Radiodifusão Nacional da Guiné-Bissau
Radiodifusão Nacional da Guiné-Bissau RDN | |||||
---|---|---|---|---|---|
País | Guiné-Bissau | ||||
Cidade de concessão | Bissau | ||||
Fundação | 10 de setembro de 1974 (50 anos) - fusão da EOGP com a RL | ||||
Pertence a | Governo da Guiné Bissau | ||||
Página oficial | rdngbissau.radio12345.com | ||||
|
A Radiodifusão Nacional da Guiné-Bissau (RDN), também conhecida somente como Radio Nacional, é uma empresa de radiodifusão pública da Guiné-Bissau, cuja sede situa-se em Bissau.
A RDN opera quatro estações de rádio no país — Bissau, Nhacra, Catió e Gabu —, além de várias estações regionais e um serviço de emissões internacionais. Uma rede de emissores permite a rádio cobrir cerca de 80% do país, na modulação em frequência (91.5/104.0 FM).[1]
As emissões são feitas na maior parte em português, e também possui programas nas línguas nacionais do país, a saber: crioulo, fula, balanta, susso, mancanha, papel, bijagó, felupe, mandinga, manjaco, beafada, balanta mané, pajadinca e nalú.[1]
Histórico
[editar | editar código-fonte]A atual RDN surgiu da fusão de dois importantes serviços de radiodifusão que se instalaram na Guiné ainda no período colonial, que operavam com objetivos claramente divergentes. A unificação dos serviços só viria ocorrer no pós-independência guineense.[1]
Emissora Oficial da Guiné Portuguesa
[editar | editar código-fonte]O primeiro dos serviços de rádio que daria origem a RDN iniciou-se em abril de 1944, quando foi estabelecido um serviço de radiodifusão, a "Estação de Bissau", dependente da repartição central dos Serviços dos Correios Telégrafos e Telefones (CTT). Dois anos mais tarde, em 9 de outubro de 1946, procedeu-se a reorganização da estação que passou a designar-se de "Emissora da Guiné". A rádio limitava-se a retransmitir programas gravados e produzidos em Lisboa, exclusivamente com temas que versavam assuntos de Portugal continental.[1]
Em 30 de maio de 1966 a Emissora da Guiné passa a designar-se "Emissora Nacional de Radiodifusão", sofrendo a primeira grande transformação, com a instalação de um emissor regional na Província da Guiné Portuguesa. A mudança brusca refletiu no surgimento de programas como o "Programa da Manhã", com música variada e entretenimento, os "Ecos da Província", com folclore local e pequenos informativos noticiosos da colónia em línguas nativas, o "Encontro com Cabo-Verde" e o "Programa da Ação Nacional Popular".[1]
O eclodir da Guerra de Independência da Guiné-Bissau mudou radicalmente o perfil da Emissora Nacional, com boa parte de sua programação sendo entregue a Repartição de Assuntos Civis e Ação Psicológica (REPACAP), criado em 1971. Neste ano, mais uma vez, a rádio mudou de nome, passando a chamar-se "Emissora Oficial da Guiné Portuguesa" (EOGP). O REPACAP criou o "Programa das Forças Armadas" para fazer extensa contrapropaganda, de caráter pró-regime português, como contraponto ao crescimento da "Rádio Libertação", anticolonial.[1]
Rádio Libertação
[editar | editar código-fonte]Os primeiros passos da "Rádio Libertação" (RL), o segundo serviço que originou a RDN, uma iniciativa dos militantes do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) na Guiné-Conacri, foram dados em 1964 quando colocou-se um camião emissor na fronteira-sul da Guiné Portuguesa (porém ainda dentro da fronteira da República da Guiné-Conacri). Assim iniciavam-se as emissões experimentais da rádio dirigidas, em português e crioulo, aos seus militantes, em particular, e às populações em geral. Optou-se pelo crioulo como a língua que deveria ser mais utilizada nas antenas, e de onde deveria partir o debate político e da comunicação.[1]
Porém foi somente em 16 de julho de 1967 que a Rádio Libertação passou a ter emissão regular a partir do seu estúdio instalado em Conacri, emitindo programas de carácter político, cultural, educativo e de entretenimento, incluindo músicas de artistas guineenses.[2]
A voz marcante da militante Amélia Araújo deu o compasso da rádio, na apresentação de programas como "Programa do Soldado Português" e "Comunicado de Guerra", numa tentativa de resposta ao esforço português de contrapropaganda, alcançando certo êxito na desmoralização de tropas lusitanas e na mobilização popular. Havia ainda programa de forte carisma entre camadas mais jovens da Guiné, como o "Blufo".[2]
Radiodifusão Nacional
[editar | editar código-fonte]Na Proclamação da Independência da Guiné ambas as rádios ainda operavam em suas respectivas esferas de influência. Somente após a Revolução dos Cravos, é que houve a suavização da programação da Emissora Oficial da Guiné Portuguesa.[1]
O reconhecimento da independência da Guiné por Portugal em 10 de setembro de 1974 também representou a fusão da Emissora Oficial da Guiné Portuguesa e da Rádio Libertação, para dar origem a "Rádio Bissau". Em 1975 a Rádio Bissau torna-se a "Radiodifusão Nacional".[1]
Radio e televisão públicas unidas
[editar | editar código-fonte]Entre 1995 e 2003 o governo guineense decidiu por fundir os serviços públicos de televisão e rádio para criar a "Rádio e Televisão da Guiné-Bissau" (RTGB).[1]
RDN
[editar | editar código-fonte]Em 2003 as empresas separam-se e novamente a "Radiodifusão Nacional da Guiné-Bissau" passa a operar de maneira independente.[1]