Mucio da Paixão
Múcio da Paixão | |
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Nascimento | 15 de abril de 1870 Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Império do Brasil |
Morte | 23 de dezembro de 1926 (56 anos) Campos dos Goytacazes |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | jornalista, professor, teatrólogo, professor, historiador e político |
Manoel Múcio da Paixão Soares (Campos dos Goytacazes, 15 de abril de 1870 - Campos dos Goytacazes, 23 de dezembro de 1926) foi um jornalista, professor, teatrólogo, professor, desportista, historiador e político brasileiro. Foi um dos fundadores da Academia Fluminense de Letras e, pelo estado do Rio de Janeiro, ainda seria deputado estadual constituinte em 1892.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Em sua cidade natal, Campos dos Goytacazes, Mucio da Paixão foi professor do Liceu de Humanidades de Campos, ministrando aulas de história universal e história do Brasil. Também lecionaria no Grupo Escolar Barão de Tautphoeus e na Escola Normal de Campos - atual Instituto Superior de Educação Professor Aldo Muylaert (Isepam).[1][2] Republicano histórico, pelo Partido Operário, Múcio elegeu-se deputado estadual na legislatura que elaborou a Constituição do Estado do Rio de Janeiro, em 1892.[2].[3][4][5] Tinha como residência uma modesta casa na cidade de Campos dos Goytacazes, situada na Rua Saldanha Marinho, 319; atualmente já demolida.
Como escritor, publicaria a obra “Movimento Literário de Campos dos Goytacazes”. Ainda redigiu o livro “História do Teatro no Brasil” (obra póstuma de 1936), um trabalho minucioso de reconstituição da história do teatro no Brasil, desde o Descobrimento até o início do século XX. Para escrever esta obra, Múcio da Paixão baseou-se em farta documentação, legislações, decretos e pesquisas em periódicos e bibliografias relacionadas ao tema.[2] Outros livros dele são: Cenografias, Curiosidades e Esquisitices [1]
Poeta, os primeiros versos de Múcio da Paixão foram reunidos na antologia “Livros e Rosas”. Já como teatrólogo, produziu, adaptou e traduziu perto de uma centena de comédias, operetas, revistas e dramas, representados em vários teatros, muitos dos quais em Campos dos Goytacazes, especialmente no Teatro São Salvador.[2][6]
Como jornalista publicaria artigos na imprensa. Em Campos dos Goytacazes escreveu nos periódicos A República, A Gazeta do Povo, Monitor Campista, O Tempo, Genesis e A Aurora, já no Rio de Janeiro (então capital federal) elaborou artigos para A Época do Teatro e a Renascença, entre outros.[2] Cria o Centro de Imprensa de Campos, em 1925.[2]
Por 30 anos Múcio da Paixão dedicou-se à imprensa campista, sendo figura muito importante na Associação de Imprensa Campista; tendo, no final da década de 1920, junto a ilustres profissionais de imprensa e personagens das letras e artes, participado da reunião de fundação desta entidade.[2]
Foi membro-fundador da Academia Fluminense de Letras, em Niterói (cidade que era a então a capital estadual do Rio de Janeiro). Também foi membro titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e correspondente das Academia Mineira de Letras e da Academia de Letras da Bahia, entre outras.[2][1]
Admirador do esporte, Múcio foi um dos que criaram a Liga Campista de Desportos. Também foi fundador do Sindicato Caixeiral, atualmente Sindicato dos Comerciários de Campos dos Goytacazes.[2]
Ao falecer, Múcio deixou inéditas diversas produções relacionadas às artes cênicas, entre elas um trabalho sobre o ator João Caetano. considerado o "pai do teatro brasileiro"; além do “Dicionário Bibliográfico do Teatro Brasileiro”.[2]
Mucio da Paixão deixou um filho: René de Castro Soares.[1] Múcio também era avô do jornalista, diretor teatral e dramaturgo Orávio de Campos.[7]
Homenagens
[editar | editar código-fonte]Múcio da Paixão foi declarado Patrono da cadeira nº 31 da Academia Campista de Letras e da cadeira nº 37 da Academia Niteroiense de Letras.[2]
Inaugurado em 1972, situado na Avenida Alberto Torres, o moderno edifício do Teatro do Sesc, tradicional espaço cultural de Campos dos Goytacazes, foi batizado com o nome de Múcio da Paixão - cidade onde ele nasceu. A abertura em 1972 contou com a apresentação de “O Santo Inquérito”, escrita por Dias Gomes.[7][8]
Ainda em Campos dos Goytacazes, a cidade natal de Múcio da Paixão, deu-se o seu nome a um extenso logradouro público no bairro do Parque Turf Club [2][9] Rua esta que foi construída, junto com outras, em 1935 para a comemoração do Centenário da Elevação de Campos da Categoria de Vila para a de Cidade.[10]
Em 1970 a prefeitura municipal de Campos dos Goytacazes, através de seu Departamento de Difusão Cultural realizou eventos em celebração ao centenário de nascimento do escritor.[11]
Referências
- ↑ a b c d «Faleceu hoje Múcio da Paixão» 7842 ed. Rio de Janeiro: jornal A Noite, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. 23 de dezembro de 1926. p. 4. Consultado em 13 de junho de 2022
- ↑ a b c d e f g h i j k l Matheus Berriel (14 de abril de 2020). «Campista ilustre, Múcio da Paixão completaria 150 anos nesta quarta». Campos dos Goytacazes: jornal Folha da Manhã. Consultado em 13 de junho de 2022
- ↑ «O Theatro no Brasil». Bibliografia Crítica do Teatro Brasileiro. Consultado em 13 de junho de 2022
- ↑ «Escola Normal e Liceu de Humanidades de Campos» 11200 ed. Niteroi: jornal O Fluminense, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. 25 de janeiro de 1920. p. 1. Consultado em 13 de junho de 2022
- ↑ «Instrução pública, município de Campos» 36 ed. Campos dos Goytacazes: jornal Monitor Campista, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. 3 de fevereiro de 1900. p. 1. Consultado em 13 de junho de 2022
- ↑ «Theatro São Salvador (Anúncio)» 2 ed. Campos dos Goytacazes: jornal Monitor Campista, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. 3 de janeiro de 1900. p. 3. Consultado em 13 de junho de 2022
- ↑ a b Ocinei Trindade (12 de dezembro de 2021). «Teatro Múcio da Paixão reabre após seis anos. Unidade do Sesc-Campos foi reformada e modernizada; classe artística e público aplaudem iniciativa». Campos dos Goytacazes: jornal Terceira Via. Consultado em 13 de junho de 2022
- ↑ «Coluna dos Municípios. Campos (Sucursal). Funcionários da CELF falsificavam as faturas (SESC)» 20848 ed. Niteroi: jornal O Fluminense, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. 30 de março de 1970. p. 8. Consultado em 13 de junho de 2022
- ↑ «Busca por Endereço ou CEP». portal dos Correios . Consultado em 13 de junho de 2022
- ↑ SOUZA, Horácio (2014). Cyclo Aureo: Historia do 1º centenario da cidade de Campos 1835 – 1935 (Reedição da obra original de 1935) ed. Campos dos Goytacazes: Essentia. p. 181-182. ISBN 978-85-99968-47-5
- ↑ «Campos comemora os 100 anos de Múcio da Paixão» 20699 ed. Niteroi: jornal O Fluminense, disponível na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. 30 de março de 1970. p. 15. Consultado em 13 de junho de 2022