Clementino Fraga Filho
Clementino Fraga Filho | |
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Nascimento | 11 de agosto de 1917 Salvador |
Morte | 11 de maio de 2016 (98 anos) Rio de Janeiro |
Nacionalidade | brasileiro |
Cidadania | Brasileiro |
Clementino Fraga Filho (Salvador, 11 de agosto de 1917 – Rio de Janeiro, 11 de maio de 2016[1]) foi um médico brasileiro.[2] Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1921, aos 4 anos de idade, acompanhando o pai, Clementino Fraga, que havia sido eleito deputado federal.[3]
História
[editar | editar código-fonte]Ingressou na Faculdade de Medicina da então Universidade do Rio de Janeiro em 1934. Ainda estudante, atuou como Auxiliar de Ensino de História Natural e Botânica no Curso Pré-Médico.[3] Iniciou sua formação clínica no serviço chefiado por seu pai, focando em Hepatologia.[3] Recebeu o diploma de médico em 1939. Em 1944, conquistou o título de livre-docente na UFRJ.[4]
A partir de 1954, foi diretor do Instituto de Nutrição da Universidade do Brasil. Em 1974, foi nomeado diretor da Faculdade de Medicina da mesma universidade. Chefiou o serviço de clínica médica no Hospital da Santa Casa de Misericórdia, então pertencente à UFRJ, onde atuou com ensino, pesquisa e assistência. Criou o Setor de Medicina Psicossomática, entregando sua chefia a Danilo Perestrello.[3]
Fraga Filho confirmou a qualidade de bom negociador em 1968, por ocasião da invasão dos arredores do Teatro de Arena por estudantes radicais extremistas que exigiam a presença dos membros do Conselho Universitário, que iniciava sessão no palácio da Reitoria, sob ameaça de destruição de instalações e atraindo as forças policiais. Segundo o narrado por Zuenir Ventura no livro "1968, O Ano Que Não Terminou", o reitor se defrontou com a polícia e apazigiguou os estudantes.[5]
Assumiu o cargo de Reitor da UFRJ em 1973, permanecendo até 1977.[2] Deu nome ao Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do qual foi o primeiro diretor geral, exercendo o cargo de 1978 a 1985.[1][6]
Foi eleito professor emérito da UFRJ em 1986, tendo recebido a medalha de ouro por 50 anos de serviços prestados à universidade.[7]
Foi membro atuante e Presidente da Associação Brasileira de Educação Médica, onde promoveu debates sobre temas de vanguarda para a época, como articulação ensino/serviço, formação geral do médico e interdisciplinaridade.[3]
Foi eleito membro da Academia Nacional de Medicina em 1958, ocupando a Cadeira 19, que tem como patrono Manuel Vitorino.[4]
Dedicou-se à prática assistencial tanto na universidade quanto em sua clínica privada. Foi médico de Vinicius de Morais, que o chamava de Profeta do Fígado.[3]
Morte
[editar | editar código-fonte]Em idade avançada, passou a padecer da doença de Parkinson. Faleceu em casa, no Rio de Janeiro, em 11 de maio de 2016.[1] Deixou três filhos, cinco netos e quatro bisnetos.[1]
Trabalhos
[editar | editar código-fonte]Publicou cerca de 450 trabalhos, entre eles se destacam:[3]
- Contribuição ao estudo da exploração funcional do fígado: função glicídica
- Etiopatogenia e Clínica das Icterícias
- Fisiopatologia e Clínica da Insuficiência Hepática
- Provas Funcionais Hepáticas
- Terapêutica das Cirroses Hepáticas
- Anticorpos Heterólogos na Hepatite por Vírus (com Paulo de Góes, Manoel Bruno Lobo e J. Ciribelli Guimarães).
- Hepatite por Vírus
- Estudo sobre Coagulação Sanguínea em Patologia Hepática (com Haiti Moussatché, Halley Pacheco, Antônio Luiz B. Nery e Domingos de Paola).
- Patologia e Clínica das Doenças do Fígado
- Hepatologia (1971)
- Circulating Anti-Liver Antibodies in Liver Disease (com Jorge de Toledo e A. Oliveira Lima)
- Hepatite Aguda Alcoólica (com Manoel Barreto Neto, José de Oliveira Pereira e Hygino Carvalho Hércules)
- Hepatites Prolongadas e Hepatites Crônicas
- Ensino Médico: Atualidade de Uma Experiência (com Alice Rosa e Lopes Pontes)
- Temas de Educação Médica (com Alice Rosa)
- A Implantação do Hospital Universitário da UFRJ
Outras Honrarias[4]
[editar | editar código-fonte]- Cidadão honorário do Estado do Rio de Janeiro
- Ordem de Rio Branco
- Ordem do Mérito Naval
- Ordem do Infante D. Henrique, de Portugal
- Medalha do Governo do Estado da Guanabara
- Prêmio Alfred Jurzikowsky, da Academia Nacional de Medicina
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d «Morre médico Clementino Fraga Filho, que dá nome a hospital da UFRJ». G1. 12 de maio de 2016. Consultado em 27 de agosto de 2021
- ↑ a b Clementino Fraga Filho: um ícone da medicina brasileira em informe.ensp.fiocruz.br, acessado em 27 de agosto de 2021
- ↑ a b c d e f g https://sbhepatologia.org.br/pdf/pioneiros.pdf
- ↑ a b c Biografia na página oficial da Academia Nacional de Medicina
- ↑ Ventura, Zuenir (1969). 1968 : O ano que não terminou. Rio de Janeiro: Objetiva. ISBN 978-85-470-0060-8
- ↑ «Histórico». Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Consultado em 9 de julho de 2013
- ↑ CCI/ENSP. «Clementino Fraga Filho: um ícone da medicina brasileira». informe.ensp.fiocruz.br. Consultado em 23 de dezembro de 2023