Cneu Otávio (cônsul em 165 a.C.)
Cneu Otávio | |
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Cônsul da República Romana | |
Consulado | 165 a.C. |
Morte | 162 a.C. |
Laodiceia |
Cneu Otávio (português brasileiro) ou Cneu Octávio (português europeu) (m. 162 a.C.; em latim: Cneus Octavius) foi um político da gente Otávia da República Romana eleito cônsul em 165 a.C. com Tito Mânlio Torquato. Era filho de Cneu Otávio Rufo, pretor em 205 a.C., e pai de Cneu Otávio, cônsul em 128 a.C.. Foi assassinado em 162 a.C. em Laodiceia na Síria.
Primeiros anos
[editar | editar código-fonte]Otávio aparece pela primeira vez como edil curul em 172 a.C. No inverno de 170 a.C., foi enviado à Grécia com Caio Popílio Lenas como embaixador e, quando voltou, no ano seguinte, foi eleito decênviro sacro.[1] Em 168 a.C. foi eleito pretor e recebeu o comando da frota romana na guerra contra os macedônios do rei Perseu. Depois que ele foi derrotado na Batalha de Pidna, no mesmo ano, Otávio foi até a Samotrácia, onde Perseu havia se refugiado, e recebeu sua rendição. O rei macedônio foi em seguida levado ao cônsul Emílio Paulo, que estava em Anfípolis. Em 167 a.C., Otávio voltou para Roma com o butim amealhado em sua campanha e, em dezembro daquele ano, celebrou um triunfo naval.[2][3] A riqueza acumulada na campanha lhe permitiu viver o resto de seus dias em esplendor, o que, segundo Cícero,[4] ajudou muito na sua eleição para o consulado em 165 a.C.. Otávio construiu uma casa no Palatino e um belo pórtico conhecido como Pórtico de Otávio, do qual nada sobreviveu.[5][6]
Consulado (165 a.C.) e anos finais
[editar | editar código-fonte]Em 165 a.C., Otávio foi eleito cônsul com Tito Mânlio Torquato, o primeiro de sua família a alcançar o topo da magistratura romana. Três anos depois, foi enviado com dois colegas, Lúcio Aurélio Orestes e Espúrio Lucrécio, até a Síria Selêucida para reforçar, em nome do Senado, os termos do tratado firmado com Antíoco III no final da Guerra romano-síria, pois o país estava imerso no caos decorrente da pouca idade do herdeiro de Antíoco, Antíoco V Eupátor.[7]
Esta embaixada custar-lhe-ia a vida. Otávio foi assassinado em um ginásio em Laodiceia por um greco-sírio chamado "Leptines", que acusou o regente Lísias, o tutor do jovem rei, como mandante. Uma estátua foi colocada no Fórum Romano na ocasião e Cícero comenta que ela ainda estava lá em sua época.[8][9]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Cônsul da República Romana | ||
Precedido por: Caio Sulpício Galo |
Cneu Otávio 165 a.C. |
Sucedido por: Aulo Mânlio Torquato |
Referências
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XLIII 17.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XLIV 17, 18, 21, 35.
- ↑ Lívio, Ab Urbe Condita XLV 5, 6, 33.
- ↑ Cícero, De Off. I 39
- ↑ Políbio, Histórias XXVIII 3, 5.
- ↑ Veleio Patérculo i. 9; Plutarco, Aemil. Paull. 26; Plínio História Natural XXXIV 3. s. 7; Festo s. v. Octaviae.
- ↑ Políbio, Histórias XXXI 12, 9.
- ↑ Cícero, de Fin. I 7; Phlipp. IX 2; Júlio Obsequente 72; Apiano Syr. 46; Plínio História Natural XXXIV 6. s., que confunde as duas embaixadas de Otávio.
- ↑ Políbio, Histórias XXXI 12, 13, 19-21.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]Fontes primárias
[editar | editar código-fonte]- Lívio. Ab Urbe condita libri 🔗 (em inglês). [S.l.: s.n.]
Fontes secundárias
[editar | editar código-fonte]- Broughton, T. Robert S. (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas
- Este artigo contém texto do artigo «Gnaeus Octavius» do Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology (em domínio público), de William Smith (1870).
- (em alemão) Tassilo Schmitt: [1 4] O., Gn.. In: Der Neue Pauly (DNP). Volume 8, Metzler, Stuttgart 2000, ISBN 3-476-01478-9, Pg. 1099.