Maria T. Accardi
Maria T. Accardi é uma intelectual da área de biblioteconomia e atualmente é coordenadora do ensino dessa mesma área na Indiana University Southeast.
Ela recebeu em 2014, o prêmio da Associação de Bibliotecas Universitárias e de Pesquisa (ACRL) pela Realização Significativa em Biblioteconomia de Estudos da Mulher por seu livro Pedagogia Feminista para Instrução de Biblioteca,[1][2][3] publicado em 2013 pela Library Juice Press.
O trabalho examina a interseção entre a alfabetização da informação e a teoria feminista. A presidente do comitê de premiação, Jennifer Mayer, da Universidade de Wyoming, saudou o livro como uma "leitura obrigatória para qualquer bibliotecário com interesse em questões feministas, pedagogia e instrução de biblioteca".[4]
Accardi também é coeditora do livro Critical Library Instruction: Theories and Methods (2010) junto com Emily Drabinski e Alana Kumbier.[5] Este livro é uma coletânea de capítulos que trata sobre as teorias e os métodos de pedagogia crítica e instrução de biblioteca.[6]
Filiação Acadêmica e Carreira Profissional
[editar | editar código-fonte]Maria T. Accardi é bibliotecária e coordenadora de instrução e referência na Indiana University Southeast, em New Albany, Indiana. Maria é bacharela em inglês pela Northern Kentucky University, mestra em inglês pela University of Louisville e Library Science Master's pela University of Pittsburgh. Ela atuou como co-editora e colaboradora de Critical Library Instruction: Theories and Methods (Library Juice Press, 2010), e é autora de Feminist Pedagogy for Library Instruction (Library Juice Press, 2013), pelo qual recebeu o Prêmio da Seção de Mulheres e Estudos de Gênero por realização significativa na Biblioteconomia de Mulheres e Estudos de Gênero em 2014. Ela mora em Louisville, Kentucky.[7]
Ela é atua na Indiana University Southeast desde 2007. Antes disso, trabalhou na Sarah Lawrence College.[8]
Accardi também já trabalhou como editoria na indústria de publicação de livros didáticos universitários, ensino de redação universitária, tutoria em um centro de redação universitário e indexação de jornais para a ProQuest.[8]
Perspectiva e Filiação Teórica
[editar | editar código-fonte]Accardi é uma intelectual que é influenciada pela perspectiva da pedagogia crítica do filósofo e educador brasileiro Paulo Freire.
Segundo Accardi, os alunos presos ao modelo de educação bancária são treinados para aceitar, internalizar e replicar as estruturas da cultura dominante, estruturas carregadas de suposições sobre o mundo e seu lugar nele.[9]
Os impulsos das pedagogias críticas levaram a uma exploração mais profunda da pedagogia feminista e da identidade da biblioteca como instituição.[9]
A pedagogia feminista é em si uma inovação e requer uma reflexão crítica, honesta e autêntica, prioriza os alunos e suas vozes, experiências e conhecimentos.[9]
Para Accardi, a pedagogia feminista entende a biblioteca como expressão de uma visão de mundo em sintonia com as estruturas de poder estabelecidas. Sendo que é fundamental que a biblioteca atenda aos alunos e não vice-versa. A biblioteca deve priorizar a emancipação e o crescimento.[9]
“Bibliotecas não existem no vácuo”[9]
The Feminist Reference Desk (2017)
[editar | editar código-fonte]"A mesa de Referência Feminista: Conceitos, críticas e conversas", em tradução livre.
Este é o título do primeiro livro que Maria Accardi é autora do texto integral. Ainda não tem tradução para o português. É o oitavo livro da série Gênero e sexualidade nos estudos da informação - Gender and Sexuality in Information Studies -, selo editado pela também intelectual da área de Biblioteconomia Emily Drabinski.[10] Publicado pela editora Juice Press.
Em resumo, Accardi traz nesse livro importante contribuição para área de ensino da Biblioteconomia.
No livro ela traz que a pedagogia feminista produz estratégias como o aprendizado colaborativo, valorizando o conhecimento preexistente das pessoas. Esta vertente tem como premissa a conscientização sobre o sexismo e outras formas de opressão. Isso faz com que desestabilize as hierarquias de poder da sala de aula tradicional. A pedagogia feminista visa transformar uma educação bancária em uma educação consciente e motivadora.[10]
O ensino de biblioteconomia feminista procura capacitar os alunos a serem tanto pensadores críticos quanto agentes que provocam mudanças sociais. O conceito de pedagogia feminista se consolidou recentemente e, aos poucos, vem sendo incorporada pelo ensino de biblioteconomia. No Brasil, esta perspectiva ainda é incipiente.[10]
Accardi entende que seja oportuno considerar como o feminismo pode se cruzar com outras questões da biblioteconomia, principalmente no que refere a mesa de referência.[10]
Em suma, o livro fornece explorações críticas e provocadoras sobre como os bibliotecários acadêmicos poderão repensar os conceitos e serviços centrais de referência, desde a entrevista de referência, à coleção de referência, até a equipe da própria mesa de referência, a partir de uma perspectiva feminista.[10][11]
Questões apresentadas em The Feminist Reference Desk
[editar | editar código-fonte]Para Accardi é importante refletir sobre as seguintes questões:
De que forma uma abordagem feminista pode repensar ou transformar a entrevista de referência?
Como uma crítica feminista poderia confrontar a linguagem que usamos para descrever o trabalho de referência?
A noção de referência neutra é verificável?
As estratégias feministas interseccionais podem ajudar a influenciar uma nova geração de bibliotecárias que incorporam abordagens antirracistas e queer em suas práticas de referência?[carece de fontes]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Emily Drabinski
- Feminist pedagogy (em inglês)
- Pedagogia crítica
Referências
- ↑ DFREE (3 de fevereiro de 2014). «Accardi wins 2014 ACRL WGSS Significant Achievement Award». News and Press Center (em inglês). Consultado em 13 de março de 2022
- ↑ «IU Southeast Librarian Maria Accardi Wins National Award for Significant Achievement in Women's Studies Librarianship». NOW (em inglês). Consultado em 13 de março de 2022
- ↑ «Past Issues». crln.acrl.org. Consultado em 13 de março de 2022
- ↑ RoryLitwin (3 de fevereiro de 2014). «Accardi wins 2014 ACRL WGSS Significant Achievement Award». Litwin Books & Library Juice Press (em inglês). Consultado em 13 de março de 2022
- ↑ Critical library instruction : theories and methods. Maria T. Accardi, Emily Drabinski, Alana Kumbier. Duluth, Minn.: Library Juice Press. 2010. OCLC 712061968
- ↑ «Library Juice Press : Critical Library Instruction: Theories and Methods». libraryjuicepress.com. Consultado em 13 de março de 2022
- ↑ «Maria T. Accardi | ALA Store». www.alastore.ala.org. Consultado em 13 de março de 2022
- ↑ a b «Maria Accardi - Emerging Leaders». wikis.ala.org. Consultado em 13 de março de 2022
- ↑ a b c d e «Faculty Innovator: Maria Accardi». NOW (em inglês). Consultado em 13 de março de 2022
- ↑ a b c d e «The Feminist Reference Desk». Litwin Books & Library Juice Press (em inglês). Consultado em 13 de março de 2022
- ↑ Calderone, Laura. «LibGuides: New in Library and Information Science: 2019». libguides.nmstatelibrary.org (em inglês). Consultado em 13 de março de 2022