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Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto

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Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto
FAUP
Fundação 1979 (45 anos)
Instituição mãe Universidade do Porto
Localização Porto, Portugal
Diretor(a) João Pedro Xavier
Campus Pólo III - Campo Alegre
Página oficial sigarra.up.pt/faup

A Faculdade de Arquitectura[a] da Universidade do Porto (FAUP) é um establecimento de ensino superior da Universidade do Porto dedicado ao ensino da Arquitetura.[1] Criada em 1979, é a sucessora do curso de Arquitetura leccionado na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, frequentado por arquitetos como Fernando Távora, Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura.[2]

É conotada como a herdeira viva da Escola do Porto, uma das mais influentes correntes da história da arquitetura portuguesa.[3]

A Faculdade de Arquitectura foi constituída em 1979, por transformação da secção de Arquitetura da Escola Superior de Belas-Artes do Porto (ESBAP), atual Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.[1] As novas instalações, no entanto, apenas começaram a ser construídas em 1985, e o processo de transição inicialmente previsto para durar até 1987 acabou por estender-se até 1996.[4]

Edifícios da FAUP
Ver artigo principal: Escola do Porto

O ensino na FAUP segue a matriz da tradição pedagógica e artística da Escola do Porto, antecedida por José Marques da Silva e Carlos Ramos e inaugurada por Fernando Távora. É atribuída uma forte importância ao desenho no processo criativo de arquitetura, tal como à contextualização e ligação da obra com o seu lugar.[3][4]

Na Faculdade é ministrado o mestrado integrado em Arquitectura, o programa de doutoramento em Arquitectura, e, juntamente com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, o mestrado em Planeamento e Projecto Urbano.[5]

As instalações da faculdade situam-se no Pólo do Campo Alegre da Universidade, num local panorâmico sobre o rio Douro junto à antiga Quinta da Póvoa. O projeto foi da autoria de Álvaro Siza Vieira, antigo aluno e professor catedrático jubilado da instituição. Numa primeira fase, entre 1985 e 1986, foi projetada a renovação da casa da Quinta da Póvoa, usualmente referida como a Casa Cor de Rosa, e a construção de um novo pavilhão nos seus jardins cujo nome foi atribuído a Carlos Ramos. O pavilhão fora inicialmente pensado como uma instalação provisória e de programa simples[6], mas Siza transformou-o em algo mais permanente.[7] A forma em U do pavilhão foi condicionada em planta e volume pela presença das árvores e das suas raízes.[8]

Edifícios da FAUP

A segunda fase desenvolveu-se num terreno bastante maior (cerca de 5000 m²) anexo à Quinta. A força da paisagem fez Siza abrir o complexo para o rio[9], fragmentando-o em vários volumes, sobressaindo quatro torres interligadas quer por uma galeria transversal semienterrada, quer pelo espaço exterior, conectando-as também a um edifício do lado norte ele próprio igualmente decomposto em quatro partes, albergando o bar, a administração e o auditório, o museu, e a biblioteca.[10]

A sua localização adjacente e pertencente à Quinta da Póvoa não foi descurada - novos muros de pedra relacionam as cotas do jardim da quinta com a plataforma do novo edifício. Além disso, Siza afirma que procurou encontrar na Casa Cor de Rosa “as dimensões, as alturas e mesmo o ritmo – relação espaço-volume – dos pavilhões”, tal como “as proporções e o alinhamento dos edifícios”.[8]

A introdução de elementos marcadamente modernistas num terreno e envolvente ainda algo rurais invoca o conflito eterno entre urbanidade e ruralidade que se trava nas margens do Douro, e particularmente nas encostas da Arrábida e de Massarelos. Esta intervenção exercida na paisagem pode ser assim considerada a concretização derradeira da Escola do Porto, a escola como uma materialização da Escola.[4]

  1. A Faculdade mantêm a grafia de 'Arquitectura' com c, apesar do Acordo Ortográfico de 1990

Referências

  1. a b Decreto-Lei n.º 498-F/79, de 21 de dezembro
  2. «FAUP - Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto». sigarra.up.pt. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  3. a b Faria, Nuno (2014). Lado B: Escola do Porto. 1968-1978 (uma história oral). Lisboa, Portugal: Documenta; A Oficina. OCLC 906791842 
  4. a b c Fernandes, Eduardo Jorge Cabral dos Santos (9 de fevereiro de 2011). «A escolha do Porto: contributos para a actualização de uma ideia de escola». Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  5. «FAUP - Cursos/CE». sigarra.up.pt. Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  6. Siza, Álvaro (2009). 01 Textos. Porto: Civilizacão. OCLC 472464976 
  7. Alves Costa, Alexandre (2003). Siza Vieira, Álvaro; Dias, Adalberto, eds. Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Edifício da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, percursos do projecto. Porto: FAUP publicações. p. 102 
  8. a b Laurent, Machabert, Dominique Beaudouin, (2008). Alvaro Siza : une question de mesure. [S.l.]: Le Moniteur Editions. OCLC 874335355 
  9. Vieira, Álvaro Siza (1995). Castanheira, Carlos; Llano, Pedro, eds. Fragmentos de uma experiência. Conversas com Carlos Castanheira, Pedro de Llano, Francisco Rei e Santiago Seara. Álvaro Siza, Obras e Projectos. [S.l.]: CMM / Centro Galego de Arte Contemporânea / Electa. p. 44 
  10. «FAUP - Gestão de Imóveis». sigarra.up.pt. Consultado em 16 de janeiro de 2022 

Ligações externas

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