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Ilhas Feroe

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Ilhas Feroe/ Féroe / Faroé
Føroyar (feroês)
Færøerne (dinamarquês)
Bandeira das Ilhas Feroé
Bandeira das Ilhas Feroé
Brasão de armas das Ilhas Feroé
Brasão de armas das Ilhas Feroé
Bandeira Brasão de armas
Hino nacional: Tú alfagra land mítt
("Minha terra, a mais bela")
Gentílico: feroês, feroico

Localização das Ilhas Féroe / Ilhas Faroé
Localização das Ilhas Féroe / Ilhas Faroé

Localização das Ilhas Féroe (em vermelho).

As Ilhas Féroe no Reino da Dinamarca (Norte da Europa).
Capital Tórshavn
61° 57' 15" N 6° 51' 25" W
Cidade mais populosa Tórshavn
Língua oficial Feroês e dinamarquês
Religião oficial Luteranismo, Igreja Ortodoxa Oriental e Igreja Católica
Governo Região autónoma da Dinamarca; Democracia parlamentar no contexto de uma monarquia constitucional
• Rei Frederico X
• Alto Comissário Lene M. Johansen
• Primeiro-ministro Bárður á Steig Nielsen
• Unificada com a Noruega 1 035
• Cedida à Dinamarca 14 de janeiro de 1814
• Transformação em região autónoma 1 de abril de 1948
Área
  • Total 1 399 km²
População
 • Estimativa para 2017 50 451 hab. ()
 • Censo 2007 48 760 hab. 
 • Densidade 35 hab./km²
PIB (base PPC) Estimativa de 1,56 mil milhões (biliões) (estimativa 2008)
 • Total US$ 2,45 mil milhões (biliões) (estimativa 2008)((não está presente no ranking).º)
 • Per capita US$ 50 300 ((não está presente no ranking).º)
IDH (2006) 0,943 (15.º) – muito alto
Moeda Coroa feroesa (DKK)
Fuso horário GMT (UTC0)
 • Verão (DST) EST (UTC+1)
Cód. ISO FO
Cód. Internet .fo
Cód. telef. ++298
Website governamental government.fo

Ilhas Faroe, Ilhas Féroe[1][2][3][4] ou Ilhas Faroé(s) [5] (em feroês: Føroyar ou Føroyarland; em dinamarquês: Færøerne e em nórdico antigo: Færeyjar) são um território dependente da Dinamarca, localizado no Atlântico Norte entre a Escócia e a Islândia.[6]

O arquipélago é formado por 18 ilhas maiores e outras menores desabitadas que acolhem, ao todo, 47 mil pessoas em uma área de 1 399 km². Na ilha maior (Streymoy), encontra-se a capital, Tórshavn, com 16 mil habitantes (1999). As terras mais próximas são as ilhas mais setentrionais da Escócia (Reino Unido), que ficam a sul-sueste, e a Islândia, situada a noroeste.[6]

São autónomas desde 1948, tendo decidido não aderir à União Europeia. Gradualmente têm alcançado maior autonomia e para o futuro tem-se descortinado a possibilidade de tornarem-se independentes da Dinamarca.[6]

Como território autónomo da Dinamarca, as Ilhas contam com um Alto Comissário — representante da Rainha da Dinamarca, com um parlamento unicameral formado por 32 membros (Løgtingið) e um primeiro-ministro chefe de governo (løgmann).[6]

Etimologia e ortografia

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Na língua local — o feroês — o nome das ilhas é Føroyar, e em dinamarquês Færøerne. O nome — Føroyar — é composto por før (ovelha, carneiro) e oyar (ilhas), significando por isso "ilhas das ovelhas".[7]

O nome tradicional em português, "Féroe", provém do nórdico antigo Færeyjar, que significa literalmente "ilhas das ovelhas" ou "ilhas dos carneiros", e chegou à nossa língua proveniente do francês Féroé. Similarmente, temos Feroe em espanhol,[8] Féroe em galego[9] e Faroe em inglês.

Fontes linguísticas tradicionais portuguesas recomendam a grafia "Ilhas Faroe". É essa a grafia adotada, por exemplo, pelo Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, e pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa de Rebelo Gonçalves,[10][11] pelo Dicionário de Cândido de Figueiredo (1899),[4] pelos dicionários portugueses da Porto Editora,[3] pelo dicionário de Caldas Aulete[12] e pelos dicionários brasileiros como o Houaiss, o Aurélio e o Michaelis.[13] É também a grafia recomendada no Ciberdúvidas da Língua Portuguesa pelos linguistas F. V. Peixoto da Fonseca[14] e Carlos Machado.[15]

Por sua vez, o Código de Redação Interinstitucional da União Europeia utiliza Ilhas Faroé.[5] No Ciberdúvidas da Língua Portuguesa o linguista A. Tavares Louro utiliza ainda a grafia Ilhas Faroé.[16] Num outro artigo no Ciberdúvidas um autor resume: "Em suma, atualmente existem duas formas corretas em Portugal: uma mais antiga, Féroe, e outra mais recente, Faroé."[17]

No que tange às fontes linguísticas brasileiras, o Dicionário Houaiss adota "Ilhas Féroe", tal como as fontes portuguesas. É "Féroe" também a forma adotada pelo dicionarista Caldas Aulete.[18] O Dicionário Aurélio atesta tanto "Féroe" (primeira forma apresentada na etimologia do vocábulo "feroês) quanto "Feroé" (usada na definição do mesmo vocábulo).

No campo dos órgãos de comunicação social, quase todos – quer portugueses, quer brasileiros – usam indiscriminadamente uma miscelânea de grafias, sendo que algumas não estão (ainda) prescritas por fontes linguísticas. Em Portugal, a RTP usa as grafias: Faroe, Faroé e Feroé; e o jornal Público usa Faroé e Faroe, embora o seu próprio livro de estilo defenda Feroé. Já na brasileira Globo, a preferência recai sobre as grafias Feroe, Faroe e Feroé, bem como Ilhas Faroes. No jornal O Estado de S. Paulo, utilizam-se Feroe, Faroé, Faroe e Feroé. Por fim, a Folha de S.Paulo usa Feroe, Faroé, Faroe e Faroes.

No campo político, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal usa oficialmente "Ilhas Faroé",[19] enquanto o Ministério das Relações Exteriores do Brasil usa oficialmente "Ilhas Féroe",[20] forma atestada por Houaiss, Aulete e Aurélio e pelas fontes vernáculas portuguesas. Os gentílicos aplicáveis a essas ilhas são feroês (feroesa; feroeses; feroesas) e feroico (feroica; feroicos; feroicas) — este último normalmente associado à língua local.[carece de fontes?]

Ver artigo principal: História das Ilhas Feroé
Selo de 2004 com a representação de Grimur Kamban

A história conhecida do arquipélago inicia em 600 com sua colonização por monges irlandeses e escoceses. A primeira menção conhecida das Ilhas Faroé foi feita pelo monge irlandês Dicuil em 825, na sua obra Liber de Mensura Orbis terrae.[21][22][23]

Segundo a Saga dos Faroeses (de cerca de 1200), o primeiro colonizador foi um viquingue chamado Grímur Kamban, que teria aportado às ilhas em data incerta, pelos finais do século IX, talvez por volta de 825.[24]

  • 600 – 800 — Estabelecimento de monges eremitas irlandeses
  • 825 - Conquista e colonização por viquingues noruegueses
  • 970 - 1280 - República
  • 1135 - Torna-se país tributário à Coroa Norueguesa
  • 1380 - Dinamarca e Noruega (incluindo as ilhas Faroés) realizam uma união monárquica
  • 1655 - 1709 - O Rei da Dinamarca confia as ilhas à família von Gabel como um estado feudal
  • 1709 - A coroa dinamarquesa novamente toma posse
  • 1720 - Administrada como parte da Islândia
  • 1776 - Administrada como parte do condado dinamarquês de Zelândia
  • 24 de janeiro de 1814 - Reconhecida como possessão dinamarquesa pelo Tratado de Kiel
  • 1816 - Recebe o grau de condado
  • 12 de abril de 1940 - 16 de setembro de 1945 - Ocupação britânica durante a II Guerra Mundial. As tropas britânicas ocuparam as ilhas quando a Alemanha invadiu a Dinamarca (foi uma ocupação amigável de modo a assegurar que os Nazis não tinham nenhuma base militar no Atlântico Norte). Em 1945 os Ingleses partiram deixando para trás o aeroporto de Vágar e 170 soldados que se casaram com faroenses.[25]
  • 14 de setembro de 1946 - Referendo aprova a independência (48,7% a 47%). A independência é declarada em 18 de setembro de 1946. É anulada pela Dinamarca dois dias depois.
  • 30 de março de 1948 - Governo autônomo é permitido.

A ocupação britânica durante a II Guerra Mundial suspendeu os contatos com a Dinamarca e modificou o cenário político. Uma consulta popular aos faroeses demonstrou uma pequena maioria da população a favor da separação da Dinamarca. No entanto, o governo dinamarquês interveio e dissolveu o Logting para a realização de eleições gerais. O Logting eleito alcançou um acordo com a Dinamarca onde foram negociadas áreas de responsabilidade conforme os interesses de ambas as partes, e as ilhas Faroé foram declaradas "comunidade autónoma dentro do reino da Dinamarca". A língua faroesa foi reconhecida como língua oficial e a bandeira faroesa como bandeira das ilhas.[26][27]

Ver artigo principal: Geografia das Ilhas Feroé
Imagem de satélite do arquipélago

As ilhas Faroé são um arquipélago de 18 ilhas situadas junto à latitude 62 N e longitude 7 W. Estão localizadas a meio caminho entre a Escócia e a Islândia, e a 575 km da Noruega.[28] Entre o extremo norte e sul do arquipélago medeiam 113 km e 75 de leste a oeste. As suas costas têm um perímetro total de 1 117 km.

As ilhas têm uma morfologia muito acidentada, rochosa, com costas alcantiladas recortadas por profundos fiordes. Nenhum ponto das ilhas está a mais de 5 km do mar. O ponto mais alto é o Slættaratindur, na ilha Eysturoy, com 882 metros de altitude.

O clima é oceânico, marcado pela influência moderadora da Corrente do Golfo, o que, tendo em conta a elevada latitude, suaviza as temperaturas invernais. Em Tórshavn não se registam temperaturas médias mensais negativas, oscilando estas entre os 0,3 °C em janeiro e os 11,1 °C em agosto. A média anual é de 6,7 °C. A amplitude térmica é assim muito reduzida, com verões frescos e invernos suaves. A precipitação aproxima-se dos 1 400 mm por ano, com um mínimo relativo na primavera e verão. O céu é em geral nublado, com frequentes nevoeiros. São frequentes os ventos fortes.

Mapa das Ilhas Faroé
Vilarejo Skipanes em Eysturoy

Todas as ilhas são habitadas excepto Lítla Dímun. Na tabela que se segue apresentam-se as áreas e população (dados referentes a 31 de dezembro de 2003) de cada uma das ilhas que compõem o arquipélago das Faroé:

Nome Área Habitantes Densidade
(hab./km²)
Município(s) Região
Streymoy 373,5 21 717 57,4 Tórshavn e Vestmanna Tórshavn e resto de Streymoy
Eysturoy 286,3 10 738 37 Fuglafjørður e Runavík Eysturoy do Norte e Eysturoy do Sul
Vágar 177,6 2 856 15,7 Míðvágur e Sørvágur Vágar
Suðuroy 166 5 074 30,9 Tvøroyri e Vágur Suðuroy
Sandoy 112,1 1 428 12,4 Sandur Sandoy
Borðoy 95 5 030 52,4 Klaksvík Klaksvík e resto das ilhas do Norte
Viðoy 41 605 15 Viðareiði Ilhas do Norte
Kunoy 35,5 135 3,8 Ilhas do Norte Nordinseln
Kalsoy 30,9 136 4,8 Mikladalur e Húsar Ilhas do Norte
Svínoy 27,4 58 2,7 Svínoy Ilhas do Norte
Fugloy 11,2 46 4 Kirkja Ilhas do Norte
Nólsoy 10,3 262 26,1 Nólsoy Streymoy
Mykines 10,3 19 2 Mykines Vágar
Skúvoy 10 61 5,7 Skúvoy Sandoy
Hestur 6,1 40 7,1 Hestur Streymoy
Stóra Dímun 2,7 7 1,9 Dímun Sandoy
Koltur 2,5 2 0,8 Koltur Streymoy
Lítla Dímun 0,8 0 0 Suðuroy

A grande maioria da população das Ilhas Faroe é de ascendência norueguesa e escocesa.[29] Análises recentes de DNA revelaram que os cromossomos Y da população das ilhas, que traça a descendência masculina, são 87% escandinavos.[30] Estudos mostram que o DNA mitocondrial, que traça a descendência feminina, é 84% escocês.[31]

A taxa de fecundidade das Ilhas Faroé é atualmente uma das mais elevadas da Europa.[32] O maior grupo de estrangeiros são os dinamarqueses, compreendendo 5,8% da população local, seguido por gronelandeses, islandeses, noruegueses e poloneses. As Ilhas Faroe têm pessoas de 77 nacionalidades diferentes.

A língua faroesa é falada em toda o arquipélago como língua materna. É difícil dizer exatamente quantas pessoas no mundo falam o idioma das Ilhas Feroe, porque muitas dos habitantes étnicos das ilhas vivem na Dinamarca e poucos que nascem lá voltar para as Ilhas Faroé com os pais ou adultos.

Igreja em Vagur

O idioma das Ilhas Faroe é uma das menores das línguas germânicas. O feroês escrito (gramática e vocabulário) é mais semelhante ao islandês e ao norueguês antigo, embora a língua falada esteja mais próxima de dialetos noruegueses da costa oeste da Noruega. Apesar da língua faroesa ser a maioria nas ilhas, o dinamarquês também é um idioma oficial e é universalmente falado.

Ver artigo principal: Religião nas Ilhas Feroé

A religião tem uma parte importante da cultura feroesa. Nas Ilhas Feroe predominam as religiões cristãs, sendo a maior delas o luteranismo, além de outros protestantes, alguns católicos, Testemunhas de Jeová e bahá'is.

Cerca de 87% da população pertence à igreja estabelecida do estado, a Igreja das Ilhas Feroé, sendo o restante dividido entre outras denominações cristãs e poucas crenças não cristãs.

Governo e política

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Tinganes em Tórshavn
Rainha Margarida II em sua visita em Vágur em 2005

A inexistência de autonomia política levou ao nascimento tardio — apenas na primeira metade do século XX — dos primeiros partidos políticos. Sambandsflokkurin (Partido Unionista) e Sjálvstýrisflokkurin (Partido da Autonomia). Posteriormente surgiram o social-democrata Javnaðarflokkurin (Partido Social-Democrata) e o conservador nacionalista Fólkaflokkurin (Partido Popular) que defenderam interesses comerciais. O Tjóðveldisflokkurin (Partido da República) surgiu em 1948 defendendo uma República Feroesa.

Atualmente há eleições regionais de quatro em quatro anos, sendo então eleito um parlamento regional faroês (Løgtingið), o qual escolhe um governo local (Landsstýri), constituído por um presidente (Løgmaðurin) e sete ministros.[33]

Governo Regional das Ilhas Faroé

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Governo Primeiro-ministro Partidos
Governo Aksel V. Johannesen
[34][35][36]
2015-
Aksel V. Johannesen Partido Social-Democrata
Partido da República
Partido do Progresso

Nas eleições regionais de 2015, foram eleitos 7 partidos,[37] e formado um governo de coligação de centro-esquerda, liderado por Aksel V. Johannesen e constituído pelo Partido Social-Democrata (Javnaðarflokkurin), pelo Partido da República (Tjóðveldisflokkurin) e pelo Partido do Progresso (Framsókn).[34][35][36][38]

Partidos faroeses

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Os principais partidos que concorreram em 2015 ao Parlamento Regional (Løgtingið) foram os seguintes:[39][40]

Partido Ideologia Espectro
Partido Social-Democrata
(Javnaðarflokkurin)
Social-democracia

Unionismo

Centro-esquerda
Partido da República
(Tjóðveldisflokkurin)
Socialismo democrático

Independentismo

Esquerda
Partido Popular
(Fólkaflokkurin)
Conservadorismo

Independentismo

Centro-direita/Direita
Partido Unionista
(Sambandsflokkurin)
Conservadorismo liberal

Unionismo

Centro-direita
Partido do Progresso
(Framsókn)
Liberalismo clássico

Independentismo

Centro-direita
Partido do Centro
(Miðflokkurin)
Democracia cristã
Centrismo
Centro
Partido da Autonomia
(Nýtt Sjálvstýri)
Liberalismo

Independentismo

Centro

A relação com a Dinamarca

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Nas eleições de 1998 o Partido da União — simpático à Dinamarca — obteve um mau desempenho sendo substituído pelo Partido Republicano — secessionista. Iniciou-se uma coligação que pôs em marcha um processo político com o objetivo de alcançar a soberania total. Em 2002 o Landsstýri — governo local — e o governo dinamarquês iniciaram negociações a respeito da soberania faeroesa sem o rompimento de uma "commonwealth" com a Dinamarca. Chegou-se a um impasse e essa negociação acabou por não apresentar resultados.

Em 2002 — novas eleições — e modificação no cenário político. O Partido do Povo e o Partido Autonomista perderam suas cadeiras para o Partido da União. Mesmo assim o governo local — Landsstýri — foi composto pela coligação dos Partidos do Povo, Republicano, Autonomista e do Centro — partido pequeno que se fundiu ao Autonomista.

Em 2011, um novo projecto de constituição das Ilhas Faroé está sendo elaborado. No entanto, o projecto foi declarado pelo ex-primeiro-ministro dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, como incompatível com a Constituição da Dinamarca e se os partidos políticos das Ilhas Faroe quiserem continuar então eles deverão declarar a independência.[41]

Principais produtos exportados pelas ilhas em 2009 (em inglês)

Os recursos naturais são escassos. A vegetação — gramíneas — dos morros é utilizada para a criação de ovelhas. Em algumas partes da ilha de Suðuroy, existem alguns depósitos de lignito, úteis como combustível.

No mar — nos peixes — é que está a grande riqueza da nação faroesa. A pesca é responsável por 96 a 98% das exportações realizadas e praticamente todo o comércio deriva dos produtos capturados no mar. Dentro do limite de 200 milhas marítimas são encontradas espécies como bacalhau, arinca, argentina-dourada, faneca da Noruega, alabote, tamboril, peixe vermelho, pechelim, salmão e arenque. A piscicultura de salmão e truta é um setor que tem crescido e contribuído para o crescimento da balança comercial.

Outros artigos presentes são navios — de aço, pesqueiros, de carga — que respondem por 2% de tudo que é vendido ao exterior. Estima-se que existam reservas petrolíferas no subsolo oceânico faroês e têm sido realizadas prospecções com sinais positivos.

O aeroporto Vagar (EKVG) é o único na ilha. Foi construído na segunda guerra mundial pelos militares ingleses, mas hoje é um aeroporto civil. Perto do aeroporto, existem 7 heliportos, mas nenhum deles está representado no cenário.

O desfile do Ólavsøka, no dia 28 de julho
Orquestra sinfônica das Feroe representada num selo de 2014

A cultura das Ilhas Faroe tem suas raízes na cultura nórdica. As Ilhas Faroe por muito tempo estiveram isolada dos principais movimentos culturais que surgiram em diferentes partes da Europa, o que significa que a população local conseguiu manter uma grande parte de sua cultura tradicional.

A língua faroesa

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Ver artigo principal: Língua feroesa

A língua faroesa é uma das três línguas escandinavas insulares descendentes do idioma nórdico antigo falado na Escandinávia durante a Era Viquingue. Até o século XV, tinha uma ortografia semelhante às da Islândia e Noruega. Todavia, em 1538, depois da Reforma Protestante, os dinamarqueses proibiram seu uso em escolas, igrejas e documentos oficiais, apesar de um dos objetivos principais da reforma ser o uso da língua popular, para melhor comunicação com Deus.[42]

Apesar de uma rica tradição oral ter sobrevivido, por 300 anos a língua não foi escrita, significando isto que todos os poemas e histórias foram transmitidos oralmente. Em 1948, o faroês foi finalmente reconhecido como língua oficial das Ilhas Faroé.[43]

O principal festival das ilhas é o Ólavsøka, que é realizado no dia 29 de julho e homenageia São Olavo. As celebrações são realizadas em Tórshavn, com início na noite do dia 28 e até ao dia 31.

Caça às baleias

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Ver artigo principal: Caça às baleias nas Ilhas Feroe
Membros da comunidade local matando as baleias-piloto que foram levadas a encalhar na costa por barcos pesqueiros

Os registros de caças às baleias nas ilhas datam de 1584 e a atividade é regulada pelas autoridades locais, mas não pela Comissão Baleeira Internacional, pois há divergências sobre a autoridade legal desta comissão para regular a caça de cetáceos.[44] Anualmente, centenas de baleias-piloto-de-aleta-longa (Globicephala melas) são mortas, principalmente durante o verão, pelos habitantes das ilhas. As caçadas, chamadas de grindadráp em feroês, não são comerciais e são organizadas pela própria comunidade; qualquer pessoa pode participar. Quando um grupo de baleias é avistado próximo da costa os caçadores participantes cercam as baleias-piloto através de um grande semicírculo formado por barcos e então, lentamente e silenciosamente, começam a conduzir as baleias em direção à baía. Quando o grupo de baleias encalha o abate começa.[45]

Este tipo de atividade é legal e fornece alimento para muitas pessoas que moram nas ilhas.[46][47] No entanto, apesar da população local considerar a caça uma parte importante de sua cultura e da história das ilhas, grupos de direitos dos animais, como a Sea Shepherd Conservation Society, criticam as caçadas como sendo cruéis e desnecessárias. As discussões sobre a sustentabilidade da caça às baleias-piloto nas Ilhas Faroe também é outro fator apontado, mas com uma captura média de longo prazo de cerca de 800 baleias-piloto por ano, o impacto não é considerado significativo sobre a população de baleias.[48][49]

Caçadores em lanchas e jet skis emboscaram e massacraram um super-pod de mais de 1.400 golfinho-de-laterais-brancas-do-atlântico em 12 de setembro de 2021, levando a protestos de conservacionistas e até mesmo de alguns defensores da tradição centenária do arquipélago de matando os animais marinhos.[50]

Ver artigo principal: Literatura das Ilhas Faroé

William Heinesen é o escritor mais conhecido da literatura faroesa.[51][52][53]

O pintor Sámal Joensen-Mikines é considerado o grande artista das Ilhas Faroé.[54][55]

Em 1995, o pintor alemão Ingo Kühl pintou aquarelas em Gjógv, a partir do qual foi criado o ciclo de imagens em nove partes Färöer, que foi publicado como livro ilustrado em 1998 e exibido em a Embaixada Real da Dinamarca em Berlim em 2003/2004 foi.[56]

Ingo Kühl Färöer II, pintura a óleo, 120 × 120 cm, 1995

Referências

  1. Rebelo Gonçalves; Vocabulário da Língua Portuguesa.
  2. «Dicionário Aulete» 
  3. a b «feroês». infopédia. Consultado em 21 de abril de 2016 
  4. a b «Dicionário Aberto». www.dicionario-aberto.net. Consultado em 21 de abril de 2016 
  5. a b Código de Redacção Interinstitucional da União Europeia
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  7. Andersson, Bernt-Olov (2001). «Färöarnas historia». Färöarna. Nordatlantens paradisöar (em sueco). Norberg: Reptil. p. 12. 158 páginas. ISBN 91-630-9758-3 
  8. «feroés, sa». Diccionario de la lengua española (em espanhol). Consultado em 21 de abril de 2016 
  9. «Definição de 'Feroês' no Dicionário Eletrónico Estraviz». www.estraviz.org. Consultado em 21 de abril de 2016 
  10. C.M.; Ciberdúvidas da Língua Portuguesa – Ilhas Féroe
  11. C.M.; Ciberdúvidas da Língua Portuguesa – Ilhas Féroe II
  12. «Dicionário Caldas Aulete» 
  13. «Feroico». Michaelis On-Line. Consultado em 21 de abril de 2016 
  14. «Países e línguas várias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa». ciberduvidas.iscte-iul.pt. Consultado em 21 de abril de 2016 
  15. «Ilhas Féroe - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa». ciberduvidas.iscte-iul.pt. Consultado em 21 de abril de 2016 
  16. A. Tavares Louro; Ciberdúvidas da Língua Portuguesa – Sobre os adjectivo pátrios
  17. «"Faroe", "Faroé", "Feroé", ou "Féroe"? E como grafar os nomes de origem banta, em português?». Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Consultado em 3 de abril de 2019 
  18. «Dicionário Aulete» 
  19. «Dinamarca». 1 de fevereiro de 2019 
  20. «Informação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil sobre a Dinamarca». Consultado em 22 de junho de 2015. Arquivado do original em 23 de junho de 2015 
  21. «Iceland - History» (em inglês). Smithsonian - National Museum of Natural History. Consultado em 9 de julho de 2015 
  22. Madsen, Heini (1990). «Efter Kristi fødsel (Depois de Cristo)». Færøerne i 1000 år (em dinamarquês). Vadum: : Skúvanes. p. 8. 232 páginas. ISBN 87-983134-2-8 
  23. Andersson, Bernt-Olov (2001). «Färöarnas historia (História das ilhas Faroé)». Färöarna. Nordatlantens paradisöar (em sueco). Norberg: Reptil. p. 11. 158 páginas. ISBN 91-630-9758-3 
  24. Andersson, Bernt-Olov (2001). «Färöarnas historia (História das ilhas Faroé)». Färöarna. Nordatlantens paradisöar (em sueco). Norberga: Reptil. p. 12-13. 158 páginas. ISBN 91-630-9758-3 
  25. «12 factos sobre as Ilhas Faroé. Da prisão mais bela do mundo às casas com telhados de relva» 
  26. Andersson, Bernt-Olov (2001). «Färöarnas historia (História das ilhas Faroé)». Färöarna. Nordatlantens paradisöar (em sueco). Norberg: Reptil. p. 33-34. 158 páginas. ISBN 91-630-9758-3 
  27. Madsen, Heini (1990). «Efter Kristi fødsel (Depois de Cristo)». Færøerne i 1000 år (em dinamarquês). Vadum: : Skúvanes. p. 170-171. 232 páginas. ISBN 87-983134-2-8 
  28. Andersson, Bernt-Olov (2001). «Inledning». Färöarna. Nordatlantens paradisöar (em sueco). Sandviken: Reptil. p. 8. 158 páginas. ISBN 91-630-9758-3 
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