter,[3] repórter parlamentar,[4][5][6] comentador,[7] apresentador de diversos serviços noticiosos, como o Telejornal,[8][9] correspondente internacional[10][11] e correspondente de guerra.[12]
Em 1989, sempre ao serviço da RTP, Carlos Fino ruma de novo a Moscovo, onde abre e dirige a delegação da televisão pública portuguesa e cobre toda a transformação que haveria de conduzir ao colapso da URSS e ao fim dos regimes comunistas da Europa de Leste.[13][14][15][16][17][18][19][20][21][22][23][24][25][26][27][28][29][30][31][32][33][34][35][36][37][38][39][40][41][42][43][44][45][46][47][48][49][50] Foram dele as reportagens sobre as quedas dos regimes e as primeiras eleições democráticas na Roménia,[51][52] Checoslováquia,[53][54] República Democrática da Alemanha,[55][56] Polónia[57][58][59][60], nos países bálticos[61][62][63] e Hungria.[64]
Além de Moscovo, Carlos Fino foi ainda correspondente e chefe da delegação da RTP em Bruxelas (1995-1998)[65][66] e em Washington (1998-2000).[67][68][69][70][71][72][73]
Regressado a Lisboa no ano 2000, Carlos Fino foi sub-diretor de Informação, coordenador e apresentador do Jornal 2, da RTP2.[74]
Como correspondente de guerra, Carlos Fino assegura, no início dos anos 90, a cobertura de diversos conflitos na periferia da ex-URSS: Abkhásia, guerra civil da Geórgia,[75][76] Nagorno-Karabakh (enclave sob domínio arménio na república do Azerbaijão),[77] Moldávia (conflito da Transnístria) e Chechénia.[12][78][79][80][81][82][83][84] Cobriu também a entrada dos mujahideen em Cabul (1992), depois da retirada das tropas soviéticas.
Ainda nesta qualidade, nos anos 2000, assegura a cobertura dos conflitos do Médio Oriente (ocupação israelita dos territórios palestinos), guerra civil na Albânia, Afeganistão (ataque norte-americano contra os Taliban depois dos atentados de 11 de setembro de 2001) e a Guerra do Iraque (2003).[74][85][86][87]
Pela excelente repercussão mediática que a cobertura da RTP no Iraque teve no Brasil (via RTP Internacional e TV Cultura de São Paulo), Carlos Fino foi convidado, a seguir ao conflito, a deslocar-se àquele país, onde proferiu palestras nas Faculdades de Comunicação de universidades de várias cidades, designadamente Fortaleza, Natal, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Na capital brasileira, Carlos Fino foi recebido no Planalto pelo Presidente Lula da Silva, integrando o primeiro grupo de correspondentes internacionais a avistar-se com o então recém-eleito chefe de Estado brasileiro.
Em 2004, Carlos Fino publica, com a chancela da Verbo, "A Guerra em Directo", livro em que passa em revista a sua experiência como repórter de guerra em diferentes cenários. O livro, que foi "best-seller" em Portugal. A edição brasileira do livro foi lançada sob o título "A Guerra ao Vivo".
Entre 2004 e 2012, Carlos Fino foi conselheiro de imprensa da Embaixada de Portugal no Brasil,[88] tendo, no âmbito dessas responsabilidades, mantido um programa de rádio semanal na Brasília Super-Rádio FM e participado, como consultor e apresentador (juntamente com o jornalista brasileiro Paulo Markun), de uma série de 13 programas de televisão - "Lá e Cá" - uma coprodução da TV Cultura de São Paulo com a RTP2.
Ao longo da sua carreira de quase quatro décadas como comunicador, Carlos Fino foi distinguido com diversos prémios, entre os quais se destacam o Grande Prémio de Jornalismo do Club Português de Imprensa (1994), pela cobertura do colapso dos regimes comunistas e da primeira guerra da Chechénia, o Troféu Gazeta de Mérito do Clube de Jornalistas (2003/2004) pela cobertura da Guerra do Iraque e um Reconhecimento pela National Academy of Television Art and Sciences, de Nova Iorque, pela cobertura da guerra no Afeganistão. Em 2004, o jornalista foi condecorado pelo Estado português com a Ordem do Infante D. Henrique no grau de Comendador e distinguido com o título de Cidadão Honorário de Brasília.
Carlos Fino, que se aposentou em 2013, costuma ser lembrado como "aquele repórter do furo mundial", por ter sido o primeiro a anunciar, com imagens ao vivo, o bombardeamento de Bagdade na Guerra do Iraque (2003), levando a televisão pública portuguesa RTP a superar estações concorrentes muito mais poderosas, como a CNN, a BBC e a SKY.[89] Na altura, o jornal Correio Braziliense titulou na primeira página: "Fino, o português que furou a CNN".
Reconhecendo o valor da sua larga experiência como jornalista - repórter, correspondente internacional e correspondente de guerra, a Universidade de Brasília (UnB) atribuiu a Carlos Fino, em novembro de 2013, o título de "Notório Saber" em Comunicação, que no Brasil é legalmente equiparado a um doutorado.
Entre 2013 e 2018, já aposentado, Carlos Fino estudou nas Universidades do Minho - UMinho (Portugal) e Brasília - UnB (Brasil), tendo concluído o seu doutoramento em Ciências da Comunicação no dia 29 de abril de 2019, em Braga. Raízes do Estranhamento: a (in)comunicação Portugal-Brasil,[90] a tese que defendeu perante um júri universitário misto luso-brasileiro foi aprovada com distinção.
- 1980 - 1986 - Telejornal
Livros
[editar | editar código-fonte]- 2004 - A Guerra em Directo
Referências
- ↑ «Há 50 anos, o exílio». Jornal Tornado Online. 4 de junho de 2021
- ↑ Carlos Fino (6 de novembro de 2017). «A Revolução Russa e Eu, por Carlos Fino». Mundo Lusiada. Consultado em 4 de junho de 2021
- ↑ «Carlos Fino em direto do Chiado». Consultado em 18 de fevereiro de 2024
- ↑ «Alargamento de Comissão Parlamentar de Inquérito». Consultado em 18 de fevereiro de 2024
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