João Alexandre Lopes Galvão
João Alexandre Lopes Galvão | |
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Outros nomes | Coronel Lopes Galvão |
Nascimento | 1874 Orca, Fundão |
Morte | 23 de agosto de 1951 (77 anos) |
Nacionalidade | Portugal |
Ocupação | Militar, Engenheiro, ferroviário |
Prémios | Ilustríssimo Senhor Comendador com Placa da Ordem do Mérito Civil de Espanha |
Empregador(a) | Gazeta dos Caminhos de Ferro, Sociedade de Geografia de Lisboa |
Cargo | Vogal do Conselho Directivo, Secretário perpétuo |
Serviço militar | |
Patente | Coronel de Engenharia |
João Alexandre Lopes Galvão, igualmente conhecido como Coronel Lopes Galvão ComIC (Fundão, Orca, 1874 - Lisboa, 23 de Agosto de 1951), foi um militar, engenheiro, e ferroviário português.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Vida pessoal e educação
[editar | editar código-fonte]Nasceu na Freguesia de Orca, no Fundão, em 1874, tendo partido ainda muito novo para o Ultramar Português.[1]
Formou-se em engenharia militar, civil e de minas, e em Filosofia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.[1]
Carreia profissional e militar
[editar | editar código-fonte]Combateu na Primeira Guerra Mundial,[1] tendo comandado as operações de engenharia na expedição do general Sousa Rosa ao Niassa; também dirigiu, em 1919, o Batalhão de Telegrafistas, o Regimento de Telegrafistas, em 1930, e foi subinspector do serviço militar dos caminhos de ferro, entre 1920 e 1926, segundo comandante da Escola Prática de Engenharia, nos anos de 1925 e 1926, e presidente do Segundo Tribunal de Guerra.[1]
Em Angola e Moçambique, exerceu como inspector de obras públicas, e administrador-geral dos Serviços Hidráulicos e Eléctricos, tendo-se destacado por ter conduzido, em 1905, a construção dos Caminhos de Ferro de Suazilândia e Lourenço Marques.[1] Celebrizou-se igualmente por ter contribuído significativamente para o progresso da cidade de Lourenço Marques, ao ter dirigido as obras de reconstrução do porto, a construção de uma doca seca, e a instalação da Praia e do Hotel da Polana, que vieram desenvolver as actividades turísticas naquela região; também implementou o primeiro bairro económico, fundou o Grémio Náutico, restaurou o Jardim Público, e construiu o colector da Avenida Aguiar, para prevenir as inundações que se faziam sentir periodicamente na Avenida D. Carlos.[1]
Em Angola, dirigiu a construção do caminho de ferro marginal e do cais de cabotagem de Luanda, e ligou, em 1915, a Ilha de Luanda ao continente, o que impulsionou a sua utilização como estância turística e balnear; no mesmo ano, produziu os ante-projectos dos Portos de Luanda e Moçâmedes, e iniciou uma análise à rede rodoviária naquela província.[1] Juntou a gestão portuária e ferroviária de Angola numa só instituição, e organizou o respectivo conselho de administração.[1] Estudou igualmente a instalação de um caminho de ferro de cremalheira entre a cidade de Lubango e a Serra da Chela.[1]
Foi membro dos Institutos Colonial e de Coimbra, sócio das Reais Sociedades de Geografia de Madrid e da Suécia, colaborou no Conselho Superior de Obras Públicas, e colaborou, como especialista em assuntos coloniais, na Sociedade de Geografia de Lisboa, primeiro como vice-presidente,[1] e depois como secretário perpétuo.[2] Foi presidente da Junta Mista, que foi responsável por regular as divergências surgidas após a convenção de 1909, entre Moçambique e o Transvaal, e dirigiu várias comissões para os estudos de vários grandes empreendimentos em Portugal, incluindo o Porto de Lisboa, a Ponte sobre o Rio Tejo, o abastecimento de água à cidade de Lisboa, e vários matadouros, mercados e passagens de nível.[1] Presidiu igualmente à Comissão dos Portos de Pesca, do Tribunal Permanente de Arbitragem dos Caminhos de Ferro, e foi o autor das leis dos aproveitamentos hidráulicos, publicados em 1926, e dos regulamentos das Juntas Autónomas dos Portos.[1]
Colaborou com a Gazeta dos Caminhos de Ferro, durante cerca de vinte anos, tendo ascendido à posição de Vogal no Conselho Directivo daquela publicação.[3] Ocupou esta função até ao seu falecimento.[4] Também colaborou na revista Portugal Colonial[5] (1931-1937).
Falecimento
[editar | editar código-fonte]Faleceu na sua residência, na Rua Maria da Fonte, em Lisboa, em 23 de Agosto de 1951.[6] O corpo foi transladado, inicialmente, para a Igreja dos Anjos, em Lisboa, aonde se rezou a Missa do Corpo Presente, e depois para a Sala Portugal da Sociedade de Geografia de Lisboa, aonde foi homenageado, tendo a urna sido coberta com a bandeira daquela organização.[1] Foi sepultado no Cemitério dos Prazeres.[3] Esteve casado com Amália Lívia Barata Galvão.[6]
Condecorações e homenagens
[editar | editar código-fonte]Detinha o grau de Ilustríssimo Senhor Comendador com Placa da Ordem do Mérito Civil de Espanha a 29 de Janeiro de 1930.[1][7]
Foi feito Comendador da Ordem do Império Colonial a 24 de Maio de 1945.[8]
Em 1953, um grupo de antigos amigos e admiradores organizou uma romagem à sua campa, por ocasião do segundo aniversário do seu falecimento.[3]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n «Os nossos mortos: Coronel Lopes Galvão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 64 (1529). 1 de Setembro de 1951. p. 258, 259, 282. Consultado em 29 de Maio de 2019
- ↑ «Coronel Lopes Galvão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 64 (1529). 1 de Setembro de 1951. p. 254. Consultado em 29 de Maio de 2019
- ↑ a b c «Os nossos mortos: Coronel Lopes Galvão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 66 (1577). 1 de Setembro de 1953. p. 237. Consultado em 29 de Maio de 2019
- ↑ «Conselho Directivo da "Gazeta dos Caminhos de Ferro"» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1537). 1 de Janeiro de 1952. p. 405. Consultado em 29 de Maio de 2019
- ↑ Rita Correia (11 de junho de 2014). «Ficha histórica:Portugal colonial : revista de propaganda e expansão colonial (1931-1937)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de março de 2015
- ↑ a b «Faleceu hoje o Coronel Lopes Galvão». Diário de Lisboa. 31 (10319). Lisboa: Renascença Gráfica. 23 de Agosto de 1951. p. 5. Consultado em 29 de Maio de 2019
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Estrangeiras». Resultado da busca de "João Alexandre Lopes Galvão". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 1 de fevereiro de 2021
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "João Alexandre Lopes Galvão". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 1 de fevereiro de 2021
- Nascidos em 1874
- Mortos em 1951
- Naturais do Fundão (Portugal)
- Alumni da Universidade de Coimbra
- Oficiais superiores de Portugal
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- Geógrafos de Portugal
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