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José Leandro Andrade

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José Leandro Andrade
José Leandro Andrade
Informações pessoais
Nome completo José Leandro Andrade
Data de nasc. 1 de outubro de 1901
Local de nasc. Salto, Uruguai
Nacionalidade uruguaio
Morto em 5 de outubro de 1957 (56 anos)
Local da morte Montevidéu, Uruguai
Apelido Maravilha Negra[1]
Jogador com pés de ouro,[2]
Pelé dos anos 20[2]
Informações profissionais
Posição lateral-direito
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1921-1923
1924-1930
1931-1935
1932
1933
1934
1935
1936
Bella Vista
Nacional
Bella Vista (empréstimo)
Peñarol
Atlanta
Talleres
Montevideo Wanderers
Argentinos Juniors
71 (7)
105 (29)
88 (3)
1 (0)
2 (0)
17 (0)
Seleção nacional
1923–1930 Uruguai 34 (1)
Times/clubes que treinou
Medalhas
Jogos Olímpicos
Ouro Paris 1924 Equipe
Ouro Amsterdam 1928 Equipe

José Leandro Andrade (Salto, 1 de outubro de 1901Montevidéu, 5 de outubro de 1957) foi um futebolista uruguaio que jogava como lateral-direito. É considerado a primeira estrela negra a nível mundial da história do esporte, sendo apelidado em Paris de Le Merveille Noire ("A Maravilha Negra"),[1][3] fez parte da chamada Celeste Olímpica, conquistando, entre outros títulos, o bicampeonato olímpico em 1924 e 1928, assim como a Copa do Mundo FIFA em 1930.[4] Por conta disso, ele é um dos 11 futebolistas Campeões Olímpicos e também da Copa do Mundo.[5][6]

Andrade chegou a ganhar de alguns historiadores o apelido de "O Pelé dos anos 20", pelo tamanho da idolatria que despertou,[2] parte dela atribuída à fascinação que a cidade de Paris na década de 1920, onde o jogador brilhou, vinha sentido na época pela cultura africana, mesmo que estereotipada - sendo um negro em campo, algo quase inédito no futebol europeu, Andrade despertava uma atenção especial, em viés considerado como "racismo condescendente" do qual soubera tirar proveito.[7]

Quem pesquisa relatos de época de seu estilo, posicionamento e desempenho também o compara ao francês Zinédine Zidane.[8] Teve, porém, uma trajetória na qual é difícil a separação entre realidade e lendas;[7] sua participação em campo era clara: recuperar a bola e entrega-la aos atacantes, sem quase pisar na área rival, mas armando jogo sem descuidar-se do aspecto defensivo,[9] com determinado especialista no futebol uruguaio reconhecendo que a semelhança com Pelé limita-se à cor da pele, esclarecendo que "Andrade jogava como lateral-direito. Poderíamos compará-lo a Marcelo ou a Daniel Alves em seu melhor momento", não sendo na época exatamente o jogador melhor avaliado tecnicamente pelos próprios uruguaios.[7]

Dono de um físico privilegiado (media 1,80 m e pesava 79 kg) era esguio e veloz. Ficaram famosos os seus carrinhos na bola, um recurso chamado de tijera (tesoura), interceptando jogadas com muita desenvoltura. Reunia elegância, inteligência, elasticidade e tenacidade, sendo para os que o viram a conformação do futebolista ideal.[1] Andrade foi eleito o 20º melhor jogador sul-americano e o 29º melhor jogador do mundo em eleições promovidas em 2000 pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol, alusivas ao século XX. Também já ocupou o sexto lugar de uma lista de melhores da história promovida pela revista France Football. Sua figura estampa o Hall da Fama da FIFA.[1]

Carreira em clubes

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De origem humilde,[1] Andrade começou a se notabilizar no Bella Vista, onde chegou do Reformers em 1923 devido à sua amizade com José Nasazzi,[10] capitão da Seleção Uruguaia.[3] Naquele mesmo ano, Andrade estreou pela seleção,[11] participando da Copa América de 1923 já como titular da vitoriosa campanha.[12]

Desde 1922, o futebol uruguaio passava por um cisma, a durar até 1925, separando os dois principais clubes do país:[13] o Nacional permanecia na liga reconhecida pela FIFA e o Peñarol, em outra, privando os jogadores aurinegros de integrarem a seleção uruguaia.[14] Sem o Peñarol, o Bella Vista de Nasazzi e Andrade tornou-se o principal concorrente do Nacional no campeonato de 1924,[15] bem como foi o segundo clube mais representado entre os uruguaios titulares na final da Copa do Mundo FIFA de 1930.[3] Em 1924, Nasazzi e Andrade também integraram como titulares a seleção campeã olímpica.[16]

Ainda como jogador do Bella Vista, Andrade esteve em 1924 também na Copa América daquele ano, embora não tenha jogado.[17]

Ídolo internacional no Nacional

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O Nacional antes de derrotar por 3-0 o Genoa, na época o maior campeão italiano.

Andrade passou ao Nacional em 1925, integrando a vitoriosa excursão dos tricolores à Europa. No ano seguinte ao primeiro ouro olímpico do futebol uruguaio e sul-americano, a viagem confirmou o valor do futebol uruguaio. 700 mil pessoas viram a equipe ao longo de 38 partidas. Nasazzi também participou, emprestado. Foram 130 gols marcados, somente 30 sofridos, com 26 vitórias e somente cinco derrotas.

Dentre as equipes derrotadas, o Genoa,[18] dono de dois títulos italianos nas três temporadas anteriores e maior campeão do calcio naquela época,[19] mas que perdeu por 3-0 em Gênova; seleção neerlandesa (derrotada em Roterdã por 7-0); seleção belga (derrotada em Bruxelas por 5-1); seleção francesa, derrotada em Paris por 6-0; seleção suíça, derrotada na Basileia por 5-2; seleção austríaca, derrotada em Viena por 2-0; seleção catalã, derrotada em Barcelona por 4-0; Sporting Clube de Portugal, derrotado na capital portuguesa por 4-0; e Deportivo La Coruña, derrotado em sua cidade por 3-0. O Nacional também empatou em 2-2 co o Barcelona[20] em Les Corts, após estar perdendo por 2-0. Esse resultado foi determinante para primeira contratação que o Barcelona fez, no ano seguinte, de um jogador que atuava em um clube sul-americano - foi Héctor Scarone.[21]

A mesma foto acima reproduzida sob a anúncio "o famoso time uruguaio de futebol" nos EUA em 1927. Andrade é o único jogador a merecer uma descrição na escalação: "o maior jogador de cor no mundo, cujas jogadas vêm sendo uma sensação por vários anos".

Não houve campeonato uruguaio naquele ano, com as ligas cismadas reunificando-se em 1926.[13] O Nacional, porém, só voltaria a ser campeão em 1933, nem sempre por falta de méritos: não houve campeonato também em 1930, em função da primeira Copa do Mundo,[13] realizada no Uruguai e para a qual o clube foi base da seleção, com quatro titulares na decisão, incluindo Andrade,[3] e nove convocados,[22] que seriam respectivamente cinco e dez se o goleiro Andrés Mazali não fosse previamente afastado uma semana antes da estreia, por indisciplina ao abandonar a concentração de oito semanas.[23]

Assim, entre 1924 e 1933 as maiores glórias do Nacional se deram no exterior. Em 1927, o time promoveu nova excursão, dessa vez nas Américas Central e do Norte, com vitórias sobre as seleções mexicana e espanhola.[24] Nessa excursão, inclusive, Andrade teria impressionado o jovem jazzista Louis Armstrong, que chegou a procura-lo ao visitar Montevidéu em 1957 e ficar consternado ao saber que o jogador, naquele mesmo ano, havia recentemente falecido.[7]

Fim da carreira

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De 1930 a 1931, Andrade voltou a jogar pelo Bella Vista, como a grande estrela de excursão que a equipe fez pelas três Américas. Após regressar, juntou-se ao Peñarol, onde o jogador conquistou em 1932 o seu único título de campeão uruguaio;[10] porém, o lateral-direito titular da campanha, a primeira do profissionalismo no futebol uruguaio, foi Luis Mainardi.[25] Decadente, passou rapidamente por pequenos clubes da Argentina, defendendo em 1933 o Atlanta e em 1934 o Talleres de Remedios de Escalada,[26] que jogava seus últimos anos na primeira divisão argentina.[27]

O final de sua carreira é obscuro: em 1935, ele teria voltado ao Peñarol,[28] onde novamente o titular foi outro, Ereb Zunino,[29] e seguido ao Montevideo Wanderers, defendendo em 1936 o Argentinos Juniors.[28]

Seleção Uruguaia que foi campeã olímpica de 1924. Único negro, Andrade é o quinto jogador em pé.
Seleção Uruguaia que foi campeã olímpica de 1928. Um dos dois negros (o outro é o sorridente Juan Píriz), Andrade é o último jogador em pé.
Seleção uruguaia antes da final da primeira Copa do Mundo. Único negro, Andrade é a antepenúltima pessoa em pé.

Estreou pela Seleção Uruguaia de Futebol em 1923, totalizando 34 jogos oficias e um gol. Sua estreia deu-se em 24 de junho,[11] data em que o Uruguai empatou em 0-0 com a Argentina pela Copa Lipton, em Buenos Aires.[30] A Celeste foi a primeira seleção de um país predominantemente branco a usar frequentemente jogadores negros, o que ocorria pelo menos desde a década de 1910, de modo que Andrade não foi o primeiro. Foi, porém, o primeiro a se destacar a nível mundial.[3]

Em 1923, ainda jogava no Bella Vista e naquele mesmo ano, integrou, já como titular, a campanha uruguaia vitoriosa na Copa América de 1923.[12] No ano seguinte, foi titular também na conquista das Olimpíadas de Paris, jogando as cinco partidas.[16] Lá, foi apelidado de "A Maravilha Negra" pelos franceses.[3] A grande exibição veio em um 7-0 na Iugoslávia, que sentia confiança na vitória após relatórios de espiões que haviam visto o treino dos uruguaios - sem saber que haviam sido descobertos, com os sul-americanos passando a errar propositalmente no treinamento. Os uruguaios inicialmente atraíam vinte mil pessoas; 51 mil viriam a assistir um 5-1 na anfitriã França.[8]

Após a conquista, os uruguaios deram uma volta completa no campo, andando pela pista lateral e acenando para a plateia, inaugurando o gesto que ficaria conhecido como "volta olímpica", repetido por eles nas duas conquistas mundiais seguintes e posteriormente adotado por todos os países.[31] Sobre a exibição da Celeste, o correspondente espanhol Enrique Carcellach escreveu que "venho assistindo futebol há vinte anos e nunca havia visto nenhum time jogar com a maestria dessa seleção do Uruguai. Eu não imaginava que futebol poderia ser oferecido a esse grau de virtuosismo, esse limite artístico. Eles estão jogando xadrez com os pés!". Já o Gabriel Hanot, editor do L'Équipe, assinalou que os jogadores uruguaios eram como puros-sangue ingleses perto de cavalos de fazenda", comparando-os aos europeus.[8]

Outros veículos da imprensa europeia registram impressões de espanto similares: "os uruguaios são pessoas flexíveis, discípulos do espírito de finesse. Eles desenvolveram com primor, e talvez até mesmo em excesso, a arte de fingir, de se esquivar, de mudar de pé, de girar de um lado e de outro com o corpo, de mudar de direção na corrida", exaltou o jornal francês Le Miroir des Sports, enquanto a italiana La Gazzetta dello Sport registrou que usou termos como "fraseado musical" e "perfeição estilística" para rotular os celestes. Em meio à fascinação gerada por toda a seleção sul-americana, Andrade, como único negro em tempos em que negros eram raríssimos no futebol europeu, foi visto de modo especial pela mídia local, a desenvolver uma espécie de fetiche pela "Maravilha Negra", embora ele não fosse exatamente o melhor jogador do time.[7]

Ainda como jogador do Bella Vista, Andrade esteve em Copa América de 1924, embora não tenha jogado.[17] A Celeste não participou da edição de 1925,[32] voltando em edição de 1926 e sendo campeão.[1] Andrade foi eleito o melhor jogador dessa edição.[33]

Na edição de 1927, o Uruguai, com Andrade titular, foi vice-campeão para a Argentina. A colocação bastou para qualificar a Celeste às Olimpíadas de 1928.[34] Andrade, que já estava decadente em função da sífilis contraída na Europa anos antes, de início recusou a participar das Olimpíadas se não recebesse compensação financeira. Eduardo Martínez chegou a viajar em seu lugar para Amsterdã, mas Andrade cedeu no último instante, embarcando no Rio de Janeiro rumou aos Jogos. Martínez permaneceu, mas acabou não inscrito.[7][35]

Andrade participou desde a estreia, na vitória por 2-0 sobre os anfitriões Países Baixos,[35] cuja torcida passou a vaiar os uruguaios nas partidas seguintes, mas a Celeste ainda assim conseguiu o bicampeonato.[36] Andrade esteve em quatro das cinco partidas, ausentando-se somente nas quartas-de-final contra a Alemanha.[35]

Dono de um único gol pela seleção,[11] Andrade marcou-o na Copa América de 1929; foi o último, no minuto 69, de vitória por 4-1 sobre o Peru, assinalando placar provisório de 4-0. A campeã terminou sendo a Argentina.[37] Andrade fez seus últimos jogos em 1930,[11] quando foi titular na primeira Copa do Mundo, jogando as quatro partidas.[9] Ele já não estava na melhor forma, mas bastou para ser escalado no "time ideal" da competição.[8]

Na decisão, ele falhou no segundo gol argentino, com o artilheiro Guillermo Stábile se antecipando a Andrade para marcar e, àquela altura, virar a partida para 2-1, ainda que o lance tenha sido bastante contestado pelos uruguaios, que alegavam impedimento. A Celeste, porém, recuperou-se com três gols no segundo tempo, vencendo de virada por 4-2. Mas sem tranquilidade: entre o terceiro gol, aos 23 minutos, e o quarto, no penúltimo, os argentinos dominaram, pressionando pelo empate.[38] E Andrade, que anulou a velocidade de Mario Evaristo,[39] também salvou em cima da linha uma tentativa de Francisco Varallo.[40]

A final, em 30 de julho,[30] marcou sua despedida da Celeste.[11] A FIFA considerou-o o terceiro melhor jogador do torneio, avaliação que teria levado em consideração mais a fama do que o desempenho real de Andrade: em registros da época na imprensa uruguaia, o jogador tinha seu declínio visível ressaltado, sendo visto como um dos melhores desempenho na competição, especialmente na final.[7]

O Uruguai antes do Maracanaço, na Copa do Mundo FIFA de 1950. Víctor Rodríguez Andrade, sobrinho de Andrade, é o último jogador em pé, o único negro.

Andrade nasceu na fronteira com a Argentina e sua mãe seria deste país. Conta-se que seu pai também vinha de um país vizinho, o Brasil, onde seria um ex-escravo fugido. Seria José Ignacio Andrade, registrado na certidão de nascimento como testemunha e não pai; o jogador seria filho ilegítimo. Os relatos de sua vida são imprecisos, dificultando a separação entre realidade e ficção, sendo divulgando que seu pai biológico tinha experiência com candomblé e já teria 98 anos quando Andrade nasceu. Na juventude, o jogador teria sido gigolô.[8]

O estilo de vida boêmio e a origem humilde também suscitaram lendas sobre Andrade. Uma delas sugere que, durante os Jogos Olímpicos de Paris, Andrade teve um caso com Colette, renomada escritora francesa que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1938. Segundo consta também, ele conheceu e dançou um tango com Josephine Baker, a mais famosa dançarina francesa da época;[2] em outras versões, o encontro com Josephine deu-se em 1925, na excursão com o Nacional.[7] Após as Olimpíadas de 1924, teria tentado carreira musical em Paris, como bailarino e cantor de tango. Também teria desenvolvido caso com uma condessa loira e de olhos azuis, que chegou a vir ao Uruguai para tentar trazê-lo de volta.[1] A realidade é que ele de fato casou-se com uma loira, mas uma argentina de sobrenome Francolino.[7]

Na capital francesa, Andrade chegou a ser encontrado rodeado de mulheres em uma área nobre da cidade pelo colega Ángel Romano, enviado para encontrar Andrade, que regularmente deixava a concentração na capital francesa. Voltou de lá como um dândi, com luvas amarelas, casaco caro, botas de couro, colarinho estampado e chapéu elegante. Acabou por ofender membros da comunidade negra de Montevidéu ao ausentar-se de uma festa que preparam em sua homenagem, sendo visto como arrogante,[8] e até mesmo como traidor da própria raça. Somente cerca de oito décadas depois, uma biografia do jogador (intitulada Gloria y Tormento) esclareceu que ele, em correspondência sem denotar qualquer desprezo à sua comunidade, teria avisado de antemão a impossibilidade de comparecer ao evento, o que não impediu que algum ressentimento fosse mantido, ainda que atenuado, após tanto tempo de tradição oral repassada aos descendentes dos "esnobados" pelo craque - inclusive porque o compromisso inadiável seria um encontro clandestino com uma mulher casada e da alta sociedade.[7]

A vida desregrada, no entanto, cobraria seu preço. Em 1925, em meio à excursão europeia com o Nacional, ele foi diagnosticado com sífilis em Bruxelas e ficou meses inativo, abandonando o elenco para visitar Paris, regressando a Montevidéu com dois meses de atraso, visivelmente mais magro. A doença também teria contribuído para cegueira de um de seus olhos, com outra versão sugerindo que a deficiência decorreu de um choque com uma trave na semifinal olímpica de 1928.[8]

Andrade também foi um grande entusiasta do carnaval, e tocava vários instrumentos de percussão, além de violino.[2] Bastante orgulhoso, não era de pedir publicamente favores, o que também teria contribuído para a queda de qualidade da sua vida.[8] Mesmo decadente, teria impressionado o jazzista Louis Armstrong na excursão do Nacional pelos Estados Unidos em 1927, a ponto de biógrafos do jogador sugerirem que o músico inspirou-se no uruguaio para consolidar um estilo de improvisos e quebras rítmicas, em obras datadas a partir da época em que conhecera o jogador.[7]

Ele já estava longe da melhor forma quando venceu a Copa do Mundo FIFA de 1930, ainda que tenha sido incluso na seleção de melhores jogadores do torneio. Com o fim da carreira, sofreu com o alcoolismo, depressão e um casamento problemático. Chegou a ser convidado de honra para presenciar a Copa do Mundo FIFA de 1950, onde jogou seu sobrinho, Víctor Rodríguez Andrade, que havia adicionado o sobrenome do tio para honra-lo. Seis anos depois, ao ser procurado por um jornalista alemão em Montevidéu, inviabilizou a entrevista ao, bastante bêbado, não conseguir entender as perguntas. Faleceu no ano seguinte, sem patrimônio, em um asilo,[8] cego e esquecido,[1] cuidado apenas por uma irmã.[7]

Títulos e Honrarias

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Peñarol
  • Campeonato Uruguaio - 1932
Uruguai Seleção Uruguaia
  • Campeão da Copa América - 1923, 1924, 1926
  • Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos - 1924, 1928
  • Campeão da Copa do Mundo - 1930

Campanhas de Destaque

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  • Vice-campeão da Copa América - 1927
  • 3º Lugar na Copa América - 1929

Conquistas Individuais

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  • 1926 - Melhor jogador da Copa América
  • 2006 - 20º Posição da lista "Melhor jogador sul-americano do século XX" segundo a IFFHS
  • 2006 - 29º Posição da lista "Melhor jogador do século XX" segundo a IFFHS

Referências

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  2. a b c d e globoesporte.globo.com/ Um bicampeão olímpico cercado de lendas: Andrade, o "Pelé dos anos 20"
  3. a b c d e f GEHRINGER, Max (set. 2005). Os campeões. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 1 - 1930 Uruguai". São Paulo: Editora Abril, p. 43
  4. Evans, Hilary; Gjerde, Arild; Heijmans, Jeroen; Mallon, Bill; et al. «Perfil na Sports Reference». Sports Reference LLC (em inglês). Olympics em Sports-Reference.com. Consultado em 16 de fevereiro de 2016. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2016 
  5. olympstats.com/ Olympic Footballers – Gold Medalists and World Cup Champions
  6. theguardian.com/ Has any player ever won the Euro, World Cup and Olympics treble?
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  8. a b c d e f g h i TABEIRA, Martín (24 de maio de 2014). «Before Pelé there was Andrade». The Guardian. Consultado em 5 de outubro de 2017 
  9. a b ESTÉVEZ, Martín (21 de abril de 2017). «20 volantes defensivos que hicieron historia». El Gráfico. Consultado em 13 de setembro de 2017 
  10. a b «José Leandro Andrade». Bella Vista. Consultado em 13 de setembro de 2017 
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  40. Manco, um herói uruguaio (16 abr. 1982). Placar n. 621. São Paulo: Editora Abril, pp. 42-45