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Gustave Rumbelsperger

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Gustave Rumbelsperger
Gustave Rumbelsperger
Membros da Comissão Científica para observação da Passagem de Vênus pelo Disco Solar. Da esquerda para a direita: Dr. Luiz Cruls, 2º Tenente Carlos Castilhos Midosi, Almirante Luiz Saldanha da Gama, Naturalista Gustave Rumbelsperger e o 2º Tenente Eduardo Ernesto Midosi
Nascimento 5 de agosto de 1817
Salins-les-Bains, Jura, França
Morte 25 de outubro de 1892 (78 anos)
Flamengo, Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade França Francês
Assinatura
Assinatura de Gustave Rumbelsperger
Campo(s) Naturalista

Gustave Rumbelsperger (Salins-les-Bains, Jura, Primeiro Império Francês, 5 de agosto de 1817Flamengo, Rio de Janeiro, Brasil, 25 de outubro de 1892) foi um naturalista e engenheiro francês que se naturalizou brasileiro e teve papel significativo na fundação da colônia Teresa Cristina além de participar de expedições pelo rio Ivaí[1].

Foi um amigo e/ou conhecido[2] de Dom Pedro II, Ladislau Netto, Luís Filipe de Saldanha da Gama e do Dr. Jean Maurice Faivre.

Pintura da Corveta "Parnahyba", utilizada na Expedição.

Estudou em Chalon-sur-Marne, onde havia uma instituição conhecida como "Ecole Impériale des Arts et Métiers", criada por Napoleão para ensinar fundamentos de engenharia. Em 1834, aos 17 anos, emigrou para o Brasil, estabelecendo-se em Belo Horizonte (na época chamada "Cidade de Minas"). Posteriormente, mudou-se para a Filadélfia, nos Estados Unidos, onde concluiu seus estudos. Ao retornar ao Brasil, fixou-se no Rio de Janeiro e prestou serviços ao Arsenal de Marinha, colaborando na produção de um mapa da província do Rio de Janeiro em 1840.

Em 1847, Rumbelsperger participou do planejamento da colônia agrícola Teresa Cristina, localizada no Paraná, uma iniciativa liderada pelo médico Jean Maurice Faivre[3]. A colônia tinha como objetivo estabelecer 87 famílias de imigrantes franceses, baseando-se em ideais humanitários inspirados nas teorias socialistas de Charles Fourier. Com o apoio do imperador Pedro II, a colônia implementou um sistema cooperativo pioneiro no Brasil.

Após a morte de Faivre em 1858, Rumbelsperger assumiu a liderança da colônia até 1870, quando solicitou sua demissão. Durante esse período, manteve contato frequente com o Museu Nacional do Rio de Janeiro, demonstrando interesse pelas ciências naturais. Em 1864, ele liderou uma expedição pelo rio Ivaí a pedido do presidente da província do Paraná, explorando a região desde a colônia Teresa Cristina até a desembocadura do rio no Paraná, apresentando um relatório sobre a navegabilidade do rio.

Embora suas contribuições para a fauna e flora locais não sejam detalhadas nos registros, Rumbelsperger é descrito como um colaborador em estudos zoológicos e foi contratado pelo Museu Nacional[4] como naturalista-viajante em 1884.

As contribuições de Rumbelsperger também foram relevantes no campo artístico, especialmente no Paraná. Embora seus conhecimentos artísticos estivessem limitados ao campo da engenharia, ele produziu diversas ilustrações durante sua permanência na região, como a aquarela "Salto de Ubá" (1850), que retratava paisagens locais. Ele também enviava desenhos de animais e plantas ao Rio de Janeiro, destinados ao acervo da corte. Apesar de muitos desses trabalhos terem se perdido, são mencionados em sua correspondência, sugerindo que sua arte desempenhou um papel importante na documentação visual da fauna e flora do Brasil imperial.

Depois de deixar o Paraná, Rumbelsperger continuou sua carreira como pesquisador no Rio de Janeiro, participando de expedições científicas com outros estudiosos, como Luis Cruls. Entre 1884 e 1889, junto com seu irmão Ernesto, conduziu explorações arqueológicas na Amazônia, incluindo a ilha de Marajó e Santarém, sob a orientação de Ferreira Penna.

Referências

  1. Antonelli, Diego. «Uma utopia socialista à beira do Ivaí». Gazeta do Povo. Consultado em 27 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 6 de dezembro de 2023 
  2. Straube, Fernando Costa (2013). «Ruínas e urubus: história da ornitologia no Paraná» (PDF). História Ambiental .org. Curitiba: Hori Consultoria Ambiental. Consultado em 27 de setembro de 2024. Arquivado do original (PDF) em 24 de setembro de 2015 
  3. «ANM - Academia Nacional de Medicina - Jean Maurice Faivre». ANM - Academia Nacional de Medicina. 24 de junho de 2020. Consultado em 27 de setembro de 2024. Cópia arquivada em 5 de dezembro de 2023 
  4. Cruls, L. (1882). «ANNALES de L'Observatoire Impérial de Rio de Janeiro: Observação da Passagem de Vênus». OBS NACIONAL - Acervo de Obras Raras - docvirt.com. Consultado em 27 de setembro de 2024