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Princeton Engineering Anomalies Research

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Princeton Engineering Anomalies Research (PEAR) foi um programa de pesquisa dedicado ao estudo da parapsicologia.[1] Seu objetivo principal era realizar testes parapsicológicos de experiências como a telecinésia e a clarividência.[2]

Foi criado em 1979 por Robert G. Jahn e encerrou suas atividades na School of Engineering and Applied Science da Universidade de Princeton em fevereiro de 2007.[3] O programa tinha relações tensas com a Universidade de Princeton e era considerado um "embaraço para a ciência".[3][4][5]

Atividades parapsicológicas

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PEAR utilizava geradores de números pseudoaleatórios (REGs) para explorar a habilidade das pessoas testadas de usarem a telecinésia para influenciar os resultados desses equipamentos e confirmar seus registros prévios das intenções de produzir números grandes, números pequenos ou bases de dados nominais.[6] Muitos desses experimentos utilizaram um REG eletrônico, mas os experimentos foram também conduzidos com um dispositivo mecânico que derrubava bolas em uma caixa.[7]

PEAR também conduziu exercícios envolvendo grupos de voluntários que, segundo seus membros, produziram resultados mais evidentes.[8][9] Em todos casos, os efeitos observados foram muito pequenos (cerca de 1 décimo de 1%), apesar de baseados em grandes bases de dados com desvios significativos do que seria esperado pelo acaso.[10] Os dados brutos utilizados não apresentaram variação estatística aleatória adequada, sugerindo manipulação dos dados. Dois pesquisadores do PEAR atribuiram essa deturpação dos dados brutos à motivação dos pesquisadores para conseguir obter uma boa base de dados.[11]

Foi notado que uma única pessoa, presumidamente um membro do PEAR, participou de 15% dos testes e foi responsável pela metade dos efeitos totais observados.[10] Os resultados do PEAR têm sido criticados pela deficiência de reprodutibilidade. Em um teste, 2 organizações da Alemanha falharam para reproduzir os resultados do PEAR, e o próprio PEAR também falhou na tentativa de reproduzir seus resultados.[11] Uma tentativa feita por Stan Jeffers, da Universidade de York, também falhou na replicação dos resultados do PEAR.[10] As atividades do PEAR também têm sido criticadas pela falta de rigor científico, metodologia falha e pelo mau uso da estatística.[1][10][12]

Referências

  1. a b Massimo Pigliucci. Nonsense on stilts: how to tell science from bunk (em inglês). Chicago: University of Chicago Press. p. 77-79. ISBN 9780226667874. Consultado em 30 de novembro de 2014 
  2. Princeton Engineering Anomalies Research. «Experimental Research». Princeton University (em inglês). Consultado em 30 de novembro de 2014. Arquivado do original em 9 de outubro de 2014 
  3. a b Benedict Carey (10 de fevereiro de 2010). «A Princeton lab on ESP plans to close its doors» (em inglês). The New York Times. Consultado em 30 de novembro de 2014 
  4. Milton A. Rothman (setembro de 1994). «Tachyons and other nonentities». Nova York: Committee for Skeptical Inquiry. Skeptical Inquirer (em inglês). 4.3. Consultado em 30 de novembro de 2014 
  5. Odling-Smee, Lucy (1 de março de 2007). «The lab that asked the wrong questions» (requer pagamento). Nature (em inglês). 446 (7131): 10-11. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/446010a. Consultado em 17 de agosto de 2015 
  6. R.G Jahn; B.J. Dunne, R.D. Nelson, Y.H. Dobyns, G.J. Bradish (1997). «Correlations of random binary sequences with pre-stated operator intention: A review of a 12-year program» (PDF). Journal of Scientific Exploration (em inglês). 11 (3): 345–67. Consultado em 30 de novembro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 8 de março de 2014 
  7. Brenda J. Dunne; Roger D. Nelson, Robert G. Jahn (1988). «Operator-Related Anomalies in a Random Mechanical Cascade» (PDF). Journal of Scientific Exploration (em inglês). 2 (2): 155–79. Consultado em 30 de novembro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 24 de setembro de 2015 
  8. R.D. Nelson; R.G. Jahn, B.J. Dunne, Y.H. Dobyns, G.J. Bradish (1998). «FieldREGII: Consciousness field effects: Replications and explorations» (PDF). Journal of Scientific Exploration (em inglês). 12 (3): 425–54. Consultado em 30 de novembro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 22 de março de 2015 
  9. B.J. Dunne (dezembro de 1991). «Co-operator experiments with an REG Device». Tech. Report PEAR 91005  Publicado com modificações em K. Ramakrishna Rao (ed.) (1993). Cultivating consciousness for enhancing human potential, wellness, and healing (em inglês). Westport: Praeger. p. 149–63. ISBN 0275945154. Consultado em 30 de novembro de 2014 
  10. a b c d Robert Todd Carroll (16 de abril de 2013). «The Princeton Engineering Anomalies Research (PEAR)» (em inglês). The Skeptic's Dictionary. Consultado em 30 de novembro de 2014 
  11. a b Stanley Jeffers (maio–junho de 2006). «The PEAR proposition: Fact or fallacy?». Nova York: Committee for Skeptical Inquiry. Skeptical Inquirer (em inglês). 30.3. Consultado em 30 de novembro de 2014 
  12. Lisa Merolla (23 de fevereiro de 2007). «'Pseudoscience' lab closes at Princeton» (em inglês). Boston: The Daily Free Press. Consultado em 30 de novembro de 2014 

Ligações externas

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