Pelycosauria
"Pelycosauria" | |||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Ocorrência: Carbonífero Superior – Permiano Superior 308–260,4 Ma A ordem descendente Therapsida sobrevive até o presente. | |||||||||||
Classificação científica | |||||||||||
| |||||||||||
Famílias e gêneros | |||||||||||
Pelycosauria (aportuguesado para pelicossauros) é um grupo parafilético (grado) da classe Synapsida historicamente referido como uma ordem. É composto por formas basais de sinapsídeos de tamanho médio a grande (até 3 metros ou mais). Os pelicossauros são ancestrais distantes dos mamíferos, já que deles descenderam os ancestrais imediatos dos mamíferos, os terapsídeos.
Os pelicossauros surgiram no período Carbonífero e desapareceram ao final do período Permiano, quando houve o maior evento de extinção da história da Terra. Chegaram a existir algumas famílias. Destacam-se Edaphosauridae, mais antiga, formada basicamente por animais herbívoros e Sphenacodontidae, mais recente, formada basicamente por animais carnívoros. Alguns representantes de ambas as famílias tinham uma curiosa estrutura em forma de vela nas costas, consistindo de espinhas dorsais muito compridas. Acredita-se que essa estrutura tinha função termoregulatória: os raios de Sol aqueceriam o sangue circulante nessa vela, permitindo aos animais uma adaptação melhor ao ambiente. Seria uma das primeiras tentativas de homeotermia conhecidas.
Os pelicossauros tinham também algumas características físicas que ainda podem ser percebidas nos mamíferos: um princípio de heterodontia (dentes diferentes, adaptados a funções diferentes) e uma rotação dos ossos das patas para uma posição mais vertical sob o corpo, com os cotovelos voltados para trás e os joelhos voltados para a frente, da mesma forma como nos mamíferos atuais.
Os gêneros mais conhecidos de pelicossauros são Edaphosaurus e Dimetrodon. Ambos são identificados popularmente como dinossauros, mas na verdade não pertencem a esse grupo. Viveram muito antes do surgimento dos primeiros dinossauros e pertenceram a uma linhagem de répteis diferente.
Taxonomia
[editar | editar código-fonte]Pelycosauria foi descrita por Edward Drinker Cope em 1878 como uma subordem de Rhynchocephalia.[1] Em 1923, Franz von Nopsca elevou o grupo à ordem dentro da classe Reptilia.[2] Alfred Sherwood Romer e Llewellyn Ivor Price, em 1940, mantiveram a categoria de ordem, mas rearranjaram-na dentro da Synapsida.[3]
Romer e Price realizaram a primeira revisão dos pelicossauros em 1940, dividindo-o em três grupos principais: Ophiacodontia, Edaphosauria e Sphenacodontia.
Sistemática
[editar | editar código-fonte]- "Ordem" Pelycosauria* Cope 1878
- Gêneros Incertae sedis
- Dimacrodon Olson & Beerbower, 1953
- Echinerpeton Reisz, 1972
- Milosaurus DeMar, 1970
- Nitosaurus Romer, 1937
- Protoclepsydrops Carroll, 1964
- Xyrospondylus Reisz, Heaton & Pynn, 1982
- Clado não nomeado
- Família Varanopidae Romer & Price, 1940
- Família Ophiacodontidae Nopska 1923
- Clado Caseasauria Williston, 1912
- Família Eothyrididae Romer e Price, 1940
- Família Caseidae Williston, 1912
- Gênero Ianthodon Kissel & Reisz, 2004
- Família Edaphosauridae Cope 1882
- Clado Sphenacodontia Romer & Price, 1940
- Gênero Haptodus Gaudry, 1886
- Gênero Pantelosaurus von Huene, 1925
- Gênero Cutleria Lewis & Vaughn, 1965
- Gênero Paleohatteria Credner, 1888
- Família Sphenacodontidae Marsh, 1878
- Clado Therapsida
- Gêneros Incertae sedis
Filogenia
[editar | editar código-fonte]Cladograma baseado em Laurin (1993):[4]
Synapsida |
| ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Cladograma baseado em Benson (2012):[5]
| ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Referências
- ↑ COPE, E.D. (1878). «Descriptions of extinct Batrachia and Reptilia from the Permian formations of Texas». Proceedings of the American Philosophical Society. 17: 505-530
- ↑ NOPSCA, B.F. (1923). «Die Familien der Reptilien [The families of reptiles]». Forschritte der Geologie und Palaeontologie Verlag von Gebrüder Borntraeger, Berlin. 2: 1-210
- ↑ ROMER, A.S.; PRICE, L.I. (1940). «Review of the Pelycosauria». Geological Society of America Special Paper. 28: 1-538
- ↑ LAURIN, M. (1993). «Anatomy and relationships of Haptodus garnettensis, a Pennsylvanian synapsid from Kansas». Journal of Vertebrate Paleontology. 13: 200-229
- ↑ BENSON, R.J. (2012). «Interrelationships of basal synapsids: cranial and postcranial morphological partitions suggest different topologies». Journal of Systematic Paleontology. 10 (4): 601-624. doi:10.1080/14772019.2011.631042