Fortim da Fajã de São João
O Fortim da Fajã de São João, também referido como Reduto da Fajã de São João,[1] localiza-se na Fajã de São João, na freguesia de Santo Antão, no concelho da Calheta, na costa sul da ilha de São Jorge.
Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.
História
[editar | editar código-fonte]Habitada desde meados do século XVI pela excelência de seu microclima e abundância de águas, em 1625 a fajã foi alvo de uma incursão de piratas da Barbária que saquearam a povoação e a ermida, e levaram cativos alguns dos seus habitantes.[2]
Como resultado desse incidente foi erguido um fortim junto ao ancoradouro. Essa defesa, entretanto, não obstou a que a fajã voltasse a ser atacada, em 1686, por um navio corsário de Salé, o qual desembarcou parte da sua tripulação sem haver em terra quem lhe fizesse um único tiro. Uma vez mais, a povoação e a ermida foram saqueadas, tendo sido destruída a imagem de São João então ali existente, e o fortim arrasado.
No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte do Porto, e os Redutos da Fajam de S. Joam." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".[3]
Essas defesas terão sido arruinadas pelo grande terramoto de 9 de julho de 1757, o chamado "Mandado de Deus".
A estrutura não chegou até aos nossos dias.
Referências
- ↑ PEREIRA, 1987:130.
- ↑ PEREIRA, 1987:136.
- ↑ "Fortificações nos Açores existentes em 1710" in Arquivo dos Açores, p. 180. Consultado em 8 dez 2011.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- CASTELO BRANCO, António do Couto de; FERRÃO, António de Novais. "Memorias militares, pertencentes ao serviço da guerra assim terrestre como maritima, em que se contém as obrigações dos officiaes de infantaria, cavallaria, artilharia e engenheiros; insignias que lhe tocam trazer; a fórma de compôr e conservar o campo; o modo de expugnar e defender as praças, etc.". Amesterdão, 1719. 358 p. (tomo I p. 300-306) in Arquivo dos Açores, vol. IV (ed. fac-similada de 1882). Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1981. p. 178-181.
- PEREIRA, António dos Santos. A Ilha de São Jorge (séculos XV-XVIII): contribuição para o seu estudo. Ponta Delgada (Açores): Universidade dos Açores, 1987. 628p. mapas, tabelas, gráficos.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Fortificação/Ilha de São Jorge». in Instituto Histórico da Ilha Terceira
- «REZENDES, Sérgio. A Fortificação da Idade Moderna nos Açores. 2009» (PDF). in Ecomuseu da Ilha de S. Jorge
- «REZENDES, Sérgio. "As pedras de Velas: construções que nos falam da História Militar".» (PDF). in Fortes de S. Jorge. Ecomuseu da Ilha de S. Jorge, março de 2010(a).
- «REZENDES, Sérgio. "A fortificação da Idade Moderna nos Açores: o caso específico das Ilhas de São Miguel, Terceira e São Jorge".» (PDF). in VI Seminário Regional de Cidades Fortificadas e I Encontro Técnico de Gestores de Fortificações, 31 de março a 2 de abril de 2010(b).