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Erwin Schrödinger

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Erwin Schrödinger Medalha Nobel
Erwin Schrödinger
Equação de Schrödinger
Gato de Schrödinger
Método de Schrödinger
Funcional de Schrödinger
Figura de Schrödinger
Equações Schrödinger-Newton
Campo de Schrödinger
Perturbação de Rayleigh-Schrödinger
Lógica de Schrödinger
Cat state
Nascimento Erwin Rudolf Josef Alexander Schrödinger
12 de agosto de 1887
Erdberg, Viena, Áustria-Hungria
Morte 4 de janeiro de 1961 (73 anos)
Viena, Áustria
Residência Dublin, Dublin, Viena
Sepultamento Alpbach
Nacionalidade Austríaco
Cidadania Áustria, Alemanha, Áustria-Hungria, Alemanha Nazista
Progenitores
  • Rudolf Schrödinger
Cônjuge Annemarie Schrödinger
Filho(a)(s) Ruth Braunizer
Alma mater Universidade de Viena
Ocupação físico, físico teórico, acadêmico, professor, escritor de não ficção, matemático
Distinções Medalha Matteucci (1927),
Nobel de Física (1933),
Medalha Max Planck (1937),
Prêmio Erwin Schrödinger (1956),
Prêmio de Ciências Naturais da Cidade de Viena (1956)
Empregador(a) Universidade de Viena, Universidade de Estugarda, Universidade de Jena, Universidade de Zurique, Universidade de Graz, Universidade de Frederico-Guilherme, Universidade de Breslávia, Universidade Humboldt de Berlim, Universidade de Oxford, Universidade de Gante, Dublin Institute for Advanced Studies
Orientador(a)(es/s) Friedrich Hasenöhrl[1]
Instituições Universidade de Breslau
Universidade de Zurique
Universidade Humboldt de Berlim
Universidade de Oxford
Universidade de Graz
Instituto de Estudos Avançados de Dublin
Campo(s) Física
Tese 1910:Über die Leitung der Elektrizität auf der Oberfläche von Isolatoren an feuchter Luft
Obras destacadas equação de Schrödinger, Gato de Schrödinger
Religião ateísmo
Causa da morte tuberculose
Assinatura

Erwin Rudolf Josef Alexander Schrödinger (Viena-Erdberg, 12 de agosto de 1887Viena, 4 de janeiro de 1961) foi um físico teórico austríaco, conhecido por suas contribuições à mecânica quântica, especialmente a equação de Schrödinger, pela qual recebeu o Nobel de Física em 1933. Propôs o experimento mental conhecido como o Gato de Schrödinger e participou da 4ª, 5ª, 7ª e 8ª Conferência de Solvay.

Deu ainda grande atenção aos aspectos filosóficos da ciência, bem como a conceitos filosóficos, à ética e às religiões orientais e antigas.[2] Sobre sua visão religiosa, ele cria em Deus, muito embora, possivelmente, ele não fosse cristãos ou aderente à qualquer religião.

Primeiros anos

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Schrödinger nasceu em 1887 em Viena, Áustria, filho de Rudolf Schrödinger (produtor de mortalhas e botânico) e Georgine Emilia Brenda (filha de Alexander Bauer, professor de Química na Universidade de Tecnologia de Viena).

Sua mãe era metade austríaca e metade inglesa. O lado inglês de sua família veio de Leamington Spa. Schrödinger aprendeu inglês e alemão quase ao mesmo tempo, devido ao fato de que ambos eram falados na sua família. Seu pai era católico e sua mãe, luterana.

Em 1898, frequentou o Akademisches Gymnasium em Viena, e entre 1906 e 1910 estudou em Viena como aluno de Franz Serafin Exner (1849 - 1926) e Friedrich Hasenöhrl (1874 - 1915). Também realizou trabalhos experimentais com Fritz Kohlrausch.[3]

Em 1911, Schrödinger tornou-se assistente de Exner. Em uma idade precoce, foi fortemente influenciado por Schopenhauer.[4] Como resultado de sua leitura extensiva das obras de Schopenhauer, tornou-se profundamente interessado por toda a sua vida na teoria da cor, filosofia,[5] percepção e religião oriental, principalmente a hindu Vedanta.

Em 1914, Erwin Schrödinger obteve a habilitação (venia legendi). Entre 1914 e 1918 participou do esforço da guerra como um funcionário comissionado na artilharia em fortalezas austríacas (Gorizia, Duino, Sistiana, Prosecco, Viena). Em 6 de abril de 1920, casou-se com Annemarie Bertel. No mesmo ano, tornou-se assistente de Max Wien, em Jena, e em setembro de 1920 alcançou a posição da Ausserordentlicher Professor, aproximadamente o equivalente a professor adjunto, em Stuttgart. Em 1921, tornou-se Ordentlicher Professor, ou seja, professor titular, na Universidade de Breslau (atual Wrocław, Polônia).

Busto de Schrödinger na Universidade de Viena

Em 1921, transferiu-se para a Universidade de Zurique. Em janeiro de 1926, Schrödinger publicou no Annalen der Physik o trabalho "Quantisierung als Eigenwertproblem" (Quantização como um Problema de Autovalor) em mecânica de ondas e que hoje é conhecido como a equação de Schrödinger. Neste trabalho ele deu uma "derivação" da equação de onda para sistemas independentes de tempo, e mostrou que fornecia autovalores de energia corretos para o átomo hidrogenoide. Este trabalho tem sido universalmente considerado como uma das conquistas mais importantes do século XX, criando uma revolução na mecânica quântica, e na verdade em toda a física e a química. Um segundo documento foi apresentado apenas quatro semanas depois e que resolveu o oscilador harmônico quântico, o rotor rígido e a molécula diatômica, e dá uma nova derivação da equação de Schrödinger. Um terceiro documento em maio mostrou a equivalência da sua abordagem à de Heisenberg e deu o tratamento do efeito Stark. Um quarto trabalho de sua série mais marcante mostrou como tratar os problemas nos quais o sistema muda com o tempo, como nos problemas de dispersão. Estes trabalhos foram os principais de sua carreira e foram imediatamente reconhecidos como tendo grande importância pela comunidade científica.

Principais publicações

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Túmulo de Erwin Schrödinger em Alpbach, no Tirol.

Em português

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  • Schrödinger, Erwin. O que é a vida? Espírito e matéria. trad. M. L. Pinheiro. Lisboa: Fragmentos, 1989.
  • Schrödinger, Erwin. O que é Vida? O Aspecto Físico da Célula Viva Seguido de Mente. São Paulo: UNESP, 1997. ISBN 85-7139-161-0.

Atividades científicas

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Mecânica quântica

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Nova teoria quântica

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Nos primeiros anos de sua carreira, Schrödinger tornou-se familiarizado com a ideias da teoria quântica, desenvolvidas nos trabalhos de Max Planck, Albert Einstein, Niels Bohr, Arnold Sommerfeld e outros. Esse conhecimento o ajudou a trabalhar em alguns problemas na física teórica, mas o cientista, no momento, ainda não estava pronto para se separar dos métodos tradicionais da física clássica.

As primeiras publicações de Schrödinger sobre teoria atômica e teoria do espectros começou a aparecer apenas no começo dos anos 1920, após sua aproximação pessoal com Sommerfeld a Wolfgang Pauli e sua mudança para a Alemanha. Em janeiro de 1921, Schrödinger terminou seu primeiro artigo neste assunto, sobre a estrutura do efeito Bohr-Sommerfeld da interação de elétrons em algumas características do espectro dos metais alcalinos. A introdução de considerações relativistas na teoria quântica era de seu interesse particular. No outono de 1922 ele analisou as órbitas dos elétrons em um átomo de um ponto de vista geométrico, usando métodos desenvolvidos pelo matemático Hermann Weyl (1885-1955). Esse trabalho, o qual mostrou que as órbitas quânticas estão associadas com algumas propriedades geométricas, foi um importante passo em predizer algumas características da mecânica de ondas. Mais cedo no mesmo ano ele criou a equação de Schrödinger do efeito Doppler relativístico para linhas espectrais, baseado na hipótese dos quanta de luz e considerações sobre energia e momentum. Schrödinger gostava da ideia de seu professor Exner sobre a natureza estatística das leis de conservação, então ele entusiasticamente abraçou os artigos de Bohr, Kramers e Slater, que sugeriam a possibilidade de violação dessas leis em processos atômicos individuais (por exemplo, no processo de emissão de radiação). Apesar dos experimentos de Hans Geiger e Walther Bothe logo lançaram dúvidas nessa questão, a ideia da energia como conceito estatístico foi uma atração ao longo da vida para Schrödinger e ele discorre sobre isso em alguns relatórios e publicações.[7]

Trabalho em uma teoria do campo unificado

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Seguindo seu trabalho em mecânica quântica, Schrödinger dedicou um grande esforço para trabalhar numa teoria do campo unificado que uniria a gravidade, o eletromagnetismo e forças nucleares dentro da estrutura básica da Relatividade Geral, fazendo o trabalho com uma correspondência estendida com Albert Einstein.[8] Em 1947, ele anunciou o resultado, “Teoria do Campo Afim”[9] numa palestra na Academia Real Irlandesa, mas o anúncio foi criticado por Einstein como “precoce” e falhou em levar à teoria unificada desejada.[8] Após sua tentativa fracassada de unificação, Schrödinger desistiu de seu trabalho na unificação e se voltou para outros tópicos.

Contribuições na área de física aplicada a biologia

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Sem dúvida a maior parte dos trabalhos de Schrödinger foram voltados para a mecânica quântica, mas, embora não tenha tanto reconhecimento quanto na parte de física pura, o cientista também se dedicou ao estudo da vida e de organismos biológicos. Nessa parte, sua principal obra é "O que é vida?", publicado em 1944.

O objetivo de Schrödinger com sua publicação era expor que era possível explicar por leis físicas o comportamento de organismos vivos, ainda que algumas destas leis não fossem completamente conhecidas na época. Nela, o físico passou por conceitos como a diferenciação de organismos vivos de não vivos, como também o funcionamento de um corpo comparado a uma máquina e o destrinchamento do código genético e das células. Segundo ele: "(...) devemos estar preparados para descobrir que ela (estrutura da matéria viva) funciona de uma forma que não pode ser reduzida às leis comuns de física. E isso, não sobre o fundamento de que exista alguma "nova força" ou o que quer que seja dirigindo o comportamento de cada um dos átomos de um organismo vivo, mas sim porque sua construção é diferente de qualquer outra coisa que já tenhamos testado em um laboratório de física".

  • 1887 - Nasce, filho de Rudolf Schrödinger e Georgine Emilia Brenda.
  • 1898 - Estuda no Akademisches Gymnasium.
  • 1906-1910 - Estuda em Viena com Franz Serafin Exner (1849-1926), Friedrich Hasenöhrl, trabalhos experimentais com Fritz Kohlrausch.
  • 1911 - Assistente de Exner.
  • 1914 - Habilitação.
  • 1914-1918 - Participa na Primeira Guerra Mundial.
  • 1920 - Casa-se com Annemarie Bertel (6 de abril).
  • 1920 - Ajudante de Max Wien, Jena.
  • 1920 - Professor associado, Stuttgart
  • 1921 - Professor titular, Breslau (actual Wroclaw, Polonia).
  • 1922 - Universidade de Zürich.
  • 1926 - Annalen der Physik: "Quantisierung als Eigenwertproblem": equação de mecânica ondulatória de Schrödinger.
  • 1927 - Segue Max Planck para a Universidade de Berlim-Humboldt.
  • 1933 - Fellow do Magdalen College, Universidade de Oxford
  • 1933 - Nobel de Física, juntamente com Paul Dirac.
  • 1934 - Associado na Universidade de Princeton.
  • 1936 - Universidade de Graz, Áustria.
  • 1938 - Depois da ocupação da Austria por Hitler, teve problemas por ter abandonado a Alemanha em 1933 e por causas das suas preferências políticas; procura bolsas e projectos de investigação desde a Itália e Suíça até Oxford - Universidade de Ghent. No Instituto de Estudos Avançados em Dublin, torna-se Director da Escola de Física Teórica. Mais de 50 publicações em várias áreas. Avança para uma teoria de campo unificado.
  • 1944 - O que é a vida? (Conceito de código genético).
  • Em Dublin até à sua jubilação.
  • 1955 - Volta a Viena. Numa importante apresentação durante a Conferência de Energia Mundial recusa-se a falar sobre a energia atómica devido ao seu cepticismo. Em vez disso, falou sobre filosofia.
  • 1961 - Morre em Viena, aos 73 anos, de tuberculose. Sobrevive-lhe a sua viúva Anny. Foi sepultado em Alpbach (Áustria).

Referências

  1. Erwin Schrödinger (em inglês) no Mathematics Genealogy Project
  2. Heitler 1961, p. 221-226.
  3. Karl Grandin, ed. (1933). «Erwin Schrödinger Biography». Les Prix Nobel (em inglês). The Nobel Foundation. Consultado em 29 de julho de 2008 
  4. Moore, Walter (1994). A Life of Erwin Schrödinger (em inglês). Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-46934-0 
  5. Em sua palestra "Mente e Matéria", capítulo 4, disse que a frase "que se tornou familiar a nós" é "O mundo estendido no espaço e no tempo é apenas a nossa representação (Vorstellung)." Esta é uma repetição das primeiras palavras da obra principal de Schopenhauer.
  6. Taub, A. (1951). «Review: Space-time structure by Erwin Schrödinger» (PDF). Bull. Amer. Math. Soc. 57 (3): 205–206. doi:10.1090/s0002-9904-1951-09494-x 
  7. Jammer, Max. (1989). The conceptual development of quantum mechanics. [Los Angeles, Calif.]: Tomash Publishers. ISBN 0883186179. OCLC 19517065 
  8. a b Halpern, Paul (1 de abril de 2015). «Battle of the Nobel Laureates». Medium (em inglês). Consultado em 12 de agosto de 2019 
  9. «E. Schrodinger, Proc. Royal Irish Acad. 51A, 163 (1947)». einstein-schrodinger.com. Consultado em 12 de agosto de 2019 

Ligações externas

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