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Leontina de Cabral Hogan

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Leontina de Cabral Hogan
Leontina de Cabral Hogan
Nascimento Maria Leontina Mendes Ferreira Cabral Hogan
6 de janeiro de 1886
Funchal
Morte 18 de janeiro de 1943
Lisboa
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Ocupação mediunidade, ativista, ativista pelos direitos das mulheres

Maria Leontina Mendes Ferreira Cabral Hogan, mais conhecida por Leontina de Cabral Hogan, nome que usava e apelidada pelos amigos de Leo (Santa Maria Maior, Funchal, 6 de janeiro de 1886Benfica, Lisboa, 18 de janeiro de 1943), foi uma médium, espírita, espiritualista e activista feminista portuguesa.[1][2][3][4]

Leontina nasceu no Funchal, no seio de uma família abastada da burguesia madeirense, filha do proprietário João Ferreira Cabral e de sua mulher Virgínia Maria Mendes. Ainda jovem, veio residir para Lisboa.[2]

A 21 de julho de 1911, em Lisboa, casa com o seu primeiro marido, o secretário-geral do Governo Civil de Lisboa, Carlos Olavo Correia de Azevedo Júnior, que era seu primo-direito, de quem se divorciou em 1921.[5]

Em 1925, integra o movimento espírita português, formado a partir do I Congresso Espírita Português, sendo membro integrante da Federação Espírita Portuguesa. Médium de incorporação e vidente, foi através das suas faculdades que, alegadamente, José Augusto Feure da Rosa viu confirmada a certeza da "vida que continua", na busca por comunicação com a sua falecida filha Noémia.[1]

A 28 de fevereiro de 1934, casa com o seu segundo marido, o Oficial da Armada Portuguesa e pintor, Álvaro Navarro Hogan (1879-1950), de ascendência irlandesa, filho de Ricardo Possolo Hogan de Mendonça e Albertina de Almeida Navarro. Não consta que tenha tido filhos.[6]

De fevereiro de 1936, constam no Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, duas cartas suas dirigidas ao poeta e escritor Alfredo Pimenta, numa das quais disserta sobre viver guiada pelo coração e, na outra, pede a Alfredo Pimenta que a elucide sobre "a divisão da religião cristã nos diferentes dogmas estabelecidos".[7]

Leontina de Cabral Hogan foi uma aficcionada da Literatura. Sócia e membro proeminente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas desde 1938, organização feminista, dedicada à defesa dos direitos sociais e políticos das mulheres, Leontina de Cabral Hogan foi integrante, entre 1940 até à sua morte, da Secção de Literatura, com as activistas Etelvina Lopes de Almeida, Maria da Luz de Deus, Maria Lamas, Maria da Luz Albuquerque e Teresa Leitão de Barros, tendo sido presidente da mesma secção em 1942 e presidente do Conselho fiscal da mesma organização entre 1940 e 1942.[4][3]

Vê cessadas as suas funções a 18 de janeiro de 1943, dia em que falece, aos 57 anos, vítima de asma brônquica, doença de que padecia, na sua casa, o número 5-A da Estrada dos Soeiros, em Benfica. É sepultada em jazigo de família, no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa. Na edição de janeiro/fevereiro de 1943 da revista portuguesa Estudos Psíquicos, pode ler-se: "Possuía distinção inconfundível onde não se descobria o mínimo artifício. Da sua expressão irradiava qualquer coisa de espiritual que realçava e velava a sua graça de mulher. Afável e despretensiosa, inteligente e culta, a sua conversação prendia quem escutava."[8]

  1. a b Vasconcelos, Manuela (2015). Movimento Espírita Português & alguns vultos: tentativa histórica do Movimento Espírita em Portugal, desde os seus primórdios até ao momento actual 2ª ed. ed. Amadora: Federação Espírita Portuguesa 
  2. a b «Livro de registo de baptismos de Santa Maria Maior do ano de 1886». arquivo-abm.madeira.gov.pt. Arquivo e Biblioteca da Madeira. Consultado em 26 de fevereiro de 2021 
  3. a b «Etelvina Lopes de Almeida, se fosse viva, faria hoje 100 anos de idade». Ruas com história. 17 de março de 2016. Consultado em 26 de fevereiro de 2021 
  4. a b Correia, Rosa de Lurdes Matias Pires (julho de 2013). «O Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas: A Principal Associação de Mulheres da Primeira Metade do Século XX (1914-1947)» (PDF). Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa. Consultado em 26 de fevereiro de 2021 
  5. «Livro de registo de casamentos da 4.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (1911-07-09 a 1911-12-06)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. pp. 26v a 27v, assento 284. Consultado em 26 de fevereiro de 2021 
  6. «Livro de registo de casamentos da 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (1934-01-02 a 1934-04-23)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 100. Consultado em 26 de fevereiro de 2021 
  7. «HOGAN, Leontina Cabral». archeevo.amap.pt. Consultado em 26 de fevereiro de 2021 
  8. «Livro de registo de óbitos da 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (1942-12-31 a 1943-04-29)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 35, assento 69. Consultado em 26 de fevereiro de 2021