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Indicadores antrópicos

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Os indicadores antrópicos, ou índices de antropização, são ferramentas usadas para avaliar as intervenções humanas no meio ambiente e[1][2] apoiar a governança socioambiental e políticas sustentáveis;[1] os resultados podem ser intervenções construtivas, destrutivas, ou indeterminadas.[1] Os indicadores/índices são obtidos pela análise de formulários preenchidos por moradores das comunidades e do bioma amazônico sobre suas práticas de antropização;[3] ou seja, são baseados na experiência e nos valores das comunidades autóctones e no conhecimento tradicional.[3]

A "antropização" é um termo gerado do verbo antropizar, proveniente do termo "antropia" ([ænθɹəˈpi], do grego "ἄνθρωπος", transliterado "ánthrōpos": "humano" + substantivo "ia"[4]); que é etimologicamente toda a ação humana recorrente que provoca impactos na natureza (meio biótico ou abiótico),[1][5] ou toda ação humana que provoca transformações socioculturais (práticas e valores sociais) nas comunidades em que vivem, independentemente de juízo de valor.[1] Baseados na experiência e nos valores da comunidade tradicional (autóctone).[3]

O "conhecimento tradicional" é um produto histórico (durante longos anos) resultado do modo de vida de uma comunidade tradicional com a biodiversidade em que está inserida (intelecto coletivo ou intelecto cultural).[6] Este saber se reconstrói na transmissão entre as gerações e, que geralmente é feita por via oral, possui uma imediata aplicação prática nesta comunidade.[6] De acordo com a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, o conhecimento tradicional e o conhecimento científico são diferentes, porém semelhantes, pois ambos são necessários e são formas de entender o mundo;[7] de acordo com o antropólogo Claude Lévi-Strauss, entre os povos tradicionais existem técnicas que foram desenvolvidas (algumas complexas) onde o espírito científico estava presente através da: curiosidade natural, prazer de conhecer, observações e, experiências com resultados práticos e imediatamente utilizáveis (atitudes científicas, empirismo: a experiência do real[8]).[7]

Os resultados indicam forte influência humana no meio ambiente, mostrando a necessidade de políticas sustentáveis ajustando as ações humanas e preservando o bioma.[1] Os fatores envolvidos na antropização da Amazônia:[9]

  1. Desmatamento: exploração da madeira para criar áreas para agricultura ou pecuária, reduzido a cobertura florestal;
  2. Agricultura e Pecuária: cultivo de produtos como soja e a criação de gado são responsáveis por grande parte da degradação do solo e desmatamento;
  3. Infraestrutura: construção de estradas e barragens tem fragmentado os ecossistemas, alterando o ciclo hidrológico ou a biodiversidade;
  4. Mineração: garimpo e extração de recursos naturais provoca poluição e degradação ambiental, afetando comunidades e ecossistemas;
  5. Mudanças Climáticas: a antropização contribui para emissões de gases do efeito estufa, aumentando as mudanças climáticas.

Referências

  1. a b c d e f Fernandes, José Guilherme Dos Santos; Santos, Adriano Madureira Dos; Seruffo, Marcos César Da Rocha (17 de junho de 2024). «INDICADORES ANTRÓPICOS: Estudo comparativo para a sustentabilidade na Amazônia». Novos estudos CEBRAP: 65–89. ISSN 0101-3300. doi:10.25091/S01013300202400010004. Consultado em 16 de outubro de 2024 
  2. SANTOS, Graciliano Galdino Alves dos (12 de outubro de 2024). «Hiperdominância em paisagens antropizadas na Amazônia Oriental: uma abordagem de ecologia de comunidades e de paisagem». Universidade Federal Rural da Amazônia 
  3. a b c FERNANDES, JOSE GUILHERME DOS SANTOS (23 de dezembro de 2022). Conhecimentos tradicionais, territorialidades e governança socioambiental na Amazônia: indicadores antrópicos e governança socioambiental. Col: Revista ContraCorrente, Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas. [S.l.]: Universidade Federal do Pará. ISSN 2525-4529. doi:https://doi.org/10.59666/cc-ppgich.v0i18 Verifique |doi= (ajuda). Consultado em 16 de outubro de 2024. Resumo divulgativo 
  4. Ferreira, Aurélio Buarque de Hollanda. Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000: " tônico que ocorre em substantivos eruditos ou semieruditos, já existentes no grego, ou formados no vernáculo, com as noções de: 'qualidade'; 'condição'; 'estado (físico ou moral)'; 'afecção', 'moléstia', 'deformidade física'; 'propriedade'; 'dignidade'; 'profissão', 'cargo'; 'lugar onde'; 'nome de ciência'; 'doutrina'; 'coleção'; 'conjunto'; 'arte ou ação de fazer algo': alegria, cortesia; abasia, ablastia; ablefaria, ablepsia, abraquia, mioplegia; algesia; andadoria, chefia; diretoria; monandria, diandria, triandria, tetrandria, pentandria, hexandria, heptandria; correria, flebotomia, etc.."
  5. Santos, Ilton Ribeiro dos (15 de junho de 2020). «Max Martins: diálogo entre o verbal e o visual plástico na cena literária em Belém». Universidade Federal do Pará (UFPA) e Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (FAPESPA). Pós-Graduação em Letras. memórias e identidades, verbal-temporalidade. Consultado em 16 de outubro de 2024 
  6. a b Costa, Nivia Maria Vieira Costa; Melo, Lana Gabriela Guimarães; Costa, Norma Cristina Vieira (10 de fevereiro de 2018). «A Etnofísica da Carpintaria Naval em Bragança - Pará - Brasil». Amazônica - Revista de Antropologia (1): 414–436. ISSN 2176-0675. doi:10.18542/amazonica.v9i1.5497. Consultado em 26 de julho de 2023. Resumo divulgativo 
  7. a b Mello, Livia Coelho de (2018). «Análise bibliométrica de teses e dissertações brasileiras sobre o conhecimento tradicional (2010-2015)» (PDF). Consultado em 12 de setembro de 2023. Resumo divulgativo 
  8. «Aristóteles e a Educação». O dia a dia da educação, Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar) / Secretaria da Educação do Paraná. Consultado em 4 de abril de 2023 
  9. «Desmatamento no Brasil: como começou, causas e cenário atual». CNN Brasil. Consultado em 12 de outubro de 2024 
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